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Monitoramento de Riscos Ocupacionais: Guia Completo para Profissionais de Segurança, Resumos de Segurança do Trabalho

O monitoramento de fatores de risco ocupacional, com foco na higiene ocupacional. Ele descreve os conceitos, etapas e ferramentas para avaliar e controlar a exposição dos trabalhadores a agentes físicos, químicos e biológicos. O documento também destaca a importância da aplicação das normas regulamentadoras (nrs) e das normas de higiene ocupacional (nhos) para garantir a segurança e saúde no trabalho.

Tipologia: Resumos

2019

Compartilhado em 14/01/2025

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SEGURANÇA DO TRABALHO
As normas regulamentadoras (NRs) estabelecem medidas e requisitos a serem
cumpridos durante a realização das atividades para preservar a saúde e a integridade
dos trabalhadores. Alguns dos requisitos, principalmente aqueles ligados ao fator de
risco ocupacional de acidentes, são definidos de forma a fixar uma regra.
Por exemplo, a NR-12, no item 12.3.2, fixa que
NRs: monitoramento dos riscos
ambientais e ocupacionais e as NHOs da
Fundacentro
18/11/2024, 10:19
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SEGURANÇA DO TRABALHO

As normas regulamentadoras (NRs) estabelecem medidas e requisitos a serem

cumpridos durante a realização das atividades para preservar a saúde e a integridade

dos trabalhadores. Alguns dos requisitos, principalmente aqueles ligados ao fator de

risco ocupacional de acidentes, são definidos de forma a fixar uma regra.

Por exemplo, a NR-12, no item 12.3.2, fixa que

NRs: monitoramento dos riscos

ambientais e ocupacionais e as NHOs da

Fundacentro

devem ser aterradas, conforme as normas técnicas oficiais vigentes, carcaças,

invólucros, blindagens ou partes condutoras das máquinas e dos equipamentos que

não façam parte dos circuitos elétricos, mas que possam ficar sob tensão.

Tal item obriga o aterramento das partes do equipamento que possam ficar

energizadas e oferecer algum nível de risco ao trabalhador. Assim, a norma estabelece

uma regra e não deixa margem para que o responsável pela gestão da NR-12 defina a

medida a ser utilizada.

Por outro lado, há itens normativos que definem a necessidade de controle de

fatores de risco, mas que deixam a forma de análise e a definição da estratégia de

controle a cargo do responsável pela aplicação da norma. Por exemplo, a NR-36, no

item 36.4.1, indica que “o empregador deve adotar meios técnicos e organizacionais

para reduzir os esforços nas atividades de manuseio de produtos”.

Portanto, a norma fixa a necessidade de uma medida, mas não determina aquela

que deve ser adotada. Situações assim ocorrem quando a medida a ser adotada

depende do modo de execução da atividade, do grau de exposição, do ambiente de

trabalho, entre outros. Situações de trabalho que envolvam a exposição aos riscos

ambientais (físicos, químicos e biológicos) e aos riscos ergonômicos são tratadas

pelas NRs na maioria dos casos.

Quando o profissional de segurança se depara com uma condição de exposição

de trabalhadores a um ou mais fatores de riscos ambientais ou ergonômicos, deve-se

definir a necessidade de controles, de modo a manter a exposição dentro de

parâmetros aceitáveis.

Para tanto, devido ao fato de tal tarefa envolver recursos financeiros, definição de

prioridades, contratação de profissionais etc., são utilizadas as ferramentas (ou etapas)

da higiene ocupacional para analisar a exposição do trabalhador e definir os recursos

disponíveis nas situações relevantes de exposição.

