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O Evangelho em 3 Minutos - MATEUS, Transcrições de Teologia

Resumo sobre o livro de Mateus

Tipologia: Transcrições

2020

Compartilhado em 01/02/2020

claudio-ferreira-82
claudio-ferreira-82 🇧🇷

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Baixe O Evangelho em 3 Minutos - MATEUS e outras Transcrições em PDF para Teologia, somente na Docsity!

O Evangelho em 3 Minutos

- Mateus -

por

Mario Persona

Smashwords Edition ISBN: 9781301715343

Publicado por:

Mario Persona no Smashwords

Copyright © 2013 by Mario Persona

http://www.mariopersona.com.br

contato@mariopersona.com.br

Capa: Valentina Pinova - fiverr.com/vikiana

Foto: Jay Simmons - rgbstock.com/user/jazza

As citações são da Bíblia nas da versão NVI - Nova Versão Internacional em função do estilo coloquial adotado originalmente para o formato vídeo. Onde esta versão não concedia a clareza necessária para transmitir a ideia do texto foram utilizadas outras versões, como a ACF - Almeida Corrigida Fiel, ARC - Almeida Revista e Corrigida, ARA - Almeida Revista e Atualizada, JND - John Nelson Darby ou eventualmente uma tradução livre baseada nestas versões.

Este livro pode ser reproduzido, copiado e distribuído sem fins comerciais, desde que o texto permaneça na sua forma original. Apreciamos seu apoio e respeito a esta propriedade intelectual.

Livros por Mario Persona: Crônicas de uma Internet de Verão Receitas de Grandes Negócios Marketing Tutti-Frutti

21 - O servo do centurião 22 - Salvo para servir 23 - A prioridade 24 - A tempestade 25 - Demônios e porcos 26 - O paralítico 27 - Publicanos e pecadores 28 - Vinho novo 29 - A menina e a mulher 30 - Vida, visão e testemunho 31 - Os trabalhadores 32 - Doze apóstolos 33 - Missão possível 34 - Dúvidas 35 - Crianças mimadas 36 - Os filhos da sabedoria 37 - Os pequeninos 38 - Venham a mim 39 - O sábado 40 - A mão atrofiada 41 - O Servo 42 - Invejosos religiosos 43 - O pecado sem perdão 44 - Raça de víboras 45 - Sinais 46 - A família de Jesus 47 - Parábolas 48 - O semeador 49 - Trigo e joio 50 - A semente de mostarda 51 - O fermento 52 - O tesouro 53 - A pérola 54 - Peixes 55 - Coisas novas e velhas 56 - Incrédulos 57 - Consciência

58 - A multiplicação dos pães 59 - O temporal 60 - Tradição 61 - Migalhas 62 - O sinal de Jonas 63 - Fariseus e saduceus 64 - Revelação 65 - A igreja 66 - O adversário 67 - A transfiguração 68 - Marionetes 69 - Grandes pequenos 70 - A ovelha perdida 71 - Setenta vezes sempre 72 - A dívida impagável 73 - O milionário 74 - O camelo e a agulha 75 - Justiça e graça 76 - O tema recorrente 77 - Na base da pirâmide 78 - Cegos individuais 79 - O Messias 80 - O Templo 81 - Covil de ladroes 82 - A figueira 83 - A autoridade de Jesus 84 - Da boca pra fora 85 - A pedra de tropeço 86 - A festa de casamento 87 - Traje a rigor 88 - Eu, César e Deus 89 - Palavra, poder e fidelidade 90 - O grande mandamento 91 - O segundo mandamento 92 - O clero 93 - A hipocrisia de Pedro 94 - Moda eclesiástica

