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Doenças Hematológicas: Uma Abordagem Completa, Resumos de Hematologia

Documento Word com resumo das principais neoplasias mieloproliferativas (leucemia, policitemia vera, etc)

Tipologia: Resumos

2020

Compartilhado em 17/08/2020

ElisaPiuzana
ElisaPiuzana 🇧🇷

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NEOPLASIAS MIELOPROLIFERATIVAS
Conjunto de doenças que se caracterizam por profliferação mieloide anormal
Policitemia Vera
Doença policlonal caracterizada por proliferação anormal de celula mieloide indiferenciada, levando à
produção de granulócitos, eritrócitos e megacariócitos anormais
Mais prevalente em homens;
Média de 60 anos (raríssimo na infância)
Herança familiar; relacionado a judeus do leste europeu
Manifestações clinicas inespecíficas: sudorese, cefaleia, tonturas, fraqueza; prurido após banho quente;
eritromelalgia (queimação e dor com eritrema, palidez ou cianose das mãos e pés – relacionado a micro-
oclusões periféricas); diplopia, escotomas, vertigem, ataques isquêmicos transitórios; úlcera péptica (aumento
de histamina); gota (aumento de ácido úrico- catabolismo celular); eventos trombóticos (1/3 antes do
diagnóstico; 60% nos primeiros 10 anos de doença- trombose de veias abdominais); sangramentos,
equimoses, SGI;
Exame físico: hepatoesplenomegalia, pletora facial, flebite, sinais de artrite, hipertensão
Exames laboratoriais: aumento das 3 séries (trombocitose, eritrocitose com aumento do Ht e da Hb,
leucocitose com neutrofilia ou basofilia e em 1/3 dos casos presença de mielócitos); redução da saturação de
o2 na Hb; aumento ou número normal de reticulócitos; aumento da B12, ácido úrico e LDH; eritropoeitina
normal (evidenciando crescimento independente da EPO); Aumento das 3 séries ao mielograma ou sangue
periférico
Genética: mutação nos genes JAK2, MPL e calrreticulina (CALR) (pesquisar)
Critérios diagnósticos: WHO – presença de 3 critérios maiores ou 2 maiores e um menor
oCritérios maiores
Hb > 16,5 em homens e 16 em mulheres; ou Ht > 49% em homens e >48% em mulheres ou
aumento de Hm > 25% da média
Biópsia de MO com panmielose (aumento das 3 séries) e hipercelularidade
Presença de mutação JAK2
oCritérios menores
EPO sérica diminuída
Diagnósticos diferenciais: causas hipóxia (ICC, DPOC, etc); aumento patológico da EPO (tumores renais), outras
doenças mieloproliferativas
Tratamento: controle dos sintomas e prevenção de eventos trombóticos
oPrurido: banhos frios e uso de anti-histamínicos
oEventos trombóticos: depende da classificação do pacient
Baixo risco: <60 anos, sem eventos anteriores ou doenças CV flebotomias (sangrias) 400 a
500 mL a cada 4 ou 7 dias até Ht 45%; AAS 100 mg por dia
Risco intermediário: <60 anos, sem eventos anteriores, possuem doenças CV igual baixo risc
Alto risco: >60 anos ou eventos tromboembólicos anteriores Hidroxiureia (citorredutor),
Inteferon (grávidas), Bussulfan
Prognóstico: doença crônica, que na minoria dos casos pode evoluir para leucemia aguda ou mielofibrose mas a
maioria tem estimativa de vida igual à população normal
Trombocitemia Essencial
Proliferação clonal de célula hematopoiética pluripotente que leva à aumento anormal das plaquetas
Mais comum em mulheres
Idade média: 60 anos
Herança familiar é rara
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NEOPLASIAS MIELOPROLIFERATIVAS