Estabelecido e implementado o conjunto de medidas de controle, deve-se

acompanhar o uso ou a aplicação das medidas, visando a garantir que o trabalhador

continue protegido no longo prazo. Esse acompanhamento é definido como

Os fatores de riscos biológicos, físicos e químicos originam-se de agentes como

ruído intermitente (fator de risco físico), bactéria da tuberculose – Mycobacterium

tuberculosis (fator de risco biológico) – e benzeno (fator de risco químico). Assim,

muitas vezes o termo “fator de risco” é substituído por “agente” seguido do tipo de fator

de risco, por exemplo, “agente físico”, para fazer referência ao conjunto de agentes (ou

fatores), como vibração, ruído, calor etc.

Higiene ocupacional

A higiene ocupacional, uma área da segurança e da saúde no trabalho, é uma

ciência que se fundamenta em quatro pilares :

Antecipação Reconhecimento

Avaliação Controle dos riscos

A higiene ocupacional engloba a exposição aos fatores de riscos físicos,

químicos, biológicos e ergonômicos. Contudo, normalmente, os três primeiros fatores

de risco são tratados mais profundamente pelos higienistas ocupacionais. A ergonomia

é tratada por profissionais capacitados especificamente na área em questão, devido às

particularidades que apresenta e aos diversos campos que abrange. Embora o

tratamento possa ser diferente, isso não impede que impactos de uma demanda

ergonômica sejam considerados na exposição aos demais fatores de risco e vice-

versa.

Observe as etapas da higiene ocupacional:

Antecipação

O higienista ocupacional, que pode ser um técnico de segurança, um engenheiro

de segurança ou um médico do trabalho, busca identificar alguma situação futura de

exposição aos fatores de riscos. Por exemplo, uma empresa pode decidir alterar o tipo

de uma tinta utilizada no processo de pintura ao mesmo tempo em que substitui o

processo de pintura com pincel por um processo, também manual, com pistola.

Sendo assim, a etapa de antecipação deve levantar algumas perguntas a

respeito, tais como:

Quais são os compostos químicos utilizados na nova tinta? Eles são os mesmos utilizados no processo de pintura anterior? Algum solvente será utilizado?

Quais são os efeitos à saúde esperados desses novos agentes químicos? Os novos agentes são mais agressivos que os da tinta em uso atualmente? Os agentes químicos contêm alguma característica especial? São carcinogênicos? São ototóxicos? Como o processo de pintura com pistola será realizado?

Há outros trabalhadores na área que poderão ser impactados pela mudança no processo de trabalho?

Além dessas perguntas, algumas situações podem ser esperadas pelo higienista,

por exemplo:

Com a mudança no processo de pintura, haverá, além da exposição a vapores do solvente, a exposição a névoas desse produto e a névoas da tinta, já que a pintura ocorrerá por meio de aspersão do produto sobre a peça.

O nível de ruído aumentará devido ao uso de uma pistola, o que talvez exija algum tipo de proteção ou alguma medida de controle. Algum nível de vibração será sentido pelo trabalhador ao acionar a pistola de pintura.

Avaliação

Os dados da antecipação e do reconhecimento de cada situação de exposição,

para cada fator de risco, são utilizados para definir um nível de prioridade de

ação/controle ou algum parâmetro equivalente. A prioridade de controle é definida com

o uso de uma ferramenta de análise de riscos voltada à higiene ocupacional. Essa

ferramenta pode ser aplicada em situações em que não há nenhum dado de avaliação

quantitativa (por exemplo, uma dosimetria de ruído) ou pode ser aplicada na presença

de dados de avaliação quantitativa. Ao fim, a ferramenta pode indicar algumas

situações. São elas:

O fator de risco em análise está em uma situação aceitável. Dessa forma, manter a situação atual de exposição e os controles existentes é suficiente. O nível de exposição requer certa atenção. Portanto, um monitoramento quantitativo deve ser estabelecido para garantir que o agente continue sob controle ao longo do tempo.

A exposição ao fator de risco deve ser controlada com certa urgência, e um monitoramento quantitativo deve ser estabelecido. A situação de exposição é intolerável. Assim, medidas de controle devem ser adotadas imediatamente, e somente depois disso uma avaliação quantitativa deve ser conduzida. Caso uma medida de controle imediata não possa ser adotada, a atividade deve ser suspensa.

