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A importância das vitaminas para o metabolismo de bovinos, com foco em suas funções, classificação em lipossolúveis e hidrossolúveis, e os sintomas de deficiência. O texto destaca a necessidade de suplementação em vacas leiteiras de alta produção e a relação entre a deficiência de vitaminas e a saúde animal.
Tipologia: Exercícios
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Não perca as partes importantes!
1. Vitaminas
As vitaminas são compostos orgânicos sintetizados por plantas superiores e microrganismos, e fundamentais ao metabolismo celular e que atuam em diferentes vias do metabolismo animal, sendo essenciais na dieta de bovinos. Os animais necessitam de vitaminas para a síntese de várias coenzimas, que são extremamente importantes para a ação das enzimas no metabolismo, ou seja, uma reação química só se processa com a ação destes catalizadores. Em ruminantes, pela simbiose com a microflora do rumem, os sistemas de exigências nutricionais consideram necessária somente as vitaminas A, D e E na dieta, no entanto, as pesquisas tem mostrado resultados positivos da suplementação de vacas leiteiras de alta produção com vitaminas. Outra função dessa suplementação é a possibilidade de se manipular a fermentação no rumem pois eles possuem fatores que podem manipular o crescimento microbiana.
Esses compostos organicos são necessários em pequenas quantidades no organismo (Murray et al., 2003) e sua estrutura quimica é extremamene variavel. Suas funções podem ser citados pela paricipação na regulação do metabolismo, auxilio na conversão de gorduras, carboidratos e energia, participação na formação de ossos e da visão, atuação no funcionamento na resposta imune celular, regulação genica, participação na formulação de tecidos corporais, dentre outros. (Marks, 1975; National Research Council
Podemos classificar as vitaminas em dois grandes grupos, sendo que esses grupos não dependem da característica química dos compostos, mas da função que desempenham.
a) Lipossolúveis (A, D, E e K) b) Hidrossolúveis (B1, B2, B6, B12, ácido pantotenico, fólico, biotina, colina e niacina).
As lipossolúveis são insolúveis em água e são absorvidas juntamente com os lipídeos, sendo transportadas para o fígado. Já as hidrossolúveis são moléculas solúveis em água, com estrutura química diversa e não podem ser armazenadas no organismo, necessário a ingestão diariamente (Marks, 1975; Nunes, 1998).
Tratando de vitaminas, a primeira consideração que devemos levar em conta é a relação entre a necessidade fisiológica e a necessidade dietética deste grupo de nutrientes. Elas são, no geral, requeridas para os processos do metabolismo, porém, pela capacidade de síntese do organismo ou pela simbiose com microrganismos do sistema gastrointestinal,
os ruminantes não dependem apenas das fontes dietéticas para todas as vitaminas (Ewan, 1996).
Segundo Marks (1975), a ocorrência da deficiência de vitaminas coexiste com a deficiência proteica-energética. Os sintomas de deficiência são devidos as modificações metabólicas pela redução das reservas corporais destes nutrientes e, sendo assim, não é passível a ocorrência de deficiências das vitaminas hidrossolúveis de elas estiverem presentes na dieta, enquanto a deficiência das hidrossolúveis ocorrerá de forma mais gradativa pois essa pode ser acumulada no organismo.
O quadro 1 apresenta as vitaminas de interesse zootécnico e os sintomas de carência.
Tabela 1 - Vitaminas, suas coenzimas, metabolismo e sintomas de carências.
NAD – Flavina, adenina, dinucleotídeo e NADP – Nicotinamida – adenina fosfato Fonte: Bacila (1980)
Vitaminas lipossolúveis: Vitamina A: Vários compostos químicos apresentam a vitamina A em sua composição, porém o principal percursor dessa vitamina é o B-caroteno. A maioria do B-caroteno nas plantas é encontrada no material vegetativo, por isso as forragens podem conter quantidades substanciais desse composto, porém, a sua concentração diminui com a maturidade da planta e é oxidada rapidamente depois que a planta é cortada. A principal fonte comercial de vitamina A é o acetato de retinol, que contém cerca de 500.000UI/kg (Weiss, 1998; NRC, 2001). Em soluções concentradas, o retinol e seus ésteres são óleos de cor amarela clara a rosácea, solidificam em baixas temperaturas e apresentam odor suave.
