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Guias e Dicas
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O olho da rua, Manuais, Projetos, Pesquisas de Jornalismo

Resenha crítica do livro O olho da rua

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2013

Compartilhado em 29/09/2013

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karina-piva-11 🇧🇷

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ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING
JORNALISMO 1A
INTRODUÇÃO AO JORNALISMO
RESENHA
JOR-1AResenha ‘O olho da rua’Karina Piva
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ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING

JORNALISMO 1A

INTRODUÇÃO AO JORNALISMO

RESENHA

KARINA PIVA

Sobre Eliane Brum

Eliane Brum, nascida em 1966, é uma repórter com mais de 40 prêmios de reportagem. Formada pela PUC como jornalista, ela é também escritora. O olho da rua é sua coletânea de matérias editadas e comentadas em um livro publicado em 2008. Ganhadora do prêmio jabuti de literatura, Eliane consegue em suas reportagens representar a beleza dos assuntos cotidianos misturando técnica com arte.

Sobre O olho da rua

O olho da rua é um livro que compila 10 reportagens que Eliane Brum publicou na revista Época durante o começo do século XXI. Logo na apresentação do livro, a autora diz que foi difícil escolher as matérias que achava mais relevante. A obra tem mais de 400 páginas, entre reportagens na integra, fotos e observações da própria autora sobre sua visão da mesma reportagem e dificuldades de cobrir a pauta, anos depois, durante a compilação. "quis fazer um livro para ser lido por qualquer pessoa que goste de histórias tão reais que parecem inventada. E também para estudantes de jornalismo que tenham duvidas sobre a melhor forma de exercer a profissão como sempre tive - e sigo tendo." Eliane Brum comenta também sobre o quanto se sentiu pretenciosa ao comentar e usar o termo milênio algumas vezes, pois demoro a perceber que morreria antes do final desse primeiro século de do milênio inteiro. Cada reportagem foi analisada e resenhada separadamente para que o leitor possa ter um analise critica mais completa sobre a obra.

A floresta das parteiras

Nesta reportagem Eliane Brum viaja até o Amapá para contar as historias das parteiras mais antigas do

Brasil. Ela descreve o ambiente e a vida de quem mora na fronteira entre os países. As mulheres da região contam filhos por dúzia e perguntam a repórter como ela poderia ter tão poucos filhos. Eliane lamenta não ter esperado ótimo da reportagem. Afirma que naquele tempo não tinha o conhecimento suficiente de que se ia escrever uma matéria sobre o nascimento, o parto, deveria esperar o momento em querele ocorresse. Não havia outro compromisso que fizesse ela tentar adiantar o processo, como foi ocaso. Nessa primeira reportagem do livro ela conta que pegou imagino úmida antes de 'terminar' a matéria para fazer uma entrevista com Marina Silva, Eliane se arrepende profundamente. Em meio a depoimentos sobre a vida de quem traz crianças a vida, a autora trata a reportagem como um ser vivo. Diz que ela nasce dentro dela e depois ela pari o que já estava escrito, faz apenas algumas alterações.

A guerra do começo do mundo

Roraima estava em guerra. Entre os dados sobre o território que fica 100% no hemisfério norte e as

historias sobre os índios que vivem lá. Eliane cria uma atmosfera de tensão, assim como nesse estado, entre os habitantes da região. A discussão é de quem pertencem a terra. O quinto maior pais do mundo tem menos de dez porcento das terras reservadas a indígenas e o extrativistas afirmam que é muito e essa reserva atrasa o avanço brasileiro. Ela não discute quem esta certo e quem esta errado. Aponta os argumentos e no seu comentário diz que em 2008 ainda não haviam terminado de julgar o processo. Além disso, Eliane gosta de ressaltar que o conflito é mais divulgado pena CNN do que pelo jornal nacional, também faz piada quando ao conhecimento dos brasileiros, que não sabem de Roraima ou Rondônia é o estado do norte. A autora faz criticas muito fortes durante toda a matéria de uma forma leve, quase passa desapercebido. Por fim, faz a comparação do que acontece lá com o descobrimento do Brasil, a relação colonizado e colonizadores ainda é assustadora.

A casa de velhos

"a vida inteira espremida em uma mala de mão" é a frase favorita da autora e também a minha. Nesta matéria Eliane diz ter revelado as confissões e os segredos e muitas pessoas e se arrepende disso. Diz ter traído a confiança de muita gente e ainda revela não ter tido coragem de voltar a casa Sao Luiz para se desculpar. A matéria conta sobre pessoas idosas que foram levadas a morar em casas de repouso, parte porque era melhor, parte por abandono e uma pequena parte por escolha. A repórter diz ter morado naquela casa para poder saber como era. Inicialmente, quando criada a casa de repouso, ela era inteiramente gratuita, no

acaba em cadeia, cadeira de rodas ou cemitério." as historias contadas sao de mães que tiveram os filhos

mortes, algumas mais de um. "quando meu filho aparecereu casa vivo, mas dom um tiro no peito, comecei a pagar o caixão. Agora pago as prestações do caixão do meu segundo filho. Ele ainda esta vivo, mas sei que vai morrer." esse é só um exemplo de vários compilados por Eliane, mostra a certeza das mães que tem filhos envolvidos com trafico. Também conta que todo mundo respeita a mãe, elas mandam lá. Sérgio Cláudio foi protagonista de um documentário e de um livro, ele quer ser o exemplo para o próximo. Agora que saiu dessa vida, quer ser palhaço de circo. Não tem medo que os outros riam dele.