Conjunto de doenças que se caracterizam por profliferação mieloide anormal Policitemia Vera  Doença policlonal caracterizada por proliferação anormal de celula mieloide indiferenciada, levando à produção de granulócitos, eritrócitos e megacariócitos anormais  Mais prevalente em homens;  Média de 60 anos (raríssimo na infância)  Herança familiar; relacionado a judeus do leste europeu  Manifestações clinicas inespecíficas: sudorese, cefaleia, tonturas, fraqueza; prurido após banho quente ; eritromelalgia (queimação e dor com eritrema, palidez ou cianose das mãos e pés – relacionado a micro- oclusões periféricas); diplopia, escotomas, vertigem, ataques isquêmicos transitórios; úlcera péptica (aumento de histamina); gota (aumento de ácido úrico- catabolismo celular); eventos trombóticos (1/3 antes do diagnóstico; 60% nos primeiros 10 anos de doença- trombose de veias abdominais ); sangramentos, equimoses, SGI;  Exame físico: hepatoesplenomegalia, pletora facial, flebite, sinais de artrite, hipertensão  Exames laboratoriais: aumento das 3 séries (trombocitose, eritrocitose com aumento do Ht e da Hb, leucocitose com neutrofilia ou basofilia e em 1/3 dos casos presença de mielócitos); redução da saturação de o2 na Hb; aumento ou número normal de reticulócitos; aumento da B12, ácido úrico e LDH; eritropoeitina normal (evidenciando crescimento independente da EPO); Aumento das 3 séries ao mielograma ou sangue periférico  Genética: mutação nos genes JAK2, MPL e calrreticulina (CALR) (pesquisar)  Critérios diagnósticos: WHO – presença de 3 critérios maiores ou 2 maiores e um menor o Critérios maiores  Hb > 16,5 em homens e 16 em mulheres; ou Ht > 49% em homens e >48% em mulheres ou aumento de Hm > 25% da média  Biópsia de MO com panmielose (aumento das 3 séries) e hipercelularidade  Presença de mutação JAK o Critérios menores  EPO sérica diminuída  Diagnósticos diferenciais: causas hipóxia (ICC, DPOC, etc); aumento patológico da EPO (tumores renais), outras doenças mieloproliferativas  Tratamento: controle dos sintomas e prevenção de eventos trombóticos o Prurido: banhos frios e uso de anti-histamínicos o Eventos trombóticos: depende da classificação do pacient  Baixo risco: <60 anos, sem eventos anteriores ou doenças CV  flebotomias (sangrias) 400 a 500 mL a cada 4 ou 7 dias até Ht 45%; AAS 100 mg por dia  Risco intermediário: <60 anos, sem eventos anteriores, possuem doenças CV  igual baixo risc  Alto risco: >60 anos ou eventos tromboembólicos anteriores  Hidroxiureia (citorredutor), Inteferon (grávidas), Bussulfan  Prognóstico: doença crônica, que na minoria dos casos pode evoluir para leucemia aguda ou mielofibrose mas a maioria tem estimativa de vida igual à população normal Trombocitemia Essencial  Proliferação clonal de célula hematopoiética pluripotente que leva à aumento anormal das plaquetas  Mais comum em mulheres  Idade média: 60 anos  Herança familiar é rara

