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Guias e Dicas
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Uma História de Amor e Guerra: Mira e Kellan, Notas de aula de Direito

Neste documento, podemos encontrar uma sequência de eventos que retrata a complexa relação entre mira e kellan, dois personagens de uma história de amor e guerra. Através de diálogos e ações, é possível ver a evolução de suas emoções e a importância de cada um na vida do outro. Além disso, há referências a outros personagens e ações anteriores que contribuem para a trama. O texto é uma peça importante para quem deseja entender melhor as dynamicas da história.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Cunha10
Cunha10 🇧🇷

4.5

(324)

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No Limite do Amanhecer
Midnight Breed 11
Lara Adrian
PROJETO REVISORAS TRADUÇÕES
Revisão Inicial: Miriam, Sandra Maia, Tininha, Carol
Revisão Final: Fidalga
Formatação: Luci
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No Limite do Amanhecer

Midnight Breed 11

Lara Adrian

PROJETO REVISORAS TRADUÇÕES

Revisão Inicial: Miriam, Sandra Maia, Tininha, Carol Revisão Final: Fidalga Formatação: Luci

Resumo

Neste romance pulsante e emocionantemente sensual, a autora mais vendida do New York Times, Lara Adrian, retorna ao mundo fascinante da Raça da Meia-Noite, com a sequência de novos personagens em um futuro sombrio, onde uma paz instável pode resvalar para a guerra, e uma grande traição pode mascarar um amor que tudo consome.

Vinte anos após o terror do Primeiro Amanhecer — quando a humanidade descobriu que os vampiros viviam secretamente entre eles, a ameaça de violência reina, assim como as dificuldades das duas espécies em coexistirem. O único grupo a preservar o frágil equilíbrio é a Ordem, uma elite de guerreiros da Raça dedicados a proteger os humanos e vampiros igualmente. E neste mundo precário cheio de traições e falta de confiança, Mira, uma capitã impetuosa deste esquadrão, acha que toda luta tem um preço muito alto a ser pago.

Criada entre os membros da Ordem, Mira sempre acreditou no código dos guerreiros, da rápida — e até mesmo letal — justiça. Mas a única coisa que deseja mais do que a aceitação duramente conquistada da Ordem é Kellan Archer, um guerreiro da Raça sexy e problemático. Apaixonada por ele desde a infância, Mira rompeu sua resistência durante uma noite inesperada de êxtase, mas no dia seguinte ele desapareceu misteriosamente, para nunca mais voltar.

Kellan não acreditava que veria Mira novamente — ou que teria que enfrentar a verdade de por que a deixou. Depois de abandonar a Ordem anos atrás, ele agora lidera um grupo de humanos rebeldes na intenção de executar suas próprias regras de justiça. No entanto, uma missão de sequestro de alto nível o deixa cara a cara com o passado que tentou evitar, e a mulher notável que tentou desesperadamente esquecer. Com o aumento da tensão e o risco de derramamento de sangue crescendo, Kellan e Mira devem escolher seu lado — entre as missões concorrentes que dominam suas vidas, e a paixão eletrizante que reivindica seus corações.

REGISTROS DIÁRIOS A PARTIR DOS ARQUIVOS PRIVADOS DA HISTÓRIA DA SEDE DA ORDEM, WASHINGTON, DC.

26 de dezembro

O ano já não importa. Tampouco a data. Depois de tudo o que está acontecendo em todo o mundo neste momento, meu palpite é que a história em breve será explicada simplesmente em termos de Antes e Depois. Antes da humanidade descobrir que os vampiros são reais, e depois. Depois de um vampiro obcecado pelo poder chamado Dragos libertar dezenas dos mais mortíferos membros da Raça — Renegados selvagens viciados em sangue — monstros que estavam encarcerados, soltando-os sobre um inocente e, obviamente despreparado, público humano. Mesmo enquanto escrevo isto, mal posso acreditar no que estou vendo. A carnificina é indescritível. O terror sem precedentes. É difícil desviar os olhos das terríveis notícias e dos vídeos vazando na Internet dentro do complexo temporário da Ordem no Maine. Cada relatório traz imagens dos gritos de homens, mulheres e crianças, multidões histéricas debandando em ruas escuras, nenhum deles rápido o suficiente para iludir os predadores em perseguição. Cidades brilhando incandescentes com as chamas, veículos abandonados e soltando fumaça em ruínas, tiros e miséria enchendo o ar. Em toda parte há derramamento de sangue e morte. Lucan e o resto dos guerreiros da Ordem se mobilizaram para Boston para combater a violência, mas eles eram apenas uma dúzia de soldados da Raça contra centenas de Renegados inundando as grandes cidades de todo o mundo. Durante o tempo que falta até o amanhecer para enviar esses Renegados de volta às sombras, o custo de vidas inocentes poderia facilmente chegar à casa dos milhares. E os danos deixados no rastro de todo este caos banhado em sangue — e desconfiança entre os seres humanos e a Raça — talvez nunca possa ser reparado. Séculos de sigilo e cuidadosa paz, desfeita em uma única noite...

