Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

O Evangelho de Acordo com Paulo: Romanos, Notas de aula de Tradução

Portanto, este comentário e guia de estudo foi planejado para ajudar ... O entendimento da salvação por Martinho Lutero mudou radicalmente em 1513 d.C.,.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Florentino88
Florentino88 🇧🇷

4.7

(31)

223 documentos

1 / 323

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
SUMÁRIO
Uma Palavra do Autor: como este comentário pode ajudar você? . . . . . . . . . ix
Guia para uma boa leitura bíblica: busca pessoal pela verdade . . . . . . . . . . . xi
Comentário:
Introdução a Romanos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Romanos 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Romanos 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Romanos 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Romanos 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Romanos 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Romanos 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Romanos 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Romanos 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Romanos 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
Romanos 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
Romanos 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186
Romanos 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198
Romanos 13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216
Romanos 14 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234
Romanos 15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248
Romanos 16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264
Apêndice Um: Breves Definições da Estrutura Gramatical Grega . . . . . . . 279
Apêndice Dois: Criticismo Textual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 290
Apêndice Três: Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 294
Apêndice Quatro: Declaração Doutrinária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 306
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa
pfd
pfe
pff
pf12
pf13
pf14
pf15
pf16
pf17
pf18
pf19
pf1a
pf1b
pf1c
pf1d
pf1e
pf1f
pf20
pf21
pf22
pf23
pf24
pf25
pf26
pf27
pf28
pf29
pf2a
pf2b
pf2c
pf2d
pf2e
pf2f
pf30
pf31
pf32
pf33
pf34
pf35
pf36
pf37
pf38
pf39
pf3a
pf3b
pf3c
pf3d
pf3e
pf3f
pf40
pf41
pf42
pf43
pf44
pf45
pf46
pf47
pf48
pf49
pf4a
pf4b
pf4c
pf4d
pf4e
pf4f
pf50
pf51
pf52
pf53
pf54
pf55
pf56
pf57
pf58
pf59
pf5a
pf5b
pf5c
pf5d
pf5e
pf5f
pf60
pf61
pf62
pf63
pf64

Pré-visualização parcial do texto

Baixe O Evangelho de Acordo com Paulo: Romanos e outras Notas de aula em PDF para Tradução, somente na Docsity!

SUMÁRIO

Uma Palavra do Autor: como este comentário pode ajudar você?......... ix

Guia para uma boa leitura bíblica: busca pessoal pela verdade........... xi

vi

viii

ix

UMA PALAVRA DO AUTOR : COMO ESTE COMENTÁRIO PODE AJUDAR VOCÊ?

Interpretação bíblica é um processo racional e espiritual que tenta entender um antigo escritor inspi- rado de tal forma que a mensagem de Deus possa ser entendida e aplicada em nossos dias. O processo espiritual é crucial, mas difícil de definir. Ele de fato envolve rendição e abertura para Deus. Tem que haver fome (1) por Ele, (2) por conhecê-Lo e (3) para servi-Lo. É um processo que en- volve oração, confissão e disposição para mudar o jeito de viver. O Espírito é crucial no processo inter- pretativo, mas o motivo pelo qual cristãos sinceros e bondosos entendem a Bíblia diferentemente é um mistério. O processo racional é mais fácil de descrever. Temos que ser consistentes e estar abertos ao texto, sem nos deixarmos influenciar por nossas preferências pessoais ou denominacionais. Todos somos con- dicionados por nossa história. Ninguém de nós é um intérprete completamente objetivo e neutro. Este comentário oferece um cuidadoso processo racional, contendo três princípios interpretativos estrutura- dos para nos ajudar a superar nossas tendências.