 Achado ocasional é frequente  Manifestações clínicas: hemorrágicas (por alterações vasculares ou plaquetárias) como sangramento de mucosas, GI, cutâneo, genito-urinário; trombóticas (trombose de artérias é o mais comum seguido de veias abdominais); eritromelalgia; isquemia cérebro-vascular; complicações gestacionais por infartos placentários;  Exame físico: esplenomegalia  Exames laboratoriais: aumento de plaquetas (> 1 milhão) e alteração na morfologia; MO com hipercelularidade, hiperplasia de megacariócitos e aglomerados de plaquetas; pode haver alteração da agregação plaquetária  Critérios diagnósticos: WHO – presença de 4 critérios maiores ou 3 maiores e 1 menor o Maiores  PLQ> 450.  MO com aumento de megacariócitos s/ aumento de eritrócitos e leucócitos  S/ critérios WHO p/ outras neoplasias mieoloproliferativas  Detecção de JAK2, MPL ou CALR o Menores  Afastado trombocitose reativa  Diag diferencial: deficiência de ferro, pós esplenectomia, alguns tumores malignos, doenças inflamatórias e infecciosas crônicas, outras NML  Tratamento: o Pacientes assintomáticos: necessidade de tto é controversa o Avaliação de risco:  Baixo risco: <60 anos, com ou sem JAK2, sem eventos TEMB prévios  AAS 100 mg por dia ou apenas acompanhamento  Risco intermediário: >60 anos, sem TEMB prévios, sem JAK2  igual alto risco  Alto risco  >60 anos ou TEMB prévio (qqr idade) com JAK2  hidroxiureia e AAS  Prognóstico: bom; expectativa de vida praticamente normal; morbimortalidade associada a eventos trombóticos ou hemorrágicos; menos casos evoluem p/ leucemia aguda ou mielofibrose Mielofibrose Primária  Doença caracterizada por expansão clonal de célula hematopoiética pluripotente anormal, gerando granulócitos imaturos, eritroblastos e eritrócitos em formas de lágrimas (dacriócitos) no sangue periférico  Idade média de 60 anos  Prevalência igual em ambos os sexos  Pode haver história de exposição ao benzeno ou radiação  Manifestações clínicas: 25% assintomática; fraqueza, emagrecimento, sudorese noturna, febre baixa, dores ósseas (A MO fica fibrótica e o corpo começa a produzir células sanguíneas no baço e fígado), plenitude, sensação de dor ou peso no QSE, saciedade prematura (relacionados a esplenomegalia)  Exame físico: palidez, petéquias, hepatoesplenomegalia, equimoses  Sítios extras de hematopoiese: linfonodos, intestinos, suprrarenais, pulmões, SNC (causando delírios, hemoragia subdural, paralisias), seroas (derrames)  Aumento do fluxo no sistema porta  hipertensão porta, varizes esofagianas e gástricas, sangramentos GI, trombose  Exames laboratoriais: anemia normo normo, anisocitose, dacriócitos, eritroblastos; pode ocorrer hemólise autoimune com aumento ou não de reticulócitos; contagem de leucócitos geralmente alta com presença de células jovens (= leucemia linf crônica, a diferença é que aqui tem alt de eritrócitos); alterações plaquetárias; pancitopenia em 10%; LDH e ácido úrico elevados; Biópia de MO difícil pela fibrose (punção seca) que videncia boa celularidade, graus variados de aumento das 3 séries, sinais de diseritropoiese, aumento de fibras reticulares  Alterações citogenéticas em 50% dos casos  Diagnóstico: WHO – 3 critérios maiores e pelo menos 1 menor

