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O Libertarismo contra o Estado: Unindo, Liberando e Descoberto, Notas de estudo de Economia

O documento discute o papel do estado na sociedade e o surgimento do libertarismo como uma resposta. O estado divide e conquista, enquanto o libertarismo une e libera. O autor explora a importância da ficção científica no libertarismo e o desafio global de enfrentar o estado em todos os níveis. O texto também aborda a ideia de alcançar a liberdade destruindo o estado através da tecnologia.

O que você vai aprender

  • O que é o Libertarismo e como ele se opõe ao Estado?
  • Qual é a importância do Estado na sociedade?
  • Quais são as consequências sociais de nosso ato em um sistema contra-econômico?
  • Como a Ficção Científica influencia o Libertarismo?
  • Qual é a ideia de destruir o Estado através da tecnologia?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Jose92
Jose92 🇧🇷

4.6

(178)

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O Manifesto do
Novo Libertário
Samuel Edward Konkin III
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Baixe O Libertarismo contra o Estado: Unindo, Liberando e Descoberto e outras Notas de estudo em PDF para Economia, somente na Docsity!

O Manifesto do

Novo Libertário

Samuel Edward Konkin III

Esta é a tradução do New Libertarian Manifesto, publicado pela primeira vez em 1980. Uma nota quanto à tradução: embora a palavra "libertarianism" tenha vindo para o português como "libertarianismo", optei por usar a tradução mais correta, "libertarismo".


Dedicado a Chris R. Tame, que me falou "Não veja o certo, escreva o certo!". Agradecimentos sobretudo a

  • Ludwig von Mises,
  • Murray N. Rothbard,
  • Robert LeFevre,
  • e suas fontes.

Elogios ao Novo Manifesto Libertário:

" Os escritos de Konkin devem ser bem-vindos. Porque nós precisamos de muito mais policentrismo no movimento. Porque ele abala os partidaristas que tendem a cair em impensada complacência. E especialmente porque ele se importa profundamente com a liberdade e é capaz de ler-e-escrever, qualidades que parecem estar saindo de moda no movimento libertário."

  • Murray N. Rothbard, Ph.D.
  • "Estou encantado em ver o Manifesto de Konkin e posso aplaudi-lo em geral por sua posição de respeitosa consistência, objetivo e método. (...) Eu acredito que ele terá e merece ter uma convincente influência sobre os membros da 'velha' esquerda." - Robert LeFevre

Prefácio à Primeira Edição A forma básica do novo Libertarismo nasceu durante a minha luta contra o Libertarian Party desde sua formação em 1973, e a Contra-Economia foi primeiro descrita ao público no Free Enterprise Forum em Los Angeles em fevereiro de 1974. O novo Libertarismo tem sido propagado dentro e fora do movimento libertário e seus jornais, notavelmente a revista New Libertarian, desde então. Mais importante, o ativismo aqui prescrito (especialmente a Contra-Economia) foi praticado pelo autor e por seus aliados mais próximos desde 1975. Várias "anarcovilas" dos Novos Libertários se formaram e reformaram. Só uma vez, você não gostaria de ler um manifesto que foi praticado antes de ser pregado? Eu gostaria. E eu o fiz. Samuel Edward Konkin III, outubro de 1980 Prefácio à Segunda Edição Uma publicação agorista deve ser julgada mais severamente no mercado livre. A primeira edição do Novo Manifesto Libertário se esgotou e uma segunda edição, feita por um novo empreendedor buscando lucros com sua ideologia, está com você, o leitor. O julgamento do mercado, para minha prazerosa surpresa, foi que o NML foi a mais bem sucedida de minhas muitas publicações. No mundo das idéias, dois anos é um tempo razoavelmente curto. Contudo, ataques ao NML começaram nas publicações Libertárias de Centro-Esquerda e uma dessas newsletters estudantis censurou capítulos errantes por passar a serem fiéis "àquele maluco do Konkin" só no último mês. Ensaios e artigos sobre Contra-Economia e agorismo aparecem em mais e mais publicações libertárias não-esquerdistas (ou não-agoristas - ainda). Um sinal encorajador é a emergência de muitos empreendedores Contra-Econômicos na área ao sul da Califórnia (e alguns outros espalhados pela América do Norte e até pela Europa), que abraçam e distribuem o NML. Um "parque industrial" agorista tem se condensado silenciosamente em Orange County entre essas duas edições. Essa continuada gradificação não é inertemente aproveitada. Ela inspirou o autor a continuar o diálogo nas duas edições de um jornal teórico baseado no NML, a escrever sobre a Contra- Economia (veja a nota 3, capítulo III) e o planejamento de um magnum opus teórico, como O Capital foi para o Manifesto Comunista, sem dúvida a ser intitulado Agorismo. Quanto à prática continuada do que eu prego e expando na prática, eu posso adicionar ao fim do primeiro prefácio... E eu ainda o estou fazendo. Samuel Edward Konkin III, fevereiro de 1983