Dia 345, A.P.A.

Faz quase um ano desde o Primeiro Amanhecer. Isso é como todos chamam agora — a alvorada após os ataques dos Renegados que mudou o mundo para sempre. Primeiro Amanhecer. O que é um termo esperançoso, inócuo para tal horrível momento no tempo. Mas a necessidade de esperança é compreensível. É fundamental, especialmente quando as feridas daquela terrível noite e do incerto dia que se seguiu ainda estão tão frescas.

Ninguém conhece a necessidade de esperança melhor do que a Ordem. Os guerreiros lutaram por doze difíceis meses para ganhar de volta alguma sensação de calma, alguma aparência de paz. Dragos não existia mais. Os Renegados que usou como suas armas pessoais de destruição em massa foram todos destruídos. Os meses de matança e terror terminaram. Mas o imenso ódio e a suspeita ainda supuravam em ambos os lados. Era um momento volátil, e até mesmo a menor centelha de violência poderia explodir em uma catástrofe.

Em duas semanas, Lucan está escalado para falar em nome da Raça diante de todas as nações do mundo. Publicamente, vai clamar por paz. Reservadamente, alertou a todos nós da Ordem que receava que o homem e a Raça pudessem, ao invés disto, verem-se arrastados para uma guerra...

04 de agosto, 10 anos A.P.A.

Às vezes parece que foram cem anos de derramamento de sangue e vidas ao longo da década que passou desde o Primeiro Amanhecer. As guerras continuavam. A violência aumentou em todo o mundo. A anarquia reina em muitas grandes cidades, gerando atividades criminosas de bandos de rebeldes e outros militantes, além da matança implacável sobre ambos os lados dos conflitos. Todos os dias, a sede da Ordem em D.C. recebe relatórios preocupantes dos líderes de seus centros de comando distritais, agora situados em todo o mundo. A guerra se tornou pior. A culpa pelo derramamento de sangue está pendurada em ambos os lados, aprofundando a instabilidade e adicionando combustível a um já feroz incêndio. Nossa esperança de paz entre o homem e a Raça nunca pareceu mais fora de alcance. E se este é o estado das coisas dentro destes dez anos de conflito, tenho medo de imaginar o que isso poderá significar para o futuro...

treinamento e experiência de combate que a moldou para a guerreira que era agora. Ela tentou varrer a dor de lado, deixar isto para trás, mas era difícil de fazer. Esta noite, de todas as noites, era quase impossível abafar a dor. E a parte da guerra que era pessoal, tão íntima quanto qualquer coisa na sua vida poderia ser, agora deu a sua voz um tom cru e mordaz. — Deixe os seres humanos terem medo. Talvez se eles se preocupassem mais com a perda de suas gargantas, estariam menos inclinados a tolerar os radicais entre eles, que gostariam de ver toda a Raça reduzida a cinzas. Por trás dela, outro de seus companheiros de equipe deu um riso ronronando baixo. — Você já considerou uma carreira em relações públicas, capitã? — Ela deu uma saudação de um dedo pra cima sobre o ombro e continuou andando, batendo sua longa trança loira como uma cauda contra seu traseiro revestido de couro. A risada de Webb se aprofundou. — Certo. Eu acho que não. Se alguém era adequado para a atribuição diplomática, este era Julian Webb. Um bonito Adônis, afável, polido, e absolutamente devastador quando usava seu charme. Que Webb era fruto de uma educação culta entre a elite privilegiada da Raça não era preciso dizer. Não que alguém tenha dito. Sua experiência, juntamente com as razões para se juntar a Ordem era um segredo que compartilhou somente com Lucan Thorne, e o mais velho fundador da Ordem não contaria nada. Era nesses momentos que Mira se perguntava se seria por isso que Lucan tinha pessoalmente atribuído Webb para sua equipe no ano passado, para manter um olho nela por ele e pelo Conselho, e para assegurar os objetivos da Ordem, que a missão fosse atendida sem qualquer... problema. Desde sua censura humilhante por insubordinação pelo Conselho dezoito meses atrás, não seria surpresa para Mira saber que Lucan confiara em Webb para suavizar quaisquer potenciais momentos difíceis em sua liderança na unidade. Mas ela não trabalhou pra caralho, treinando até quase se matar para ganhar seu lugar com a Ordem, apenas para jogá-lo fora. Era bastante incomum — praticamente inédito, de fato, uma mulher estar através das fileiras com a Ordem e ser premiada com um lugar como capitã de uma equipe de guerreiros. Seu peito inchava de orgulho ao pensar nisso, inclusive agora. Ela vivia para provar que era digna e capaz. Forçava-se impiedosamente para ganhar o respeito dos mais velhos da Ordem e dos outros guerreiros que treinaram com ela — respeito que ganhou eventualmente através de sangue, suor e obstinada determinação. Mira não era Raça. Ela não tinha a velocidade sobrenatural ou a força deles. Não tinha sua imortalidade ou, algo que ela como uma Companheira da Raça — uma fêmea descendente de uma mãe Homo sapiens e um pai ainda de origem genética indeterminada — poderia obter apenas através do acasalamento, de uma troca de vínculo de sangue com um da Raça. Sem esse vínculo sendo ativado, Mira e essas outras raras fêmeas nascidas Companheira da Raça envelheceriam, e finalmente, morreriam, assim como os mortais. Aos vinte e nove anos e não acasalada, ela já estava começando a sentir as consequências físicas e mentais da sobrecarga da escolha de sua carreira. A ferida que estava carregando em seu

