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Resumo: Terapia Nutricional Enteral (TNE) aborda a administração de nutrição por via enteral, conforme RDC 21/2015. Destaca indicações: ingestão oral <60%, desnutrição, traumas e doenças gastrointestinais. Contraindicações incluem obstrução intestinal e instabilidade hemodinâmica. Explora vias de acesso (nasoenteral, gastrostomia) e métodos de administração (bolo, contínua). Detalha fórmulas enterais (polimérica, hidrolisada) e complicações (diarreia, aspiração). Inclui cálculos de hidratação e referências como *Nutrição Clínica no Dia a Dia* (Calixto-Lima). Ideal para estudantes e profissionais que buscam protocolos práticos e atualizados!
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Fernando Filho
A RDC nº 21, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Ministério da Saúde em 13 de maio de 2015, define que a Nutrição Enteral (NE) é de forma resumida, alimento para situações especiais, industrializados, para uso em tubos/sondas ou por via oral, sob orientação médica e de nutricionista, para uso exclusivo ou mesmo complementar na alimentação de pacientes com limitações de ingestão, digestão, absorção ou metabolização de alimentos convencionais ou de pacientes com complicações nutricionais específicas devido seu histórico clínico. A Terapia Nutricional Enteral (TNE) garante igual ou melhor desfecho, se comparado com a Nutrição Parenteral Total (NPT). Isso ocorre devido a utilização do Trato Gastrointestinal na NE, o que por si só promove melhoras na resposta imune, previne atrofia intestinal, diminui a translocação bacteriana e diminui a resposta inflamatória. É importante citar que a NE, é composta por proteínas, carboidratos, lipídios, fibras, eletrólitos, vitaminas e minerais, todos eles balanceados corretamente para o uso específico do caso clínico apresentado. Veremos mais a frente os tipos de formulações. Nutrição enteral
Indicações para a NE Casos onde houverem risco de desnutrição, ingestão pela via oral menor do que 60% das necessidades nutricionais, deglutição comprometida, alteração no nível de consciência, doenças que afetem o uso adequado do TGI ou da alimentação por via oral. Existe a necessidade de verificar se a necessidade de utilizar por pelo menos 5 a 7 dias, menos do que isso não é muito indicado. É importante ressaltar que a NE não vai contraindicar a alimentação oral, geralmente é possível de se combinar ou mesmo associar a nutrição parenteral.
Fernando Filho Alto risco de aspiração Risco de aspiração só em casos de mobilidade gástrica alterada ou alimentação noturna Saida acidental (nasoenteral) em casos de vômitos, tosses, náuseas. Requer dietas Normo ou Hiposmolares (Não aceita várias fórmulas)
Desvantagens: Gástrica Duodeno e Jejunal Métodos de Administração Administração em Bolo: É utilizado uma seringa, 100-350 mL no estômago, usada a cada 2-6 hora. Paciente deve estar reclinado em 45º, para prevenir aspiração. Administraçao intermitente: Usa da gravidade, com volume de 50-500 mL, por meio do Gotejamento, a cada 3-6 horas. Paciente deve estar reclinado em 45º, para prevenir aspiração. Administraçao contínua: Uso de uma Bomba de Infusão, com volume pequeno de 25-150 mL/hora. É interrompida a cada 6- horas para irrigar a sonda com água potável. Quando a sonda deposita-se na Câmara Gástrica, a velocidade e a tonicidade da infusão ficam em segundo plano, por conta das adaptações mecânicas e fisiológicas do estômago. Na administração contínua, o ideal é começar com um volume menor, 100 mL, e ir aumentando a cada 24-48 horas. No caso da administração contínua, inicia-se com 25- mL/h/dia e aumenta a velocidade de modo gradual até a velocidade máxima de 100- mL/h. Caso a sonda esteja localizada após o piloro, no Duodeno ou Jejuno, a dieta deve ser vista com atenção, pois alta velocidade pode ocasionar cólica e diarreia. Fórmulas Enterais Proteínas: 40% dos aminoácidos devem ser essenciais para casos de anabolismo. A fonte dominante inclui Soja e Caseína. Proteína Intacta: Capacidade digestiva e absortiva normal do TGI. Parcialmente Hidrolisada: Redução da capacidade absortiva. Dipeptídeos e Tripeptídeos: Absorção por Difusão passiva. Melhor Absorção que aminoácido livre e proteína intacta. Aumenta absorção de sódio e água, tendo menor risco de diarreia. Aminoácidos Cristalinos: Transporte ativo via bomba de sódio. É usado quando há redução da capacidade absortiva. Contribui para hiperosmolalidade. Carboidratos: Diferença na forma e concentração, sua forma predominante é o hidrolisado de amido de milho ou maltodextrina. Amido Polímeros de Glicose: Rápida hidrólise intestinal, maior absorção comparado a glicose livre, ajuda a aumentar a osmolalidade e solubilidade. Dissacarídeo: Rápida hidrólise intestinal da sacarose e maltose, mas lenta da lactose. Monossacarídeos: Ajuda na hiperosmolalidade. Tolerância do TGI é melhorada pela capacidade absortiva dos monossacarídeos. Hipoproteica: PTN < 10% do VET Normoproteica: 10% > PTN < 20% do VET Hiperproteica: PTN >= 20% do VET Lipídeos: Melhora palatabilidade e sabor, óleos vegetais possuem ácidos graxos essenciais, a ingestão de ácidos graxos essenciais deve ser de 3-4% do total energético. Ácidos Graxos Poliinsaturados(PUFA) e Triglicerídeos de cadeia longa (TCL): Ácidos graxos essenciais, transporta Vitaminas Lipossolúveis e produz eicosanoides. Não afeta osmolalidade.