Primeiro Princípio O primeiro princípio é notar o contexto histórico em que um livro bíblico foi escrito e a ocasião his- tórica específica de sua autoria. O autor original tinha um propósito, uma mensagem a comunicar. O texto nunca pode significar para nós algo que não significava para o autor inspirado, original. A chave é a intenção dele – não a nossa necessidade histórica, emocional, cultural e pessoal ou denominacional. A aplicação é parte integrante da interpretação, mas a interpretação sempre tem que preceder a aplicação. Tem que ser reiterado que todo texto bíblico tem um significado e somente um. Este significado é o que o autor bíblico original pretendeu comunicar ao seu tempo, através da liderança do Espírito. Este signi- ficado pode ter muitas aplicações possíveis, em diferentes culturas e situações. Essas aplicações têm que estar ligadas à verdade central original do autor. Por esta razão, este guia de estudo e comentário foi planejado para prover uma introdução a cada livro da Bíblia.

Segundo princípio O segundo princípio é identificar as unidades literárias. Cada livro bíblico é um documento único. Intérpretes não têm o direito de isolar um aspecto da verdade pela exclusão de outros. Portanto, temos que nos esforçar para entender o propósito do livro bíblico todo, antes de interpretar as unidades literá- rias individuais. As partes individuais – capítulos, parágrafos ou versos – não podem significar o que a unidade toda não significa. A interpretação tem que se mover de uma abordagem dedutiva do todo para uma abordagem indutiva das partes. Portanto, este comentário e guia de estudo foi planejado para ajudar o estudante a analisar a estrutura de cada unidade literária por parágrafos. A divisão em parágrafos e ca- pítulos não é inspirada, mas nos ajuda a identificar as unidades de pensamento. Interpretar no nível de parágrafo (não de sentença, oração, frase ou palavra) é a chave para acompa- nhar o significado bíblico pretendido pelo autor. Parágrafos são baseados em um assunto único, freqüen- temente chamado de tema ou tópico. Cada palavra, frase, oração e sentença no parágrafo se relaciona de alguma forma com o seu tema único, limitando, expandindo, explicando e/ou questionando. A chave re- al para a interpretação adequada é acompanhar o pensamento original do autor na base de parágrafo-por- parágrafo, através das unidades literárias individuais que formam o livro bíblico. Este comentário e guia de estudo foi planejado para ajudar o estudante a conseguir isso, comparando traduções modernas. Essas traduções (^1 )^ foram selecionadas por utilizarem diferentes teorias de tradução:

(^1) NT: As traduções e versões que constam dos parágrafos a seguir são as versões utilizadas no original desta obra, em inglês.

As versões utilizadas nesta tradução para o português são as que constam das tabelas com esboços, no início de cada capítu- lo, e correspondem às seguintes siglas:

xi

GUIA PARA UMA BOA LEITURA BÍBLICA:

