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Este artigo apresenta a teoria de jean piaget sobre o desenvolvimento cognitivo na infância, com ênfase no período pré-operacional (2-7 anos). Piaget observou o desenvolvimento de seus filhos e identificou quatro períodos: sensório-motor, pré-operacional, operações concretas e operações formais. Neste artigo, abordamos as características mentais prevalecentes neste período, como a formação de classes operatórias incompleta, pré-conceitos, séries intuitivas e o pensamento egocêntrico.
Tipologia: Notas de aula
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An. Sciencult, v.1, n.1, Paranaíba, 2009.
Resumo: este artigo relata a teoria piagetiana, focalizando o período pré-operacional, onde se concretiza o desenvolvimento da linguagem e suas características.
Palavras-chave: Teoria Piagetiana. Período Pré-Operatório. Linguagem.
Abstract: this article is related to the piagetarian theory, focusing on the operational era, where is embased the deevelopruent of the language and its characteristics.
Key-words: Piagetarian theory. Pre-operational era. Language.
INTRODUÇÃO
Piaget nasceu em 1896, em Neuchâteu, na Suíça. Doutorou-se e malacologia em
Pulaski, em 1986 relata o quanto o conhecimento epistemológico é algo que desafia filósofos de todas as épocas históricas. Tanto que os antigos gregos e Descartes, que
(^1) Estudo do conhecimento ou de como chegamos a conhecer e, daquilo que conhecemos.
An. Sciencult, v.1, n.1, Paranaíba, 2009.
acreditavam que a mente do bebê era uma “tábula rasa”. Jean Piaget nunca acreditou em nenhuma dessas hipóteses. Para ele, o indivíduo constrói o conhecimento na interação com o ambiente em que vive. Piaget realizou várias pesquisas com crianças, chegando até mesmo a observar, com a ajuda de sua esposa, o desenvolvimento da inteligência de seus filhos: Jacqueline, Lucienne e Laurent. A partir dessas observações, escreveu livros sobre a primeira infância e a época que a criança aprende a caminhar.
Obs. 4 –L. emite espontaneamente o som rrrá a partir de 0; 1(21), mas não reage tão logo eu o reproduzo. Ao 0; 1(24), pelo contrário, quando faço aa, de um modo prolongado, ela emite duas vezes um som análogo, se bem que estivesse calada há mais de um quarto de hora. Ao 0; 1(25), olha para mim quando faço à, aaa, aaa rra etc. Observo alguns movimentos de sua boca, não de sucção mas de vocalização. Consegue emitir uma ou duas vezes sons bastante vagos, sem imitação propriamente dita mas com contágio vocal evidente. Ao 0; 1(26), quando faço rrrá, ela responde com uma espécie de rr rolados: oito provas positivas contra três negativas. J. nada diz durante os intervalos. – A mesma observação no dia seguinte, aos 0; 2(2) etc. Aos 0; 3(24), ela emite aaa e, vagamente, arrr, nas mesmas circunstâncias, isto é, quando existe uma imitação mútua. Nada de novo até por volta de 0; 5. (PIAGET, 1964, p.24).
Piaget descreveu aqui, a observação que fez de sua filha Lucienne nos primeiros meses de vida, mostrando assim que em cada estágio, o indivíduo tende a se comportar de uma maneira. Dessa forma, seu trabalho tem grande importância para a educação, pois, é preciso conhecer o educando, para saber o que e como transmitir a ele. No período sensório-motor, o recém-nascido tem como comportamento reflexos inacabados (sugar, agarrar). Ele começa a definir limites para seu corpo através de descobertas acidentais. Procura alcançar objetos, desde que possa vê-los, mas o que está fora de seu campo de visão está fora de sua mente. Com um ano a criança já experimenta um tateamento orientado, pode utilizar bastões, correntes para alcançar o objeto desejado. Reconhece fotos de pessoas conhecidas. Com 1 ano e 6 meses, a criança consegue deduzir, os deslocamentos de um objeto escondido. Sabe que este existe, mesmo não o vendo. Começa a usar símbolos na linguagem e nas brincadeiras de faz-de-conta. Recorda de acontecimentos passados e os imita posteriormente. A partir daí, a criança já entra no período pré-operacional.