Usando da experiência que havia adquirido desde 2006 publicando meus vídeos profissionais no canal “TV Barbante” no Youtube, criei a série “O Evangelho em 3 Minutos”. Durante minha leitura da Bíblia em meu notebook, eu fazia anotações à medida que lia o texto dos Evangelhos e consultava comentários de outros autores. Sempre que o assunto exigia, comentava passagens de outros livros, antes de voltar ao texto do evangelho em questão. Cada comentário tinha um número aproximado de palavras que permitisse a leitura em pouco mais de três minutos. Nos finais de semana eu gravava em vídeo as mensagens em casa, os quais eram depois publicados na Web em versão vídeo, texto e áudio. O texto deste livro é o resultado daquelas anotações. Você irá reparar que os textos são enxutos, com frases curtas, linguagem coloquial e poucos recursos literários, foram criados na forma de script especialmente para locução. O objetivo principal das mensagens é o de evangelizar, todavia, considerando a enorme confusão de igrejas e doutrinas em que se transformou a cristandade, eventualmente falo de outros assuntos igualmente importantes para aqueles que já creem em Jesus. Um assunto recorrente nos textos é total inexistência de fundamento bíblico para a criação das diferentes denominações religiosas que dividem os crentes em Cristo. Outro assunto várias vezes abordado é o da segurança eterna, algo que infelizmente muitos cristãos não desfrutam por viverem sob a pressão de líderes e doutrinas distorcidas. Historicamente o clero, que foi criado na cristandade já nos primeiros séculos após a morte dos apóstolos, nunca apreciou que os cristãos se considerassem eternamente salvos e esclarecidos acerca das verdades da Bíblia. Manter as pessoas na ignorância e incerteza sempre foi uma arma poderosa nas mãos do clero, seja ele católico ou protestante.

Apesar de ler regularmente a Bíblia na versão Almeida Revista e Corrigida , nesta série de mensagens feitas inicialmente para serem narradas preferi utilizar as citações da Nova Versão Internacional , principalmente por usar um português mais coloquial. Sempre que necessário, seja por imprecisão da tradução da NVI , seja para tornar a passagem mais clara, faço as citações a partir da versão Almeida Corrigida ou Almeida Atualizada , além de eventualmente fazer uma tradução livre da versão J. N. Darby para a melhor compreensão da passagem. Pela própria informalidade do meio vídeo, para o qual as mensagens foram criadas, o leitor entenderá que não está diante de uma obra erudita ou de um estudo aprofundado. Um dos recursos adotados no texto foi o de usar o tempo dos verbos no presente, como se a ação do evangelho estivesse se passando no exato momento em que lemos. Isto torna a narrativa mais viva e atual, ajudando o leitor a se envolver na ação que se desdobra diante de seus olhos. Outro recurso adotado foi o que costumo chamar de “técnica de Sherazade” , nome da princesa da obra “As Mil e Uma Noites”. No romance ela usava deste expediente para não ser morta ao final de sua noite de núpcias. A técnica consiste em terminar cada episódio (no vídeo) ou capítulo (no livro) com uma chamada prévia para o que irá ocorrer no próximo. Isto ajuda a manter o interesse do leitor e o leva a se interessar pelo que irá acontecer em seguida. Além destes recursos, optei também por não usar caixa alta na primeira letra dos pronomes relativos à divindade. Portanto, ao me referir ao Pai, Filho ou Espírito Santo, utilizo “ele” ao

invés de “Ele” e “seu” em lugar de “Seu”. De maneira nenhuma isto implica em desrespeito ou irreverência, mas é apenas para manter o texto graficamente mais leve. Esta é também a forma adotada na maioria das edições da Bíblia. Na época em que foram escritos os manuscritos não havia maiúsculas ou minúsculas, mas todos os caracteres tinham o mesmo formato.