UMA BUSCA PESSOAL PELA VERDADE CONFIÁVEL

Podemos conhecer a verdade? Onde ela é encontrada? Podemos conferir pela lógica? Existe uma autoridade final? Existem parâmetros absolutos que podem guiar nossas vidas, nosso mundo? Existe sentido para a vida? Por que estamos aqui? Para onde vamos? As questões anteriores são perguntas com que todos os seres racionais se deparam e têm assombra- do o intelecto humano desde o início dos tempos (Eccl. 1.13-18; 3.9-11). Posso lembrar minha busca pessoal por um ponto central que integrasse a minha vida. Tornei-me um crente em Cristo muito cedo, baseado primariamente no testemunho de pessoas significativas de minha própria família. Quando che- guei à idade adulta, aumentaram as questões a respeito de mim mesmo e de meu mundo. Os meros cli- chês culturais e religiosos não deram sentido às experiências que enfrentei ou sobre as quais li. Foi um tempo de confusão, busca e espera, freqüentemente com um sentimento de desesperança diante do mun- do insensível e duro em que vivia. Muitos diziam ter respostas para estas questões importantíssimas, porém, depois de pesquisar e re- fletir, descobri que as respostas deles estavam baseadas em (1) filosofias pessoais, (2) mitos antigos, (3) experiências pessoais ou (4) projeções psicológicas. Eu precisava de certo grau de verificabilidade, al- guma evidência, alguma racionalidade na qual basear minha visão de mundo, meu foco, minha razão pa- ra viver. Encontrei tudo isso nos meus estudos da Bíblia. Comecei a procurar a evidência da confiabilidade, o que encontrei (1) na confiabilidade histórica da Bíblia confirmada pela arqueologia, (2) a precisão das profecias do Velho Testamento, (3) a unidade da mensagem da Bíblia nos mil e seiscentos anos de sua produção e (4) o testemunho pessoal de pessoas cujas vidas foram permanentemente mudadas pelo con- tato com a Bíblia. O Cristianismo, como um sistema de fé e crença único, tem a habilidade de lidar com questões complexas da vida humana. Não apenas isto proporciona uma estrutura racional, mas o aspecto experimental da fé bíblica trouxe-me alegria e estabilidade emocional. Pensei que tinha encontrado o foco central para minha vida – Cristo, como entendido através das Escrituras. Foi uma experiência racional e uma libertação emocional. Contudo, ainda posso lembrar do choque e sofrimento quando começou a raiar em mim a realidade de quantas diferentes interpretações deste livro eram defendidas, às vezes até nas mesmas igrejas e escolas de pensamento afirmando que a inspiração e confiabilidade da Bíblia não era o fim, mas apenas o começo. Como foi que validei ou que rejeitei as várias interpretações conflitantes das muitas passagens difí- ceis das Escrituras, feitas por aqueles que declaravam autoridade e confiabilidade? Esta tarefa tornou-se o meu objetivo de vida e peregrinação de fé. Eu sabia que minha fé em Cristo (1) trouxe me grande paz e alegria. Minha alma ansiava por verdades absolutas no meio da relatividade de minha cultura (pós-modernidade); (2) o dogmatismo dos sistemas religiosos conflitantes (religiões do mundo); e (3) da arrogância denominacional. Em minha busca por abordagens válidas na interpretação da literatura antiga, fui surpreendido ao descobrir minhas próprias inclinações históricas, culturais, de- nominacionais e experimentais. Freqüentemente tinha lido a Bíblia apenas para reforçar meus próprios pontos-de-vista e a usei como uma fonte de dogma para atacar outros, enquanto reafirmava minhas pró- prias inseguranças e inadequação. Compreender isso foi muito duro! Embora talvez eu nunca chegue a ser totalmente objetivo, posso tornar-me melhor leitor da Bíblia. Posso limitar minhas tendências, identificando-as e reconhecendo sua presença. Ainda não estou livre delas, mas confrontado minhas próprias fraquezas. O intérprete é freqüentemente o pior inimigo da boa leitura bíblica!

xii

Permita-me listar algumas das pressuposições que eu trouxe para o meu estudo da Bíblia. Assim você, leitor, pode examiná-las comigo:

I. Pressuposições A. Creio que a Bíblia é a única auto-revelação inspirada do único Deus verdadeiro. Portanto, ela tem que ser interpretada à luz da intenção do divino autor original (o Espírito) através de um escritor humano em um contexto histórico específico. B. Creio que a Bíblia foi escrita por pessoas comuns – para todas as pessoas! Deus adaptou a Si mesmo para falar a nós claramente, dentro de um contexto histórico e cultural. Deus não es- conde a verdade – Ele quer que a entendamos! Portanto, ela tem que ser interpretada à luz do tempo em que foi escrita, não do nosso. A Bíblia não significa para nós o que ela não significou para aqueles que a leram ou ouviram primeiro. Ela é compreensível pela inteligência humana média e usa as formas de comunicação e técnicas que são normais para os seres humanos. C. Creio que a Bíblia tem uma mesma mensagem e um mesmo propósito. Ela não se contradiz, embora contendo passagens difíceis e paradoxais. Assim, o melhor intérprete da Bíblia é a pró- pria Bíblia. D. Creio que cada passagem (excluindo as profecias) tem um e somente um significado que se ba- seia na intenção do autor inspirado e original. Apesar de que nunca podemos ter certeza absolu- ta de sabermos a intenção dele, muitos indicadores apontam na direção dela:

  1. O gênero (tipo literário) escolhido para expressar a mensagem;
  2. O contexto histórico ou a ocasião específica em que o escrito foi produzido;
  3. O contexto literário do livro todo, assim como de cada unidade literária;
  4. Como as linhas gerais ou esboço das unidades literárias se relacionam com a mensa- gem toda;
  5. A formas gramaticais específicas empregadas para comunicar a mensagem;
  6. As palavras escolhidas para apresentar a mensagem;
  7. As passagens paralelas.

O estudo de cada uma dessas áreas torna-se o objeto de nosso estudo de uma passagem.

Antes de explanar minha metodologia para uma boa leitura bíblica, permita-me delinear alguns dos métodos inadequados que estão em uso atualmente e que têm causado muitas diferenças de interpreta- ção, pelo que precisam ser evitados:

A. Ignorar o contexto literário dos livros da Bíblia e usar cada sentença, cláusula ou até mesmo pa- lavras individuais como declarações de verdade não relacionadas com a intenção do autor ou com o contexto maior. Isto é freqüentemente chamado de prova textual. B. Ignorar o contexto histórico dos livros e substituí-lo por um suposto contexto histórico que tem pouco ou nenhum apoio do texto propriamente dito. C. Ignorar o contexto histórico dos livros e fazer sua leitura como se fosse o jornal matutino do bairro, como se fosse escrito primariamente para indivíduos cristãos modernos. D. Ignorar o contexto histórico dos livros, considerando a mensagem do texto como alegoria filo- sófica e teológica sem nenhuma relação com os primeiros ouvintes nem com a intenção origi- nal do autor. Pelo menos três componentes relacionados podem ser encontrados em todas as comunicações humanas escritas:

xiv

Temos que ter condições de apoiar as nossas interpretações a partir do próprio texto. Cinco áreas permitem pelo menos uma averiguação limitada:

  1. Qual o contexto original: a. contexto histórico do autor; b. contexto literário do autor;
  2. Escolhas originais do autor: a. estruturas gramaticais (sintaxe); b. uso em trabalhos contemporâneos; c. gênero;
  3. Nosso senso de propriedade ou adequação: a. em relação a passagens paralelas relevantes.

Precisamos estar aptos a apresentar as razões e a lógica por trás de nossas interpretações. A Bíblia é nossa única fonte de fé e prática. Infelizmente, os cristãos freqüentemente discordam sobre o que ela en- sina ou afirma. É uma derrota para os cristãos proclamar a inspiração da Bíblia e não conseguir concor- dar sobre o que ela ensina ou exige!

Os quatro ciclos de leitura foram organizados para permitir os seguintes discernimentos interpreta- tivos:

A. O primeiro ciclo de leitura:

  1. Leia o livro de ponta-a-ponta. Leia novamente em uma tradução diferente, preferencial- mente com uma diferente teoria de tradução: a. palavra por palavra (ARC, ARA, etc.); b. equivalência dinâmica (NTLH, BJ); c. paráfrase (Bíblia Viva, Bíblia Amplificada).
  2. Procure o propósito central do texto como um todo. Identifique seu tema.
  3. Isole (se possível) a unidade literária, um capítulo, um parágrafo ou uma sentença que ex- presse claramente esse propósito ou tema central.
  4. Identifique o gênero literário predominante – a. No Velho Testamento: (1) Narrativa hebraica; (2) Poesia hebraica (livros de sabedoria, Salmo); (3) Profecia hebraica (prosa, poesia); (4) Códigos da Lei. b. No Novo Testamento: (1) Narrativas (Evangelhos, Atos); (2) Parábolas (Evangelhos); (3) Cartas/Epístolas; (4) Literatura Apocalíptica.