ao longo de toda a lactação. As causas desta enfermidade em vacas leiteiras têm sido associadas ao baixo consumo de cálcio, ao aumento significativo da demanda deste mineral ou à incapacidade do animal manter os níveis de cálcio no organismo
A ação da luz solar (raios ultravioletas) sobre a vitamina D encontrado na pele dos animais, produz a vitamina D3. Diante deste efeito, normalmente os técnicos não recomendam a suplementação desta vitamina para animais em pastejo, em regiões tropicais. No entanto, algumas considerações são necessárias:
Independentes destas considerações, os conhecimentos atuais mostram ser incomum a deficiência de vitamina D em bovinos em pastejo, porém quando em excesso pode causar toxicidade. Nesses casos, podem-se observar maior absorção de Ca intestinal, altos níveis de Ca plasmáticos, calcificação intensa dos ossos, seguida de reabsorção de Ca, calcificação de tecidos moles como rins, coração e artérias, além das articulações, perda de apetite e de peso.
Vitaminas hidrossolúveis: Vitamina E: Essa vitamina tem diferentes funções no organismo celular, mas atua principalmente na prevenção da oxidação dos ácidos graxos insaturados dentro da célula, protegendo assim a ruptura da membrana. O teor de vitamina E nos alimentos é altamente criável, dependendo das espécies forrageiras, sendo que no geral as concentrações são bem
baixas e reduzem ainda mais e rápido após seu corte. É encontrado em maiores quantidades na soja grãocrua e no caroço de algodão, porem após o tratamento térmico ela tende a volatilizar. A distrofia nutricional que acomete bezerros e cordeiros é um exemplo deste dano causado pela deficiência do selênio, mas influenciada pelo status vitamínico E. Assim, em dietas deficientes em selênio, a distrofia não é prevenida pela vitamina E, ou é prevenida pelo selênio, se houver vitamina E, mostrando a interação dos dois nutrientes (ISLABÃO. 1978).O papel da vitamina E na reprodução não está perfeitamente elucidado. No entanto, sabe-se que as glândulas endócrinas possuem alto nível desta vitamina, particularmente a hipófise. Trabalhos mostram que a vitamina E promove a liberação do FSH (hormônio folículo estimulante), do ACTH (hormônio adrenocorcotrófico) e do LH (hormônio luteinizante). Problema muito comum em rebanhos leiteiros, a retenção de placenta, está relacionado à deficiência de vitamina E. No entanto, deve-se considerar sua relação também com deficiência de selênio, do fósforo da vitamina A, bem como de agentes infecciosos. Outro problema verificado em rebanhos leiteiros, a mastite, mostra-se ser auxiliada em seu controle pela suplementação em vitamina E.
Vitamina K: A vitamina K é um termo genérico utilizado para descrever um grupo de compostos que possuem efeitos anti hemorrágicos. Participa do sistema de coagulação sanguínea, bem como de diversas outras proteínas. Os bovinos requerem a vitamina K para a síntese de peli menos 12 proteinas. A absorção se dá via sistema linfático e requer a presença de bile e suco pancreático, aparentemente ela é concentrada em no fígado após a absorção porem logo depois é distribuída em diversos órgãos.
Niacina: Esta é uma vitamina do complexo B, bastante pesquisada nos últimos anos. Considerava-se que a síntese de niacina no rúmen era adequada para o requerimento do ruminante. A niacina participa como componente da coenzima (NAD e NADP), de vários sistemas enzimáticos, de grande importância no metabolismo do ruminante, entre os quais pode-se citar:
Os minerais podem são classificados levando em consideração seus requerimentos e funções. Aqueles requeridos em grandes quantidades são denominados macrominerais: (cálcio (Ca), fósforo (P), potássio (K), sódio (Na), cloro (Cl), magnésio (Mg) e enxofre (Se). Já os minerais requeridos em menores quantidades são denominados microminerais ou elementos traços: ferro (Fe), iodo (I), zinco (Zn), cobre (Cu), manganês (Mn), cobalto (Co), molibdênio (Mo), selênio (Se), cromo (Cr), vanádio (V), flúor (F), sílica (Si), níquel (Ni), arsênio (As) e estanho (Sn). Os macrominerais são componentes estruturais importantes dos ossos e outros tecidos e constituintes dos fluidos corporais. São essenciais para manter o equilíbrio ácido-base, a pressão osmótica, o potencial elétrico entre as membranas e a transmissão nervosa. Já a concentração de microminerais são utilizados como componentes das metaloenzimas e cofatores enzimáticos ou em hormônios (NRC, 2001).