coração pelos últimos oito anos provavelmente não ajudava também. E sua ”conduta imprópria” repreendida um ano e meio atrás, foi provavelmente mais do que desculpa suficiente para Lucan querer transferi-la para o trabalho no escritório. Mas ele ainda não tinha, e ela que se danasse se lhe daria ainda mais motivos para considerar isto. — Uma tempestade está vindo. — murmurou o terceiro membro de sua equipe ao lado dela. Torin não estava falando sobre o tempo, Mira sabia. Como um leão checando um novo ambiente, o grande vampiro inclinou a cabeça loira reluzente para o céu da noite sem nuvens, e respirou fundo. Um par de tranças tecidas com minúsculas miçangas de vidro emolduravam suas nítidas e finas características cinzeladas, um olhar exótico não convencional para alguém tão habilmente letal quanto Torin, um que sugeria seu passado estrangeiro. As tranças brilhantes balançavam contra o resto de sua espessa juba na altura do ombro. Enquanto exalava e virava seu olhar intenso em direção a Mira. — Noite ruim para estar aqui. Algo escuro no ar. Ela sentia isso também, mesmo sem a capacidade única de Torin para detectar e interpretar as mudanças nas forças de energia ao seu redor. A tempestade que sentia estava vivendo dentro dela. Ela tinha um nome: Kellan. As sílabas do seu nome rolavam por sua mente como um trovão. Ainda em carne viva, mesmo depois de todo esse tempo. Desde a morte dele, a tempestade de emoções deixada em seu rastro tornou-se mais turbulenta dentro de Mira, especialmente nesta época do ano. Seja pela tristeza ou por negação, ela se agarrava a memória de Kellan com uma furiosa posse. Doentia com certeza, mas a esperança pode ser uma coisa cruel, tenaz. Ainda havia uma parte dela que rezava para que tudo tivesse sido um pesadelo. Eventualmente, ela acordaria dele. Um dia, olharia para cima e veria o jovem macho arrogante da Raça vindo de uma missão inteiro e saudável. Um dia ouviria sua voz profunda em seu ouvido, um perverso desafio, enquanto brigavam na sala de treinamento, um grunhido áspero de necessidade mal refreada em suas crises de combate simulado, enviava-os juntos em um emaranhado de membros nos tatames. Ela sentiria a força formidável do corpo de seu guerreiro novamente, grande, sólido e inquebrável. Olharia em seus olhos pensativos cor de avelã, tocaria os cabelos de ondas desgrenhadas que brilhavam como o castanho acobreado, como uma moeda de um centavo, e sentiria essa suavidade como seda em seus dedos. Ela sentiria o cheiro de couro e especiarias dele, sentiria o estímulo de seu pulso, veria as faíscas de calor âmbar preenchendo suas íris e o brilho branco acentuado de suas presas emergindo, quando o desejo que ele mantinha rigidamente sob controle o traía com relação a ela, apesar de seus melhores esforços para contê- lo. Um dia, ela abriria os olhos e encontraria Kellan Archer dormindo nu ao seu lado, novamente em sua cama, como fora na noite em que foi morto em combate por rebeldes humanos. Esperança, ela pensou sarcasticamente. Uma vadia sem coração. Com raiva de si mesma pela fraqueza de seus pensamentos, pegou o ritmo e olhou para o cruzamento à frente, onde meia dúzia de casais humanos tropeçara para fora de um elegante bar

