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objetivo do presente artigo é discutir a utilização do lúdico no ensino superior como uma estratégia auxiliar do processo de ensino-aprendizagem, considerando-se apenas este processo mas também o processo da formação do educando como sujeito . A importância em discutir o lúdico como uma proposta metodológica para a construção do conhecimento, deve-se ao fato da ludicidade constituir-se cultura humana, permitindo desta forma o resgate da formação no ensino superio
Tipologia: Trabalhos
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Beatriz Machado Mestre em Educação – Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Veridiana S. Wojcickoski Acadêmica do curso de Letras – Faculdade de Telêmaco Borba (FATEB) RESUMO: O objetivo do presente artigo é discutir a utilização do lúdico no ensino superior como uma estratégia auxiliar do processo de ensino-aprendizagem, considerando-se apenas este processo mas também o processo da formação do educando como sujeito. A importância em discutir o lúdico como uma proposta metodológica para a construção do conhecimento, deve-se ao fato da ludicidade constituir-se cultura humana, permitindo desta forma o resgate da formação no ensino superior. A educação no ensino superior passa atualmente por profunda revisão dos seus objetivos. Portanto, revendo toda a sua proposta, o que requer novas metodologias que possam resultar, na formação de profissionais autônomos, criativos, que usem da flexibilidade, resiliência, criticidade e que sejam cidadãos atuantes na sua realidade. Assim, as brincadeiras, jogos, anedotas, charadas, adivinhas, e outros, possam ser vistos como estratégias para a elaboração de conceitos e na construção do conhecimento. PALAVRAS-CHAVES : Ludicidade, Ensino Superior, Metodologia, Mercado de Trabalho. ABSTRACT: The purpose of this article is to discuss the use of the play in higher education as an auxiliary starategy of the teaching-learning process, considering not only this process but also the pupil`s breeding process as individual. The importance in discuss the play as a methodological purpose for the knowledge building, applies to the fact that it consists of human culture, allowing this way the ransom of the higher education breeding. At this moment the teaching in the higher education pass by deep review of its objectives. Therefore, reviewing its entire proposal, what requests new methodologies than can result, in the instruction of autonomous professionals, creative, that use flexibility, resilience, motes criticality and to be engaged citizens in their own reality. So, the plays, games, anecdotes, charades, puzzles, and other, can be seen as to strategies to elaboration of concepts and in the knowledge construction KEYWORDS: Playing, Higher Education, Methodology, Labour Market.
Atualmente a formação no ensino superior passa por profundas mudanças a partir dos avanços na ciência e na tecnologia, que por sua vez ocasionaram transformações nas dimensões da sociedade e consequentemente na educação. Diante disso, a educação ao sofrer as influências acima citadas passa a ser questionada e também reorganizada na sua finalidade, e seus objetivos, currículos e metodologias, a partir das produções e nas diversas concepções teóricas e tendências, que resultam em propostas educacionais utilizadas como embasamento teórico para as práticas educativas dos cursos de formação. Assim, revendo-se as metodologias que eram utilizadas pelas propostas tradicionais percebe-se a necessidade de revisita-las para obter-se um novo perfil profissional, agora solicitado pelo mercado de trabalho. O atual perfil profissional requer que os profissionais sejam autônomos, criativos, trabalhem em grupos e possuam equilíbrio emocional. A formação profissional por ser imprescindível para atuação no mundo do trabalho, reorganiza-se agora para responder às novas necessidades e exigências atualmente evidenciadas. Desta forma, agora as metodologias educacionais passam a ter uma concepção de ensino-aprendizagem na qual a ênfase maior está no processo de aquisição significativa do conhecimento pelo educando e na conseqüente elaboração de conceitos, utilizando-se atividades que estimulem o desenvolvimento do novo perfil profissional. Os novos procedimentos educacionais para serem utilizados no ensino superior, devem considerar a característica dos alunos, adolescentes e adultos. Acredita-se assim que as atividades lúdicas, tais como: anedotas, dramatizações, jogos, adivinhas, músicas, etc... irão contribuir na construção do conhecimento, e no desenvolvimento pessoal, social e cognitivo , desta faixa etária. O presente artigo pretende discutir a utilização do lúdico como uma estratégia auxiliar no ensino superior para auxiliar no processo de construção do conhecimento, não apenas considerando este processo como também o da formação do educando como sujeito social e ao mesmo tempo, permitindo a formação de um novo perfil profissional que dê conta das novas solicitações da vida social e do mercado de trabalho.
