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Este artigo analisa o conhecimento e a utilização de práticas integrativas e complementares em saúde (pics) por fisioterapeutas que atuam na área de oncologia. O estudo, realizado através de um questionário online, revelou que os profissionais apresentam um nível de conhecimento moderado a pouco satisfatório sobre as pics, destacando a necessidade de qualificação profissional para garantir o uso seguro e eficaz dessas práticas em pacientes com câncer. O estudo também identificou as pics mais utilizadas pelos fisioterapeutas, como práticas corporais e manuais, acupuntura, aromaterapia e musicoterapia, e os principais benefícios percebidos, como redução da ansiedade, controle da dor e redução do estresse. A pesquisa destaca a importância de pesquisas científicas para garantir a segurança e eficácia das pics em pacientes com câncer, bem como a necessidade de integrar essas práticas no cuidado oncológico, tanto na esfera pública quanto privada.
Tipologia: Teses (TCC)
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Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONAL NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS QUE ATUAM NA ÁREA DE ONCOLOGIA, SOBRE AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE – PICS MARÍLIA FERREIRA DOS SANTOS FIENI Salvador- Bahia 2022
Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS QUE ATUAM NA ÁREA DE ONCOLOGIA, SOBRE AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE - PICS MARÍLIA FERREIRA DOS SANTOS FIENI Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional para a obtenção do grau de Mestra. Orientador: Prof. Dr. George Mariane Soares Santana Salvador- Bahia 2022
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES). Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNASUS).
São tantos, tão especiais... O meu agradecimento especial a meu bom Deus que propiciou a vida, que é fonte de inspiração e sabedoria e nesta trajetória me conduziu ao encontro de mestres e amigos atuantes na construção de conhecimento. Ao Prof. Dr. George Mariane por aceitar o desafio de me orientar, pela compreensão e colaboração nessa etapa. Aos professores da FIOCRUZ-BA pela dedicação e disponibilidade em compartilhar o conhecimento durante esse período do mestrado. Aos meus colegas de turma, em especial Ivana Cedraz, por todo apoio e sempre ter estado ao meu lado nesses Dois anos de mestrado dividindo os anseios e o conhecimento. Aos fisioterapeutas que atuam na área de oncologia, participantes da pesquisa, por se dedicarem a responder os questionários e atuarem de forma tão importante na oncologia. Aos pacientes, pela inspiração de cada dia, que me faz ir em busca do conhecimento, obrigado por ter aprendido com vocês o significado das palavras, EMPATIA, AMOR, FÉ e GRATIDÃO. À minha família, em especial meus sobrinhos, enteada, cunhadas e meus irmãos, Junivan e Gilmar, amigos de sempre, pelo companheirismo e por estarem sempre do meu lado no que precisasse. Ao meu esposo Marco, por toda compreensão e força nessa caminhada, obrigado por sempre me apoiar e me incentivar a nunca desistir. A meus pais, Ivan e Maria Helena, pelo exemplo de vida e reconhecimento pelo valor do estudo. E em especial, a meu filho Antônio, que chegou em meio ao mestrado e me impulsiona todos os dias a não desistir. Saibam que sem o apoio de vocês não seria possível à concretização deste meu ideal, obrigado principalmente pelas orações. AMO Vocês!
“Cada uma das divisões da ciência também possui um lado qualitativo em que a experiência pessoal, a intuição e o ceticismo trabalham juntos para ajudar a aperfeiçoar as teorias e os experimentos.” (Stake, 2011).
FIENI, Marilia Ferreira dos Santos. Level of knowledge of physical therapists working in the field of oncology on integrative and complementary health practices - PICS, Brazil.
Figura 1 Esquema da análise quantitativa do estudo 27 Figura 2 Percentual de locais de atuação dos fisioterapeutas que atuam em oncologia
Figura 3A Benefícios das práticas integrativas, destacados pelos fisioterapeutas.
Figura 3B Fase do tratamento oncológico, onde os fisioterapeutas, mais utilizam as PICS.
Quadro 1 Instituições que oferecem PICS a pacientes com câncer no Brasil, de acordo com fisioterapeutas que atuam na área de oncologia.