Alguns podem se surpreender de eu na maioria das vezes usar o nome “Jesus” sem precedê-lo de “Senhor”. Mais uma vez, isto não se trata de falta de reverência ou reconhecimento do senhorio de Cristo, mas apenas do fato de estar escrevendo principalmente para pessoas que ainda não conhecem o evangelho e muito menos a nomenclatura normalmente utilizada pelos cristãos. Para quem não sabe que “Jesus” é o “Senhor” , dizer frases identificando a Pessoa de Jesus apenas como “Senhor” pode criar dúvidas para um leitor menos experimentado na Bíblia. Além disso, encontramos nos evangelhos e epístolas um número maior de vezes em que o nome de Jesus aparece sem estar precedido de “Senhor” sempre que o texto é narrativo. Porém — e isto é muito importante — nunca encontramos um ser humano dirigir-se a Jesus, pessoalmente ou em oração, sem chamá-lo de “Senhor Jesus”. Os únicos, nos evangelhos, que se dirigem a ele sem tratá-lo por Senhor são os demônios, como em Marcos 5:7. Para que você aproveite ao máximo a leitura deste livro, tenha sua Bíblia à mão e leia antes a passagem indicada no início de cada capítulo. Sem a leitura bíblica os meus comentários não farão muito sentido para você e você perderá boa parte da compreensão do contexto. No momento em que reviso este material para o formato livro, os vídeos na Web já passam de quatro milhões de visualizações. Que Deus possa ser glorificado neste trabalho e que muitas almas sejam salvas e abençoadas por sua Palavra. Mario Persona www.3minutos.net Agosto, 2013

"Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo". Habacuque 2:

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1 — Só pode ser verdade

Mateus 1:1-

Qual judeu, de sã consciência, incluiria na genealogia de Jesus duas prostitutas? Mateus faz isso no primeiro capítulo de seu evangelho. Tamar e Raabe eram prostitutas. E tem mais, tem Jeconias, um rei amaldiçoado pelo profeta Jeremias; tem Rute, uma moabita, povo inimigo de Israel; tem o rei Salomão, que teve mil mulheres, grande parte delas de povos inimigos, e mergulhou na mesma idolatria desses povos. Quem foi Salomão? Era filho de Bate-

Ao saber que Herodes pretendia matar o menino, José fugiu para o Egito levando Jesus e Maria, e só voltou depois da morte de Herodes, indo morar em Nazaré. Jesus acabou ficando conhecido como nazareno, numa época quando as pessoas costumavam dizer que de Nazaré não vinha coisa alguma que prestasse. Dá para entender isso? Deus vem ao mundo em um curral, passa suas primeiras noites em um cocho de alimentar gado, vai viver como refugiado no exílio e acaba indo morar numa cidadezinha desprezível de pessoas de quinta categoria. Sabe o que é? Só quem passou por tudo isso pode entender quem está passando por tudo isso. Tristeza, desprezo, perseguição — você conhece essas coisas, não? Pode ter certeza de que Jesus não veio aqui a passeio. Ele começou mal e terminou pior. Agora, tente adivinhar a troco de quê ou por quem Ele fez tudo isso. Você sabe a resposta. Nos próximos 3 minutos você encontrará um homem que se alimenta de gafanhotos e mel, e se veste de uma maneira muito estranha.

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3 — O precursor do Rei

Mateus 3:1-

Você se daria ao trabalho de ir até um deserto para ouvir um homem vestido em um manto de pelos de camelo? E se soubesse que ele se alimentava de gafanhotos e mel, interessaria? João Batista não é nem um pouco atraente ou diplomático, mas é justamente um homem assim que Deus escolhe para anunciar a chegada de um reino que não é da terra, mas do céu, e de seu rei, Jesus. Nada de soldados uniformizados tocando trombetas douradas como nos contos de fadas, mas um João com aparência de louco foi o escolhido para anunciar uma mensagem nada agradável: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mt 3:2). Quem escuta João e se arrepende é batizado por ele no rio Jordão. Quem não lhe dá ouvidos... Bem, algumas pessoas estão ali apenas por curiosidade e acabam ouvindo o que não queriam ouvir. João chama aqueles cidadãos distintos da sociedade judaica de “raça de víboras” (Mt 3:7). Eles são os fariseus e saduceus. Os fariseus professam grande devoção à lei de Moisés e são cheios de justiça própria. É claro que há fariseus sinceros, que se esforçam para levar uma vida correta, mas sinceridade não salva ninguém de seus pecados. Se você conhece alguém que acha que sua vida correta irá salvá-lo, então já sabe o modo de pensar de um fariseu. Os outros alvos das broncas de João eram os saduceus, que duvidavam da ressurreição, não acreditavam na existência de anjos, na imortalidade da alma e no castigo eterno. Quem são eles hoje? Os racionais, os céticos, os que colocam sua confiança na ciência, na lógica e na razão.