Não tinha certeza se ela seria capaz de lidar com o fato de estar de volta em Boston. Especialmente no aniversário da morte de Kellan. Ela pegou o significado daquilo, mesmo que não dissesse especificamente as palavras. Ele a conhecia muito bem, foi um dos seus mais queridos amigos por quase tanto tempo quanto Kellan foi. Ainda mais agora, que Kellan havia partido há oito anos. Nathan estava lá naquela noite também. Estava bem ao lado de Mira, segurando-a para trás das chamas e destroços caindo, quando o armazém ribeirinho explodiu no céu escuro. E estava parado na cabeceira dela na enfermaria dias mais tarde, quando acordou e descobriu que não havia qualquer vestígio de Kellan ou a escória rebelde humana que ele perseguiu para dentro da armadilha no edifício. Mira pigarreou, ainda sentia o gosto de cinzas e fumaça depois de todos esses anos. — Não, tudo bem. Estou bem. — Ele não acreditava nela, absolutamente. Ela fugiu da sondagem do seu olhar e levou o resto de seus guerreiros para se reunirem em torno da mesa. — No caso de eu não ter dito isto ainda, bom trabalho, todos vocês. Juntos nós chutamos alguns traseiros importantes lá fora. Torin e Webb concordaram com a cabeça, enquanto Bal lançou um sorriso torto para os três membros da equipe de Nathan. — Certo capitã. Foi muito trabalhar com as senhoras. Afinal, todo cirurgião experiente precisa de alguém para limpar o sangue derramado, e coragem ou uma mão para entregar o instrumento certo, quando ele pedir. — Eu tenho um instrumento para você bem aqui. — brincou Elias, segundo em comando de Nathan, um guerreiro da Raça de cabelos castanhos, parecendo um cowboy robusto, com um sorriso vivaz e um sotaque calmo do Texas. — E se você quiser falar de precisão cirúrgica, temos de lutar com espadas. Jax, meu amigo aqui? Poesia em movimento. Dois desses bastardos rebeldes tiveram a péssima ideia de abrir fogo em cima da gente, mas Jax pegou os dois com um único lançamento de suas hira-shuriken. — Eli fez um som de um assobio baixo, quando passou o dedo atravessando seu pescoço e de Rafe, seu companheiro de equipe sentado ao lado dele. — Um negócio bonito da porra, Jax. Jax deu uma inclinada suave com a cabeça escura com louvor. Metade asiático e cem por cento letal, o grande vampiro de cabelos de ébano era famoso por sua graça mortal, e por sua habilidade com o arremesso das estrelas artesanais afiadas que levava com ele onde quer que fosse. Mira sabia sem verificar que Jax provavelmente tinha uma meia dúzia de suas hira-shuriken com ele agora. Ela levava seu próprio par de lâminas de costume também. Punhais que tinha desde que aprendeu a usá-los corretamente. Eles estavam sempre ao seu alcance, apesar de que fosse ilegal carregar armas de qualquer tipo em setores civis da cidade. Somente os funcionários uniformizados da Junta de Segurança Urbana e o Esquadrão de Força Tarefa, uma polícia do governo direcionada e composta de mão de obra escolhida a dedo pela Raça e funcionários humanos, eram autorizados a transportar armas indisfarçáveis ou usar força letal em uma situação não militar. Refletindo de volta no sucesso de sua missão concluída, Mira acenou para outro membro da equipe de Nathan, outro loiro de olhos azuis, Xander Rafael.