O quadro citado, altera o nosso cotidiano, acarretando conseqüências no aspecto emocional e social, O aspecto emocional, é influenciado pela velocidade dos acontecimentos, já que a pressão econômica e o pouco tempo para participar de atividades em grupo, aumenta a tensão emocional, dificultando a realização de atividades que permitam a descarga emocional. Com relação ao aspecto social, a atividade em grupo, se faz cada vez menos freqüente, apesar de utilizar um modo de produção flexível, que em si traz a ação em grupo. A tecnologia, por sua vez, na contramão, isola a pessoa, do contato com o outro seja este parceiro de trabalho, amigo ou membro da família. Assim o contato entre as pessoas, passa a ser cada vez menor no dia-a-dia, deixando assim um vazio na dimensão social. Outro fator que acarreta esta conseqüência são as relações sociais construídas no trabalho: à medida em que a competição pelo espaço no mercado de trabalho aumenta, as relações existentes na área profissional ficam cada vez mais enfraquecidas. Portanto, esta realidade, pode ser uma forte tendência nas próximas décadas, a menos que haja uma alteração neste panorama. É importante que se atente para as novas questões sociais e emocionais do homem do séc. XXI. O Ensino Superior e seus desafios: Segundo D’ Ambrósio (apud COSTA, 2008,p.10) “ O mundo atual está a exigir outros conteúdos, naturalmente outras metodologias, para que se atinjam os objetivos maiores da criatividade e cidadania plena”. O ensino superior, deve formar não apenas profissionais, mas também cidadãos com capacidade de se estabelecer no mercado de trabalho, possuindo não só o conhecimento técnico mas também, novas competências, e com condições de desenvolver-se enquanto pessoa plena. Partindo-se do pressuposto de que a educação superior no século XXI passa por novas solicitações, tem-se uma (...) maior consciência sobre a sua importância vital tanto para o desenvolvimento sociocultural e econômico como para a construção
do futuro, diante do qual as novas gerações deverão estar preparadas com novas habilitações, conhecimentos e ideais.(Declaração Mundial sobre a Educação Superior no Séc.XXI,1998,p.1) Neste momento histórico se faz necessário e urgente, inserir nos debates sobre a formação no terceiro grau, a dimensão humana e também a formação para a valorização da diversidade humana. Ao se deparar com estes novos desafios, o ensino superior, passa a rever a sua forma de entender o processo de ensinar, ou seja, a metodologia das aulas utilizadas, procura atender à dimensão humana, para a transmissão do conhecimento, permitindo desenvolver os aspectos sociais e emocionais do aluno do terceiro grau. Costa (2008, p.1.) afirma que aulas tradicionais já não satisfazem a essas demandas, necessitamos inovar, ressignificar a ação pedagógica, principalmente no ensino superior, buscar novas metodologias que atendam às necessidades atuais, sendo preciso, às vezes, resgatar idéias e práticas educativas que se adequaram a essas necessidades, mas foram sendo deixadas de lado com o passar do tempo. Dessa maneira, o terceiro grau torna-se um campo de estudos para os professores, já que estes devem buscar formar indivíduos aptos para o mercado de trabalho, e também cidadãos capazes de interpretar a sua realidade e transformá-la, bem como pessoas com equilíbrio emocional que sejam capazes de trabalhar em grupo. Para conseguir atingir tais objetivos, são necessárias estratégias de ensino- aprendizagem inovadoras, que possibilitem adequar a proposta do ensino superior as demandas do mercado de trabalho. A criação de novas estratégias, exige que os professores do ensino superior busquem e questionem a sua postura diante da metodologia educacional empregada em sala de aula, o que sem dúvida, acarretará em novos questionamentos sobre a sua atuação enquanto docente no terceiro grau. Antes de mais nada, devemos considerar que o docente do ensino superior, aplica em sala de aula o que lhe foi ensinado durante a sua formação profissional. Ao questionar a sua própria formação, o docente, vê-se diante da seguinte situação: o que aprendeu e a forma como aprendeu, sendo que esta não mais atende à sua realidade e nem ao que lhe é solicitado. E ao tentar mudar a sua forma de ensinar, não tem em sua experiência de vida, outras formas alternativas de procedimentos
