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Este documento aborda a concepção de racismo, suas raízes bíblicas e históricas, e seus efeitos na sociedade. O texto discute a distinção entre raças biológicas e religiosas, a exploração e perseguição de povos indígenas e negros, a ideologia racista do nacional-socialismo, e a necessidade de reconhecer a igualdade fundamental de todos os seres humanos. O autor cita referências bibliográficas para uma leitura adicional.
Tipologia: Notas de estudo
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Por racismo entende-se “a consciência de pretensa superioridade biológica de determinada raça em relação às outras”. Isto costuma gerar perseguição, manipulação e exploração do homem pelo homem. As raízes de tais comportamentos encontram-se na realidade do pecado, de falam as narrações bíblicas de Caím e Abel e da Torre de Babel. O povo hebreu achava-se diferente dos outros povos devido a aliança de amor com Deus. O motivo dessa distinção era religiosa, não biológica. Nos escritos proféticos percebemos universalidade na fé. O Cristianismo torna essa universalidade mais forte e presente chamando todos os homens a mesma fé. Na descoberta do Novo Mundo, os indígenas e negros foram submetidos a escravidão. O Papa Paulo III, na Bula Sublimis Deus, de 02/06 1937, denuncia tais procedimentos da seguinte forma: “ No desejo de remediar o mal que foi causado, Nós decidimos e declaramos que os chamados indígenas, bem como todas as outras populações com que no futuro a cristandade entrará em relação, não deverão ser privados das suas liberdades e dos seus bens -não obstantes as alegações contrárias-, ainda que eles não sejam cristãos, e que, ao contrário, deverão ser deixados em pleno gozo de sua liberdade e dos seus bens.” No século XVIII foi elaborada uma ideologia racista de caráter biológico hereditário, para concluir que os povos submetidos a escravidão pertenciam a raças inferiores. É no final deste século que surge a palavra raça para classificar os seres humanos do ponto de vista biológico. No século XIX alguns autores interpretaram a história da civilização como uma competição entre raças fortes e raças fracas. A decadência das grandes civilizações explicarem-se ia por cruzamento de raças que empobrecia a pureza do sangue. Estas teses geraram a ideologia do nacional – socialismo na Alemanha, que tinha por objetivo eliminar as raças inferiores ( judeus, ciganos) assim como pessoas física ou mentalmente deficientes. A Igreja não deixou de levantar a sua voz pronunciando um decreto do S. Oficio que condenava o anti-semitismo. Em 1937 o Papa Pio XI publicou contra o nazismo a encíclica Mit brennender Sorge, na qual afirma: “Todo aquele que toma raça ou povo ou Estado..., ou qualquer valor fundamental da comunidade humana... para retirá-los de sua escala de valores... e os divinizar com culto idolátrico, perverte e falsifica a ordem das coisas por Deus criada e estabelecida” (Acta Apostolicae Sedis XXIX, 149). Aos 13/04/1938 o mesmo Papa impunha a todos os professores de Teologia para que refutassem as pseudoverdades cientificas das qual o nazismo justificava sua ideologia racista: “Católico quer dizer universal, não racista, não nacionalista no sentido separatista destes dois atributos...Nada queremos separar na família humana...A expressão gênero humano revela precisamente a raça humana. Deve-se dizer que os homens são, antes de tudo, um grande e único gênero, uma grande e única família de seres vivos...Existe uma só raça universal católica e, com ela e nela, variações diversas...” ( La Documentation Catholique 1938, pp. 1058-1061) A forma mais evidente de racismo hoje é o racismo institucionalizado pelas leis de um país, como ocorre na apartheid da África do Sul: todo o sul – africano é definido pela raça que lhe é obrigatoriamente lhe atribuída, onde uma maioria negra é dominada por uma minoria branca. Os cristãos têm denunciado esse regime. As comunidades raciais oprimidas tendem a reagir racistas, tão deploráveis quantas aquelas de que são vitimas. Outra forma de racismo evidente verifica-se contra as populações aborígenes, testemunhas da população originária dessas regiões. Há também países que limitam os direitos de minorias religiosas, que são de origem étnica diferente daquela maioria de cidadãos. Em tais países a conversão cristã implica na perda de cidadania, os cidadãos discriminados são tidos como de segunda categoria, prejudicados no setor de trabalho, da habitação e da educação superior. Para repelir com firmeza as manobras inspiradas pelo racismo, é necessário que haja profundas convicções sobre a dignidade de toda a pessoa e sobre a unidade da família
humana. “ Dotados de alma racional e criados à imagem de Deus, todos os homens tem a mesma origem; redimidos em Cristo, todos gozam da mesma vocação e destinação divina; deve-se portanto reconhecer cada vez mais a igualdade fundamental de todos. “ Na verdade, nem todos os homens se equiparam na capacidade física, que é variada, e nas forças intelectuais e morais, que são diversas. Contudo qualquer forma de discriminação nos direitos fundamentais da pessoa, seja ela social, seja cultural ou esteja fundada no sexo, raça, na cor, na condição social, na língua, na religião, deve ser superada e eliminada, porque contraria a vontade de Deus. (Gaudium et Spes, n. 29). Com eco a as palavras acima Paulo VI(1978) diz que “Para quem crê em Deus, todos os seres humanos, mesmo os menos favorecidos, são filhos do Pai universal, que os criou à sua imagem e guia os destinos com amor previdente. Paternidade de Deus significa fraternidade entre os homens; é esse o principio base do universalismo cristão, um ponto em comum também com outras grandes religiões e um axioma da mais alta sabedoria humana de todos os tempos, a que tem o culto da dignidade humana.” “Os cientistas reconhecem geralmente que todos os homens pertencem a uma mesma espécie, o homo sapiens, e se derivam de uma estirpe” (Lê racisme davant la science, Unesco, Paris, 1973, n. 1 p.369). Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. “Em ti serão abençoadas todas as nações da terra” (Gn 12,3). Este vínculo do homem com o seu Criador são a base de inalienáveis deveres e direitos de todos os seres humanos. TODO O HOMEM É MEU IRMÃO.
Professor de Administração do Colégio Estadual de Pato Branco, Colégio Pleno e Senai. aldacircasagrande@yahoo.com.br
Referencias Bibliográficas:
BETTENCOURT, Estevão Tavares. Curso de Teologia Moral. Escola Mater Ecclesiae. Rio de Janeiro, 1997.