Tabela 1: Principais funções metabólicas dos macrominerais
Mineral Composição no Organismo (%)
Função
Cálcio 1-2 Mineralização óssea, regulação metabólica, coagulação sanguínea, contração muscular, transmissão de impulso nervoso. Fósforo 0,7-1,2 Mineralização óssea, componente de DNA e RNA, parte de compostos de alta energia (ATP), regulação de enzimas alostéricas, componente dos fosfolipídios. Potássio 0,3 Regulação da pressão osmótica, transmissão do impulso nervoso, regulação do equilíbrio ácido-base, contração
muscular, controle do equilíbrio hídrico. Enxofre 0,25 Componente de aminoácidos sulfurados, componente de biotina e tiamina, componente de mucopolissacarídeos, reações de desintoxicação. Sódio 0,15 Regulação da pressão osmótica, condução nervosa, transporte ativo de nutrientes, regulação do equilíbrio ácido-base, contração muscular, controle do equilíbrio hídrico. Cloro 0,15 Regulação da pressão osmótica, regulação do equilíbrio ácido-base, controle do equilíbrio hídrico, formação do ácido clorídrico no suco gástrico. Magnésio 0,045 Cofator de mais de 300 enzimas, componente dos ossos, atividade neuromuscular. Fonte: Adaptado de Spears (1999). Citado por: Silva, F. A, (2017).
Tabela 2: Principais funções metabólicas dos microminerais
Mineral Composição no Organismo (ppm)
Função
superóxido dismutase mitocondrial), ativador enzimático (glicosil transferases). Cobalto 0,2 Componente da vitamina B12.
Molibdênio 1 - 4 Componente de enzimas (xantina oxidase, sulfito oxidase, aldeído oxidase). Selênio 0,02 Componente de enzimas (xantina oxidase, sulfito oxidase, aldeído oxidase). Selênio 0, Componente de enzimas (glutation peroxidase, iodotironina deiodase tipo I). Fonte: Adaptado de Spears (1999). Citado por: Silva, F. A, (2017).
Interações :
As interações dos minerais podem ser sinérgicas ou antagônicas, ocorrendo nas misturas minerais consumidas pelos animais, no trato digestivo, nos tecidos ou no metabolismo das células. Esse sinergismo ocorre quando um mineral ou mais associados auxiliam a absorção de outros e o antagonismo é o contrário, quando os minerais atrapalham uns aos outros.
Determinação das necessidades e suplementação
O atendimento pleno às exigências minerais de bovinos leiteiros é premissa à saúde e produtividade. A determinação da quantidade a ser suplementada, assim como o cálculo e formulação adequada de dietas, não é tarefa simples. Desta forma, para ser eficiente, evitando deficiências e também excessos, o trabalho do técnico com formação apropriada para tal é fundamental. Este profissional, por meio de análise de cada realidade é capaz de determinar as possibilidades a serem exploradas por cada sistema de produção.
Fontes:
As principais fontes para os bovinos provem da agua, solo e alimento (volumoso ou concentrado). Porem essas fontes não são capazes de suprir todas as necessidades dos animais, sendo necessário a suplementação, pois a concentração mineral nesses alimentos em grande amplitude de variação que se deve a interferência de fatores como fertilidade do solo, tipo de solo, entre outros. Fatores anti-nutricionais também influenciam a disponibilidade de minerais nas forragens, como o oxalato e o fitato.
Dessa forma, a disponibilidade do elemento é o principal aspecto a ser considerado na escolha da fonte, pois quanto maior a participação de elementos com maior coeficiente de absorção, maior será a assimilação pelo animal. Na tabela abaixo mostra as fontes dos principais minerais, assim como seu coeficiente de absorção e porcentagem absorvível.
SPEARS, J. W. Reevaluation of the metabolic essenciality of the minerals. Review. AsianAus. J. Anim. Sci ., v. 12, p. 1002-1008. 1999.
