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O presente estudo visou compreender o esporte enquanto elemento da cultura corporal dentro da abordagem crítico-superadora, aplicada no projeto Esporte e Lazer ...
Tipologia: Notas de estudo
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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL O ESPORTE NA PERSPECTIVA CRÍTICO-SUPERADORA Prof. Ms.Rochele Andreazza Maciel^1 Prof. Ms.Ubirajara Kamos Maciel^2 RESUMO O presente estudo visou compreender o esporte enquanto elemento da cultura corporal dentro da abordagem crítico-superadora, aplicada no projeto Esporte e Lazer na Comunidade Fátima. INTRODUÇÃO A motivação para realizar este trabalho é proveniente da prática pedagógica, em diferentes modalidades esportivas, fomentada a partir de discussões com o grupo do projeto Esporte e Lazer na Comunidade Fátima, patrocinado pela Petrobras, através do Programa Esporte e Cidadania. A perspectiva de atuação consiste em tratar os conhecimentos do esporte, sem reduzi-los a uma simples prática pela prática, ou esportiviza-las na lógica do selecionamento e da competição, ou, ainda, justificar sua permanência nas atividades promotoras de saúde. Na busca de aprofundarmos essas reflexões, em nível teórico e de nos aproximarmos da necessidade de um olhar pedagógico, procuramos dentro da abordagem crítico- superadora (COLETIVO DE AUTORES, 1992), enfatizar sua importância na formação dos alunos na produção de valores, sentidos e significados, bem como, a relevância das práticas corporais a partir do esporte. A abordagem crítico-superadora nos fornece subsídio teórico para desenvolvermos nossas práticas, assim como, viabilizar a leitura da realidade pelo aluno, estabelecendo laços concretos com projetos políticos de mudanças sociais. OBJETIVO Verificar a contribuição da aplicabilidade da metodologia proposta no projeto, através da ela- boração do planejamento e das vivências práticas com os escolares inscritos nas diferentes modalidades esportivas. METODOLOGIA O trabalho consistiu em uma pesquisa descritiva de cunho exploratório. O ESPORTE NA PERSPECTIVA CRITICO-SUPERADORA Para atingir os objetivos propostos nos encontros, é preciso compreender o que faz a criança, adolescente ao jogar, ou seja, o que ela se propõe para se movimentar. Nesse sentido, a elaboração do planejamento e o diário de bordo da execução deram subsídios para desenvolver nos núcleos de atendimento esportivo do Bairro Fátima, na cidade de Caxias do Sul, RS, as modalidades esportivas de basquete, vôlei, futsal, handebol e dança, por meio de atividades diferenciadas nas suas estratégias. A proposta foi desenvolvida por práticas pedagógicas que envolviam associações com os conhecimentos que os alunos já conheciam, quanto à lógica de como praticar esporte e as denominações que poderíamos ampliar por meio de se movimentar, estimulando o trabalho coletivo e a criatividade. O plano de aula era estruturado por três fases distintas. Na primeira fase a atividade se desenvolve pela vivência (^1) Professora do Centro de Ciências da Saúde, no curso de Educação Física. (^2) Professor do Centro de Ciências da Saúde, no curso de Educação Física.
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL do esporte tradicional, esse momento é conhecido como prática social, ou seja, o que é comum ao aluno e ao professor. O professor tem um conhecimento diferenciado do aluno, podendo, durante a aula, se posicionar diferentemente em uma determinada situação (SAVIANI, 2005). Nessas situações, ocorriam as intervenções dos bolsistas articulando problematizações. Em seguida, construir uma nova visão nas demais fases do planejamento, através da transmissão direta e indireta pelo professor, que serão utilizados de forma a questionar e montar estratégias para a resolução das questões levantadas durante o encontro (SAVIANI, 2005). As atividades poderiam sofrer modificações e transformações. As possibilidades de ler, criar e agir sobre esporte estimulava que o aluno se tornasse um sujeito integro e compreensivo nas relações existentes. Os alunos demonstraram prazer e interesse em realizar as atividades, visto que o índice de desistência no projeto não passou de 11%. Para desenvolver uma reflexão coerente é necessário apropriar-se do conhecimento científico e confrontá-lo com os saberes que os alunos trazem de seu cotidiano, tendo como eixo a constatação, interpretação, compreensão e a explicação da realidade social complexa e contraditória. A perspectiva crítico-superadora, trabalha com o conceito de cultura corporal, que se opõe portanto ao conceito de aptidão física enquanto objetivo final. Exige a coerência na seleção dos conteúdos da Educação Física em relação ao objetivo, promovendo uma leitura crítica da realidade. A organização dos conteúdos deve prever tanto uma análise sobre sua origem e o que determinou a necessidade de seu ensino, quanto a realidade material e física da comunidade, visando a formação do cidadão de forma integral e diferenciada. CONSIDERAÇÕES FINAIS No esporte já existem regras, estruturas institucionalizadas e propagadas pela mídia, gerando maior resistência por parte dos alunos a modificá-los quanto proposta pelo professor ou grupo. Durante a prática pedagógica, alguns questionamentos e discussões surgiram nos encontros de forma audaciosa, porque o ensino dos esportes gera imbricamentos entre o esporte educacional e o de competição. Em atividades que não tem como fim um resultado de ganho ou de perda, não há problema de haver grupos mistos, aumenta a espontaneidade e, o prazer, parece se tornar coletivo, contagiante, tanto entre as crianças quanto entre os adolescentes. Então o que acontece quando desenvolvemos o conteúdo esporte? Qual a diferença? Como transportar essa liberdade criativa para o ensino dos esportes? O esporte, por ser um fenômeno mundial, tem pressupostos arraigados em uma lógica de rendimento, resultado e produção, onde os fins justificam os meios adotados. Para transformar o esporte, no esporte da escola, prioritariamente, o professor/bolsista de Educação Física precisa (des)construir em si esses elementos que limitam a prática de um esporte para todos, para então sim, planejar e desenvolver um trabalho pedagógico que abala e questiona essas amarras. Enfim, acreditamos em uma prática pedagógica capaz de lidar com os avanços, os conflitos e contradições da área e, delas extrair e construir novos olhares e novos saberes sobre os conhecimentos escolares e científicos. Para a abordagem Crítico-superadora não se trata de aprender, o esporte pelo esporte, ou a dança pela dança, mas de compreender que esses conteúdos devem receber um outro tratamento metodológico, afim de que possam ser historicizados criticamente e apreendidos na sua totalidade enquanto conhecimentos construídos culturalmente, e ainda serem instrumentalizados para uma interpretação crítica da realidade que envolve o aluno. Deve-se ressaltar também que esta concepção busca a partir de um projeto histórico que privilegie a superação das práticas educacionais mecânicas e burocráticas a partir de uma
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL SAVIANI, D. Escola e democracia. 37ª ed. Campinas: Editora Autores Associados, 2005 – (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo: v. 5).