Fariseus e saduceus acreditam que, por serem descendentes de Abraão, isso lhes dá alguma vantagem em relação aos outros povos. Mas para Deus a responsabilidade e o arrependimento são questões individuais. João avisa que a prova de uma conversão genuína está nos frutos: quem realmente crê na Palavra de Deus é nascido de novo e isso fica evidente em sua vida. Quem não der fruto — João alerta — será cortado, como se corta uma árvore, e lançado no fogo. João não mede suas palavras. Enquanto ele batiza os arrependidos nas águas do Jordão, avisa que aquele Jesus de quem ele fala batizará uns com o Espírito Santo, mas outros com fogo; recolherá uns ao celeiro de Deus como trigo precioso, e queimará outros como palha imprestável. Quem é você: o religioso fariseu ou o cético saduceu. Espero que seja o pecador arrependido. Se assim for, nos próximos 3 minutos você terá companhia.

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4 — Bem acompanhado

Mateus 3:13-

Jesus caminha quase cem quilômetros, da Galileia ao Jordão, só para ser batizado por João Batista. Ele deve considerar o batismo algo muito importante. Mas agora João está com um problema. Até ali ele vinha dizendo às pessoas que se arrependessem de seus pecados e fossem batizadas. E agora, o que fazer com Jesus? Como poderia João, um pecador, batizar o Filho de Deus sem pecado? Ele iria se arrepender de quê? De nada. Jesus não tinha de que se arrepender, mas está disposto a ir lado a lado com aqueles que têm muito de que se arrepender. Você nunca teve alguma situação grave em sua vida, quando alguém se dispôs a ir junto com você, a ficar do seu lado? Então sabe do que estou falando. Jesus está pronto a passar junto com o pecador por aquilo que simboliza a morte. Três anos depois ele teria de enfrentar sozinho o mar profundo do juízo de Deus e suas ondas de terror, morrendo numa cruz. Mas ele não ficaria na sepultura. Deus o ressuscitaria, para que você não viesse a passar pelo juízo. Isto se você crer. Quando Jesus explica a João que fazendo assim está cumprindo toda a justiça, João consente em batizá-lo. É aí que temos uma das cenas mais sublimes de toda a Bíblia. Ao sair da água, os céus se abrem e o Espírito Santo de Deus desce sobre Jesus na forma de uma pomba. Em seguida a voz do Pai ecoa nos céus: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mt 3:17). É aqui que os céticos entram em longas discussões para tentar negar um único Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Eles argumentam que essa Trindade não faz sentido. É claro que não faz. Se a essência de Deus — a própria natureza do Deus infinito — fizesse sentido para a mente humana tão finita, ele não seria Deus.

Outra vez a resposta de Jesus vem da Palavra de Deus: “Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus” (Mt 4:7). Apesar de ser Deus, na sua condição humana Jesus precisou aprender obediência, como um filho. É aprovado também nesse teste. O fruto do Éden era agradável à vista, enchia os olhos. Nesta nova versão da tentação Satanás transporta Jesus a uma alta montanha para que seus olhos se encham com todos os reinos do mundo e a glória deles. Todos eles estavam nas mãos do Diabo, o usurpador. Jesus pode ficar com tudo, desde que adore a Satanás. Pela terceira vez a resposta vem da Palavra de Deus: “Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto” (Mt 4:10). Todas as respostas de Jesus vêm da Palavra de Deus. E você? De onde vem as suas respostas? Nos próximos 3 minutos saiba por que a fé de um cristão não está em uma religião.

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6 — Pessoa ou religião?