O Libertarismo investigou a natureza do homem para explicar seus direitos derivados da não- coerção. Imediatamente se seguiu que o homem (mulher, criança, marciano, etc.) tinha um direito absoluto à sua vida e outras propriedades - e nenhuma mais. Assim a filosofia Objetiva se tornou parte do Libertarismo. O Libertarismo perguntou por que a sociedade não era libertária agora e encontrou o Estado, sua classe dominante, sua camuflagem e os heróicos historiadores que se esforçam para revelar a verdade. Assim a História Revisionista se tornou parte do Libertarismo. A Psicologia, como desenvolvida especialmente por Thomas Szasz como contra-psicologia, foi abraçada pelos libertários que buscavam se libertar tanto das limitações estatais quanto do auto-aprisionamento. Procurando uma arte para expressar o potencial horror do Estado e extrapolar as muitas possibilidades da liberdade, o Libertarismo encontrou a Ficção Científica na área. Das esferas política, econômica, filosófica, psicológica, histórica e artística, os partidários da liberdade viram um todo, integrando sua resistência com a dos outros, e se aproximaram enquanto tomavam suas consciências. Assim os Libertários se tornaram um Movimento. O Movimento Libertário olhou em volta e viu o desafio: em todos os lugares, Nosso Inimigo, o Estado, desde as profundezas do oceano até as áridas estações da superfície lunar, em todas as terras, pessoas, tribos, nações - e em toda mente individual. Alguns procuraram uma aliança imediata com outros oponentes da elite dominante para destituir quem presentemente controla o estado. 5 Alguns tentaram um confronto imediato com os agentes do Estado. 6 Alguns tentaram colaborar com aqueles no poder que ofereciam menos opressão em troca de votos.7 Alguns se abrigaram no esclarecimento de longo prazo da população para construir e desenvolver o Movimento.8 Em todos os lugares, uma Aliança Libertária de ativistas surgiu. Os Círculos mais Altos do Estado não pretendiam abrir mão de seus saques e restituir a propriedade de suas vítimas ao primeiro sinal de oposição. O primeiro contra-ataque veio dos anti-princípios já plantados pela corrupta Casta Intelectual: Derrotismo, Recuísmo, Minarquia, Colaboracionismo, Gradualismo, Monocentrismo e Reformismo - incluindo a aceitação de oficiais do Estado para "melhorar" o Estatismo! Todos esses anti-princípios (desvios, heresias, princípios auto-destrutivos, etc.) serão abordados mais tarde. O pior de todos é o Partidarismo, o anti-conceito de se buscar fins libertários através de meios estatistas, especialmente através de partidos políticos. Um Partido "Libertário" ["Libertarian" Party] foi o segundo contra-ataque do Estado disparado contra os Libertários, primeiro como um ridículo oxímoro 10, depois como um exército invasor11. O terceiro contra-ataque foi uma tentativa por um dos dez mais ricos capitalistas dos Estados Unidos de comprar as maiores instituições Libertárias - não apenas o Partido - e dirigir o movimento como os outros plutocratas dirigem todos os outros partidos políticos em estados capitalistas. O grau de sucesso que esses contra-ataques estatistas tiveram em corromper o libertarismo levou a uma divisão da "Esquerda" do Movimento e a uma desesperante paralisação dos outros. Enquanto a desilusão crescia com o "Libertarismo", os desiludidos procuravam