Triglicerídeos de cadeia média (TCM): Indicado em casos de má absorção de gordura. São rapidamente hidrolisados, não possuem ácidos graxos essenciais e possuem densidade calórica de 8,3 kcal/g. Lipídios estruturados Hipolipídica: LIP < 15% do VET Normolipídica: 15% >= LIP < 35% do VET Hiperlipídica: LIP >= 35% do VET Fibras: Polissacarídeos vegetais e Lignina, nao hidrolisados pelas enzimas digestivas do TGI. Conteúdo varia de 5-14 g/L. Recomenda-se ingerir de 20-25 g/dia. Forma predominante é polissacarídeo da soja. Insolúveis: Aumenta o peso fecal por reter água. Acelera o trânsito intestinal (Constipação) Solúveis: Aumenta peso fecal por conta do aumento da massa bacteriana. Retarda o tempo de trânsito intestinal (diarréia) e retarda o esvaziamento gástrico. Polissacarídeos da Soja: Retarda o tempo de trânsito intestinal, aumenta o peso fecal e reduz a hipoglicemia rebote pós-prandial. Água: Quantidade é relacionada a 1000 mL de fórmula ou por mL de água/L de fórmula, pode variar também a depender da densidade calórica da fórmula (Kcal/mL da fómula) (+Densidade calórica = - água). Fernando Filho
Tipos de Fórmulas Enterais Polimérica: Maioria dos pacientes vão se beneficiar dela, possui os seus nutrientes na forma intacta. Exige a digestão completa do TGI. É indicada quando a função gastrointestinal é preservada, uso de sondas gástricas e em grande parte dos casos. É mais acessível, tem menor osmolaridade e alta disponibilidade no mercado. Parcialmente Hidrolisada: Nutrientes parcialmente quebrados. Precisa de menor digestão em relação a Polimérica, facilitando a absorção em intestinos comprometidos. Casos de disfunções digestivas/absortivas, Gastroparesia, diarreia persistente, intolerância. Melhora a absorção no TGI comprometido, reduz distensão abdominal e desconforto. Tem custo elevado, possui osmolaridade mais alta e menor palatabilidade. Especializadas: Composição modificada para condições clínicas específicas. Vai atender as necessidades metabólicas específicas, melhora os desfechos clínicos, possui nutrientes com ações terapêuticas ou nutrientes específicos. Custo elevado, possui disponibilidade limitada, não há indícios científicos fortes para casos muito específicos. Módulos: Fórmulas incompletas que vão fornecer um macronutriente ou micronutriente mais específico. Complementa dietas enterais artesanais, possui um ajuste fino a necessidades específicas, usado em paciente com demandas individualizadas. Possibilita personalização elevada. Pode ser usada em conjunto/combinação para atender as necessidades. Dietas Industrializadas e Caseiras As industrializadas podem ser: Pó: Pacotes hermeticamente fechados, podem ser individuais ou em lata, é usado água ou outro líquido para diluir. Líquidas Semiprontas: Dietas prontas, em latas ou frascos de vidro para horários de dieta. Prontas: Envasadas, em frascos de vidro ou bolsas próprias para serem colocadas no equipamento diretamente. Já as dietas feitas por alimentos in natura ou mesclando produtos naturais com industrializados, liquidificadas e preparadas de modo caseiro. Elas permitem individualização da dieta e tem menor custo. Densidade Calórica Kcal/mL da Fórmula Conteúdo de água mL/1000mL da Fórmula Conteúdo de água (%) 0,9 a 1, 1, 2 800 a 860 760 a 780 690 a 710 80 a 86 76 a 78 69 a 71 Quanto maior a densidade Calórica da fórmula, menor é a ingestão de água
Referências: Aula Terapia Nutricional Enteral CALIXTO-LIMA, L.; GONZALEZ, M. C. Nutrição Clínica no Dia a Dia. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2017. 310 p. ISBN 978- 8584110803 CUPPARI, Lilian. Nutrição clínica no adulto. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2022. Fonte: Carla de Oliveira Barbosa Rosa. Helen Hermana Miranda Hermsdorff. Fisiopatologia da Nutrição & Dietoterapia. 1ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2021. Pág 53. Fernando Filho