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Guias e Dicas
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Números Complexos, Resumos de Métodos Matemáticos

Uma introdução detalhada aos números complexos, abordando conceitos fundamentais como adição, multiplicação, subtração, divisão, módulo, argumento e representação geométrica no plano complexo. São apresentados diversos exemplos resolvidos envolvendo operações com números complexos, bem como a resolução de equações e sistemas de equações com números complexos. O documento também aborda propriedades importantes dos números complexos, como a comutatividade, associatividade e distributividade das operações, além de explorar a relação entre o número complexo e seu conjugado. Essa introdução aprofundada aos números complexos é fundamental para o estudo de áreas como álgebra, análise matemática, física e engenharia, onde os números complexos desempenham um papel crucial.

Tipologia: Resumos

2024

Compartilhado em 28/05/2024

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eduardo-junior-xg8 🇧🇷

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Cap´ıtulo 1
umeros complexos
1.1 Introdu¸ao
Contrariamente ao bom senso, ao foram as equa¸oes do segundo grau que motiva-
ram o aparecimento dos umeros complexos, mas as equa¸oes do terceiro grau.
Podemos dividir o aparecimento e a discuss˜ao dos umeros Complexos em trˆes fa-
ses no decorrer da hist´oria:
A resolu¸ao das equa¸oes ubicas por meio de radicais na Europa renascentista,
em particular nos trabalhos de Tartaglia (1500-1557), Cardano (1501-1576) e
Bombelli (1526-1572). A busca de uma solu¸ao para esta equa¸ao abriu espa¸co
para o surgimento de novos umeros que ainda ao eram considerados leg´ıtimos.
O desenvolvimento da Matem´atica durante os eculos XVII e XVIII, quando estes
umeros foram designados como imagin´arios e os matem´aticos passaram a operar
com eles sem se preocupar com o seu estatuto pr´oprio.
Os trabalhos de matem´aticos como Wallis, Wessel, Bu´ee e Argand que, na busca
de uma representa¸ao geom´etrica das quantidades imagin´arias, lan¸caram as bases
para que pudesse ser fundado um novo alculo sobre estes objetos.
Em 1545, Cardano ao tentar resolver a equa¸ao c´ubica x3= 4 + 15x, a qual ele
sabia ter raiz x= 4, constatou que a regra criada por dal Ferro-Tartaglia produzia a
seguinte express˜ao:
x=3
q2 + 121 + 3
q2121 .
Deparando-se com o termo 121, ele ao conseguia encontrar uma maneira de
encontrar x= 4 .
Foram necess´arios mais de 25 anos para que Bombelli, engenheiro hidr´aulico, nas-
cido em Bologna, It´alia, em 1530, tivesse uma ideia, em 1572, para resolver o impasse,
operando com as quantidades na forma a+b1 sob as mesmas regras dos umeros
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Cap´ıtulo 1

N´umeros complexos

1.1 Introdu¸c˜ao

Contrariamente ao bom senso, n˜ao foram as equa¸c˜oes do segundo grau que motiva-

ram o aparecimento dos n´umeros complexos, mas as equa¸c˜oes do terceiro grau.

Podemos dividir o aparecimento e a discuss˜ao dos N´umeros Complexos em trˆes fa-

ses no decorrer da hist´oria:

  • A resolu¸c˜ao das equa¸c˜oes c´ubicas por meio de radicais na Europa renascentista, em particular nos trabalhos de Tartaglia (1500-1557), Cardano (1501-1576) e Bombelli (1526-1572). A busca de uma solu¸c˜ao para esta equa¸c˜ao abriu espa¸co para o surgimento de novos n´umeros que ainda n˜ao eram considerados leg´ıtimos.
  • O desenvolvimento da Matem´atica durante os s´eculos XVII e XVIII, quando estes n´umeros foram designados como imagin´arios e os matem´aticos passaram a operar com eles sem se preocupar com o seu estatuto pr´oprio.
  • Os trabalhos de matem´aticos como Wallis, Wessel, Bu´ee e Argand que, na busca de uma representa¸c˜ao geom´etrica das quantidades imagin´arias, lan¸caram as bases para que pudesse ser fundado um novo c´alculo sobre estes objetos.