respostas a este novo problema: o Estado por dentro assim como o Estado por fora. Como nós evitamos ser usados pelo Estado e sua elite de poder? Isto é, eles perguntavam, como nós podemos evitar desvios do caminho da liberdade quando sabemos que há mais que um? O mercado tem muitos caminhos para a produção e o consumo de um produto, e nenhum é perfeitamente previsível. Então, mesmo se alguém nos disser como sair daqui (do Estatismo) para lá (para a liberdade), como saberemos que esse é o melhor caminho? Alguns já estão costurando as velhas estratégias dos movimentos há muito tempo mortos com outros fins. Novos caminhos estão de fato sendo oferecidos - de volta ao Estado. A traição, inadvertida ou planejada, continua. Não precisa ser assim. Embora ninguém possa prever a seqüência de passos que sem dúvida alcançarão uma sociedade livre de indivíduos de vontade livre, nós podemos eliminar de uma vez todos aqueles que não avançarão a Liberdade, e aplicar os princípios do Mercado, que sem hesitação mapeará o terreno a ser viajado. Não há Um Caminho, uma linha reta para a Liberdade, para ser claro. Mas há uma família de linhas, um Espaço cheio de linhas, que levarão o libertário ao seu objetivo da sociedade livre, e esse Espaço pode ser descrito. Uma vez que o objetivo seja estabelecido e que os caminhos sejam descobertos, resta somente a Ação do indivíduo para sair daqui e chegar até lá. Acima de tudo, este manifesto clama por essa Ação. Notas: 1 Devo a Robert LeFevre esse insight, embora nós tiremos conclusões diferentes. 2 Obrigado, Albert J. Nock, por essa frase. 3 O moderno Libertarismo é melhor explicado por Murray Rothbard em For A New Liberty, o qual, a despeito de sua recente edição, está sempre um ano ou mais atrasado. Recomendar mesmo o melhor trabalho sobre o libertarismo é como recomendar uma canção para explicar a música em todas as suas formas. 4 Obrigado, Ludwig von Mises. 5 Radical Libertarian Alliance, 1968-71. 6 Student Libertarian Action Movement, 1968-72, mais tarde revivida brevemente como um proto-MLL. 7 Citizens for a Restructured Republic, 1972, formada por membros da RLA desiludidos com a revolução. 8 Society for Individual Liberty, 1969. Também o Rampart College (agora extinto) e a Foundation for Economic Education e o Free Enterprise Institute, os quais existiam antes da explosão libertária de 1969. 9 Principalmente a California Libertarian Alliance, 1969-73. O nome é mantido vivo ainda por patrocínio de conferências no Reino Unido. 10 O primeiro "Libertarian" Party foi estabelecido por Gabriel Aguilar e Ed Butler na California em 1970 como uma casca vazia para ganhar acesso à mídia. (Aguilar, um galambosiano, era ferrenhamente anti- político.) Até mesmo o "L"P de Nolan foi ridicularizado e desprezado por Murray Rothbard no primeiro ano de sua existência.

Agorismo: Nosso Objetivo O princípio básico que leva um libertário do Estatismo à sua sociedade livre é o mesmo que os fundadores do libertarismo usaram para descobrir a própria teoria. Que o princípio é consistência. Assim, a consistente aplicação da teoria do libertarismo a toda ação do indivíduo libertário cria uma sociedade libertária. Muitos pensadores expressaram a necessidade por consistência entre meios e fins e nem todos eram libertários. Ironicamente, muitos estatistas argumentaram que há uma inconsistência entre fins louváveis e meios desprezíveis; contudo, quando seus objetivos verdadeiros de maior poder e opressão são compreendidos, se vê que seus meios são muito consistentes. É parte da mística estatista confundir a necessidade de consistência entre fins e meios; é, assim, a atividade mais crucial do teórico libertário expor inconsistências. Muitos teóricos fizeram isso admiravelmente; mas muitos tentaram e falharam em descrever os meios e fins consistentes do libertarismo. Se este manifesto está ou não correto pode ser determinado pelo mesmo princípio. Se não houver consistência, então tudo isto não faz sentido; na verdade, a linguagem é então meros sons sem sentido e a existência é uma fraude. Isso não pode ser superenfatizado. Se uma inconsistência for descoberta nestas páginas, então a reformulação consistente é o Novo Libertarismo, não o que foi encontrado em erro. O Novo Libertarismo (agorismo) não pode ser refutado sem a Liberdade ou a Realidade (ou ambos) serem refutadas, só uma formulação incorreta da doutrina pode fazer isso. Comecemos por contemplar o nosso objetivo. Como parece uma sociedade livre, ou pelo menos uma sociedade tão livre quanto podemos sonhar alcançar com nosso presente entendimento? Sem dúvida, a sociedade mais livre até hoje idealizada é a de Robert LeFevre. Todas as relações entre as pessoas são voluntárias - um livre mercado. Ninguém vai ferir ou agredir os outros de forma alguma. É claro, muito mais que o Estatismo teria que ser eliminado da consciência individual para sua sociedade existir. O fator mais prejudicial dessa sociedade perfeitamente livre é a falta de um mecanismo de correção.3 Tudo o que é necessário é uns poucos praticantes de coerção que usufruam de seus saques suficientemente para que a liberdade esteja morta. Mesmo se nós todos estivermos vivendo livres, um passo em falso, uma pessoa lendo a velha história ou redescobrindo o mal por si mesma, vai "deslibertar" a sociedade perfeita. A segunda melhor sociedade livre é uma sociedade Libertária. A eterna vigilância é o preço da liberdade (Thomas Jefferson) e pode ser possível ter um pequeno número de indivíduos no mercado prontos para se defenderem contra agressões esporádicas. Ou grandes números podem reter suficiente conhecimento e habilidade para usar o conhecimento de autodefesa básica para deter ataques aleatórios (o praticante da coerção nunca sabendo quem é bem treinado em defesa) e eliminar a lucratividade da iniciação de violência sistemática. Mesmo assim, permanecem dois problemas excepcionalmente difíceis para esse sistema de "Anarquia com defesa espontânea". O primeiro é o problema de defender aqueles que estão