— Bom trabalho que nos prestou na cobertura que precisávamos para destruir o complexo rebelde. — ela disse a ele. — Você tem sérias habilidades, garoto. — Obrigado. — Apesar de não ser uma criança, Mira conhecia Rafe desde que era um bebê. Do grupo sentado em torno da mesa agora, ele era o mais novo recruta, recém-saído do treinamento há dez meses. Mira era quase uma década mais velha do que ele, mas o jovem guerreiro da Raça era muito capaz e sábio, mesmo com sua pouca idade. Ele também era filho de um ancião da Ordem, Dante, e sua companheira, Tess. Como todos os descendentes da Raça, Rafe foi dotado com o talento único de sua mãe extrassensorial. A capacidade de Tess para curar com seu toque era um conflito para seu filho, que também havia nascido com a coragem inata de seu pai e inigualáveis habilidades de luta. Outro presente de sua mãe para Rafe era o cabelo louro e a cor dos olhos. Em Tess, as ondas cor de mel e o olhar verde-azulado eram impressionantes, infinitamente femininos. Em Rafe, com dois metros e envolto em músculos magros e duros, a combinação mexia com a cabeça de cada fêmea em sua proximidade. Certa fêmea, uma morena de vinte e poucos anos que estava observando da mesa do bar com um bando de amigas, estava fazendo tudo que podia para chamar a atenção de Rafe. Ele tinha notado. E não havia dúvidas de que sabia o que a garota bonita estava lhe oferecendo também; Mira viu aquela centelha de arrogância masculina levantar o canto da boca do guerreiro, um momento antes dele e alguns outros machos na mesa virarem a cabeça para cumprimentá-la. — Oi. — a jovem disse, os olhos compridos sobre Rafe. Ela fez sua escolha, sem dúvida. — Oi pra você. — Eli respondeu para o resto da mesa. — Qual é o seu nome, linda? — Sou Britney. — Um olhar sorridente para ele e os outros machos, em seguida, de volta para fitar Rafe. — Minhas amigas estavam me desafiando a vir aqui e falar com você. Rafe sorriu. — É isso mesmo? — Sua voz era suave e sem pressa, a de um macho totalmente à vontade com seu efeito sobre o sexo oposto. Ou outra espécie, neste caso. — Eu disse a elas que não estava com medo. — A admiradora de Rafe continuou. — Disse- lhes que estava curiosa de como eram... — Ela deu um rápido lance de cabeça, perturbado, mas gracioso. — Quer dizer, estava curiosa como eram suas ... Presas garota, Mira pensou com um revirar divertido de seus olhos. Apesar da agitação civil em curso entre os humanos e a Raça, nunca houve uma escassez de mulheres — e um grande número de homens — buscando doar seus frescos glóbulos vermelhos em troca da alta sensual mordida de um vampiro. Balthazar riu. — Muito corajoso de sua parte vir sozinha, Whitney. — É Britney. — Ela riu nervosa, mas determinada. — De qualquer forma, elas disseram que eu deveria fazer isso, então... aqui estou. — Lambendo os lábios enquanto avançava mais perto de Rafe, ela empurrou seu longo cabelo castanho por cima do ombro. O ajuste mostrou a coluna branca delicada de seu pescoço, e Mira sentiu o ar ficar tenso, com as reações instintivas de mais de um macho da Raça na mesa.

recompor. Seus dedos tremiam enquanto limpava a umidade do rosto. Ela soltou um suspiro de frustração. — Droga. Controle-se, guerreiro. A raiva de autocensura funcionou bem o suficiente para que levantasse a cabeça e endireitasse os ombros. Mas foi a estridente gargalhada humana de dentro da multidão próxima, que realmente a tiro do seu mau humor. Mira reconheceria aquela gargalhada cacarejante em qualquer lugar. Exatamente o som que fazia suas veias esquentarem com desprezo. Ela avistou o jovem com a cabeça vermelha — seu ridículo moicano balançando — junto com um grupo de pequenos ladrões e arruaceiros que passavam agora pela multidão, que esperava para entrar no Asylum. Esse penteado de cabelo em pé escarlate brilhante, juntamente com seu riso característico, tinha ajudado o delinquente a ganhar seu apelido de rua, Galo. Filho da puta. Ela não vira o desgraçado por anos. Seu sangue ferveu ao avistá-lo agora. Um conhecido simpatizante rebelde se exibindo por aí com seus amigos criminosos recorrentes, quando deveria estar apodrecendo em uma prisão em algum lugar. Melhor ainda, morto engasgado sobre o objetivo da extremidade de suas lâminas. Quando a parte superior de seu moicano vermelho virou a esquina da quadra com seus quatro amigos, Mira sibilou uma maldição. Não lhe interessava o que Galo estava fazendo. Não era sua maldita jurisdição, mesmo se acontecesse dele estar fazendo o de sempre, nada de bom. Ainda... O impulso a colocou em movimento, mesmo contra seu melhor julgamento. Galo era um fornecedor ocasional de humanos para grupos militantes e facções rebeldes. E essa aliança ocasional o fazia inimigo permanente de Mira. Ela caiu atrás dele e seus amigos a uma distância discreta, arrastando suas botas de solado silencioso, enquanto devorava a calçada na perseguição furtiva. Os homens se arrastaram pela quadra, e entraram por uma porta de um outro lugar em um beco, que há muito tempo fora um clube de dança popular no extremo norte. A antiga igreja neogótica estava longe de ser santa agora, e muito menos respeitável do que foi uma década atrás. Grafites e velhas cicatrizes de bombardeios das guerras obscurecia todo o desbotado “La Notte”, o sinal pintado na lateral do edifício antigo de tijolos vermelhos. Não mais pulsando com transe sedoso e música de sintetizador, o atual proprietário favorecia bandas de hardcore industriais, com vocais gritados dentro do clube no mesmo nível da rua. O que era melhor para abafar os gritos estridentes e sanguinários aplausos dos clientes participando na arena subterrânea do estabelecimento. Foi nesta parte do clube que Galo e seus amigos agora desciam. Mira o seguiu. O fedor de fumaça e bebida derramada pairava como névoa no ar. A torcida era grande na parte inferior da escada íngreme, ainda maior no espaço entre a entrada e a grande jaula de aço reforçado, na arena de luta no centro da sala. Dentro da jaula, dois machos enormes da Raça circulavam um ao outro no combate sangrento. Do lado de fora, reunidos em torno do perímetro e longas filas na multidão de espectadores humanos, aplaudindo e gritando, as apostas eram feitas em seu favorito. Este jogo