Mateus 4:12-

Ao saber que João Batista está preso, Jesus volta para a Galileia, região onde tinha sido criado. Ali ele adota Cafarnaum como a base para o seu ministério e é ali que irá a maioria de seus sinais e milagres. Cafarnaum fica às margens do Mar da Galileia, que na verdade é um lago de água doce com uns de 20 quilômetros de comprimento por 10 de largura. Quando os evangelhos falam de barcos e mar, é a esse lago que estão se referindo, e quando falam de peixes, provavelmente são tilápias. O profeta Isaías previu que o Messias habitaria nessa região e que na Galileia dos gentios o povo que vivia nas trevas veria uma grande luz. Após João Batista, o precursor da Luz que veio ao mundo, ter sido rejeitado e preso pelos judeus, Jesus, vai para uma região habitada principalmente por não judeus ou gentios. Na ocasião trata-se da região mais globalizada da Palestina, por onde passa a estrada do Egito à Babilônia, uma rota comercial internacional. Embora tivesse vindo para os judeus, a fama do rejeitado Rei de Israel se espalha por toda a Síria. Aquilo era o embrião da mais internacional de todas as crenças, a fé cristã. As pessoas tentam acrescentar uma porção de penduricalhos culturais e regionais à fé cristã, mas o fato é que, em sua essência, ela está concentrada numa pessoa, Jesus, e não numa religião, cultura ou costume. Boa parte do que você vê por aí, como clero, templos, imagens, vestes e utensílios especiais não passa de uma grande bobagem que nada tem a ver com Jesus. São coisas que a cristandade emprestou do judaísmo e de religiões pagãs, na tentativa de tornar a fé cristã identificável por coisas visíveis. Oras, quando algo fica visível, já não precisa de fé! Se você crê em Jesus você crê em uma pessoa, no próprio Deus, que não está sujeito a países, épocas e culturas porque é eterno. A fé cristã se baseia num fato: o Filho de Deus veio ao mundo, morreu por nossos pecados e

ressuscitou ao terceiro dia. É a fé num Jesus vivo, no céu. A única parte visível da fé cristã na terra é o corpo de Cristo, a igreja. Não estou falando de uma construção de pedras ou tijolos, mas daquilo que a Bíblia diz ser igreja, o corpo formado por todos os que creem em Jesus, que nasceram de novo e foram salvos por ele. Se a sua fé é numa religião ou organização religiosa, ou em qualquer coisa que não seja a própria pessoa de Jesus, você está perdendo seu tempo. Religião é a ideia de se fazer algo para nos religar a Deus. Mas fazer o que, se o que precisava ser feito Jesus já fez?

As últimas palavras de Buda foram “Trabalhem bastante para conquistar a salvação”. As últimas palavras de Jesus foram “Está consumado” (Jo 19:30). Afinal, em que você crê, numa pessoa viva ou numa religião morta. Nos próximos 3 minutos, se você não for pescador será peixe.

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7 — Pescadores de homens

Mateus 4:18-

Na Galileia Jesus reencontra os irmãos Simão e André. Da primeira vez que se encontraram na Judéia os dois eram discípulos de João Batista, e escutaram João dizer que Jesus era o Cordeiro de Deus. Naquela ocasião os dois seguiram a Jesus e Simão ganhou um novo nome, Pedro. Isso está no primeiro capítulo do Evangelho de João. Daquela vez eles foram convidados para conhecer onde Jesus morava. Era um chamado para a salvação, o mesmo que Jesus faz a cada pessoa que tem um primeiro contato com ele. “Você quer saber onde eu moro? Então venha comigo” (Jo 1:39) é mais ou menos o que ele diz a cada coração. É um convite para o céu. No reencontro na Galileia, que é descrito por Mateus, os dois são chamados para o serviço. A ordem é sempre esta: primeiro você recebe o convite para ser salvo, depois para servir. Primeiro a fé, depois as obras; primeiro o perdão dos pecados, depois o fruto da fé; primeiro o céu, depois a terra. Simão e André eram pescadores e Jesus os chamou para serem pescadores de homens. Tudo o que eles precisavam fazer era seguir a Jesus. A capacitação e o poder para transformá-los em pescadores de homens viriam de Deus, não de uma faculdade de teologia ou algo assim. Não seria uma pesca com redes. As redes eles deixaram para trás. Não era para saírem por aí aprisionando pessoas, mas libertando. Andar com Jesus faria deles iscas vivas. Eles deviam levar o sabor e a fragrância de Jesus por onde quer que fossem. O pescador de homens vai onde o peixe está, corre riscos e não faz barulho para não chamar a atenção para si. Ele fala de Jesus, perdão e salvação, não de religião, costumes ou