O período que se estende do nascimento à aquisição da linguagem é marcado por um extraordinário desenvolvimento da mente. Sua importância é algumas vezes subestimada por não ser acompanhada de palavras que permita acompanhar, passo a passo, o progresso da inteligência e das emoções como acontece depois. No entanto, o desenvolvimento mental que ocorre nesse período determina o curso inteiro da evolução psicológica... No início deste desenvolvimento, o bebê incorpora tudo a si próprio – ou, em termos mais precisos, a seu próprio corpo – enquanto que no final do período, isto é, quando a linguagem e o pensamento despontam, ele está para todos os propósitos práticos, mas um elemento ou entidade entre outros, em um universo que ele próprio constrói, e o qual futuramente ele irá experimentar como externo a ele. (PIAGET, 1967 apud WADSWORTH, 1971, p. 40).
Não vamos entrar agora em detalhes sobre o período pré-operacional, já que iremos abordá-lo detalhadamente depois. Dos 7 aos 12 anos, a criança entra para o período das operações concretas. Nele, a criança pensa de forma lógica sobre as coisas que experimentou. Atinge o conceito de conservação, classe e série. É capaz de raciocinar retrospectiva e prospectivamente no tempo (reversibilidade). É um período de
An. Sciencult, v.1, n.1, Paranaíba, 2009.
Para a criança, os objetos e eventos têm finalidades, qualidades e intenções semelhantes às do homem. O mundo pessoal se confunde com o mundo-objeto (finalismo). Os sentimentos, os esforços, a consciência da intencionalidade são projetados sobre objetos inertes, movimentos físicos, animais. Essas assimilações são absorvidas no mundo exterior sem uma adequação ao real (animismo). A criança explica os fenômenos físicos, utilizando conhecimentos que tem de si própria. Explica o mundo, acreditando que todas as coisas, foram feitas pelo homem ou por uma entidade poderosa divina (artificialismo).
2. A LINGUAGEM INFANTIL
O homem aprende a se comunicar desde quando nasce. É impossível fazer um estudo da aquisição da linguagem, sem levar em conta o desenvolvimento da inteligência. Ao se comunicar, a criança não reflete o conhecimento que ela tem do real. Não há uma relação entre significante e significado. A criança conhece as coisas agindo sobre elas, ou seja, não adianta mostrar uma gravura de praia e, explicar a criança o que é uma praia por meio de palavras, se ela não vivenciou aquilo. Para um bebê que vê um gato e o analisa de uma forma ampla e exteriorizada, utilizando o período sensório-motor, combinando os esquemas de olhar, pegar, sentir a lisura do pêlo e a agudeza das garras de um gato, que ouviu o som “miau”, interiorizando estas ações na forma de imagem ou esboço do real, quando a criança ouvir o som “miau” para ela, este som vai ser identificado como o gato que teve contato. Quando a criança diz “mamãe”, ela construiu uma imagem de mãe. Essa imagem é um significante simbólico, já que há separação entre o significante imagem e o significado incorporado por ela. A imagem de mãe, assimila a pessoa, mas apenas guarda uma semelhança com a figura real. Se essa pessoa sofrer alguma mudança no aspecto físico, por exemplo, essa nova mudança não é assimilada a imagem de antes, ou seja, não há um equilíbrio entre acomodação e assimilação já que as imagens de antes, não chegam ao plano consciente ao mesmo tempo que as de agora. Essa falta de equilíbrio entre acomodação e assimilação, ocasiona uma linguagem incoerente, marcada pelo sincretismo e justaposição.
De acordo com Piaget, no pensamento adaptado, quando um indivíduo conversa com outro, ele diferencia seu próprio pensamento do pensamento do outro e fala em função das expectativas do receptor da mensagem; age sobre seu interlocutor fazendo-lhe perguntas, dando-lhe informações e fazendo-lhe pedidos. (FARIA, 2002, p. 44).
O que não se vê nas conversas de crianças dessa fase. A linguagem infantil se caracteriza pela: repetição; monólogo e monólogo coletivo; ordens súplicas e ameaças; críticas e zombarias; diálogos e informações. No período simbólico, a criança utiliza a linguagem sem função social. A repetição ou ecolalia, está mais presente na linguagem dos bebês, mas também pode ser encontrada no período simbólico. O monólogo é mais comum nessa fase. “O monólogo não comunica o pensamento de quem fala a outra pessoa, mas simplesmente acompanha, reforça ou suplementa a ação. O interlocutor é uma espécie de dinamizador da ação". (FARIA, 2002, p. 44) no monólogo, a criança fala em voz alta para si, sem função de comunicar-se. Com o avanço do desenvolvimento infantil, surge o monólogo coletivo. Embora a criança se comunique na presença de outras pessoas, ela ainda continua falando para si mesma.
An. Sciencult, v.1, n.1, Paranaíba, 2009.