3. Água
A ingestão de água tem impacto direto no desempenho produtivo e bem-estar. Vários fatores intrínsecos e extrínsecos afetam a ingestão de água por parte de bovinos, sejam de corte ou de leite. A limitação de consumo de água reduz o desempenho animal, de forma mais rápida e mais drástica do que qualquer outra deficiência de nutrientes. (BOYLES, 1988). A água constitui cerca de 55 a 70% do peso vivo do animal adulto chegando a porcentagem de 80 a 85% no animal jovem e até 90% no recém – nascido, considerando tal fato, o consumo de água torna-se mais prioritário do que consumir alimentos (FARIES, SWEETEN e REAGOR, 1997). Os animais podem perder até 100% de seu tecido adiposo (gordura) e mais de 50% de sua proteína corporal que eles sobrevivem, mas perdendo de 10 a 12% de sua água corporal, perecem ( MAYANARD, LOOSLI, 1979). O estado fisiológico, fatores climáticos (temperatura ambiente, umidade relativa e horas luz), além de raça, idade, tamanho corporal, consumo de alimentos (e o nível nutricional dos mesmos), de matéria seca e de sódio são fatores que influenciam a ingestão de água. ( NCR, 2007). A água a ser fornecida aos animais pode ter origem de fontes naturais (represas, lagos e córregos) ou artificiais (bebedouros). Em ambos os casos deve-se evitar a presença de agentes contaminantes químicos (sulfatos, amônia, nitritos, nitratos e restos de defensivos) ou microbiológicos (coliformes estreptococos fecais, salmonelas e outros) ( DIAS, 2006; NCR, 2001). Os animais demandam grande quantidade de água para seu crescimento, bem estar e produção de leite e carne. Considerando a grande variedade de propriedades e a amplitude de suas funções, a água pode ser considerada o nutriente mais importante na criação animal. Outra fonte de água para os animais é a que está contida nos alimentos. Esse aporte adicional de água é especialmente importante aos animais criados em regiões e comunidades com poucos acessos à água de beber. Alimentos suculentos caracterizados por apresentarem elevadas concentrações de água e baixos teores de matéria seca a exemplo da palma-forrageira, o mandacaru, gramíneas e leguminosas in natura, forrageira além de alimentos conservados na forma de silagem se constituem em importantes fontes de água aos ruminantes.
Atender todo o requerimento de água para um animal, fornecendo quantidade suficiente para o consumo voluntário é imprescindível para o sucesso do manejo nutricional. Entretanto, a determinação da exigência da água é um processo complexo que envolve a solução de uma equação de balanço hídrico, onde o consumo de água deve satisfazer o total de perda de água (NRC, 2007). Vacas em lactação requerem a ingestão de um volume diário de água para atender às suas exigências de produção e mantença, que poderá ser obtida através de três fontes: consumo voluntário de água (CVA) que equivale a 83% do total consumido, água presente no alimento e a produzida pelo metabolismo corporal de nutrientes. Durante a fase de alimentação líquida, animais jovens ingerem a maior parte da água através do leite ou seus substitutos. É recomendado que bezerros tenham livre acesso a água e a dietas líquidas para aumentar o crescimento e o consumo de MS. Segundo Kertz et al. (1984), água a vontade associada a dietas líquidas proporcionaram ganhos de peso e consumo de alimentos sólidos mais rápidos para os animais do que aqueles sistemas de alimentação que possuíam apenas dietas líquidas. Segundo o NRC (2001), a exigência do consumo de água aumenta aproximadamente 1 kg/dia durante a primeira semana de vida para mais de 2,5 kg/dia durante a 14ª semana.
BOYLES, S.; WOHLGEMUTH, K.; FISHER, G. et al. Pecuária e Água. North Dakota State University : Boletim de Serviço de Extensão AS- 954 -. 1988.
DIAS, M. Qualidade da água e desempenho dos bovinos. Macal Nutrição Animal – Informe Técnico. Campo Grande, 25p.
FARIES, F. C.; SWEETEN, J. M. & REAGOR, J. C. Qualidade da Água: Sua relação com a Pecuária, Texas Agricultural Extension Service, 1997.
KERTZ, A. F., L. F. REUTZEL, AND J. H. MAHONEY. 1984. Ad libitum water intake by neonatal calves and its relationship to calf starter intake, weight gain, feces score, and season. J. Dairy Sci. 67:2964– 2969.
KOZLOSKI, G. B. Bioquímica dos ruminantes. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 139p.2002.
MAYANARD, L. A.; LOOSLI, J. K. Animal nutrition,7 th ed. McGraw-Hill New York: 1979. X