injustiçados ou cansados das injustiças, os de coração mole que sentem pena dos outros, os que promovem a paz, os perseguidos por agir corretamente ou por sua fé em Jesus... Percebeu? Tudo oposto às bem-aventuranças deste mundo, onde são bem-aventurados os autossuficientes, os que riem, os poderosos, os que se dão bem com as injustiças, os que pisam nos outros, que promovem a guerra, perseguem e que, obviamente, querem passar bem longe daquele que neste mundo foi o maior dos perdedores: Jesus. Só que Deus está chamando os perdedores para o seu reino, não os campeões. Prostitutas, ladrões, cegos, aleijados — que tipo de pessoa você acha que Jesus veio chamar? E depois de salvos de seus pecados pelo que Jesus fez na cruz, e não por suas próprias obras, em que você acha que se transformaram? Nesses bem-aventurados segundo o conceito de Deus, não dos homens. Quer estar entre eles? Quer ser bem-aventurado eternamente? Então creia em Jesus. Não em um Jesus bem sucedido e capa de revista, mas no Jesus crucificado. Então você se conhecerá a si mesmo e nos próximos 3 minutos verá a ruína que você realmente é.

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9 —Você não conhece nem metade

Mateus 5:17-

Jesus não veio abolir a lei, mas veio cumpri-la. De que lei você está falando? Deus deu a Moisés os dez mandamentos e mais de seiscentos preceitos que compõem a lei de Deus. Você os encontra principalmente nos cinco primeiros livros da Bíblia. As pessoas deviam cumprir todos os mandamentos, mas alguns logo perceberam que não seria possível. Ainda que você não mate, não roube ou não cometa adultério, há um mandamento que diz: “Não cobiçarás” (Êx 20:17; Rm 7:7). Ora, a cobiça acontece na mente, no coração, antes mesmo de você partir para a ação. E é disso que Jesus está falando aqui. A lei dizia “Não matarás” (Êx 20:13), mas Jesus diz que basta sentir raiva de alguém para isso valer como homicídio. A lei dizia “Não adulterarás” (Êx 20:14), mas Jesus diz que basta cobiçar uma mulher para você ser culpado de adultério. Bem, se você é daqueles que leem o sermão da montanha e acham tudo lindo, provavelmente não entendeu o que diz ali. Você está lendo sua sentença de morte. Ou vai querer dizer que nunca sentiu raiva de alguém, nunca adulterou em pensamento, nunca mentiu... Então está todo mundo perdido? Exatamente, e é isso que o apóstolo Paulo explica em sua Carta aos Romanos. Deus deu a lei como um cala-boca, uma forma de mostrar que todos são pecadores, todos são transgressores, todos réus culpados aguardando a pena. Mas tem um problema aí. A pena para o pecado é a morte. Advogado nenhum pode livrar você dessa, mas Jesus pode. Acompanhe meu raciocínio. No Antigo Testamento, quando um israelita transgredia a lei, quando pecava, era preciso sacrificar um animal inocente em seu lugar, por

exemplo, um cordeiro. Detalhe: o cordeiro precisava ser sem defeito. Jesus, por ser sem pecado, foi o único capaz de cumprir a lei, o único que não tinha pensamentos impuros como nós temos. Apesar de humano, ele não herdou a natureza pecaminosa que nós herdamos de Adão.