Coração de ouro

Mais uma das reportagens criadas na Amazônia, coração do Brasil. Na cidade de apuí, Eliane foi conhecer a realidade dos garimpeiros e do 'senhor' do garimpo, Zé capeta. Além das dificuldades de chegar ali , a jornalista encontrou barreiras para encontrar Zé capeta. Sua historia começa falando sobre ouro e na tentativa de descobrir o que o ouro significa naquele lugar. O dinheiro é pouco importante para os garimpeiros, eles lutam pela sobrevivência, vendem ouro abaixo do PCP, e fazem negociações paralelas para ganhar um amais. A sociedade do ouro se tornou tão lucrativa que até casa noturna nasceu por ali. A realidade do sul da Amazônia é tão particular e cheia de nomes alternativos que quase difícil de acreditar. Na época da matéria muitos repórteres tinham ido por ali, mas Eliane publicou sua matéria na época e resumida na revista Globo rural. Dessa vez os bastidores foi sobre a saga de encontrar o Zé capeta, a Amazônia já havia sido destrinçada por Eliane antes.

Um pais chamado Brasilândia

"nesse sentido, a Brasilândia é tão longe de São Paulo quanto a Amazônia" Eliane conta que mais uma vez teve que ficar calada para poder ver. Teve que ir 'morar' na vila por uma semana nem os estereótipos e preconceitos das pessoas que vivem fora daquela realidade. Ela descobre algumas regras: as portas estão sempre abertas, ninguém é intruso, nunca pergunte o que a pessoa faz para ganhar a vida e o amor sempre tem preferencia. Ela explica que num mundo cheio de violência lá parece ser seguro pela transitoriedade de uma casa para outra. A comunidade também é dividida em classes, tem quem é dono da própria casa, tem até quem aluga parte do concreto. Devido a dificuldade Dade de emprego, ninguém sabe com o que os outros trabalham, não querem saber e aceitam tudo. E por ultimo ela conta como participou de um casamento e acabou virando madrinha, porque a original não tinha documento, portanto não podia assinar o papel do registro civil.

O inimigo sou eu

Este é o único relato contado em primeira pessoa. Eliane conta como foi passar por um ritual budista de

vipassana. Sao dez dias, doze horas por dia, sentada na mesma posição meditando. Ela diz que essa foi uma das poucas reportagens que não foi escolha dela e que ela não foi com entusiasmo. Contou também que pensou em desistir mais de má vez ao longo do processo, mas que nunca havia deixado uma reportagem pela metade."compreender algo intelectualmente é fácil. Mudar é bem mais difícil" essa foi uma das conclusões feitas pela autora, que notava ao bloqueio das pessoas frente as mudanças. Libertar-se dos preconceitos e adquirir conceitos budistas foi uma descoberta para Eliane. Contou sobre os procedimentos, suas dificuldades e como descobriu suas limitações. Afirma, com propriedade, que todo mundo tempo limites e que ela até aquele momento havia respeitado pouco os dela.

Vida até o fim

A Enfermaria de Cuidados Paliativos mostra como a morte pode ser enfrentada com vida. Eliane passa

maior parte da reportagem explicando os conceitos e o funcionamento dessa enfermaria; Para depois descrever como foi acompanhar os últimos 115 dias da doença de Ailce de Oliveira Souza. Esse método de tratamento visa dar qualidade aos últimos dias de vida das pessoas, para que elas não morram entubadas, longe da família ou pelo menos ter algum prazer. Perguntam alimentos que gostariam de comer, viagens que desejam fazer assim como incentivam os hobbies. Eliane, nesse texto, conta como foi construir essa matéria. Ela não podia falar, havia somente de ouvir, pois, se não, nunca saberia que Ailce nunca se referia ao câncer como câncer, e sim através de metáforas. Sao cuidados necessários para se construir uma matéria delicada como essa, afirma Eliane. A reportagem foi composta de muitas pessoas e ela invariavelmente criou uma conexão ou sentimento com elas. Eliane disse que essa reportagem era a única promessa que havia feito a Ailce, merendeira que acompanhou via ligações e presencialmente. Ailce era merendeira e sua maior tristeza era não conseguir comer devido as náuseas. Passou sua vida alimentando crianças muito carentes e se sentia passando fome, como muito delas passaram. Eliane admite que teve um momento que não pode enfrentar a verdade, que era ver Ailce morrer.