Em 1545, Cardano ao tentar resolver a equa¸c˜ao c´ubica x 3 = 4 + 15x, a qual ele

sabia ter raiz x = 4, constatou que a regra criada por dal Ferro-Tartaglia produzia a

seguinte express˜ao:

x =

3

3

Deparando-se com o termo

−121, ele n˜ao conseguia encontrar uma maneira de

encontrar x = 4.

Foram necess´arios mais de 25 anos para que Bombelli, engenheiro hidr´aulico, nas-

cido em Bologna, It´alia, em 1530, tivesse uma ideia, em 1572, para resolver o impasse,

operando com as quantidades na forma a + b

−1 sob as mesmas regras dos n´umeros

2 N´umeros complexos

reais e a propriedade (

−1)^2 = −1.

Depois de Bombelli, outros personagens importantes deram grandes contribui¸c˜oes

ao desenvolvimento da teoria dos n´umeros complexos, dentre os quais o matem´atico

francˆes Abraham de Moivre, amigo de Isaac Newton, e tamb´em os irm˜aos Jacques e

Jean Bernoulli. Mas quem fez o trabalho mais importante e decisivo sobre o assunto

foi Euler.

Leonhard Euler nasceu em Basileia, Su´ı¸ca, no ano de 1707, quando o C´alculo Di-

ferencial e Integral, inventado por Newton e Leibniz, estava em expans˜ao. Foi um dos

matem´aticos que mais produziu e publicou em todos os tempos, al´em de ter sido muito

boa pessoa. Seu nome ficou ligado para sempre ao n´umero irracional e, conhecido

como n´umero de Euler, cujo valor ´e aproximadamente 2, 71828. Muitas das nota¸c˜oes

que utilizamos hoje foram introduzidas por ele. Dentre as representa¸c˜oes propostas por

Euler, destacamos o i substituindo

−1. Euler passou a estudar n´umeros da forma

z = a + bi onde a e b s˜ao n´umeros reais e i 2 = −1. Esses n´umeros s˜ao chamados de

n´umeros complexos.

O chamado n´umero imagin´ario, termo que se consagrou juntamente com a express˜ao

n´umero complexo, deve-se a uma passagem do Discurso do M´etodo, de Descartes, onde

ele escreveu a seguinte frase: “Nem sempre as ra´ızes verdadeiras (positivas) ou falsas

(negativas) de uma equa¸c˜ao s˜ao reais. As vezes, elas s˜` ao imagin´arias ”.

A total formula¸c˜ao dos n´umeros complexos foi feita em 1833 pelo irlandˆes W. R.

Hamilton.

1.2 Defini¸c˜ao

H´a diferentes formas de definir um n´umero complexo. Neste texto, a op¸c˜ao ´e definir

da forma mais simples e objetiva.

Defini¸c˜ao 1.1. Um n´umero complexo z ´e um n´umero escrito na forma a + bi, sendo

a e b n´umeros reais e i =

− 1 a unidade imagin´aria.

O n´umero real a ´e chamado de parte real de z, denotada por Re(z), e o n´umero

real b ´e chamado de parte imagin´aria de z, denotada por Im(z).

Escrevemos, assim, z = a + bi = Re(z) + Im(z)i.

Exemplo 1.1. z = 1 − 2 i. ⇒ Re(z) = 1 , Im(z) = − 2.

Exemplo 1.2. z =

3 i. ⇒ Re(z) = 0 , Im(z) =

Exemplo 1.3. z =

− `n 5 i. ⇒ Re(z) =

, Im(z) = −`n 5.

4 N´umeros complexos

Exemplo 1.4. Escreva, na forma a + bi, cada um dos n´umeros complexos (lembre-se

que i 2 = − 1 ):

(a)

  • 5i

i

Solu¸c˜ao:

( 1

2

  • 5i

i

i + 5i · 2 − 5 i ·

i

i + 10i − 3 i^2 = 1 +

i + 3 = 4 +

i.

