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A carta aberta do núcleo de estudos afro-brasileiros e indígenas (neabi) do instituto federal de educação, ciência e tecnologia de são paulo denuncia a manifestação de racismo e ódio social em espaços públicos, incluindo na escola. Ela pede ações educativas, investigações e reparação frente às denúncias de discriminação racial e classe, e chama a comunidade interna e externa do ifsp a se mobilizar contra a opressão e a restauro da humanidade cindida.
Tipologia: Notas de estudo
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Proliferam, nos espaços sociais, expressões de um racismo ideologicamente sedimentado ao longo de uma história perversa, demarcada por uma realidade de opressão e exploração.
Estrategicamente camuflado pela ideologia de uma pseudodemocracia racial, o racismo cotidiano emerge, com toda sua violência, das profundezas mais sombrias de uma sociedade que insiste em não reconhecer suas dívidas sociais para com indígenas, negras e negros. Se, por um lado, manifesta-se de forma mais velada, também se revela de forma explícita, tendo culminado, no contexto histórico brasileiro, no extermínio de indivíduos considerados “diferentes”.
Esse mesmo racismo eclode também nas redes sociais, em uma dimensão simbólica, na forma de discursos de ódio e de intolerância, abertamente apresentados sob a alegação de liberdade de expressão. É o mesmo racismo cotidiano, que sempre esteve aí, latente, ora contido, ora mais evidente, mas continuamente pronto para expor sua face neofascista e que agora se desvencilha de todas as máscaras e dissimulações.
O preconceito étnico-racial e a aversão aos seres humanos têm cindido a sociedade brasileira por dentro. É uma ferida aberta, que sangra e nos impede de assumir nossa mais genuína identidade cultural – que é também nosso maior legado enquanto povo à humanidade. A discriminação racial é barreira social, exclui os sujeitos do convívio comunitário e fomenta o ódio racista e classista.
Apesar de saber a escola como aparelho ideológico e como um espaço de reprodução e perpetuação de um modus de opressão, torna-se constrangedor e nos causa espanto
quando o racismo e o ódio se manifestam, sem véu, nem maquiagem, em postagens de um professor que inferiorizou os negros, explicitando toda a repugnância que eles lhe causam.
O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, incansavelmente ergue sua voz contra todas as formas de discriminação, preconceito e ódio social. Combater expressões concretas ou simbólicas de preconceito étnico-racial e de ódio social é tarefa fundamental e urgente de todo o conjunto da sociedade. O Projeto Político Pedagógico do IFSP deve apontar, em suas bases, para a construção de relações dialógicas entre os diversos sujeitos históricos (alunos, professores, servidores e comunidade), almejando a concepção de sujeitos éticos, críticos a toda e qualquer ideologia racista. Neste ponto, o NEABI compreende que a escola deve se constituir, sobretudo, como locus formativo, espaço de emancipação do indivíduo e de transformação social, de conscientização, de elaboração do pensamento ético e crítico, em direção à construção de relações democráticas e igualitárias.
Ações educativas são necessárias, em um esforço constante de formação e conscientização, porém, diante de manifestações tão aviltantes e explícitas de racismo em espaços públicos, sejam eles virtuais ou não, o NEABI solicita, com a máxima celeridade, encaminhamento da Reitoria e demais procedimentos legais cabíveis dos departamentos competentes para a análise e averiguação dos fatos. Atitudes racistas se compõem como covarde crime, que alcança e ofende não somente toda comunidade educativa (discentes, docentes e servidores) mas a própria humanidade em sentido amplo.
Neste ponto, para além da promoção de ações educativas para a diversidade e o anti- racismo, realizadas pelo NEABI desde sua fundação em todos os câmpus do IFSP, torna- se de grande importância que haja investigação e reparação frente às denúncias de ódio racial e de classe eventualmente cometidos por membros da comunidade acadêmica. Diante do grave episódio denunciado nas redes sociais no último dia 10 de março, o NEABI confia que medidas institucionais urgentes de apurar as responsabilidades nesse e em quaisquer outros episódios serão tomadas, e se coloca à disposição para