Por que você acha que Jesus foi chamado de “Cordeiro de Deus” (Jo 1:29) por João Batista? Exatamente. Porque ele veio para ser sacrificado no lugar do pecador, para cumprir a lei. Quando você vê um ladrão sendo julgado e condenado, você diz que se cumpriu a lei. O raciocínio é o mesmo. Você se lembra de Adão? Pois é, pela desobediência de um só, muitos se tornaram pecadores. Deus quis fazer o caminho inverso. Pela obediência de um só, Jesus, e pela sua morte, muitos podem ser salvos. Crer em Jesus como seu substituto é a única forma de você ser salvo. Ou você acha que vai chegar lá cumprindo a lei? Impossível. Aos olhos de Deus você é um adúltero, ladrão e mentiroso. E como já deve estar me odiando por eu dizer isso, acrescente homicida à lista. Mas, se você realmente se reconhecer um pecador que depende da graça de Deus para ser salvo, depois de me escutar esculhambando com você, provavelmente irá dizer: “Mario, você não conhece nem a metade do que realmente sou”.

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10 — Filho ou hipócrita?

Mateus 6:1-

O capítulo 6 de Mateus começa falando de duas coisas: da sublime relação que Deus deseja ter com suas criaturas e da vergonhosa hipocrisia religiosa. A primeira coisa que chama a atenção é a palavra “Pai”. Ela aparece 10 vezes nos 18 primeiros versículos do capítulo. Nunca antes um judeu tinha chamado a Deus de “Pai”. Pode conferir. Em todo o Antigo Testamento ninguém ousaria ter tamanha intimidade e familiaridade com Deus. Essa relação de intimidade foi inaugurada por Jesus, que em sua condição humana era o unigênito filho de Deus. Ele foi gerado pelo Espírito Santo, nasceu de uma virgem, e teve em José apenas seu pai legal, não biológico. E tem mais: no Novo Testamento Deus não é chamado apenas de Pai. Pouco antes de morrer, quando Jesus orava em agonia, o Evangelho de Marcos diz que ele se dirigiu a Deus com a palavra “Aba” que, em aramaico, quer dizer algo como “Papai”. E nas cartas dos apóstolos você aprende que todo aquele que crê em Jesus pode agora chamar a Deus de “Pai”. Deus estende essa relação de intimidade e parentesco a todo aquele que recebe a Jesus, e apenas a esses. Ouça com atenção o que diz o primeiro capítulo do Evangelho de João a respeito de Jesus:

Deus, autossuficientes e donos de seus próprios destinos. A oração nos coloca de volta em nosso devido lugar.

Antes de ensinar a oração conhecida como “Pai Nosso” Jesus condenou a mera repetição de palavras, portanto o “Pai Nosso” não é uma oração para ser repetida. Trata-se de um modelo de como devemos orar. Não é “o que” , mas “o como”. Primeiro vem o reconhecimento da posição que Deus ocupa, no céu — acima de nós — e de sua santidade, palavra que significa separação do mal. Equivale reconhecer que os nossos interesses particulares podem não ser os interesses de Deus, que vê o cenário todo de cima e sabe o que é melhor para nós.

Esta é a razão da expressão “venha o teu reino” e não o contrário. Os interesses do céu devem prevalecer sobre os da terra. Primeiro reconhecermos o que Deus é, e que ele tem a primazia. Depois pedimos para o suprimento das necessidades físicas e de proteção, intercalados com um pedido de perdão. Esse perdão não é o perdão judicial de nossos pecados, que recebemos por graça e pela fé em Jesus. Aqui é uma espécie de perdão parental. É a condição momentânea para recebermos o que pedimos. É como se o seu pai dissesse: “Meu filho, você não vai ganhar a bicicleta enquanto não fizer as pazes com sua irmãzinha”. Mas como perdoar? Com o perdão de quem já foi perdoado. Aí sim, o perdão judicial, absoluto. Para entender melhor isso, veja como o apóstolo Paulo coloca o perdão em sua Carta aos Colossenses: “Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Cl 3:13). Do ponto de vista judicial, só consigo perdoar porque fui perdoado. Você já foi perdoado de todos os seus pecados? Esse perdão pleno e absoluto só é possível porque Jesus morreu em seu lugar e ressuscitou para sua justificação. A primeira coisa que Deus quer lhe dar é o perdão, portanto esta é a primeira coisa que você deve pedir, se ainda não tem a certeza de ter sido completamente perdoado. Nos próximos 3 minutos você vai conhecer o mapa do tesouro.

