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Um relato de caso de nefrolitíase coraliforme, uma forma rara de litíase renal que pode causar comprometimento grave na função renal. O texto descreve o caso de um paciente de 57 anos com história prévia de acidente vascular cerebral, que apresentou sintomas de infecção urinária e foi diagnosticado com nefrolitíase coraliforme baseado em exames complementares de imagem. O documento detalha os achados clínicos, laboratoriais e imagiológicos, além da terapêutica adotada, que inclui nefrolitotomia percutânea.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Luiza Foschiera
E-MAIL: luzinha_fo@hotmail.com
TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC:: Não
CO-AUTORES: Lizandra Dalla Barba Costa Carolina Vargas Kives Giordano Rafael Tronco Alves
ORIENTADOR: Mario Franciosi
ÁREA: Ciências Biológicas e da Saúde
ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ: 4.01.02.09-
UNIVERSIDADE: Universidade de Passo Fundo - UPF
INTRODUÇÃO: Os cálculos renais coraliformes representam uma pequena parcela na entidade de litíase renal (1,2). São formações calculosas, que preenchem toda ou parte da pelve renal e/ou ureteral,ramificando-se em um ou mais cálices, em aspecto de coral. A doença é tradicionalmente descrita em associação a infecções urinárias (1), sobretudo naquelas em que bactérias urease-positivas estão presentes, o que justifica a composição destes cálculos e as alterações na bioquímica urinária concomitantes. Se não tratadas corretamente, tais formações podem potencialmente comprometer a função renal, podendo causar insuficiência renal crônica e até falência orgânica. Portanto, esta forma de nefrolitíase demanda maior cuidado em relação às outras, justificando este relato. Apresenta-se a seguir um caso de litíase coraliforme, com especial enfoque aos exames complementares de imagem, que auxiliam nas decisões terapêuticas.
Homem de 57 anos, com história prévia deacidente vascular cerebral isquêmico (isquemia em ramo proximal da artéria cerebral média - ACM) há nove anos, que apresentava comprometimento neurológico autonômico, requerendo o uso de sonda vesical de demora, foi trazido em cadeira de rodas por familiares ao serviço de emergência da instituição; segundo a informante, foi constatada mudança de cor e odor da urina, associada à febre moderada, indisposição e anorexia a cerca de dez dias. O exame físico evidenciou atrofia muscular em membros inferiores, e comprometimento de funções neurológicas, como discurso e inteligência, com relação provável ao AVC prévio. Nenhum achado patológico foi detectado nos exames dos aparelhos cardiovascular, respiratório e abdominal. O paciente apresentava-se febril no momento da consulta (38,2° C), refratário ao uso regular de antitérmicos nos últimos dias. Foram solicitados exames laboratoriais (hemograma, creatinina sérica e exame qualitativo da urina). A única anormalidade demonstrada no hemograma foi a de anemia discreta (hemoglobina: 10,1 g/dL). A urinálise, entretanto, revelou a presença de bacteriúria, leucocitúria (> 30 p/c) e pH urinário marcadamente alcalino - 7,1. Não havia indícios de lesão glomerular (como dismorfismo eritrocitário) ou de envolvimento tubular associado, nem de retenção azotêmica crônica (creatinina: 1,2 g/dL). Diante da suspeita laboratorial de infecção urinária por flora urease-positiva, e da possibilidade da presença simultânea de cálculos e/ou acometimento do parênquima renal (haja vista a febre persistente), lançou-se mão de complemento imagenológico. A ultrassonografia de rins e vias urinárias revelou imagem hiperecóica na projeção do sistema calicinal esquerdo e pelve renal adjacente, com sombra acústica posterior, compatível com formação calculosa. Não se observou sinais de uronefrose, nem alterações no trofismo do parênquima dos rins. No entanto, a presença de grande quantidade de gás em alças intestinais,
configurando o artefato de reverberação, impossibilitou a individualização dos ureteres bilateralmente, bem como seus respectivos trajetos da pelve renal até os óstios ureterovesicais. Foi realizada tomografia computadorizada do abdome, com aquisição de imagens antes e após a injeção do meio de contraste. Os cortes tomográficos confirmaram os achados descritos na ultrassonografia (imagem hiperdensa na projeção dos cálices renais, estendendo-se até o bacinete e ureter proximal ipsilaterais). Além disso, demonstrou-se leve assimetria no calibre ureteral esquerdo quando comparado ao direito, possivelmente secundária à formação litiásica descrita naquele rim. Para maior detalhamento dos achados observados no plano axial, foram realizadas reformatações coronale tridimensional. Após três dias, o paciente foi submetido à nefrolitotomia percutânea, apresentando boa evolução pós-operatória. Igualmente, medidas como troca periódica da sonda e antiobioticoprofilaxia foram instituídas desde então.
O tratamento de escolha dos cálculos maiores que 2cm é nefrolitotomia percutânea, incluindo quase 100% dos cálculos renais coraliformes(3). A morbidade associada à litíase coraliforme consiste na possível formação de abscesso, evento raro(2). No restante, a gravidade atribuível ao paciente depende do comprometimento da função renal, que é variável.
1.Saussine C, Lechevallier E, Traxer O. Staghorn or complex calculi: medical considerations. Prog Urol. 2008;18(12):963-5. 2.Miano R, Germani S, Vespasiani G. Stones and urinary tract infections. Urol Int. 2007;79(1):32-6. 3.Kuzgunbay B, Turunc T, Yaycioglu O, Kayis AA, Gul U, Egilmez T, et al. Percutaneous nephrolithotomy for staghorn kidney stones in elderly patients. Int Urol Nephrol. 2011;43(3):639-43.