organizações, o que sem dúvida irá alterar a sua forma de ser, pensar e agir, sobre as questões do seu dia-a-dia profissional e pessoal. A base produtiva agora é o conhecimento, portanto, este passa a ser o fator diferencial tanto das pessoas quanto das organizações. O que sem dúvida reorganiza toda a visão das organizações sobre a qualidade do conhecimento envolvido no processo produtivo, seja no nível da gestão quanto na produção propriamente dita. Assim, a relação da organização com os seus colaboradores mudam, já que os negócios também são realizados através das novas tecnologias e formas de comercialização. Segundo Moraes (1999,p.119): Com os negócios cada vez mais dinâmicos e sujeitos a constantes mudanças , a figura do profissional competente, criativo, responsável, com capacidade decisória, que trabalha em equipes multidisciplinares, passam a constituir a figura central das organizações. A atuação do profissional será realizada em um novo contexto organizacional, este tendo a capacidade de realizar a sua reorganização de forma rápida, onde o ambiente econômico é instável, devido a globalização das tecnologias de comunicação e do avanço da internacionalização da economia. O que implica em organizações com estruturas ágeis e com descentralização do poder e de execução das atividades, bem como, com capacidade de estabelecer parcerias com outras organizações, do mesmo país de sua origem ou outros países. Portanto, os profissionais deste novo contexto, deverão ter habilidades e condições para estarem [...] trabalhando em grupos autogerenciados, unidos por uma visão comum, são encorajados a agir com maior responsabilidade, criatividade e imaginação, assumindo riscos, tomando iniciativas, independentes do controle burocrático, comprometidos com o seu grupo mais do que apenas com o sucesso empresarial.( MORAES,1997,p.119) Ao apresentar tais habilidades os profissionais, deverão não apenas ter uma formação profissional, mas também pessoal, já que estes irão trabalhar em contextos grupais e com possibilidade de atuar em equipes interculturais, o que envolve conviver com a diversidade étnica.
Além disso, estes devem ter a capacidade de aprender a aprender, já que o ambiente organizacional é de aprendizagem, desta forma, os profissionais deverão ter facilidade em estar constantemente se renovando e percebendo os desafios, como novas possibilidades de aprendizagens, o que sem duvida, para ter tal capacidade os profissionais deverão possuir uma boa auto-estima e também confiança em si mesmo. Para tanto, a formação pessoal surge como uma nova necessidade do mercado de trabalho, já que o manter-se em constante equilíbrio emocional, mesmo que hajam situações de alta pressão no seu dia-a-dia profissional, para que isto ocorra é importante que o profissional/pessoa possua a capacidade de resiliência. Esta sendo, a Capacidade de vencer, viver, desenvolver-se positivamente, de maneira socialmente aceitável, apesar do estresse ou de uma adversidade que normalmente comportam o grave risco de uma saída negativa. (VANIESTENDAEL, apud POLETTI e DOBBS, 2007,p.6). A formação pessoal dos profissionais, também deve promover nestes a capacidade de criticidade diante da sua realidade e ao mesmo tempo de propor transformações que possam levar a sociedade ao seu desenvolvimento, respeitando as diferenças de idéias, crenças e valores humanos e considerando as questões sociais e ambientais deste momento histórico. Observa-se a discrepância entre países ricos dos pobres, bem como a má distribuição da riqueza no mundo todo, acarretando os problemas de desigualdade social, que por sua vez traz no seu bojo as mazelas da saúde, educação, condições adequadas de trabalho, oportunidade de trabalho e a destruição da natureza. Observa-se que o ensino superior neste século XXI, passa a ter a preocupação em estar atuando junto aos seus alunos, de forma a [...] educar estudantes para que sejam cidadãs e cidadãos bem informados e profundamente motivados, capazes de pensar criticamente e de analisar os problemas da sociedade, de procurar soluções aos problemas da sociedade e de aceitar responsabilidades sociais (Declaração Mundial da Educação Superior no Século XXI, 1998,p.8) Para conseguir realizar tal educação é fundamental que haja mudanças no ensino superior, desde a sua proposta curricular até as metodologias utilizadas para a transmissão do conhecimento.