notoriamente desprotegidos. Isso pode ser mitigado pelo avanço da tecnologia para pessoas débeis tetraplégicas (assumindo-se que isso não seja resolvido por tecnologia suficiente) e para crianças muito jovens, que requerem muita atenção de qualquer forma. E há aqueles que, por um breve período de tempo ficam desprotegidos e casos ainda mais raros daqueles que são esmagados por iniciadores de violência querendo testar suas habilidades contra um alvo provavelmente mais fraco. (O último caso é mais raro simplesmente por causa do alto risco e do baixo retorno sobre o investimento.) Aqueles que não precisam - e não devem - ser defendidos são aqueles que deliberadamente escolhem não ser: os pacifistas. LeFevre e seus discípulos não precisam nunca temer que algum Libertário vá usar métodos que eles consideram repugnantes para defendê-los. (Será que eles podem usar um button de uma pomba para reconhecimento rápido?) Mais importante é o que é feito com o iniciador de violência após a defesa. O caso no qual a propriedade de alguém é violada com sucesso e a pessoa não está lá para protegê-la vem à mente. E finalmente, embora na verdade um caso especial do anterior, a possibilidade de fraude e de outras formas de violação de contrato. Esses casos podem ser resolvidos por um conflito primitivo ou socialmente - isto é, através da intervenção de uma terceira parte que não tem nenhum interesse na vitória de nenhuma das partes em disputa. Este caso é o problema fundamental da sociedade. Quaisquer tentativas de forçar uma solução contra a vontade das duas partes viola os princípios Libertários. Então um conflito que não envolva risco a outras partes é aceitável - mas pouco lucrativo ou eficiente ou mesmo civilizado (esteticamente aprazível) a não ser para alguns poucos cultistas. A solução então requer um juiz, uma "testemunha neutra" ou um árbitro. Uma vez que o árbitro de uma disputa ou o juiz de uma agressão fez seu julgamento e comunicou a decisão, a execução da decisão pode ser requerida. (Os pacifistas podem escolher a arbitragem sem execução, por sinal.) O seguinte sistema de mercado foi proposto por Rothbard, Linda e Morris Tannehill e outros; ele não precisa ser definitivo e pode ser melhorado por avanços na teoria e na tecnologia (como este autor já fez). Neste estágio da história, ela parece a melhor e é apresentada aqui como o modelo inicial de trabalho. Primeiro, sempre deixando de fora aqueles que escolhem não participar, a pessoa se assegura contra agressão ou roubo. É possível até mesmo estabelecer o valor para própria vida em caso de assassinato (ou homicídio involuntário), o qual pode variar desde tirar a vida do iniciador de violência a tomar os órgãos substituíveis (a depender da tecnologia) para restaurar a vida ao pagamento de uma fundação para continuar o trabalho da pessoa em vida. O que é crucial aqui é que a vítima estabeleça um valor para sua vida, corpo e propriedade antes do acontecimento. (Bens comerciáveis podem simplesmente ser repostos ao preço do mercado. Veja adiante.) A vê que sua propriedade desapareceu e avisa à companhia de seguros IA. A IA, através de outra divisão ou através de uma agência separada de detetives D, investiga. A IA prontamente restitui o objeto a A para que a perda do uso do bem seja minimizada.6 Agora, D pode fracassar na tentativa de encontrar a propriedade desaparecida. Neste caso, o