(b) (3 − 5 i) 4 .

Solu¸c˜ao:

(3 − 5 i)^4 = [(3 − 5 i)^2 ]^2 = [3^2 − 2 · 3 · 5 i + (5i)^2 ]^2 = (9 − 30 i − 25)^2

= (− 16 − 30 i)^2 = (16 + 30i)^2 = 256 + 2 · 16 · 30 i + (30i)^2

= (256 + 960i − 900) = −644 + 960i.

1.3.1 O corpo dos complexos n˜ao ´e ordenado

O conjunto dos n´umeros reais, (R, ≤), ´e um conjunto ordenado, bem como ´e um

corpo (R, +, ., ≤) ordenado. J´a o conjunto dos n´umeros complexos, C, pode ser orde-

nado, mas o corpo complexo (C, +, .) n˜ao pode ser ordenado.

Antes de tratar da n˜ao ordena¸c˜ao do corpo dos complexos, iremos discutir a or-

dena¸c˜ao de um conjunto.

Um conjunto A ´e ordenado se est´a definida entre seus elementos uma rela¸c˜ao de

ordem, ou seja, uma rela¸c˜ao bin´aria x < y, com as propriedades dadas a seguir:

Dados os elementos x, y e z pertencentes ao conjunto A, temos:

  • Propriedade de Tricotomia: Pode-se ter somente uma das trˆes consequˆencias x < y, x > y ou x = y;
  • Propriedade de Transitividade: se x < y e y < z ent˜ao x < z.

Nesse caso, podemos pensar na ordena¸c˜ao do conjunto dos complexos considerando,

por exemplo, o que chamamos de ordem do dicion´ario. Sejam z = a + bi e w = c + di,

tem-se z > w quando a > c, valendo a rec´ıproca. E, quando a = c, apela-se para a

parte imagin´aria, b > d, sendo a rec´ıproca tamb´em v´alida.

Introdu¸c˜ao 5

Por´em, essa ordena¸c˜ao no corpo dos Complexos n˜ao ir´a fazer sentido.

Consideremos, por exemplo, z = 1 + 2i e w = 2 + i. Nesse caso, ter´ıamos w > z.

Por´em, como C ´e um corpo, temos que:

z < w ⇐⇒ (1 + 2i) < (2 + i)

⇐⇒ (1 + 2i) · ( 1 − 2i) < (2 + i) · ( 1 − 2i) , {[Obs:(1 − 2 i) > 0 .]}

⇐⇒ 5 + 0i < 3 − 3 i. Falso!

Observe que multiplicamos ambos os lados da inequa¸c˜ao por um n´umero complexo

positivo (1 − 2 i) segundo a regra adotada.

Uma outra forma de verificar ´e a seguinte: i ´e positivo segundo a regra, mas o

produto de dois n´umeros positivos ´e positivo. Logo, i.i = −1 deveria ser positivo.

Mesmo se considerarmos i negativo, teremos o produto de dois n´umeros negativos

resultando em um n´umero tamb´em negativo.

Ou ainda, de forma mais rigorosa, i.i = i 2

  1. Logo, − 1 > 0. Falso!

Introdu¸c˜ao 7

(c) z 1 + z 2 , sendo z 1 = 1 + i e z 2 = 3 − i.

1.5 Conjugado complexo

O conjugado do n´umero complexo z = a + bi ´e definido por z = a − bi.

Geometricamente, z ´e a reflex˜ao de z em rela¸c˜ao ao eixo real.

8 N´umeros complexos

1.5.1 Propriedades:

*As provas das propriedades est˜ao no Apˆendice.

Sejam z = a + bi, z 1 = a 1 + b 1 i e z 2 = a 2 + b 2 i, temos:

(i) z 1 + z 2 = z 1 + z 2.

(ii) z 1 − z 2 = z 1 − z 2.

(iii) z 1 z 2 = z 1 z 2.

(iv)

z 1

z 2

z 1

z 2

(v) z + z = 2x = 2Re(z).

(vi) z − z = 2yi = 2Im(z)i.

(vii) z ´e um n´umero real se, e s´o se, z = z.