B. O segundo ciclo de leitura:

  1. Leia todo o livro novamente, procurando identificar os tópicos ou assuntos principais.
  2. Destaque os tópicos principais e resuma seu conteúdo em uma declaração simples.
  3. Cheque sua declaração de propósito e esboço com os apoios de estudo.

xv

C. O terceiro ciclo de leitura:

  1. Leia todo o livro mais uma vez, procurando identificar o contexto histórico e a ocasião es- pecífica da escrita do livro bíblico específico.
  2. Liste os itens históricos mencionados no livro bíblico específico: a. o autor; b. a data; c. os destinatários; d. a razão específica para sua escrita; e. aspectos do ambiente cultural que se relaciona com o propósito do texto que foi escri- to; f. referências ao povo e aos eventos históricos.
  3. Expanda seu esboço para o nível de parágrafo naquela parte do livro bíblico que você está interpretando. Sempre identifique e resuma a unidade literária. Pode ser com diversos capítulos ou pará- grafos. Isso capacita você a acompanhar a lógica original do autor e o desígnio do texto.
  4. Analise o contexto histórico usando os auxílios ao estudo.

D. O quarto ciclo de leitura:

  1. Leia a unidade literária específica novamente, em diversas traduções: a. palavra por palavra (ARC, ARA, etc.); b. equivalência dinâmica (NTLH, JB); c. paráfrase (Bíblia Viva, Bíblia Amplificada);
  2. Procure por estruturas literárias ou gramaticais: a. frases repetidas (Ef 1.6,12,13); b. estruturas gramaticais repetidas (Rm 8.31); c. conceitos em contraste.
  3. Liste os seguintes itens: a. termos significativos; b. termos pouco usuais; c. estruturas gramaticais importantes; d. palavras, cláusulas e sentenças particularmente difíceis.
  4. Procure por passagens paralelas relevantes: a. Procure a passagem com o ensino mais claro possível sobre o seu assunto, usando: (1) livros de “teologia sistemática”; (2) Bíblias de referência; (3) concordâncias. b. Procure algum possível paradoxo dentro do seu assunto. Muitas verdades bíblicas são apresentadas em pares dialéticos; muitos conflitos denominacionais surgem de uma “meia prova textu- al” num texto bíblico com tensão. Toda a Bíblia é inspirada e temos que procurar sua mensagem com- pleta, para dar equilíbrio escriturístico à nossa interpretação. c. Procure paralelos dentro do mesmo livro, do mesmo autor ou do mesmo gênero; a Bí- blia é o seu melhor intérprete, porque tem um só autor, o Espírito.
  5. Use auxílios ao estudo para checar suas observações de contexto histórico e época: a. Bíblias de estudo; b. Enciclopédias, manuais e dicionários bíblicos; c. Introduções à Bíblia;

xvii

intérpretes autorizados da Sua Palavra. É responsabilidade de cada um dos do Seu povo aprender, julgar e discernir tendo como referência a Bíblia, que permanece como autoridade mesmo para a- queles a quem Deus deu habilidades especiais. Em resumo, o que estou assumindo do começo ao fim deste livro é que a Bíblia é a verdadeira revelação de Deus para toda a humanidade; que ela é a autoridade final em todas as questões sobre as quais ela fala; que ela não é um total mistério, mas pode ser entendida adequadamente por pessoas comuns em qualquer cultura.” B. Sobre Kierkegaard, como encontrado em Interpretação Bíblica Protestante , (^1 )^ de Bernard Ramm, p. 75: De acordo com Kierkegaard, o estudo gramatical, léxico e histórico da Bíblia era necessário, mas antes da verdadeira leitura da Bíblia. “Para ler a Bíblia como a Palavra de Deus , a pessoa tem que ler com o coração na boca, cautelosamente, com ansiosa expectativa, em conversação com Deus. Ler a Bíblia superficialmente, sem cuidado, acadêmica ou profissionalmente é não ler a Bí- blia como sendo a Palavra de Deus. Quando alguém a lê como uma carta de amor é lida, então a lê como Palavra de Deus.” C. H. H. Rowley, em A Relevância da Bíblia , (^2 )^ p. 19: “Entendimento meramente intelectual da Bíblia, ainda que completo, não pode tomar posse de todos os seus tesouros. Não é desprezo a tal entendimento, que é essencial à compreensão completa, mas, se ele é completo, então deve guiar a um entendimento espiritual dos tesouros espirituais deste livro. Para esse entendimento espiritual, algo é necessário mais do que agudeza intelectual. Coisas espirituais são discernidas espiritualmente, pelo que o estudante da Bíblia necessita ter uma atitude de receptividade espiritual e fome por encontrar Deus para apegar-se a Ele, caso pretenda ir além do seu estudo científico e chegar à rica herança deste que é o maior de todos os livros.”