sistemas estatistas) e para minimizar o juro incorrido. Finalmente, perceba todos os incentivos embutidos para uma justiça eficiente e rápida e para a restauração com o mínimo de problemas e violência. Contraste isso com todos os outros sistemas em operação; note também que em partes todo esse sistema foi tentado com sucesso através da história. Apenas o todo é novo e exclusivo à Teoria Libertária. Esse modelo de restauração foi explicado tão especificamente, embora ele possa ser melhorado e desenvolvido, porque ele resolve o único problema social que envolve qualquer tipo de violência. O resto dessa sociedade Libertária pode ser melhor imaginada pelos criativos autores de ficção científica com uma boa base na praxeologia (o termo de Mises para o estudo da ação humana, especialmente, mas não somente, a economia). Algumas marcas dessa sociedade - libertária em teoria e de livre-mercado na prática, chamada agorista, do grego "ágora", significando "mercado aberto" - são as rápidas inovações da ciência, tecnologia, comunicação, transportes, produção e distribuição. Um argumento complementar pode ser feito em relação à rápida inovação e desenvolvimento das artes e humanidades para equilibrar o progresso material; além disso, esse progresso não-material ocorreria provavelmente por causa da liberdade total em todas as formas de expressão artística não-violenta e de ainda mais rápida e completa comunicação delas para recipientes desejosos. A literatura libertária que exalta esses benefícios já é grande e cresce rapidamente. Devemos concluir esta descrição da teoria da restauração lidando-se com algumas das objeções mais comuns a ela. A maioria delas se reduz a desafios de estabelecer um valor aos bens ou pessoas violados. Deixar o impessoal mercado e a vítima decidir parece o mais justo tanto para a vítima quanto para o agressor. O último ponto pode ofender alguns que pensam que a punição é necessária para o mal no pensamento; a reversibilidade do fato não é suficiente para eles. Embora nenhum deles tenha desenvolvido uma base moral para a punição, Rothbard e David Friedman em particular argumentam pela necessidade econômica da detenção. Eles argumentam que qualquer percentagem de apreensão de menos de 100% dá uma pequena probabilidade de sucesso; assim, um "criminoso racional" pode escolher tomar o risco para seu ganho. Assim, detenção adicional precisa ser adicionada na forma de punição. Que isso vá diminuir o incentivo para o agressor se entregar e assim diminuir a taxa de apreensão não é considerado, ou talvez a punição deva ser estabelecida em durações ainda mais curtas para compensar a acelerada taxa de evasão. Enquanto isto é escrito, a menor taxa de evasão dos crimes definidos pelo estado é 80%; a maioria dos criminosos tem mais que 90% de chance de não serem capturados. Isto num sistema de punição-reabilitação onde nenhuma restauração ocorre (a vítima é mais saqueada ainda pela taxação para sustentar o sistema penal) e o mercado é banido. Podemos imaginar se há um "mercado vermelho" em expansão para a iniciação de violência não-estatal! Mesmo assim, essa crítica do sistema de restauração agorista não consegue perceber que há um fator "entrópico". O potencial agressor precisa comparar o ganho do objeto do roubo contra a perda do objeto mais juros mais custos de apreensão. É verdade que se ele se entregar imediatamente, os últimos dois são mínimos - mais também são os custos da vítima e da seguradora.

Não apenas a restauração agorista é felizmente impeditivo em relação recíproca com a condescendência, mas o custo de mercado do fator apreensão permite uma medição quantificável precisa do custo social da coerção na sociedade. Nenhum outro sistema proposto até hoje faz isso. Como muitos libertários dizem, a liberdade funciona. Em lugar algum da teoria da restauração agorista os pensamentos do agressor entram em cena. Presume-se apenas que o agressor seja um agente humano e responsável por suas ações. Além disso, da conta de quem é o que alguém pensa? O que é relevante é o que o agressor faz. Pensamento não é ação; no pensamento, ao menos, a anarquia permanece absoluta. Se você vir chocado que eu voei por sua janela e a quebrei, e então se certificar que todos vão continuar a viver, você não vai se preocupar particuparmente se eu dei um passo em falso e caí enquanto estava caminhando por perto, ou se eu agi num impulso de raiva irracional pulando, ou mesmo se foi um plano premeditado para distrair uns seguranças para evitar que eles notassem um ladrão de banco. O que você quer é sua janela de volta prontamente (e a bagunça arrumada). O que eu penso é irrelevante para sua restauração. Na verdade, pode ser facilmente demonstrado que mesmo o menor gasto de energia nesse assunto é puro desperdício. Motivação - ou motivação suspeita, que é tudo o que podemos saber8 - pode ser relevante para a detecção ou mesmo para provar a plausibilidade da ação do agressor para um árbitro se houver dois suspeitos igualmente prováveis, mas tudo o que importa para a justiça - como o libertário a vê - é que a vítima tenha sido restituída a uma condição tão similar quanto possível à de antes da agressão. Deixe Deus ou a consciência punir os "pensamentos culpados". Outra objeção levantou preocupações sobre o que será feito com os iniciadores de violência que pagaram seu débito (ao indíviduo, não à "sociedade") e estão "livres" para tentar de novo - com uma maior experiência. E a reincidência, tão prevalente na sociedade estatista? É claro, uma vez que é marcada como agressora, a pessoa provavelmente será vigiada mais de perto e lembrada primeiro quando um crime similar for cometido. E enquanto que campos de trabalho podem ser usados para pagar a restituição em alguns casos extremos, a maioria dos agressores poderá trabalhar em relativa liberdade. Assim, nenhuma "insituição de ensino do crime" como as prisões existirão para educar e encorajar a agressão. A distinta característica de um sistema altamente eficiente e preciso de julgamento e proteção será que ele ocupará uma fração insignificante do tempo, do pensamento e do dinheiro dos indivíduos. Pode-se então argumentar que nós não retratamos 99% da sociedade agorista. E quanto à eliminação da auto-destruição (com que o Libertarismo não lida), exploração espacial e colonização, extensão da vida, aumento da inteligência, relações interpessoais e variações estéticas? Tudo o que realmente pode e deve ser dito é que onde o homem presente precisa gastar a metade ou mais de seu tempo e energia servindo ou resistindo ao Estado, esse tempo-energia (definição média de ação) será utilizável para todos os outros aspectos do desenvolvimento próprio e da natureza. É necessária uma visão cínica da humanidade para imaginar qualquer coisa além de uma sociedade mais rica e feliz. Este então é um esboço do nosso objetivo com um maior foco no aspecto da justiça e da proteção. Nós temos o "aqui" e o "lá". Agora vamos ao caminho - a Contra-Economia.