[...]Devem ser estabelecidas políticas claras relativas a docentes de educação superior, que atualmente devem estar ocupados sobretudo em ensinar seus estudantes a aprender e a tomar iniciativas, ao invés de serem unicamente fontes de conhecimento. Devem ser tomadas providências adequadas para pesquisar, atualizar e melhorar as habilidades pedagógicas, por meio de programas apropriados de desenvolvimento de pessoal, estimulando a inovação constante dos currículos e dos métodos de ensino e aprendizagem, que assegurem as condições profissionais e financeiras apropriadas ao profissional, garantindo assim a excelência em pesquisa e ensino, de acordo com as provisões da Recomendação referente ao Estado do Pessoal Docente da Educação Superior aprovado pela Conferência Geral de UNESCO em novembro de 1997.[...] Nas propostas desta declaração para os docentes da educação superior, percebe- se a preocupação em promover um contexto de aprimoramento no processo de ensino e aprendizagem, onde os docentes devem ser estimulados a criar inovações que possam atender as solicitações de desenvolver novas habilidades em seus alunos. Para tanto, observa-se que devem ser desenvolvidas várias ações, dentre elas a criação de programas que possam melhorar as habilidades pedagógicas dos docentes. O que podemos pontuar é a distância observada entre o que deve ser feito e o que está sendo realizado. Sabe-se também, que, uma mudança desta envergadura não ocorre em um curto espaço de tempo e de maneira isolada, mas sim utilizando-se um conjunto de ações complementares interinstitucionais e com tempo de médio a longo prazo. Esta diferença nas realidades, não impede a discussão e a proposição de novas práticas educacionais que permitam redimensionar a práxis de sala de aula, considerando a formação humana e o conhecimento técnico do educando. Ao pensar em propor novas alternativas metodológicas no ensino superior, é necessário procurar as linhas teóricas da psicologia da aprendizagem e do desenvolvimento para que embasem de forma consistente a proposta. O trabalho pretende buscar o referencial teórico cognitivista, já que esta abordagem propõe a aprendizagem de forma significativa e portanto, com a integração do conhecimento à estrutura cognitiva do educando. Ao utilizar tal proposta, considerando o processo de desenvolvimento e aprendizagem do educando e também da interação entre os dois elementos participantes do processo ensino-aprendizagem, educando e educador, considerar-se-á o lúdico como um instrumento facilitador do processo de construção do conhecimento.
Portanto, as pedagogias progressistas professam a tese de que é possível aprender brincando, ou pelo menos, fazê-lo de forma prazerosa; o que , frequentemente, culmina na ludicidade. Definimos ludicidade não como uma abordagem de forma isolada em uma ou em outra atividade (brinquedo, festa, jogo, brincadeira, etc.), mas como um componente inerente à condição humana, e, cuja manifestação e expressão é culturalmente situada, isto é, varia de acordo com o meio em que sujeito vive. Nesse contexto, associamos o lúdico ao sentimento de prazer, do prazer em se fazer, realizar algo, do gostar de fazer, da alegria, do contentamento.(COSTA,2008,p.8) Desta maneira, o lúdico pode ser um instrumento a ser utilizado pelo educador para facilitar o processo de ensino-aprendizagem, porém este, antes de utiliza-lo deve analisar e estudar a dinâmica a ser usada, bem como respeitar a faixa etária dos alunos, e o conteúdo abordado. A proposta da utilização do lúdico no ensino superior deve – possibilitar que os educandos desenvolvam as seguintes habilidades: prazer, equilíbrio emocional, autonomia de atos e pensamentos e o desenvolvimento social. Ao utilizar o lúdico no processo ensino-aprendizagem, este desenvolverá as habilidades nos educandos necessárias para o perfil profissional e pessoal, tornando prazerosa a participação destes no âmbito educacional Teóricos da Psicologia da Aprendizagem e da Educação: Jean Piaget, Lev S. Vygostsky e Paulo Freire
adolescência e a adulta, o que certamente irá solicitar dos educadores um entendimento maior sobre as características destas duas faixas etárias. Para construir uma proposta de metodologia pedagógica, deve-se entender inicialmente como se dá o processo de aprendizagem e desenvolvimento dos educandos. Assim, além de conhecer as características do desenvolvimento apresentado pelos adolescentes e pelos adultos, é importante saber também como se dá a aprendizagem, já que ambos os conceitos influenciam no processo evolutivo das pessoas.