VI. O Método deste Comentário Este comentário e guia de estudo foi planejado com o objetivo de apoiar seus procedimentos inter- pretativos da seguinte forma: A. Um breve esboço histórico apresenta cada livro. Depois que você tiver completado o “CICLO DE LEITURA TRÊS”, verifique esta informação. B. Vistas do contexto são encontradas no início de cada capítulo. Isso ajudará você a perceber como a unidade literária é estruturada. C. No início de cada capítulo ou unidade literária maior são disponibilizados a divisão em pará- grafos e respectivas legendas descritivas de várias traduções modernas (^3 ). As Bíblias disponí- veis em português e utilizadas no presente estudo são:

  1. Tradução de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Corrigida (ARC);
    1. Tradução de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada (ARA);
    2. Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH);
    3. Bíblia Viva (BV);
    4. Bíblia de Jerusalém (BJ). As divisões em parágrafos não são inspiradas. Elas são averiguadas a partir do contexto. Ao comparar várias traduções modernas, baseadas em teorias de tradução e perspectivas teológicas diferentes, temos condições de analisar a suposta estrutura de pensamento original do autor. Cada parágrafo tem uma verdade central. Isto tem sido chamado de “sentença do tópico” ou “i- déia central do texto”. Esse pensamento unificador é a chave para a adequada interpretação his-

(^1) Título original: Protestant Biblical Interpretation (^2) Título original: The Relevance of the Bible (^3) Nota do Tradutor: o ponto de partida, no original deste comentário, é a Nova Versão Americana Standard da Bíblia, atuali-

zada, de 1995 (NASB).

xviii

tórica e gramatical. Nunca se deve interpretar, pregar ou ensinar com base em menos do que um parágrafo! Convém lembrar também que cada parágrafo está relacionado com os parágrafos adjacentes. É por isso que um esboço de todo o livro no nível de parágrafos é tão importante. Temos que estar capacitados a seguir o fluxo lógico do assunto que está sendo tratado pelo au- tor original inspirado. D. As notas de Bob seguem uma abordagem de interpretação versículo-a-versículo. Isso nos força a seguir o pensamento original do autor. Essas notas apresentam informações de diversas áreas:

  1. Contexto literário;
  2. Visão cultural e histórica;
  3. Informações gramaticais;
  4. Estudo das palavras;
  5. Passagens paralelas relevantes. E. Em certos pontos, o texto impresso original da Nova Versão Americana Standard da Bíblia está suplementado por traduções de várias outras versões modernas:
  6. A de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Corrigida (ARC), que segue textualmente os manuscritos do “Textus Receptus”, publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB);
  7. A de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada (ARA), que é uma revisão da ARC, também da SBB;
  8. A Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH), que é uma tradução do tipo equivalên- cia dinâmica, igualmente da SBB;
  9. A Bíblia de Jerusalém (BJ), baseada numa tradução católica francesa do tipo “equivalência dinâmica”, publicada no Brasil pela Editora Paulus. F. Para aqueles que não lêem grego, comparar traduções em nossa linguagem pode ajudar a iden- tificar problemas no texto:
  10. Variações nos manuscritos;
  11. Significados alternativos das palavras;
  12. Dificuldades gramaticais nos textos e na estrutura;
  13. Textos ambíguos. Embora as traduções para nossa linguagem não possam resolver tais problemas, elas permitem identificá-los como pontos para estudo mais completo e mais profundo. G. Ao fim de cada capítulo uma discussão de questões relevantes é apresentada, com o objetivo de identificar os itens interpretativos mais importantes do capítulo.