Para chegar às conclusões mencionadas, a metodologia de avaliação e a

ferramenta aplicada, em conjunto com os dados da antecipação e do reconhecimento,

utilizam vários parâmetros, os quais podem ser utilizados conjunta ou separadamente

conforme a situação de exposição. Tais parâmetros levam em conta:

Concentração ou intensidade da exposição comparada aos limites : quando existem dados quantitativos disponíveis, a exposição pode ser considerada pequena, média ou alta. Ademais, na maioria dos casos, a melhor alternativa é a comparação com percentuais. Por exemplo, a exposição está abaixo de 10% do limite; está abaixo de 50% do limite; está entre 50% e 100% do limite; está acima de 100% do limite. Devem- se considerar a frequência e a duração da exposição. A forma de comparação, quando possível, é melhor realizada com valores médios de várias análises dentro de cada grupo homogêneo de exposição.

Valor da exposição de pico : devem ser considerados a frequência de exposição a picos de concentração ou intensidade e o maior valor esperado para tais picos. Esses dados podem se basear em análises já realizadas. A frequência pode ser expressa com relação ao dia, à semana ou ao mês, sendo importante ainda conhecer os impactos à saúde em caso de exposições agudas.

Exposição cutânea : para alguns fatores de riscos químicos, a absorção através da pele pode ser um fator importante, em especial para agentes com baixa taxa de evaporação. Nestes, a principal via de contato é a dérmica, e não a respiratória. Nem sempre o agente é absorvido pela pele, mas, se for o caso, conhecer a taxa de absorção é importante. Já nos demais casos, o agente pode representar algum risco local, como queimadura ou sensibilização. Normalmente, a informação sobre a absorção cutânea é indicada junto ao valor do limite de exposição (ou de tolerância).

Efeitos de longo prazo : quando existem dados sobre efeitos crônicos em função da concentração ou da intensidade de exposição, pode ser interessante utilizar esses parâmetros para estabelecer controles. Dados de bioacumulação de agentes, principalmente metais, são encontrados na literatura.

Avaliação de dose total : para fatores de riscos que podem ingressar por mais de uma via – por exemplo, vias respiratória e cutânea –, a análise deve recair sobre uma exposição total do trabalhador. Efeitos aditivos e sinérgicos entre agentes podem ser analisados nesta etapa.

Incerteza dos dados : nas avaliações quantitativas, os dados levantados em campo podem não corresponder à totalidade do trabalho. Por exemplo, uma análise de exposição ao ruído, realizada durante duas horas de uma jornada de oito horas, poderá produzir dados pouco

Eliminação de máquinas, processos, materiais ou substâncias que são a fonte do fatores de risco Substituição de máquina, processo, material ou substância que ofereça um nível de risco considerável à segurança e à saúde do trabalhador menor

Uso de controles de engenharia, com destaque para sistemas ou equipamentos de proteção coletiva, tais como exaustão local, enclausuramento da fonte; ou ainda aplicação de controles na trajetória, como o uso de barreiras e de ventilação geral Aplicação de medidas de organização do trabalho (medidas administrativas), procedimentos de trabalho

As medidas de organização do trabalho podem envolver novas disposições de

trabalhadores, rodízio e retirada de pessoas não essenciais da área. Os

procedimentos de trabalho visam a definir como as atividades devem ser realizadas

para minimizar a exposição aos fatores de risco. Inclusive, treinamentos são

necessários para implementar os procedimentos.

Utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs)

O uso de EPIs representa a última medida na hierarquia de controle. Os EPIs não

reduzem o nível de risco no ambiente de trabalho, mas evitam que o trabalhador se

exponha à intensidade ou à concentração do agente totalmente.