vinha acontecendo há algum tempo, com base na quantidade de sangue no ringue e a febre da multidão fora dele. Mira tinha visto os jogos fora da lei antes, e dificilmente se encolheria ao ver os dois vampiros poderosos vestindo apenas calções de estilo gladiador de couro, e um binário^1

Galo e seus amigos pararam para assistir a um dos lutadores tomar um golpe duro no esterno. Sua risada vaiada disparou no meio da multidão quando o combatente caiu para trás contra as barras. O vampiro caído já estava em más condições, lançado contra um lutador invicto, que nunca deixava de trazer as grandes multidões e carteiras cheias. Agora, cuspindo sangue e arfando sob a força deste último golpe, o macho perdedor se arrastou para alcançar o botão de misericórdia dentro da gaiola. Galo e o resto dos espectadores assoviaram e vaiaram quando a chamada por misericórdia suspendeu temporariamente a partida, e expediu um solavanco para punir com eletricidade o adversário ferido do combatente de cabelos escuros. Imperturbável, o imenso lutador da Raça levou o golpe como se não fosse mais do que uma picada de abelha, presas arreganhadas em um sorriso frio que prometia mais uma vitória para seu registro.

de aço em forma de U ao redor de seus pescoços. Pregos de titânio rodeavam os dedos de suas luvas de couro sem dedos, fazendo com que cada golpe selvagem triturasse carne e músculos.

A gaiola trovejou com a violência quando a luta recomeçou, mas Mira ignorava o espetáculo da arena. Seus olhos estavam presos em seu alvo. Sua própria necessidade de punir fervia como ácido em suas veias quando andou até Galo por entre a multidão. Ela pensou nos momentos finais de Kellan enquanto observava o rebelde simpatizante gargalhar e assobiar, ele e os outros humanos aplaudiam cada golpe terrível, espumando por mais derramamento de sangue da Raça. Ela não sabia em que momento puxou suas lâminas da bainha em suas costas. Sentiu o frio de costume do metal trabalhando em suas mãos, as pontas de seus dedos alcançou o punho de arabescos dos punhais. Sentiu instintivamente um comichão para deixar as lâminas voarem quando Galo lançou um súbito olhar em sua direção. Ele a viu, percebeu que ela estava indo em direção a ele. Algo brilhou em seus olhos quando encontrou os dela. Pânico, certamente. Mas Mira também viu culpa naquele olhar preocupado. Na verdade, seu olhar de, oh-merda parecia dizer que ela era a última pessoa que esperava ou queria ver. Ele se encolheu atrás de um dos seus amigos arruaceiros, como se esse chocante cabelo de fogo espetado não fosse denunciá-lo. Mira sentiu um grunhido enrolar na parte de trás de sua garganta. O filho da puta ia dar no pé. E com certeza, ele o fez. — Droga! — Ela abriu caminho empurrando através da multidão espessa tentando não perder de vista sua presa, enquanto manobrava para ter uma chance clara sobre ele com suas lâminas. Alguém viu suas armas em punho e um grito de alerta subiu. Pessoas se moveram pra fora do seu caminho — precisamente tempo suficiente para que visse sua chance de pregar Galo. Ela a aproveitou sem um pingo de hesitação. Suas lâminas gêmeas voaram. Elas flecharam em um

(^1) Binário - Um colar ou pulseira feita de uma tira de metal retorcido, usado pelos antigos gauleses, alemães e britânicos.

— Provavelmente não é uma boa ideia permanecer aqui. — Webb comentou para Mira e Nathan, que ainda não relaxaram de seu impasse tácito. — Se não limpar isso rápido as coisas podem ficar feias. Bal praguejou baixinho. — É tarde demais para isso. Vertendo da rua do lado de fora para o clube subterrâneo, chegavam vinte oficiais vestidos de preto da Junta de Segurança Urbana. O pessoal do JUSTIS invadiu detalhadamente fortemente armados, revestidos com equipamento completo antichoque. Mira só podia assistir — e culpar a ninguém além de si mesma — quando os aplicadores da lei a rodearam, suas armas automáticas treinadas sobre ela e seus companheiros de equipe.