xx

CARTA DE PAULO

AOS

ROMANOS

INTRODUÇÃO A ROMANOS

Declarações Iniciais

A. Romanos é o mais sistemático e lógico dos livros doutrinários do Apóstolo Paulo. Ele foi afeta- do pelas circunstâncias em Roma, portanto é um documento “da ocasião”. Algo aconteceu que levou Paulo a escrever a carta. Contudo, é o mais neutro dos seus Escritos. O jeito de Paulo de lidar com o problema (possivelmente ciúme entre as lideranças dos judeus e dos gentios que creram) foi uma apresentação clara do evangelho e suas implicações na vida diária. B. A apresentação do evangelho por Paulo na carta aos Romanos impactou a vida da Igreja em to- das as épocas:

  1. Agostinho converteu-se em 386 d.C., ao ler Romanos 13.13-14;
  2. O entendimento da salvação por Martinho Lutero mudou radicalmente em 1513 d.C., quando comparou Sl 31.1 a Rm 1.17 (Hab. 2.4);
  3. João Wesley converteu-se em 1738 d.C., ao ouvir o sermão de Lutero sobre a introdução aos Romanos. C. Conhecer Romanos é conhecer a Cristandade! A carta dá forma à vida e aos ensinos de Jesus como verdades firmadas sobre a rocha para a Igreja de todas as épocas.

AUTOR

Definitivamente Paulo foi o autor. Em 1.1 está a sua saudação típica. Geralmente é aceito que o “espinho na carne” a que Paulo se refere era dificuldade visual, portanto ele não escreveu fisicamente esta carta, mas a escreveu através de um escriba chamado Tércio (16.22).

DATA

A. A data provável da autoria de Romanos é 56-58 d.C. Este é um dos poucos livros do Novo Tes- tamento que pode ser datado com bastante precisão, o que é feito comparando Atos 20.2 e segs. com Romanos 15.17 e segs. Romanos foi provavelmente escrito em Corinto, em torno do final da terceira viagem missionária de Paulo, pouco antes de ele ir para Jerusalém. B. Possível cronologia dos escritos de Paulo de acordo com F. F. Bruce e Murry Harris, com pe- quenas adaptações. Livro Data Onde foi escrito Relação com Atos 1 Gálatas 48 Antioquia da Síria 14.28; 15. 2 1 Tessalonicenses 50 Corinto 18. 3 2 Tessalonicenses 50 Corinto - 4 1 Coríntios 55 Éfeso 19. 5 2 Coríntios 56 Macedônia 20. 6 Romanos 57 Corinto 20.

3

C. Apresentar a si mesmo à igreja em Roma. Havia muita oposição a Paulo por parte de judeus convertidos sinceros em Jerusalém (Concílio de Jerusalém, em At 15), de judeus falsos (Judai- zantes, em Gálatas e 2Co 3.10-13) e de gentios (Colossenses, Efésios) que tentaram misturar o evangelho com suas teorias ou filosofias de estimação. D. Tendo Paulo sido acusado de ser um inovador perigoso, fazendo acréscimos imprudentes aos ensinos de Jesus, o livro de Romanos é sua forma de defender-se de maneira sistemática, mos- trando seu evangelho como verdadeiro, para isso usando o Velho Testamento e os ensinos de Jesus (os Evangelhos).