1.6 Valor absoluto

O valor absoluto ou m´odulo do n´umero complexo z = a + bi ´e dado por

| z |=| a + bi |=

a^2 + b^2.

Geometricamente, ´e o comprimento do vetor que representa z ou a distˆancia do

ponto que representa z at´e a origem.

Assim, | z 1 − z 2 | ´e a distˆancia entre os pontos que representam z 1 e z 2 :

| z 1 − z 2 |=

(a 1 − a 2 )^2 + (b 1 − b 2 )^2.

10 N´umeros complexos

1.7 Forma polar de um n´umero complexo

Sejam r e θ as coordenadas polares do ponto que representa o n´umero complexo

z = a + bi. Temos:

Assim, a = rcosθ e b = rsenθ.

Podemos escrever, z = a + bi = rcosθ + rsenθ i =| z | (cosθ + isenθ).

θ ´e chamado de argumento de z, representado por arg z, e s´o ´e definido para z 6 = 0.

OBS.:

O argumento de z n˜ao ´e ´unico. Se a igualdade z = r(cosθ + isenθ) ´e verdadeira

para um valor de θ, tamb´em ser´a para θ + 2kπ , k ∈ Z.

Muitas vezes, usamos o argumento principal de um n´umero complexo, denotado

por Arg Z, tal que −π < Arg z ≤ π. Mais adiante no curso, quando forem estudadas

as fun¸c˜oes exponenciais e logar´ıtmicas complexas, ser´a explicado o motivo de usar esse

intervalo.

Introdu¸c˜ao 11

Exemplo 1.8. Determine o m´odulo e os (poss´ıveis) argumentos dos seguintes n´umeros

complexos:

(a) z = 2 + 2i.

Solu¸c˜ao:

Temos que | z |=

22 + 2^2 = 2

Para o argumento, observamos o gr´afico a seguir:

Temos que tg(θ) =

= 1 ⇒ θ =

π

4

  • 2kπ , k ∈ Z.

Todos os arcos cˆongruos a

π

4

s˜ao argumentos de z e o argumento principal ´e

π

4

(b) z = − 3 i.

Solu¸c˜ao:

Temos que | z |=

02 + (−3)^2 =

Nesse caso, θ = −

π

2

  • 2kπ , k ∈ Z.

O argumento principal ´e −

π

2

(c) z = 4.

Introdu¸c˜ao 13

Temos que tg

π

4

(b) z = −2.

Solu¸c˜ao:

Observamos que o argumento principal ´e π, pois o intervalo do argumento principal

´e −π < ArgZ ≤ π.

F´ormula de Euler

As chamadas fun¸c˜oes exponenciais complexas s´o ser˜ao estudadas mais adiante nesse

texto, por´em uma rela¸c˜ao muito importante deve ser comentada desde j´a, conhecida

como a F´ormula de Euler:

e iθ = cos(θ) + isen(θ).

Com isso, por exemplo, teremos e iπ = cos(π) + isen(π) = −1 conhecida com

identidade de Euler e muito usada em ´areas de aplica¸c˜oes dos n´umeros complexos.

14 N´umeros complexos

1.8 Produtos, potˆencias e quocientes de n´umeros

complexos, na forma polar

1.8.1 Produtos

Sejam z 1 = r 1 (cosθ 1 + isenθ 1 ) e z 2 = r 2 (cosθ 2 + isenθ 2 ). Temos,

z 1 z 2 = r 1 r 2 (cosθ 1 + isenθ 1 )(cosθ 2 + isenθ 2 ) = r 1 r 2 [(cosθ 1 cosθ 2 − senθ 1 senθ 2 ) + i(cosθ 1 senθ 2 + senθ 1 cosθ 2 )] = r 1 r 2 [cos(θ 1 + θ 2 ) + isen(θ 1 + θ 2 )].

Ou, podemos escrever, z 1 z 2 = r 1 r 2 θ 1 + θ 2.

Exemplo 1.10. Sejam z 1 = 2 + 2i e z 2 = 1 +

3 i. Calcule z 1 z 2.