ABFO Associação Brasileira de Fisioterapia em Oncologia ACL Análise de Classes Latentes AIC Critério de Informação de Akaike APS Assistência Primária em Saúde ASCO Sociedade Americana de Oncologia Clínica BA Bahia BIC Critério de Informação Bayesiano CNS Conselho Nacional de Saúde COFFITO Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional DP Desvio padrão ECR Estudo Clínico Randomizado FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz INCA Instituto Nacional do Câncer MAC Medicina Alternativa Complementar MS Ministério da Saúde NCI National Cancer Institute NPQI Neuropatia periférica induzida pela quimioterapia OCCAM Office of Cancer Complementary and Alternative Medicine OI Oncologia Integrativa OMS Organização Mundial da Saúde PICS Práticas Integrativas e Complementares em Sáude PNPIC Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde SIO Sociedade de Oncologia Integrativa SUS Sistema Único de Saúde TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido WCPT World Confederation for Physical Therapy
relacional de pensar e praticar saúde, por meio da produção de vínculo, corresponsabilidade e acolhimento (GONÇALVES, 2015). É notório que a busca pelas práticas terapêuticas não-convencionais demonstra a necessidade de reconhecer e refletir a possibilidade do estabelecimento de um diálogo construtivo entre a medicina tradicional e a moderna, resultando em melhor qualidade de vida para os pacientes. Assim, contribuindo para as decisões dos profissionais que trabalham na área, através da preservação, acomodação ou repadronização dessas práticas para orientar a participação do paciente no seu processo de busca da saúde (MEDEIROS, 1997). Nesta perspectiva, o presente estudo, visa realizar um panorama sobre o nível de conhecimento dos profissionais fisioterapeutas que atuam na área da oncologia sobre as práticas integrativas e complementares em saúde, visto que essa mensuração se torna fundamental para identificar os conhecimentos e adequado uso quanto a essas práticas na assistência ao paciente com câncer.
Esta revisão se propõe a apresentar os aspectos teóricos acerca das práticas integrativas e complementares na saúde, juntamente com o câncer, a oncologia integrativa e a atuação da fisioterapia em oncologia, levando em consideração os aspectos no contexto atual e sua história. 2.1 CONTEXTO ATUAL DO CÂNCER Atualmente, a incidência e a mortalidade por câncer estão crescendo rapidamente, sendo um grande problema de saúde pública em todo o mundo (BRAY et al., 2018; SIEGEL et al., 2021). É notório que em 2020, o diagnóstico e o tratamento do câncer foram dificultados pela pandemia da SARS Cov-2 provocadora da doença COVID 19, associados às preocupações dos indivíduos, fechamentos de sistemas de saúde, incluindo suspensão de programas de triagem, resultando em atrasos no diagnóstico e tratamento que podem levar a uma queda de curto prazo na incidência de câncer, seguido por aumentos na doença em estágio avançado e mortalidade em alguns locais (YABROFF et al., 2022; SIEGEL, 2021; CORLEY et al., 2020; KUTIKOV et al., 2020; DINMOHAMED et al., 2020). No entanto, essa consequência secundária da pandemia levará vários anos para ser quantificada, devido ao atraso na disseminação dos dados de vigilância de base populacional (SIEGEL, 2021). Por exemplo, a incidência e a mortalidade por câncer relatadas estão atualmente disponíveis apenas até 2018 e 2019, respectivamente. (SIEGEL, 2022). De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, o câncer é a segunda causa principal de morte antes dos 70 anos em 112 de 183 países e ocupa a terceira ou quarta posição em mais 23 países (WHO, 2020; BRAY et al., 2021). A incidência e a mortalidade por câncer vêm aumentando no mundo, em parte pelo envelhecimento, pelo crescimento populacional, como também pela mudança na distribuição e na prevalência dos fatores de risco, especialmente aos associados ao desenvolvimento socioeconômico. Verifica- se uma transição dos principais tipos de câncer observados nos países em desenvolvimento, com um declínio dos tipos, associados a infecções e o aumento daqueles associados à melhoria das condições socioeconômicas com a incorporação de hábitos e atitudes associados à urbanização (sedentarismo, alimentação inadequada, entre outros) (BRAY et al., 2018). A crescente proeminência do câncer como principal causa de morte reflete em parte declínios acentuados nas taxas de mortalidade por acidente vascular cerebral e doença cardíaca coronária, em relação ao câncer, em muitos países (BRAY, 2021). Mais de 19 milhões de