Durante a definição das medidas de controle, deve-se sempre consultar o que as

NRs determinam em cada caso, pois os itens normativos devem ser atendidos. As

medidas de controle que não eliminam a fonte dos fatores de risco (ou perigos) devem

ser alvo constante de inspeções e monitoramento para garantir que as medidas de

proteção continuem a ser executadas.

Como as quatro etapas da higiene ocupacional são aplicadas considerando uma

base técnica, eventualmente, materiais, dados ou referências da área precisam ser

consultados. Há alguns órgãos e algumas entidades que podem auxiliar durante a

realização de uma análise. São eles:

Fundacentro

A Fundacentro foi criada em 1966 devido ao crescimento do número de casos de

acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais. Ela foi criada pelo governo federal

com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para ser um centro

especializado na área de segurança do trabalho. Os primeiros estudos da Fundacentro

estavam relacionados à exposição a agentes físicos, como ruído e vibrações, e a

agentes químicos, como sílica, poeira de algodão, chumbo e inseticidas

organoclorados. Ainda, ao longo dos anos, a fundação realizou estudos voltados à

ergonomia nos ambientes de trabalho com foco na ergonomia física. Em 1974, a

Fundacentro passou a ser vinculada ao então Ministério do Trabalho. Hoje, ela é

vinculada à Secretaria de Inspeção do Trabalho, do Ministério da Economia.

Atualmente, a Fundacentro atua no desenvolvimento de pesquisas na área de

segurança e saúde do trabalho e na divulgação de materiais da área, seja por meio de

eventos (palestras, congressos), seja por meio da produção e da tradução de

publicações. As NHOs são a produção da fundação de maior destaque. Elas estão

voltadas à avaliação de agentes físicos (ruído, calor, vibração e radiações ionizantes),

químicos (particulados sólidos) e ergonômicos (iluminância).

Além de apresentarem limites de exposição para os agentes citados, as NHOs

determinam os procedimentos de avaliação dos agentes de risco, os tipos de

equipamentos, a estrutura de relatórios, entre outros. Embora os limites de exposição

apresentados possam diferir daqueles indicados nas NRs, o procedimento de

avaliação é o mesmo, havendo eventualmente uma menção explícita em NR de que o

procedimento a ser adotado é o definido em NHO. As NHOs estão voltadas à

prevenção e podem ser consultadas gratuitamente no site da Fundacentro.

Além das NHOs, a Fundacentro produz e traduz outros materiais da área de

segurança e saúde no trabalho que podem ser encontrados em biblioteca digital ou em

acervo físico na respectiva sede da fundação ou nas unidades decentralizadas,

métodos analíticos, o NIOSH publica boletins técnicos sobre a exposição a diversos

agentes químicos, estabelecendo efeitos à saúde, atividades ou serviços de provável

exposição aos agentes e formas de controle. O instituto também publica

concentrações IPVS (imediatamente perigosas à vida ou à saúde; em inglês,

immediately dangerous to life or health – IDLH) para agentes químicos, as quais

servem de parâmetro para avaliar riscos em exposições agudas.

Os materiais publicados pelo NIOSH podem ser consultados gratuitamente na

página do instituto. Eles podem auxiliar nas rotinas do técnico em segurança do

trabalho, principalmente quando não existirem materiais em português para consulta.

Como exemplos de alguns materiais disponíveis que podem contribuir nas análises

realizadas pelos profissionais de segurança, destacam-se estes:

Pocket Guide to Chemical Hazard Manual of Analytical Methods (NMAM) Criteria for a Recommended Standard: Occupational Exposure to Heat and Hot Environments (https://www.cdc.gov/niosh/docs/2016-106/)

Manual for Measuring Occupational Electric and Magnetic Field Exposures (http://www.cdc.gov/niosh/docs/98-154/) Exposição Profissional: Manual de Estratégia de Amostragem (traduzido pela empresa VALE S.A.)