As ordens, súplicas e ameaças, servem mais às necessidades subjetivas do indivíduo, do que uma troca social genuína. Esses recursos lingüísticos têm como objetivo induzir uma pessoa a agir em função de outra. Entre os pequenos, as críticas e zombarias, têm apenas a função de satisfazer o amor próprio às necessidades de combatividade ou de emulação. As críticas nessa fase do desenvolvimento, são destinadas a afirmar o “eu” ou a assegurar a superioridade infantil. Nos diálogos e informações, a criança responde às questões que lhe são feitas, apóia seus argumentos nas experiências relativas ao seu próprio corpo, à sua moral etc. Nessa fase do desenvolvimento, o intercâmbio social deve ser incentivado. Se o nosso pensamento permanecer fechado no “eu”, se ele não souber colocar-se no ponto de vista dos outros, a partida entre o objetivo e o subjetivo estará comprometida. As disputas e discussões começam a aparecer no final da fase simbólica. A disputa é sempre acompanhada de atos ou promessas de atos, como gestos, ameaças etc. Pode ser muda ou falada. O que prevalece é a oposição de atos. A disputa sempre acontece, o que há é um choque de afirmações, ou seja, quando uma criança afirma algo sobre um fato e outra diz algo diferente do mesmo fato. Surge, a necessidade de formulação de justificativas para que os opositores cheguem a um acordo. Tudo indica que as disputas levem às discussões porque geram a necessidade, na criança, de se fazer compreender.
3. NOÇÃO DE CLASSE, CONSERVAÇÃO E SÉRIE
Em crianças de 2-3 anos, vê-se uma ausência de classificação. Se entregar a uma criança, por exemplo, figuras em forma de quadrado e triângulo de cores e tamanhos diferentes e, pedir a ela para colocar os iguais juntos, ela reunirá os objetos seguindo um critério de semelhança qualquer. A criança é incapaz de reunir elementos de acordo com dois critérios ao mesmo tempo (triângulo azul e pequeno). Se a criança toma consciência da cor azul, por exemplo, vai reunir todas as figuras da cor azul.
O indivíduo domina a estrutura de classe quando é capaz de incluir classes em classes; quando reúne mentalmente um conjunto de objetos, animais, pessoas etc., considerados semelhantes a despeito de algumas diferenças que cada elemento isolado possa ter. Exemplo: a classe dos mamíferos incluída na classe dos animais. (FARIA, 2002, p. 25).
Crianças de 3-4 anos, conseguem classificar objetos em função de suas semelhanças, por exemplo, triângulos pequenos e grandes. Mas é uma classificação pré- operatória, já que é feita a partir das semelhanças. Se for feita a seguinte pergunta: “O que tem mais? Objetos triângulares, objetos pequenos ou objetos grandes?” A criança não conseguirá responder que tem mais objetos triangulares. “O indivíduo domina a noção de quantidade se é capaz de mantê-la invariável apesar das transformações que venha a sofrer” (FARIA, 2002, p.58); se perguntar a uma criança dessa fase se duas bolinhas de argila do mesmo tamanho são iguais, por exemplo, ela dirá que sim. Mas, de você enrolar a segunda em forma de salsicha e perguntar a ela se são iguais, mesmo a criança tendo dito antes que as duas eram iguais, ela ficará em dúvida e provavelmente dirá que a segunda é maior.
O pensamento, em fase de equilibrarão insuficiente, acaba se submetendo ao domínio das ilusões perceptivas, sendo chamado de pensamento intuitivo. Ele não consegue realizar uma assimilação recíproca de dois esquemas (mais e menos).
An. Sciencult, v.1, n.1, Paranaíba, 2009.
É muito importante conhecer o educando para saber o que e como transmitir a ele. Piaget mostrou que em cada fase cognitiva, o indivíduo tende a se comportar de determinada maneira. A criança, não é um adulto em miniatura: ele apresenta um mundo particular, o qual, nós adultos devemos respeitar e oferecer boas condições para que ela possa se desenvolver, pois, só a partir do conhecimento integral do educando, é que os docentes poderão trabalhar de forma eficaz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAVIS, Cláudia; OLIVEIRA, Zilma de. Psicologia na educação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1994. FARIA, Anália Rodrigues de. O desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. 4. ed. São Paulo: Ática, 2002. PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. 3. ed. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC, 1964. PULASKI, Mary Ann Spencer. Compreendendo Piaget : uma introdução ao desenvolvimento cognitivo da criança_._ Rio de Janeiro: LTC, 1986. WADSWORTH, Barry J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. 5. ed. Tradução de Esméria Rovai; São Paulo: Pioneira, 1971.