onde todas essas transações de preferência temporal se ajustam no livre mercado define a taxa de juro básica ou originária para todos os empréstimos e investimentos de capital. 7 Murray Rothbard assume a posição mais moderada aqui: ele advoga a dupla restauração; isto é, não apenas o agressor deve restituir à vítima a condição anterior à agressão (tanto quanto possível), precisa se tornar ele mesmo uma vítima equivalente! Não apenas essa duplicação parece arbitrária, mas em lugar algum Rothbard fornece uma base moral para a punição, nem mesmo para o "cálculo moral" (a la Bentham). Outros são ainda piores, exigindo um saque ainda maior do agressor apreendido, tornando provável que apenas o mais estúpido que tenha cometido um erro momentâneo se entregasse à justiça, e que as pessoas prefeririam fugir e aumentar os custos dos apreensores. Muitos neo-randistas atirariam numa criança por roubar um doce (Gary Greenberg, por exemplo); outros acorrentariam adolescentes às próprias camas para pagar por seus erros triviais. Essa é apenas uma parte do horror, no entanto. Uma caricatura mais grosseira de justiça é proposta por aqueles que não pretendem restituir ou mesmo levemente punir mas reabilitar os iniciadores de violência. Enquanto que alguns dos mais esclarecidos entre os reabilitadores aceitariam o sistema concorrente de restituição, eles tomariam o direito da vítima de delegação de seu direito de autodefesa (a base de toda ação legal) para encarcerar os criminosos e lhes aplicar uma lavagem cerebral. Não contentes com a punição da pessoa, com a punição física dela, a relativa piedade de uma tortura física cruel, os reabilitadores querem a destruição dos valores e da motivação, isto é, a aniquilação do Ego. Numa linguagem mais florida mas merecida, eles desejam devorar a alma do agressor apreendido! 8 Se a telepatia fosse descoberta e praticamente alcançável, seria possível ao menos investigar o motivo e a intenção; ainda assim, o único uso numa sociedade agorista seria para pedidos de clemência - clemência aos custos da vítima. Esta nota também é relevante ao parágrafo seguinte, por isso é duas vezes mostrada. 9 Uma boa pergunta é quando a "punição" começou? O conceito é aplicável somente aos escravos que não tem nada a perder além de uma falta de dor, ao mais sem valor que existe e às crianças que são incapazes de pagar por restituição e são consideradas inadequadamente responsáveis para incorrer em débito. É claro, uma economia primitiva geralmente tinha muitos problemas com a racionalidade e a tecnologia para fonecer detecções confiáveis e medidas de valor. Ainda assim algumas sociedades primitivas, como a irlandesa, a islandesa e a ibo, introduziram sistemas de restituição para compensar a vingança - e prontamente evoluíram a quasi-anarquias.