Para Vygotsky [...]o desenvolvimento ocorre a partir do processo de aprendizagem onde a aquisição do conhecimento se dá no meio social, entre o sujeito e a sua cultura, onde há a transformação do homem sobre este, através dos instrumentos que transforma ativamente a realidade em vez de imitá-la. (apud MACHADO, 2002,p.124). Assim, este autor considera o meio histórico, cultural e social no qual o individuo vive como sendo o meio no qual o individuo realiza as suas interações entre o indivíduo e as pessoas que o cercam, que irão acarretar no seu processo de construção do conhecimento historicamente construído. Ao pensar no meio social do educando, encontra-se um espaço de informações historicamente construídos que permite escolher metodologias que possam ser estruturadas para promover as interações grupais, onde os alunos realizem as trocas de experiências e vivências, dando assim significado ao conhecimento construído no contexto de sala de aula. Neste sentido, é imprescindível o trabalho de grupo, pois este utiliza-se da linguagem como um instrumento de trocas de informações intra ou inter grupos, possibilitando a mediação entre os sujeitos e a situação social. A linguagem é um instrumento importante para a representação mental da realidade do individuo e também possibilita a este o seu intercâmbio social, assim a linguagem “ permite ao homem partilhar com os membros de seu grupo, através dos significados a interpretação de sua realidade, estas constituídas pelos objetos, eventos e situações do mundo real”.(MACHADO, 2002,p.126). Considerando-se a linguagem como forma de partilhar as informações do individuo com os demais membros da sua comunidade e a utilização de dinâmicas de grupos, dramatização, jogos, anedotas, parábolas, e outras atividades que visem a construção de diálogos entre os educandos é essencial, pois é através dessa troca que estes irão construir a sua aprendizagem. Oliveira relata que [...]é o aprendizado que possibilita o despertar de processos internos do indivíduo, liga o desenvolvimento da pessoa à sua relação com o ambiente sócio-cultural em que vive e a sua situação de organismo que não se desenvolve plenamente sem o suporte de outros indivíduos de sua espécie. ( apud MACHADO, 2002,p.126).
Dessa forma, é o processo de aprendizagem que leva o indivíduo ao seu desenvolvimento, para tanto deve-se entender que a aprendizagem e o desenvolvimento são processos interdependentes, para um acontecer é necessário que o outro também aconteça. Em Vygotsky, temos a contribuição do entendimento do processo de aprendizagem que considera os eventos históricos, sociais e culturais produzidos pelos indivíduos, portanto, ao ter contato com a sua realidade o educando passa a entende-la de forma significativa dessa forma permitindo, alterar a sua realidade. Para entender o papel do professor no processo de aprendizagem, solicita-se o entendimento dos conceitos de Zona de Desenvolvimento Real e Proximal. Onde conceito de Zona de Desenvolvimento Real é “ o nível real de desenvolvimento que define as funções que já estão maduras”(MINGUET, apud MACHADO, 2002,p.126) Ao conhecimento internalizado pelo educando, constituindo-se uma aprendizagem já consolidada e chamada por Vygotsky de zona de desenvolvimento real , é o que este já possui, portanto, o educador não tem necessidade de atuar sobre este conhecimento. A zona de desenvolvimento proximal é “constituído pelo que o sujeito seria capaz de fazer com a ajuda de outras pessoas ou de instrumentos mediadores externos”(POZO, apud MACHADO, 2002,p.126) A construção do conhecimento deve ser realizada a partir da atuação do educador sobre a zona de desenvolvimento proximal, porque é neste conhecimento que o educando ainda não realizou a interiorização. Portanto, o trabalho do educador deve insidir sobre a zona de desenvolvimento proximal, na qual o educando ainda possui dificuldades em entender e compreender a sua realidade. O processo de aprendizagem e desenvolvimento ocorre a partir do momento em que o educador, utilize atividades lúdicas que possam servir como instrumento mediador entre o educando e o conhecimento. Ao considerar a necessidade de propiciar ao educando do terceiro grau a construção do seu conhecimento e o seu desenvolvimento como pessoa, é importante também, entender a importância da proposta de Paulo Freire, ao possibilitar a conscientização dos educandos sobre a realidade.
Para se ter uma educação que promova o desenvolvimento pessoal dos educandos, é importante propor uma metodologia que possa conduzir os educandos no seu processo de humanização, à consciência e à atitude transformadora frente a sua realidade. Dessa forma, o processo educacional no terceiro grau deve entender que os educandos, não devam apenas ter conhecimentos técnicos, mas também uma formação humana que lhes possibilite serem sujeitos atuantes na sua realidade e ao mesmo tempo que possam ter resistência às pressões do seu meio ambiente, ou seja, desenvolva a sua capacidade de resiliência.
Ao falar de uma educação no ensino superior que possa conduzir a formação de profissionais com um novo perfil, é importante também entender o que acontece com a ludicidade adulta, já que a clientela do terceiro grau é constituída por jovens e adultos. Assim, neste subtópico considerar-se-á a ludicidade na vida adulta para subsidiar a proposta da ludicidade no ensino superior. As atividades do dia-a-dia do mundo moderno, a agitação, acaba fazendo com que o individuo afaste-se do convívio lúdico, que é de grande importância para a vida do homem, pois é cada vez maior o número de pessoas com sérios problemas emocionais, das mais variadas ordens, principalmente profundas depressões. Muitas pessoas acreditam que o brincar esteja destinado somente para as crianças. Isso não é nada mais do que uma grande perda da sensibilidade humana, dita pelo homem ao próprio homem. O ser humano principalmente o homem adulto, necessita da ludicidade na sua rotina de vida, para que as suas atividades diárias tenham melhoras e que possam
Como conseqüência, o adulto de hoje vive uma oscilação constante da auto-imagem e da auto-estima. À medida que a idade avança necessitamos cada vez mais vivencias atividades compartilhadas. ( SANTOS, 2000, p.21) A ludicidade é uma criação humana, que favorece a construção dos conhecimentos e o desenvolvimento pessoal do homem, que deve ter a capacidade de
resiliência, em sua vida, favorecendo um conjunto de qualidades para o individuo, desenvolvendo-se positivamente, criticamente, com maneiras socialmente aceitáveis. O que está sendo discutido aqui é uma forma lúdica, na qual ela possa estar qualificando a relação do homem com o mundo, tornando-o interativo e com as certezas dos benefícios que a ludicidade traz a sua vida. São várias as formas de buscar a ludicidde nos dias de hoje, até mesmo o esporte, ou a moda podem fazer com que o homem esteja valorizando a sua vida, desviando os seus pensamentos dos problemas decorrentes do seu dia-a-dia. Assim encontram de uma forma ou de outra um determinado lazer, com resultados muitos diferentes, interagindo o individuo com o mundo. A proposta lúdica aplicada ao ensino superior, de forma consciente, deve fazer com que os alunos possam estar aprendendo com a própria existência e seu significado, entendendo a sua importância na realidade reconhecendo-se, como um indivíduo capaz de alterar a sua condição através do seu próprio conhecimento, e também conhecer-se melhor. O Lúdico na Construção do Conhecimento Ao lançar a proposta do lúdico no terceiro grau, acredita-se que este possa ser um instrumento que permita ao professor redimensionar o seu papel de educador e conseqüentemente atender as novas solicitações da formação dos alunos do terceiro grau. Quando se fala do lúdico, imagina-se uma sala de aula, mais dinâmica e prazerosa porém, pode transmitir a idéia de uma situação em que se aplica a atividade lúdica pelo mero fazer, e não uma proposta consistente é séria para facilitar o processo de ensino-aprendizagem no terceiro grau. O lúdico parece ser uma brincadeira, algo sem importância porém ao buscar compreender e conhecer esta atividade humana, vemos que é o contrário, ele permite desenvolver não apenas habilidades profissionais mas também o desenvolvimento pessoal do educando, sem falar da resiliência que é importante para conseguir superar as dificuldades da vida.
