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Segundo o especialista Rudi Ballreich, o método socrático é uma poderosa ferramenta para nos ajudar a desenvolver esta competência de resolução de conflitos ao ...
Tipologia: Notas de aula
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Filosofia RAD1607 – 2015 – Prof. Calia
Sócrates viveu em Atenas num tempo em que a democracia estava se desenvolvendo e os cidadãos estavam ansiosos para aprender a falar em público a fim de poderem influenciar melhor a administração da cidade. Sócrates estava convencido de que a responsabilidade pela comunidade deveria ser assumida apenas pelas pessoas que conseguissem pensar de modo robusto e independente e cujos pensamentos e ações fossem originados de uma consciência avançada. Ele também não se intimidava de engajar vários tipos de profissionais nas suas discussões: políticos, generais, sacerdotes, poetas e comerciantes estimados. Nestas discussões, Sócrates checava se o conhecimento deles era fingimento ou se era realmente deles próprios. Durante os debates, com frequência ficava evidente que o seu parceiro de discussão não compreendia suas próprias afirmações. O general, por exemplo, não conseguia explicar o que é a coragem e o sacerdote não conseguia explicar o que é a fé. Sócrates fazia perguntas e questionava os conhecimentos aceitos. A sua principal pergunta era: “O que é...?” Por exemplo, “O que é coragem?”. Os seus parceiros nas discussões inicialmente respondiam esta pergunta a partir de um nível básico com exemplos de coragem que
E Sócrates estava ciente do quinto nível, o qual estava presente nele: a luz da consciência e da deliberação com a qual ele iluminava os processos do entendimento e da ignorância por meio do diálogo. Sócrates queria ensinar os atenienses a subir por todos os cinco passos de modo que eles fossem capazes de “fazer bem” em todas as situações, por meio da deliberação e por meio da própria compreensão. O diálogo é a arena de aprendizagem na qual os parceiros de conversa podem chacoalhar uns ao outros para subirem a níveis mais elevados do despertar da luz da consciência e deliberação. Rudi Ballreich conclui a sua análise sobre Sócrates, indicando de que modo o método socrático pode ajudar na administração de organizações: A prática de questionar para gerar consciência, como Sócrates a iniciou, pode proporcionar estímulo valioso no trabalho em disputas e conflitos. Isso porque, afinal, a mediação consiste de “examinar” pontos de vista, opiniões e convicções e “acordar” a pessoa para se livrar de crenças, pensamentos, sentimentos e vontades fixas.
Quanto mais conseguimos despertar a “luz da consciência e deliberação”, tanto melhor as partes envolvidas na disputa serão capazes de encontrar uma solução compartilhada.
SÓCRATES: E agora, Laques, você poderia tentar me dizer novamente, qual é essa qualidade comum que é chamada de coragem e que inclui todos os vários usos deste termo quando utilizado tanto para o prazer como para a dor e em todos os demais casos que eu citei agora? LAQUES: Eu diria que a coragem é um tipo de persistência mental, é isso que eu diria para expressar a natureza universal presente em todos estes casos. SÓCRATES: Mas isso é o que temos que fazer para responder à pergunta. No entanto, eu não posso dizer que todo o tipo de persistência possa ser considerado coragem em minha opinião. Ouça o meu motivo: tenho certeza, Laques, que você consideraria a coragem como uma qualidade muito nobre. LAQUES: A mais nobre, certamente. SÓCRATES: E você diria que uma persistência sábia também é boa e nobre? LAQUES: Muito nobre. SÓCRATES: E o que você diria de uma persistência tola? Não teria que ser considerada, por outro lado, como ruim e prejudicial? LAQUES: Verdade. SÓCRATES: E existe alguma coisa nobre que seja ruim e prejudicial? LAQUES: Eu não diria isto, Sócrates. SÓCRATES: Então você não admitiria que um tipo de persistência não nobre seja considerada coragem, já que a coragem é nobre? LAQUES: Você está certo. SÓCRATES: Porque, de acordo com você, apenas a persistência sabia é coragem. LAQUES: Verdade. SÓCRATES: Novamente, pense no caso de alguém que é persistente na guerra e está disposto a lutar e sabiamente calcula e sabe que outros virão para ajuda-lo e que haverá homens em menor quantidade e de pior qualidade contra ele do que os homens que lutarão com ele e imagina que ele também conta com vantagens de posição, você diria que quem é mais corajoso: o homem que tem persistência com toda esta
sabedoria e preparação ou algum homem do exército oponente e nas circunstâncias opostas que mesmo assim tem persistência e se mantém em seu posto? LAQUES: Eu diria que este último é mais corajoso, Sócrates. SÓCRATES: Mas, certamente, esta é uma persistência tola em comparação com a outra? LAQUES: Isso é verdade.
Ballreich, R. (2006): Pioneers of Dialogue. http://trigon.at/en/mediathek/downloads/07_konfliktmanagement/Pioneers_of_dialogue.pdf