Contra-Economia: Nosso Meio Tendo detalhado nosso passado e presente estatistas e esboçado um retrato razoável de uma sociedade muito superior atingível com nosso presente conhecimento e tecnologia - nenhuma mudança na natureza humana é necessária -, nós chegamos à parte crítica do manifesto: como nós vamos daqui para lá? A resposta se quebra em duas naturalmente - ou talvez não-naturalmente. Sem um Estado, a diferenciação entre micro (manipulação do indivíduo por si mesmo em seu ambiente - incluindo o mercado) e macro (manipulação de coletivos) seria no máximo um interessante exercício estatístico com alguma pequena referência às agências do mercado. Mesmo assim, uma pessoa decente pode desejar entender as conseqüências sociais de seus atos mesmo se eles não prejudicarem ninguém. Com o Estado contaminando todo ato e sujando nossas mentes com culpa desmerecida, se torna extremamente importante entender as conseqüências sociais de nossos atos. Por exemplo, se nós não pagarmos impostos e conseguirmos sair impunes, quem será prejudicado? Nós? O Estado? Inocentes? A análise Libertária nos mostra que o Estado é responsável por qualquer dano a inocentes que ele alega que o "sonegador de impostos egoísta" causou; e os "serviços" que o Estado nos "provê" são ilusórios. Mas mesmo assim, é necessário haver mais do que uma resistência engenhosamente escondida ou desistências? Se um partido político ou exército revolucionário é inapropriado e auto- destrutivo para os objetivos libertários, que ação coletiva funciona? A resposta é o agorismo. Ele é possível, prático e até mesmo lucrativo levar grandes porções da sociedade estatista para a ágora. Essa é, no sentindo mais profundo, uma atividade verdadeiramente revolucionária e será abordada no próximo capítulo. Mas para entender esta resposta macro, nós precisamos primeiro delinear a resposta micro. A função da pseudo-ciência econômica do Establishment, ainda mais que fazer predições (como os adivinhos do Império Romano) para a classe dominante, é mistificar e confundir a classe dominada quanto a para onde sua riqueza está indo e como ela é tomada. Uma explicação de como as pessoas mantêm suas riquezas e propriedades longe do Estado é, então, a economia do Contra-Establishment, ou Contra-Economia2, abreviadamente. A prática real das ações humanas que evadem, evitam e desafiam o Estado é a atividade contra-econômica, mas da mesma forma escorregadia que "economia" se refere tanto à ciência quanto ao que ela estuda, o termo Contra-Economia será usado. Uma vez que este texto é a própria teoria Contra-Econômica, o que será referido como Contra-Economia é a prática. Mapear e descrever toda ou pelo menos uma parte significativamente útil da Contra- Economia requerirá pelo menos um volume inteiro.3 O que será esboçado aqui será somente o suficiente para possibilitar um entendimento do resto do manifesto. Ir de uma sociedade agorista a uma sociedade estatista é um trabalho ladeira acima, equivalente ao caminho de uma alta entropia negativa na física. Afinal, uma vez que se está vivendo numa e compreendendo uma sociedade livre bem estabelecida, por que se quereria retornar à coerção sistemática, ao saque e à ansiedade? Disseminar ignorância e irracionalidade entre os instruídos e racionais é difícil: mistificar aquilo que já está claramente compreendido é quase impossível. A sociedade agorista deve ser razoavelmente estável em relação à decadência, embora altamente aberta à melhorias.

Além de uns poucos esclarecidos Novos Libertários tolerados nas áreas mais liberais das estatistas ao redor do globo ("tolerância" existe em relação ao grau de contaminação libertária do Estatismo), nós agora percebemos algo mais: grandes números de pessoas que estão agindo de forma agorista com pouco entendimento de qualquer teoria, mas que são induzidas pelo ganho material a evadir, evitar ou desafiar o Estado. Não teriam certamente um grande potencial? Na União Soviética, um bastião do arqui-Estatismo e uma quase totalmente arruinada economia "oficial", um mercado negro gigante fornece tudo aos russos, armenos, ucranianos e outros, desde comida e consertos de televisão até papéis oficiais e favores da classe dominante. Como reporta o Guardian Weekly, Burma é um mercado negro quase total com o governo reduzido ao exército, à polícia e a uns poucos políticos. Em graus variados, isso é verdade em relação a quase todos os países do Segundo e Terceiro Mundos. E quanto ao "Primeiro" Mundo? Nos países social-democratas, o mercado negro é menor porque o "mercado branco" de transações de mercado legalmente aceitas é maior, mas o primeiro ainda assim é bastante proeminente. A Itália, por exemplo, tem um "problema" com grande parte de seu serviço público, que trabalha oficialmente de 7h da manhã às 2h da tarde, trabalhando não-oficialmente em vários empregos no resto do dia, ganhando dinheiro "negro". A Holanda tem um grande mercado negro no mercado residencial, por causa da alta regulação dessa indústria. A Dinamarca tem um movimento de evasão de impostos tão grande que aqueles nele seduzidos pela política formaram o segundo maior partido. E esses são apenas os exemplos mais grosseiros que a imprensa quis ou foi capaz de descobrir. Controles de moeda são evadidos em larga escala; na França, por exemplo, se assume que todos possuem uma quantidade de ouro e viagens para a Suíça para mais do que turismo e esqui são comuns. Para realmente apreciar o alcance dessa atividade contra-econômica, é preciso observar as economias "capitalistas" relativamente livres. Observemos os mercados negro e cinzento5 na América do Norte e lembremos que estes são os casos de menor atividade no mundo hoje em dia. De acordo com o American Internal Revenue Service [N.T.: Receita Federal americana], pelo menos vinte milhões de pessoas pertencem à "economia subterrânea" de sonegadores de impostos usando dinheiro para evitar detecções das transações ou escambo. Milhões mantêm dinheiro em ouro ou em contas estrangeiras para evitar a taxação às escondidas da inflação. Milhões de imigrantes ilegais estão empregados, de acordo com o Immigration and Naturalization Service [N.T.: serviço de imigração dos Estados Unidos]. Milhões mais consomem ou lidam com maconha e outras drogas proibidas, incluindo laetrile e materiais médicos proibidos. E aí estão todos os praticantes de "crimes sem vítima". Além do uso de drogas, há a prostituição, a pornografia, o bootlegging, papéis de identificação falsos, jogos e condutas sexuais proibidas entre adultos conscientes. Apesar dos "movimentos de reforma" para ganhar aceitação política desses atos, a população escolheu agir agora - e fazendo isso estão criando a contra-economia. Mas não pára aí. Desde que o limite de velocidade federal de 55 milhas por hora entrou em vigor nos Estados Unidos, a maioria dos americanos se tornou motoristas contra- econômicos. A indústria de caminhões desenvolveu comunicações contra-econômicas para escapar das regulações estatais. Para os independentes que podem fazer quatro corridas a