OSHA

A OSHA (Occupational Safety and Health Administration), assim como o NIOSH,

foi criada em 1970 visando a garantir condições seguras aos trabalhadores norte-

americanos. A função dela é estabelecer e aplicar padrões de segurança do trabalho,

além de fornecer treinamentos e assistência na área de segurança. A OSHA também é

responsável por divulgar tais padrões e está ligada ao departamento do trabalho dos

Estados Unidos.

Uma das publicações da OSHA aborda a definição de padrões para atividades

críticas, como trabalho em espaço confinado, trabalho com máquinas de

movimentação de cargas, trabalho em mineração, entre outros. A agência também

analisa acidentes na área da construção civil e publica as conclusões que teve sobre

eles na própria página.

Quanto à área de higiene ocupacional, a OSHA estabelece limites de exposição a

agentes químicos e físicos. Para os agentes químicos, a agência apresenta uma

comparação entre limites (os limites estabelecidos pelo NIOSH e os limites

estabelecidos pela ACGIH – American Conference of Governmental Industrial

Hygienists). Alguns materiais podem ser consultados na página da OSHA. São eles:

Using Leading Indicators to Improve Safety and Health Outcomes

Permissible Exposure Limits – Annotated Tables (publicação on-line)

ACGIH

A ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists) foi

fundada em 1938 e é uma organização voltada à higiene ocupacional. Inicialmente, era

chamada de NCGIH (National Conference of Governmental Industrial Hygienists) e

composta por membros exclusivamente norte-americanos. Então, em 1943, ela foi

renomeada para ACGIH e passou a aceitar membros ligados a agências de higiene

ocupacional de outros países. Além da área de higiene ocupacional, a ACGIH conduz

e publica estudos nas áreas de meio ambiente, toxicologia, materiais e resíduos

perigosos.

A ACGIH também estabelece limites de exposição ocupacional a agentes

químicos e físicos, definidos como TLVs ( threshold limit values ). Esses limites são

utilizados por muitos países como padrões. Os valores passam por revisões ao longo

do tempo, e, todos os anos, a ACGIH publica tais limites em um documento específico.

O Brasil adotou os limites da ACGIH na década de 1970 para elaborar os anexos 11 e

12 da NR-15, mas não promoveu nenhuma grande atualização dos valores até o

momento.

famosa delas) para avaliar a exposição a substâncias químicas. A IHSTAT (Statistical

Analysis of Health & Safety Data) é uma rotina que avalia diversos parâmetros

estatísticos relacionados à exposição.

Entre as publicações, destacam-se as seguintes:

A Strategy for Assessing and Managing Occupational Exposures

Welding Health and Safety: a Field Guide for OEHS Professionals Toxicology Principles for the Industrial Hygienist Occupational Environment – Its Evaluation, Control, and Management

IH Apps & Tools: IHEST, IHSTAT, IHMOD, IH Skin Perm (uma série de ferramentas em Excel)

Monitoramento de fatores de risco

Monitorar uma condição de trabalho deve ser um processo contínuo ou repetitivo,

com frequência determinada, que tem por objetivo acompanhar a condição de

exposição a algum fator de risco ocupacional. O processo de monitoramento está

ligado diretamente ao nível de risco do ambiente, ou seja, quanto maior for o nível,

maior será a frequência ou mais rígido será o processo de monitoramento.

A avaliação da condição de exposição por meio do monitoramento pode envolver

etapas de monitoramentos qualitativo e quantitativo , conforme característica do

agente e da atividade desenvolvida.

O monitoramento pode ser realizado com diversos focos: nas condutas de

trabalho, no uso de equipamento de proteção, nos níveis de exposição aos agentes.

Os dados oriundos do levantamento subsidiam uma avaliação crítica sobre a

exposição e definem as novas medidas de controle que devem ser aplicadas. Quando

o monitoramento é baseado nas condutas de trabalho, procura-se verificar se os

trabalhadores seguem os procedimentos prescritos, se respeitam as etapas de

execução da atividade e se operam os equipamentos de forma adequada e segura.