Solu¸c˜ao:

Para z 1 = 2 + 2i, temos que | z 1 |=

22 + 2^2 =

  1. E o argumento principal,

Argz 1 = θ =

π

4

Escrevemos, z 1 = 2 + 2i = 2

(^2) π/4.

Para z 2 = 1 +

3 i, temos que | z 2 |=

3)^2 = 2. E, tg θ =

⇒ θ =

π

3

Portanto, 1 +

3 i = 2 π/ 3.

Assim,

z 1 z 2 = (2 + 2i)(1 +

3 i)

(^2) π/4)(2 (^) π/3)

2 7π/ 12

2[cos(7π/12) + isen(7π/12)].

Mas cos(7π/12) = cos(π/4 + π/3) =

E, sen(7π/12) = sen(π/4 + π/3) =

Logo,

z 1 z 2 = 4

  • i

16 N´umeros complexos

1.8.2 Potˆencias

Temos, z 1 z 2... zn = r 1 r 2... rn[cos(θ 1 + θ 2 +... + θn) + isen(θ 1 + θ 2 +... + θn)].

Se z = r(cosθ + isenθ) , n ∈ Z ∗

  • ⇒^ z

n = r n [cos(nθ) + isen(nθ)].

A f´ormula acima ´e chamada de f´ormula de De Moivre.

E, (cosθ + isenθ)n^ = cos(nθ) + isen(nθ).

Tamb´em, (cosθ + isenθ)−n^ =

cosnθ + isennθ

= cos(nθ) − isen(nθ).

Temos que

z

r

(cos(−θ) + isen(−θ)) =

r

−θ.

Exemplo 1.12. Seja z = 1 + i. Escreva, na forma a + bi, o n´umero complexo z 100 .

Solu¸c˜ao:

Temos, z = 1 + i ⇒ z =

(^2) π/4.

z^100 = (

2)^100 100 π/ 4.

Portanto, z = 2^50 25 π = 2^50 (cos 25 π + isen 25 π) = 2^50 (−1) = − 250.

Exemplo 1.13. Escreva na forma a + bi o n´umero complexo (2i) 50 · (1 +

3 i) 20 .

Solu¸c˜ao:

z 1 = (2i)^50 = (2 (^) π/2)^50 = 2^50 50 π/2 = 2^50 25 π = − 250.

z 2 = (1 +

3 i)^20 = (2 π/3)^20 = 2^20 20 π/3 = 2^20 [cos(20π/3) + isen(20π/3)].

Mas,

20 π

3

= 6π +

2 π

3

= 3 · 2 π +

2 π

3

Assim, cos

20 π

3

= cos

2 π

3

sen

20 π

3

= sen

2 π

3

Obtemos, z 2 = (1 +

3 i)^20 = 2^20 ·

i

Logo, (2i)^50 · (1 +

3 i)^20 = (− 250 · 220 )

i

= 2^69 − 269

3 i.

Introdu¸c˜ao 17

1.8.3 Quocientes

Temos que

z 1

z 2

r 1

r 2

[cos(θ 1 − θ 2 ) + isen(θ 1 − θ 2 )] , r 2 6 = 0.

Exemplo 1.14. Sejam z 1 = 1 +

3 i e z 2 = 1 −

3 i. Escreva, na forma a + bi, o

n´umero complexo

z 1

z 2

Solu¸c˜ao:

z 1 = 1 +

3 i = 2 (^) π/3 e z 2 = 1 −

3 i = 2 (^) −π/3.

Portanto,

z 1

z 2

2 π/ 3

(^2) −π/ 3

= 2/ 2 π/ 3 − (−π/3) = 1 2π/ 3.

Assim,

z 1

z 2

= cos

2 π

3

  • isen

2 π

3

i.

Exemplo 1.15. Escreva na forma a + bi o n´umero complexo

3 i)^20

(1 − i)^30

Solu¸c˜ao:

z 1 = (1 +

3 i)^20 = (2 (^) π/3)^20 = 2^20 20 π/3 = 2^20 2 π/ 3.

z 2 = (1 − i)^30 = (

(^2) −π/4)^30 = 2^15 − 15 π/2 = 2^15 − 3 π/2 = 2^15 π/ 2.