homem primitivo que começa a surgir os primeiros conhecimentos que irão resultar na cultura. Assim, este instrumento processual faz parte da condição humana, portanto, apresenta condições para tornar-se um instrumento mediador na construção do conhecimento formal, e também promover o desenvolvimento do próprio educando. As atividades lúdicas podem ser utilizadas também como um incentivo para a motivação do educando para a aprender já que “A prioridade pelos lúdicos está na forma, pela qual elas despertam o interesse cirando assim, um ambiente de aprendizagem favorável”(ARAÚJO,2000,p.60) Sendo assim, a atividade lúdica tem condições de ser um instrumento facilitador da aprendizagem do educando, incentivando este a ter interesse para aprender o conteúdo transmitido. Quando da utilização de tais atividades, faz com que haja “ uma ação do indivíduo sobre a realidade possibilitando a criação de novas ações”(ARAÚJO, 2000,p.62), desta maneira faz o aluno ter o gosto pelo aprender, o que acarreta em ter autonomia no processo de aprendizagem, assim aprende a aprender. Ao entender o lúdico como sendo um instrumento voltado para a aprendizagem e também atendendo as solicitações de procurar novas metodologias educacionais neste período histórico, que proporcionem o desenvolvimento das habilidades necessárias para a atividade produtiva do educando e também na sua formação pessoal, além disso, auxilia na interação entre educando e educador. Segundo Araújo (2000,p.68) As mudanças na educação precisam acontecer e apontam para um ensino aliado à realidade do tempo/espaço tornados lúdicos, o que é alcançado através da pedagogia da alegria, da reflexão, da elaboração, do diálogo, de atividades, vivenciadas, possibilitando a ação e a interação entre alunos e professores. A Aprendizagem através da Ludicidade no Terceiro Grau: uma possibilidade de inovação Conhecer as mudanças que devem ocorrer no ensino superior indicadas na declaração mundial da educação superior no século XXI, faz-se necessário sugerir metodologias pedagógicas a serem utilizadas no processo de ensino-aprendizagem dos educandos para ocorrer uma alteração não só nas estratégias de ensino, mas também nas habilidades que os futuros profissionais devam possuir ao concluir o ensino superior.
Possibilitar aos educandos o desenvolvimento de novas habilidades profissionais deve-se as alterações da sociedade e da ciência e conseqüentemente na mudança que a educação superior. A questão da utilização da ludicidade como uma estratégia facilitadora do processo ensino-aprendizagem, faz-se pertinente quando se entende que a construção do conhecimento deve ocorrer de forma significativa para o educando e que este é sujeito ativo do seu processo de aprendizagem. O lúdico pode acontecer através da utilização de: jogos, brincadeiras, dinâmicas de grupo, narrativas, dramatizações, danças, poesias e outros que permitem aos sujeitos participantes do processo ensino-aprendizagem, uma interação maior e também de promover a construção do conhecimento com significado o que sem dúvida, conduz o educando a compreender o conteúdo transmitido, que por sua vez realiza que reinterpreta a sua realidade. Ao mesmo tempo, que promove no professor e aluno o desenvolvimento da capacidade da resiliência, portanto, preparando-os para lidar com as situações adversas, encontradas no transcorrer de suas vidas. O lúdico pode fornecer ao aluno o repensar da sua própria existência e o seu papel no mundo, portanto, em constante transformações, reformulando-se como sujeito crítico. É através do lúdico que o educando assimila os novos conhecimentos e dessa forma permite coloca-los em prática no seu dia-a-dia, tornando-se cada vez mais criativo, autônomo, reflexivo ao mesmo tempo trabalhando o seu equilíbrio emocional. Pode-se citar algumas estratégias lúdicas que podem ser utilizadas em sala de aula no ensino superior: jogos, brincadeiras, dinâmicas de grupo, dramatizações, anedotas, charadas, adivinhas, parábolas,... A proposta do lúdico no processo educacional já era utilizada pela pedagogia medieval para conduzir o aluno no processo de ensino-aprendizagem, por alguns pedagogos, estes sendo: D. Afonso X o sábio, Rosvita de Gandersheim, Petrus Alfonsus e Alcuíno, todos discípulos de Boécio. Ao revermos estas propostas na Idade Média, acredita-se que tais propostas possam ser aplicadas no contexto atual, porém devem-se ser feitas as devidas atualizações, tornando o processo de ensino-aprendizagem no terceiro grau mais significativo e também como um instrumento válido e eficaz para a formação de sujeitos com competências e habilidades profissionais solicitados pelo mercado de trabalho.