Eventualmente, quando problemas são detectados, o avaliador deve realizar uma

análise para definir se os desvios encontrados são oriundos de algo que não está claro

para o trabalhador. Por exemplo, um treinamento pode ter priorizado a parte teórica em

detrimento de questões práticas, ou vice-versa, levando o trabalhador a não entender

a real importância de executar as atividades de forma segura.

Ainda, é possível que a mudança no procedimento de campo tenha sido gerada

devido a alguma mudança no leiaute ou durante a implementação de algum sistema

de proteção coletivo.

O acompanhamento de campo pode envolver a análise do uso de EPIs ou de

equipamentos de proteção coletiva. Quanto ao uso de EPIs, é avaliado se o

trabalhador utiliza o equipamento corretamente e durante todo o período de exposição

e se o equipamento está em condições de uso. Quando desvios são encontrados, eles

podem estar ligados à questão do conforto. Por exemplo, o trabalhador deixa de usar

luvas de proteção porque elas não oferecem uma boa movimentação dos dedos.

A execução de monitoramentos quantitativos deve seguir padrões rígidos de

avaliação, de modo que um ou mais resultados confiáveis sejam produzidos. Sendo

assim, o profissional da área de segurança poderá utilizar as NHOs publicadas pela

Fundacentro e outras publicações que tratam da avaliação quantitativa.

Durante a condução do processo de monitoramento e no momento da análise

crítica dos resultados, deve estar claro que o objetivo está vinculado a um processo de

melhoria contínua. Assim, é normal que alguns ajustes ou algumas modificações

devam ser aplicados para atender aos padrões de segurança.

O monitoramento pode tornar-se um processo longo quando a empresa conta

com muitas atividades ou com um grande número de trabalhadores. Nesse caso, é

necessário priorizar os monitoramentos que devem ocorrer antes e definir os que

devem ser realizados mais frequentemente. A realidade do dia a dia da empresa é que

apontará a melhor estratégia.

Como resultado, um plano de ação é elaborado. Normalmente, o plano conta

com objetivo, meta, ações, responsáveis, prazos e indicadores. Toda documentação

gerada deve ser armazenada na empresa para manter um histórico das ações e

também para registrar ações implementadas que não produziram o resultado

esperado, evitando assim o mesmo tipo de abordagem na mesma condição.

Há ainda outro tipo de monitoramento utilizado para complementar os dados de

campo: o monitoramento biológico. Embora ele não seja do mesmo tipo dos

monitoramentos já citados, é útil ao apresentar um panorama da saúde dos

trabalhadores e pode indicar alguma falha das medidas de proteção.

O monitoramento biológico é realizado dentro de um planejamento de exames

médicos periódicos, e os resultados destes são conhecidos como indicadores

biológicos de exposição.

Um indicador biológico pode apresentar, por exemplo, que um trabalhador está

exposto a níveis elevados de um produto químico, por meio dos resultados obtidos em

uma análise de sangue e/ou de urina. Esse tipo de resultado pode indicar alguma falha

no processo de proteção que eventualmente não foi detectada no monitoramento ou

alguma falha na etapa de reconhecimento de riscos.

Embora importante, tal dado de exposição somente é produzido após a falha de

alguma etapa. Logo, qualquer ação que seja tomada tem um caráter de reação. Então,

o ideal é utilizar ferramentas de monitoramento proativas, como as aqui discutidas, em

conjunto com o indicador biológico e outros dados reativos.

NHOs da Fundacentro

Para auxiliar nos procedimentos de avaliação quantitativos e na etapa de

monitoramento, as NHOs disponibilizam a metodologia a ser empregada para algumas

avaliações. As seguintes NHOs tratam da avaliação de agentes de riscos:

NHO-1 (avaliação da exposição ocupacional ao ruído)