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12 — Tesouros

Mateus 6:19-

“ Ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6:24), disse Jesus, “pois onde estiver o seu

tesouro, aí também estará o seu coração” (Mt 6:21). Onde está o seu tesouro? Tesouro é qualquer coisa que a gente deseja mais que tudo; é a prioridade e razão de viver. Toda pessoa tem um tesouro ou está em busca de um. Pode ser dinheiro, família, relacionamentos. Como saber se é um tesouro? Se você achar que não pode viver sem algo, ou que só vai ser realmente feliz se o conseguir, então esse é o seu tesouro.

Pode ser algo tão banal quanto emagrecer e melhorar de aparência. Já ouviu falar de pessoas que morreram tentando? Algumas pessoas são capazes de qualquer coisa por um tesouro estético. Já ouviu falar de alguém que matou ou morreu pela pessoa amada? Aquele relacionamento era o seu tesouro, a razão de viver daquela pessoa. Avalie os seus tesouros no longo prazo e você vai entender o que Jesus quis dizer. Daqui a cem anos você e todas as pessoas que você conhece estarão mortas. Na melhor das hipóteses, se você tiver sido alguém de destaque, farão um monumento seu em alguma praça para sua cabeça virar latrina de pombo.

Quando Jesus usou a expressão “servir a dois senhores” (Mm 6:24) estava falando da relação escravo-senhor, e eu nem preciso lhe dizer como é fácil você se tornar escravo do dinheiro, da carreira e do sucesso. Todas essas coisas podem ser lícitas, mas Deus não quer que sejam o centro e a razão do seu viver. Deus reivindica esse lugar para si. A diferença é que, quando é Deus quem ocupa esse lugar, você já não é escravo, mas filho de Deus. Todas as outras coisas são conseguidas com esforço, porém o status de filho de Deus você só consegue quando descansa, quando entrega os pontos, quando coloca em sua vida uma daquelas faixas: “Sob nova direção”. Só em Deus você encontra descanso, porque Jesus fez todo o trabalho. Só em Deus você encontra plenitude, porque... bem, porque ele é Deus! Mas de que Deus eu estou falando? Do único, de seu Criador, daquele que não espera que você faça algo para se salvar, mas providenciou tudo para você poder chamá-lo de Pai. O Deus que enviou o seu Filho ao mundo para morrer para sua salvação e ressuscitar para sua justificação. Eu não disse que alguém é capaz até de morrer por um tesouro? Por qual tesouro você acha que Jesus deixou o céu para vir a este mundo morrer? Você! E você, qual é o seu tesouro? Nos próximos 3 minutos descubra quem cuida de você.

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13 — Mais do que aves e lírios

Mateus 6:25-

“ Observem as aves do céu” (Mt 6:26), disse Jesus. “Vejam como crescem os lírios do campo”

(Mt 6:28). Você já viu um passarinho preocupado com suas ações na bolsa de valores ou um lírio na dúvida de que roupa vai vestir? Deus cuida deles, apesar de não terem sido criados à imagem e semelhança de Deus, como eu e você. Então quer dizer que a gente pode viver livre de compromissos como vivem os pássaros e inconsequentes como crescem os lírios? Não. As comparações param aí. Tanto os lírios como os pássaros vivem para comer, beber e se multiplicarem. E você, vive para quê? Comer, beber e fazer sexo? Você vale mais do que aves e lírios, e eu realmente não creio que Jesus tenha vindo a este mundo morrer por pardais e bromélias, por mais que sejam criações de