 3 fases de evolução: crônica, acelerada e crise blástica (evolução em relação a % de blastos na MO, piora da esplenomegalia, anemia e trombocitopenia) -- habitualmente 5 anos sem tto, mas hoje em dia há controle em 100% dos casos com tto  Exames laboratoriais: leucocitose intensa (geralmente acima de 25.000) podendo levar à crise de leucostase acima de 300.000 (cianose, tonturas, delírio, dispneia, papiledema); anemia; plaquetas normais ou elevadas; MO com hipercelularidade de todas as células ; Hiperuricemia, aumento de LDH; cromossomo Philadelfia no cariótipo e gene BCR-ABL no sangue periférico (fecha o diagnóstico)  Diagnósticos diferenciais: o Leucocitoses extremas após infecções graves, doenças inflamatórias extensas e câncer. Mas não há basofilia e esplenomegalia geralmente o Outras NMLP:  PV: aumento do HT, leucocitose <25.000, sem imaturidade granulocítica  MFP: dacriócitos, fibrose reticulínica na MO, espleno importante  TE: raro leucocitose >25.  Tratamento: Inibidores da tirosina-quinase: Imatinibe, Dasatinibe, Nilotinibe; alopurinol p/ a hiperuricemia; hidratação p/ os casos de hiperleucocitose e avaliação de leucoaférese; transplante alogênico de MO (apenas em casos refratários aos medicamentos – poucos)  Prognóstico: aumento da sobrevida após os medicamentos; se diagnóstico na fase crônica a expectativa de vida é normal; pior prognóstico se outras alterações genéticas além do cromossomo Philadelfia GAMOPATIAS MONOCLONAIS Conjunto de doenças caracterizada pela expansão clonal de plasmócitos, que vão produzir proteína M (pode ser IgA, IgG, IgM ou cadeias leves)  É diferente do aumento policlonal que ocorre em resposta à infecção ou inflamação  O exame de idenfiticação inicial é a eletroforese de proteinas: normalmente, há um pico de albumina, e as outras estão normais.  Após identificação de um pico monoclonal diferente do da albumina, pede-se a imunofixação, que além de confirmar o pico monoclonal, identifica o tipo de proteína  Exemplos: Gamopatia monoclonal de significado indeterminado, Mieloma Múltiplo, amiloidose primária, doenças de cadeias pesadas, etc. Gamopatia Monoclonal de Significado indeterminado  Pacientes assintomáticos, achado inesperado de proteína M no soro ou urina  A frequência aumenta com a idade (>70 anos)  Proteína M geralmente é IgG e com dosagem inferior à 3 g/dL  B2 microglobulina não está aumentada (proteína do plasmócito que marca quando ele está se multiplicando muito)  MO com menos de 5% de plasmócitos  Não há necessidade de tratamento  Evolução: o Desaparecimento espontâneo (raro) o Morte por causa não relacionada: 50% o 25% permanece como está o 25% transformação p/ mielona, macroglobulineima ou linfoma em 15-20 anos

Mieloma Múltiplo  Manifestações clínicas: assintomático; dor (compressão medular, fratura de vertebras), cansaço (anemia), infecções, fadiga, nefropatia (deposição de cadeias leves nos rins), sintomas de hipercalcemia, neuropatia (compressão/deposição amiloide), sinais de hiperviscosidade, sangramentos, tromboses  Exames laboratoriais: o Anemia (é um diagnóstico diferencial nos idosos); hemácias em roleaux (amontoadas no esfregaço) o Proteína M: IgG em 60% dos casos; IgA em 20% e cadeias leves em 20% o Alterações da função renal o Hipercalcemia o Biópsia de MO (necessária): aumento da % de plasmócitos -> imunohistoquímica ou citometria de fluxo definem qual tipo de Ig o Alterações ósseas ao Rx ou RNM (+ pedido)  Diagnóstico: importância é definir mieloma múltiplo sintomático ou assintomático (há aumento de proteína M no sangue ou urina ou aumento de plasmócitos mas sem sintomas de danos orgânicos ou de amiloiose), pois o assintomático não necessita de tratamento  Tratamento: apenas MM sintomático o Baseado na avaliação da massa tumoral (critérios específicos: níveis de Hb, cálcio, valor da proteína M, presença ou ausência de lesões ósseas) o Medidas de valor prognóstico: Beta 2 microglobulina, LDH, albumina, PCR, alterações citogenéticas o Vários esquemas terapêuticos: corticoides, quimioterápicos, etc o Transplante autólogo em <65 anos o Suporte: EPO p/ anemia, bifosfonados p/ erosões ósseas, medidas p/ hipercalcemia, tto da compressão medular, etc  Prognóstico: é uma doença incurável; houve melhora da expectativa de vida após esquemas terapêuticos; a importância da estratificação de risco está em melhor adaptação do esquema terapêutico  Diagnósticos diferenciais: anemia, Macroglobulinemia de Waldenstrom, doenças de cadeias pesadas