BREVE ESBOÇO

A. Introdução (1.1-17):

  1. Saudação (1.1-7): a. Autor (1-5); b. Destino (6-7a); c. Cumprimentos (7b).
  2. Ocasião (1.8-15).
  3. Tema (1.16-17). B. Necessidade da justiça divina (1.18 a 3.20):
  4. Decadência dos gentios no mundo (1.18-32);
  5. Hipocrisia dos judeus e dos moralistas pagãos (2.1-16);
  6. Julgamento dos judeus (2.17 a 3.8);
  7. Condenação universal (3.9-20). C. O que é justiça divina (3.21 a 8.39):
  8. Justificação somente pela Fé (3.21-31);
  9. Base da justificação: a promessa de Deus (4.1-25): a. Retidão de Abraão (4.1-5); b. Davi (4.6-8); c. Relação de Abraão com a circuncisão (4.9-12); d. Promessa de Deus a Abraão (4.13-25).
  10. A justificação (5.1-21): a. O aspecto subjetivo: amor imerecido, alegria sem igual (5.1-5); b. A base objetiva: o maravilhoso amor de Deus (5.6-11); c. A tipologia Adão/Cristo: ofensa de Adão, provisão de Deus (5.12-21).
  11. A justiça divina tem que produzir justiça pessoal (6.1 a 7.25): a. Libertação do pecado (6.1-14): (1) Uma suposta objeção (6.1-2); (2) O significado do batismo (6.3-14); b. Servo de Satanás ou de Deus: escolha pessoal (6.15-23); c. Casamento do Homem com a lei (7.1-6); d. A lei é boa, mas o pecado impede o bem (7.7-14); e. A eterna luta entre o mal e o bem no crente (7.15-25).
  12. Os resultados observáveis da justiça divina (8.1-39): a. A vida no Espírito (8.1-17); b. A redenção da criação (8.18-25); c. A constante ajuda do Espírito (8.26-30); d. O triunfo da justificação pela fé (8.31-39).

4

D. O propósito divino para toda a humanidade (9.1 a 11.32):

  1. A eleição de Israel (9.1-33): a. Reais herdeiros da fé (9.1-13); b. A soberania de Deus (9.14-26); c. O plano universal de Deus inclui os ímpios (9.27-33).
  2. A salvação de Israel (10.1-21): a. A justiça de Deus e a justiça da humanidade (10.1-13); b. A misericórdia de Deus necessita de mensageiros; chamado para missões mundiais (10.14-18); c. A contínua incredulidade de Israel em Cristo (10.19-21).
  3. O fracasso de Israel (11.1-36): a. O remanescente dos judeus (11.1-10); b. O ciúme de Israel (11.11-24); c. A cegueira temporária de Israel (11.25-32); d. Explosão de louvores de Paulo (11.33-36). E. O resultado do divino dom da justiça (12.1 a 15.13):
  4. Chamamento à consagração (12.1-2);
  5. O uso dos dons (12.3-8);
  6. A relação dos crentes uns com os outros (12.9-21);
  7. Relação com o Estado (13.1-7);
  8. Relação com o próximo (13.8-10);
  9. Relação com o nosso Senhor (13.11-14);
  10. Relação com os companheiros membros da igreja (14.1-12);
  11. Nossa influência sobre os outros (12.13-23);
  12. As relações com a semelhança de Cristo (15.1-13). F. Conclusão (15.14-33):
  13. Planos pessoais de Paulo (15.14-29);
  14. Pedidos de oração (15.30-33). G. Epílogo (16.1-27):
  15. Saudações (16.1-24);
  16. Bênção (16.25-27).

CICLO DE LEITURA UM (ver página xiv)

Isto é um comentário e guia de estudo, o que significa que você é responsável por sua própria inter- pretação da Bíblia. Cada um de nós tem que avançar de acordo com a iluminação que recebeu. Você, a Bíblia e o Espírito Santo têm a prioridade na interpretação. Você não pode delegá-la a um comentarista.

Leia o livro bíblico inteiro, de uma só vez. Defina o tema central do livro todo com suas próprias palavras.

  1. Tema do livro:
  2. Tipo de literatura (gênero):