fitoterapia usada no Egito e na medicina tradicional chinesa desde 4500 a.C. Os primeiros relatos de tumores e seus métodos de tratamento foram descritos por médicos tradicionais chineses. E no início da década de 1970, o uso de MAC no tratamento do câncer se expandiu em todo o mundo (WITTES, 2000). Para contextualizar essa modalidade, o conceito de Oncologia Integrativa (OI), iniciou em 1998 em que foi criado o Office of Cancer Complementary and Alternative Medicine (OCCAM) para coordenar as atividades do National Cancer Institute (NCI) na área das MAC. O termo foi criado pelo Dr. Robert Wittes, diretor da unidade de tratamento e diagnóstico do câncer, do NCI, em 2000. Pouco tempo depois, em 2003, foi fundada a Society for Integrative Oncology (SIO), reunindo um grupo de profissionais, pesquisadores e docentes desta modalidade, lançando o periódico indexado Journal of the Society for Integrative Oncology. A partir de 2004 foram publicados estudos no banco de dados PubMed-MEDLINE, usando o termo Integrative Oncology. Fatores como o rápido envelhecimento da população norte- americana e a expansão da indústria do bem-estar impulsionaram uma demanda pelas MAC e, em 2009, sete centros de pesquisa oncológicos ofereciam um programa integrativo (SIEGEL, 2013; WITTES, 2000). Sendo assim, a SIO define esse campo como uma abordagem centrada no paciente e baseada em evidências para o tratamento do câncer que usa modificações no estilo de vida, terapias da mente e do corpo e produtos naturais de diferentes tradições em conjunto com os tratamentos convencionais do câncer (WITT et.al, 2017). A OI oferece uma ponte e um caminho a seguir para ajudar a fornecer cuidados culturalmente sensíveis e de alta qualidade (MAO et al., 2022). Tendo como objetivos melhorar a saúde, a qualidade de vida e os resultados clínicos ao longo do contínuo cuidado oncológico, e empoderar as pessoas a prevenirem o câncer e tornarem-se participantes ativas antes, durante para além do tratamento (WITT et.al, 2017). Neste contexto, classifica-se a OI como um ramo da Medicina Integrativa a qual usa práticas baseadas em evidências de forma integrada com a medicina convencional, a partir da aplicação de 5 categorias de MAC: (1) Práticas baseadas na biologia; 2) Técnicas mente-corpo;
colaterais do tratamento oncológico e fortalecer seus sistemas imunológicos (ABRAMS, 2009; KORAKOÇ, 2020). De acordo com a literatura, muitos pacientes com câncer usam terapias integrativas durante e após o tratamento do câncer, incluindo tratamentos como produtos naturais (por exemplo, ervas e suplementos) e práticas corpo-mente (por exemplo, ioga, atenção plena e acupressão) (INCI, 2020). Para a OI, a pessoa deve ser vista no seu todo, por meio da relação de parceria entre paciente e profissional de saúde, com foco no autoconhecimento e autodesenvolvimento, com uma abordagem transdisciplinar e que inclua orientações sobre hábitos nutricionais, atividade física e gestão de estresse, respeitando a autonomia e o bem-estar (LIMA, 2018). Assim, o paciente, e não o câncer, é o centro do cuidado. A partir disso, é necessário que o profissional da saúde, além de ter conhecimento sobre a doença, conheça a pessoa, possibilitando uma abordagem individualizada (NETTO, 2020) Nos últimos anos, o interesse pela MAC aumentou consideravelmente devido à influência da mídia e ao marketing na internet, além do desejo dos pacientes de obter maior controle sobre seu tratamento. Os dados disponíveis sugerem que, embora 29-91% dos pacientes crônicos e com câncer usem terapias integrativas em conjunto com seu tratamento, menos da metade dos médicos, e especialmente em oncologia, discutem o uso das PICS com seus pacientes (ABOU-RIZK, 2016; NORMANDO, 2019; DEHGHAN, 2019). O MAC tem sido amplamente ignorado pelos médicos há pelo menos 30 anos e só recentemente começou a atrair atenção da comunidade científica e das instituições de saúde (DEHGHAN, 2019). É evidente que a implementação de terapias integrativas em um ambiente clínico requer uma abordagem de equipe coordenada com profissionais bem treinados. O treinamento e credenciamento para muitos profissionais integradores variam de acordo com as jurisdições. As melhores práticas sugerem que os profissionais sejam treinados com o mais alto padrão de sua profissão e educados em outras disciplinas relevantes (LYMAN, 2018). Apesar dos inúmeros desafios, as práticas da medicina convencional e da OI não precisam ser mutuamente exclusivas. Ao incorporar adequadamente as terapias específicas e baseadas por evidências ao lado da medicina convencional, o campo da OI pode superar as tensões e criar um ambiente inclusivo no qual filosofias e abordagens de tratamento coexistam efetivamente para produzir melhores resultados para os pacientes. Com esse objetivo em mente, é útil revisar o estado atual da OI e como ela pode ser usada para avançar soluções para desafios globais persistentes na prevenção do câncer e no gerenciamento de pacientes (MAO et al., 2022).