Capítulo 2

Lucan Thorne poderia pensar em uma centena de outras coisas que preferia estar fazendo um pouco depois de 1 hora da manhã, do que estar ocioso em sua mesa na sede mundial da Ordem, em Washington D.C., empurrando e peneirando papeis através do correio de vídeo. Uma dessas outras coisas que preferia era o desejo de buscar sua companheira da Raça, Gabrielle, e sentir suas quentes e suaves curvas debaixo dele na cama. Não, esse era um desejo que não foi abalado por todo este tempo em que ela era sua. Um curto período de mais de vinte anos com sua mulher, e ela o possuía como nada mais tinha, em mais de nove séculos de vida. Seu corpo ansioso concordava, respondendo apenas ao pensamento de sua bela companheira. Lucan gemeu baixinho e se mexeu para ajustar a tensão repentina em sua virilha. Sua caneta raspou todo o papel que assinava no que parecia uma pilha interminável de documentos classificados e acordos do Conselho Mundial das Nações, a maioria pertencente à cúpula de paz mundial que tinha lugar na cidade a menos de uma semana. As reuniões de pré-cúpula com outros lideres do CMN — que misturava igualmente os líderes mundiais da Raça e humanos — eram qualquer coisa, menos pacíficas. Mas pelo menos os golpes de sabre e o combate a incêndios foram mantidos a portas fechadas. Para seu crédito, os membros do Conselho pareciam entender que deixar suas agendas pessoais, egos políticos e desconfiança particular uns dos outros, vazar para o público desconfiado, não serviria a ninguém afinal. A cúpula se tornou a maneira de colocar um brilhante rosto amigável sobre as relações da Raça e humanos, de como seria sobre a negociação de acordos de verdade entre os chefes de Estado que, em última instância, seriam responsáveis pela aplicação da futura paz para as gerações vindouras. Lucan só esperava que tudo não desmoronasse ao seu redor antes mesmo de começar. Ele rabiscou sua assinatura em um resumo de segurança da CMN e acrescentou isto a pilha de diversas outras aprovações que já tinha revisado e liberado para implementação. Quando chegou para o maço restante de relatórios, seu tablet soou com uma entrada, uma mensagem de permissão de entrada. Ele bateu o botão de receber na tela e fez uma pausa para digitar a senha necessária para reproduzir o correio de vídeo. Era de um dos altos funcionários do CMN, um estadista idoso humano chamado Charles Benson. O homem também estava entre os de mente mais moderada do Conselho. Um aliado que Lucan achava que poderia ser extremamente necessário quando as negociações para estabelecer relações mais fortes entre o homem e a Raça continuassem por muito mais tempo, depois que a pompa e o flash exagerado da cúpula de paz desaparecesse dentro da areia e nas coisas mundanas da realidade diária. Lucan largou sua caneta e observou, supondo que a mensagem deveria ser importante para Benson tê-lo contatado em particular e sob alta segurança de permissão, além de tudo. — Minhas desculpas por incomodá-lo com esta solicitação em casa, Presidente Thorne. — O rosto enrugado parecia ansioso na gravação da mensagem de vídeo, os lábios finos pressionados

Pelo menos era apenas placas de manifestos e gritos, não a rua em total combate e atos de terror, que ocorreram em ambos os lados nos meses e anos seguintes a descoberta da Raça pela humanidade. A guerra foi inevitável, mesmo que Lucan tivesse tido a esperança de evitá-la. Houve muito sangue derramado, medo e desconfiança. Enquanto a Raça viveu ao lado do homem em segredo durante milhares de anos, tudo o que levou para desfazer séculos de cuidado e discrição foi o ato indescritível de um macho da Raça há duas décadas, que na sua luxúria infame de poder, libertou dezenas de presos, vampiros viciados em sangue, soltando-os em uma população humana inocente. Tinha sobrado para a Ordem ajudar a limpar a carnificina, e deter os Renegados que estavam avançando em uma terrível fileira sanguinária no mundo inteiro. Mas Lucan e seus guerreiros não conseguiram agir rápido o suficiente para conter a violência que eclodiu na sequência dos ataques. Cidades inteiras foram destruídas, prédios caíram, governos dissolvidos por levantes de anarquia e rebelião. Comunidades civis das Raças sofreram ataques diurnos, que deixaram os Darkhaven em ruínas, famílias abatidas ou expostas aos mortais raios do sol. Então, quando parecia que a luta entre o homem e a Raça não poderia ficar pior, uma pesada arma química foi implantada no interior da Rússia, transformando centenas de milhares de hectares em um selvagem deserto inabitável. Foi um movimento catastrófico, que nem os humanos nem a Raça assumiram a responsabilidade por este dia. Poderia ter sido pior se pensar no que poderia ter acontecido, se uma arma de tal tamanho e poder tivesse sido desencadeada em uma grande cidade em vez disso. Ainda assim, o impacto do dano foi sentido no mundo inteiro. E foi solicitado a Lucan enviar a Ordem rapidamente e com força total para destruir todos os silos e instalações nucleares de armas químicas em todos os cantos do mundo. Embora tenha sido a coisa certa a fazer — a única coisa sensata a fazer — havia indivíduos de ambas as raças que desprezavam Lucan pela tática pesada. Alguns temiam que ele não hesitasse em se nomear o único juiz e júri do mundo mais uma vez, se o conflito entre o homem e a Raça se intensificasse. O caralho que ele faria. Lucan só esperava que fosse uma decisão que nunca tivesse que tomar. Bateram na porta do seu escritório, uma intrusão de boas-vindas no caminho sombrio dos seus pensamentos. — Entre. — ele disse, rosnando este convite. Deixando cair a cortina no lugar, afastou-se da janela. Estava esperando Gideon, o guerreiro da Raça que era o gênio técnico do centro de operações complicadas e complexas da Ordem. Gideon estava atualmente com a tarefa de fornecer a Lucan atualizações de segurança na instalação de reunião da cúpula, de modo que os recursos da Ordem poderiam ser atribuídos para cobrir o evento de vários dias. Mas não era Gideon na porta. — Darion. — Estou interrompendo seu trabalho, pai? — Nem um pouco. — Ele fez um gesto para Darion entrar e se juntar a ele.

Apenas a visão de seu menino — o homem alto e musculoso de 19 anos de idade, que tinha o tom castanho escuro dos cabelos ruivos de sua mãe, e os mesmos emotivos olhos castanhos — fez o peso dos encargos atuais de Lucan irem embora. Eram os outros traços que Darion trazia — a estrutura facial angular e a mandíbula forte de Lucan, juntamente com uma determinação ferrenha inflexível, herdada de ambos os pais — que costumava colocar pai e filho em desacordo. Além da cor e da capacidade extrassensorial de Gabrielle, ambos transmitidos a seu filho para Lucan, estar perto de Darion era como se olhar em um espelho. Darion era muito parecido com seu pai em muitos aspectos. Um reconhecimento que inquietava Lucan mais do que queria admitir. Mas onde Lucan tinha lutado com sua tendência natural para liderar os outros, Dare não tinha tais escrúpulos. Muito ousado, mais frequentemente do que deveria. Destemido com qualquer coisa que tentasse. Estas eram qualidades que faziam o sangue de Lucan gelar com medo paternal, quando imaginava seu filho eventualmente vestido para combate como um guerreiro da Ordem e encarregado de uma batalha. Se Lucan tivesse escolha, aquele momento que temia tanto nunca chegaria. Darion entrou no escritório, casualmente em jeans escuro e uma camisa preta com mangas enroladas, desabotoada no colarinho. — Mais manifestantes esta noite. — Ele observou, levantando o queixo quadrado em direção às janelas, onde o barulho das vozes do lado de fora estava aumentando. — Parece que os números estão crescendo à medida que nos aproximamos da data da cúpula. Lucan grunhiu, dando um breve aceno de cabeça. — Apesar de todos os seus balidos, infelizmente isto é apenas ruído de fundo para problemas maiores. — Acha que as reuniões de hoje não correram bem? — Nada melhor ou pior do que qualquer outra nas últimas semanas. — Lucan lhe indicou uma cadeira do outro lado da mesa, em seguida deu a volta para tomar o seu próprio lugar quando Darion se sentou. — Cada vez mais esta cúpula está se tornando um escárnio. Como podemos esperar fazer uma ponte através da desconfiança entre as raças quando os membros do próprio Conselho do CMN não concordam com os princípios mais básicos? — Está tão ruim? — Darion perguntou com sua voz profunda tão ameaçadora quanto os pensamentos de Lucan. — Sim. — disse Lucan. — Neste momento, alguns políticos estão usando a cúpula para seus comícios de campanha pessoais. Corporações estão vendo ouro, transformando todo o evento em um circo de mídia e patrocínio publicitário. E não vamos esquecer os palhaços endinheirados, como Reginald Crowe que está enfeitando todos os palcos e pavilhões com doações enormes, em troca de ver seu nome brilhando ao redor do mundo. — Lucan murmurou uma consumada maldição. — Esta cúpula deveria ter um lugar sagrado acima de qualquer exploração. Em vez disso, tornou-se uma maldita piada. Corrupção demais, suborno e favorecimento escorrendo de ambos os lados. Muitas pessoas — humanos e da Raça igualmente — à procura de dinheiro ou usar a cúpula como uma plataforma sobre a qual construir seus impérios pessoais.