75 milhas por hora em vez de três corridas a 55 milhas, a direção contra-econômica é uma questão de sobrevivência. O antigo costume do contrabando prospera atualmente com carregamentos em barcos de maconha, altas tarifas estrangeiras e milhares de pessoas de países menos desenvolvidos aos turistas escondendo dos agentes da alfândega um pouco mais em suas bagagens. Quase todos falseiam de alguma forma seus formulários de impostos, fazem caixas-dois, comércio irregular com parentes e posições sexuais ilegais com seus parceiros. Em certa medida, portanto, todos são contra-economistas! E isso é previsível pela teoria libertária. Quase todo aspecto da ação humana tem uma legislação estatal que a proíbe, regula, ou controla. Essas leis são tão numerosas que um Partido "Libertário" que impedisse qualquer nova legislação de entrar em vigor e repelisse dez ou vinte leis por sessão não teria afetado significativamente o Estado (para não falar do próprio mecanismo!) por um milênio! Obviamente, o Estado é incapaz de executar seus decretos. Contudo, o Estado sobrevive. E se todos são de alguma forma contra-economistas, por que a Contra-Economia ainda não esmagou a economia? Fora da América do Norte nós podemos adicionar o efeito do imperialismo. A União Soviética recebeu suporte dos países mais desenvolvidos nos anos 1930 e grandes quantidades de armas durante a Segunda Guerra Mundial. Mesmo hoje em dia, o "comércio" altamente subsidiado por empréstimos não-repagáveis mantêm os regimes soviético e chinês. Esse capital (ou anti-capital, por ser destrutivo de valor) que flui, junto com ajuda militar, de ambos os blocos mantém os regimes do resto do globo. Mas isso não explica o caso norte- americano. O que existe em todo lugar da Terra que permite que o Estado sobreviva é a sanção da vítima. Toda vítima do Estatismo internalizou o Estado a algum grau. A declaração anual do IRS [N.T: Internal Revenue Service, a Receita Federal americana] que o imposto de renda depende da "cooperação voluntária" é ironicamente verdadeira. Se os pagadores de impostos cortassem completamente a oferta de sangue, o Estado vampiro pereceria completamente, com sua polícia e seu exército desertando por falta de pagamento quase que imediatamente, privando o Monstro de suas presas. Se todos abandonassem o papel- moeda em favor do ouro e dos bens em contratos e outras trocas, é duvidoso que mesmo a taxação pudesse sustentar o Estado moderno. Aqui é onde o controle estatal da educação e da mídia, diretamente ou através da classe dominante, se torna crucial. Nos anos anteriores, os sacerdotes estabelecidos serviam à função de santificar o rei e a aristocracia, mistificar as relações de opressão e induzir culpa aos evasores e resistentes. A queda da religião pôs esse fardo sobre a nova classe intelectual (o que os russos chamaram de intelligentsia). Alguns intelectuais, que têm a verdade como seu maior valor (como tinham anteriormente teólogos e clérigos dissidentes), trabalhavam na clarificação e não na mistificação, mas eles são repudiados ou demonizados e não têm recursos provindos do Estado ou de fundações controladas por ele; é assim gerada a atitude de antiintelectualismo entre a população, que suspeita ou compreende incompletamente a função dos Intelectuais da Corte. Perceba bem como os intelectuais anarquistas são atacados e reprimidos sob todo Estado; e