Assim,

(1 + i

20

(1 − i)^30

20 2 π/ 3

215 π/ 2

= 2^5 2 π/ 3 − π/2 = 2^5 π/ 6.

Portanto,

(1 + i

3)^20

(1 − i)^30

cos

π

6

  • isen

π

6

i

3 + 16i.

1.9 Extra¸c˜ao de ra´ızes de n´umeros complexos

Queremos resolver a equa¸c˜ao zn^ = z 0 , sendo z 0 = r 0 θ 0 e z = r θ.

Temos, zn^ = z 0 ⇔ rn[cos(nθ) + isen(nθ)] = r 0 (cosθ 0 + isenθ 0 ).

Assim, rn^ = r 0 e nθ = θ 0 + 2kπ , k ∈ R ⇒ θ =

θ 0 + 2kπ

n

Logo, z = n

r 0

cos

θ 0 + 2kπ

n

  • isen

θ 0 + 2kπ

n

, k ∈ Z.

Observamos, por´em, que os valores k = 0, 1 , 2 ,... , n − 1 s˜ao suficientes para que as

n ra´ızes sejam obtidas.

Introdu¸c˜ao 19

Temos, z 0 = 1 ⇒ |z 0 | = r 0 = 1 e θ 0 = 0.

r =

1 = 1 , θ =

2

Assim, z = cos

2

  • isen

2

, k = 0, 1 , 2 , 3.

Para k = 0, temos z 1 = 1.

Para k = 1, temos z 2 = cos

π

2

  • isen

π

2

= i.

Para k = 2, temos z 3 = cosπ + isenπ = − 1.

Para k = 3, temos z 4 = cos

3 π

2

  • isen

3 π

2

= −i.

(d) z^3 = 1 − i.

Solu¸c˜ao:

Temos, z 0 = 1 − i ⇒ |z 0 | = r 0 =

2 e θ 0 = −

π

4

r =

3

6

2 , θ =

−π/4 + 2kπ

3

Logo, z =

cos

−π/4 + 2kπ

3

  • isen

−π/4 + 2kπ

3

, k = 0, 1 , 2.

Para k = 0, temos z 1 = 6

cos −

π

12

  • isen −

π

12

6

cos

π

12

− isen

π

12

Para k = 1, temos z 2 =

cos

7 π

12

  • isen

7 π

12

Para k = 2, temos z 3 =

cos

15 π

12

  • isen

15 π

12

cos

5 π

4

  • isen

5 π

4

Usando as identidades trigonom´etricas cos^2 x =

1 + cos 2 x

2

e sen^2 x =

1 − cos 2 x

2

obtemos as ra´ızes:

z 1 = 6

− i

z 2 = 6

  • i

z 3 =

  • i

20 N´umeros complexos

1.10 Regi˜oes no plano complexo

Esse t´opico trataremos atrav´es de exemplos.

Exemplo 1.17. Represente, graficamente, no plano complexo, os seguintes conjuntos:

(a) {z ∈ C|Re(z) < − 3 }.

Solu¸c˜ao:

Quando escrevemos Re(z) < − 3 ´e o equivalente, no R^2 , escrever x < − 3.

No plano complexo, temos:

(b)

z ∈ C| | z − 2 i |>| 1 −

3 i |

Solu¸c˜ao:

Primeiro, calculamos | 1 −

3 i |=

3)^2 = 2.

Queremos descrever o conjunto dos pontos no plano complexo tais que | z − 2 i |> 2.

H´a duas formas de tratar esse caso:

Na primeira, podemos pensar geometricamente. A regi˜ao ´e o conjunto dos pontos

que distam mais que 2 unidades do ponto que representa o n´umero complexo 2 i.

Temos, no plano complexo, os pontos exteriores a um c´ırculo centrado no ponto que

representa o complexo 2 i e raio 2.

Outra maneira de resolver, ´e substituindo z por x + yi e resolvendo a inequa¸c˜ao: