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MULTICULTURALISMO (S), INTERCULTURALIDADE E ..., Notas de aula de Cultura

base de diversas propostas, são o multiculturalismo assimilacionista, o multiculturalismo diferencialista ou plural, e o multiculturalismo interativo, ...

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Pernambuco
Pernambuco 🇧🇷

4.2

(45)

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Departamento de Educação
MULTICULTURALISMO (S), INTERCULTURALIDADE E
EDUCAÇÃO
Alunas: Renata Domingues Maciel
Orientadora: Vera Maria Ferrão Candau
Introdução
A participação no Grupo de Estudo Sobre Cotidiano, Educação e Cultura(s)- GECEC
teve início no mês de maio de 2013, incluindo, principalmente, a presença em reuniões
semanais, quando diversos aspectos da pesquisa são ressaltados, analisados e debatidos pelo
grupo como um todo. Inicialmente, foi realizada uma densa carga de leitura no sentido de
possibilitar o acompanhamento de assuntos que haviam sido estudados em semestres
anteriores pelo grupo. Concomitantemente a tais leituras, foram estudados os trabalhos
realizados pelos participantes do GECEC, assim como textos de livros e artigos produzidos
por Vera Candau, coordenadora do grupo, os quais possibilitaram melhor entendimento e
reflexões acerca de questões relacionadas ao multiculturalismo e interculturalidade. As
atividades mencionadas foram, frequentemente, seguidas por elaborações de resumos. Foram
assistidas duas palestras, que abordaram os seguintes temas: o curso superior de formação de
professores indígenas; currículo, didática e formação de professores.
A partir dos estudos realizados no Grupo de Estudo GECEC, que tem como finalidade
o desenvolvimento de estudos e pesquisas de caráter interdisciplinar, privilegiando como
temática central as relações entre educação e cultura(s) em diferentes espaços educativos, este
trabalho propõe-se a uma pesquisa, de caráter bibliográfico, realizada em revistas brasileiras
de educação, classificas pelo sistema Qualis 1A, dos últimos cinco anos. O tema abordado diz
respeito à problemática das relações entre diversidade cultural e educação, o qual é
considerado, por este grupo de pesquisa, como sendo de especial relevância para a construção
de uma sociedade verdadeiramente democrática. O Grupo de Estudo Sobre Cotidiano,
Educação e Cultura(s), considera o tema do multiculturalismo como sendo polêmico e
influenciado por questões tanto acadêmicas quanto sociais e, ainda, que admite diferentes
perspectivas, que segundo McLaren (2000), constituem quatro grandes tendências:
multiculturalismo conservador, multiculturalismo humanista liberal, multiculturalismo liberal
de esquerda, e a perspectiva do multiculturalismo crítico, considerando, ainda, que as
características destas perspectivas tendem a se misturar umas com as outras.
Objetivos
Identificar, nas revistas de educação brasileira de qualificação A dos últimos cinco anos,
os artigos que trabalham a interculturalidade/multiculturalismo(s), analisar a produção sobre
essa temática, visando identificar as principais discussões temáticas e questões presentes, à
luz das diferentes abordagens do multiculturalismo, privilegiando a interculturalidade crítica.
Metodologia
Tratando-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico, terá como ponto de partida a
realização de um levantamento dos artigos publicados em revistas de educação classificadas
pelo sistema Qualis 1A que abordam a temática das relações entre educação e diversidade
cultural. Num segundo momento, será feita uma análise de cada um dos artigos destacando-se
os seguintes aspectos: temas abordados, principais autores que fundamentam o trabalho,
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MULTICULTURALISMO (S), INTERCULTURALIDADE E

EDUCAÇÃO

Alunas: Renata Domingues Maciel

Orientadora: Vera Maria Ferrão Candau

Introdução

A participação no Grupo de Estudo Sobre Cotidiano, Educação e Cultura(s)- GECEC

teve início no mês de maio de 2013, incluindo, principalmente, a presença em reuniões

semanais, quando diversos aspectos da pesquisa são ressaltados, analisados e debatidos pelo

grupo como um todo. Inicialmente, foi realizada uma densa carga de leitura no sentido de

possibilitar o acompanhamento de assuntos que já haviam sido estudados em semestres

anteriores pelo grupo. Concomitantemente a tais leituras, foram estudados os trabalhos já

realizados pelos participantes do GECEC, assim como textos de livros e artigos produzidos

por Vera Candau, coordenadora do grupo, os quais possibilitaram melhor entendimento e

reflexões acerca de questões relacionadas ao multiculturalismo e interculturalidade. As

atividades mencionadas foram, frequentemente, seguidas por elaborações de resumos. Foram

assistidas duas palestras, que abordaram os seguintes temas: o curso superior de formação de

professores indígenas; currículo, didática e formação de professores.

A partir dos estudos realizados no Grupo de Estudo GECEC, que tem como finalidade

o desenvolvimento de estudos e pesquisas de caráter interdisciplinar, privilegiando como

temática central as relações entre educação e cultura(s) em diferentes espaços educativos, este

trabalho propõe-se a uma pesquisa, de caráter bibliográfico, realizada em revistas brasileiras

de educação, classificas pelo sistema Qualis 1A, dos últimos cinco anos. O tema abordado diz

respeito à problemática das relações entre diversidade cultural e educação, o qual é

considerado, por este grupo de pesquisa, como sendo de especial relevância para a construção

de uma sociedade verdadeiramente democrática. O Grupo de Estudo Sobre Cotidiano,

Educação e Cultura(s), considera o tema do multiculturalismo como sendo polêmico e

influenciado por questões tanto acadêmicas quanto sociais e, ainda, que admite diferentes

perspectivas, que segundo McLaren (2000), constituem quatro grandes tendências:

multiculturalismo conservador, multiculturalismo humanista liberal, multiculturalismo liberal

de esquerda, e a perspectiva do multiculturalismo crítico, considerando, ainda, que as

características destas perspectivas tendem a se misturar umas com as outras.

Objetivos

Identificar, nas revistas de educação brasileira de qualificação A dos últimos cinco anos,

os artigos que trabalham a interculturalidade/multiculturalismo(s), analisar a produção sobre

essa temática, visando identificar as principais discussões temáticas e questões presentes, à

luz das diferentes abordagens do multiculturalismo, privilegiando a interculturalidade crítica.

Metodologia

Tratando-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico, terá como ponto de partida a

realização de um levantamento dos artigos publicados em revistas de educação classificadas

pelo sistema Qualis 1A que abordam a temática das relações entre educação e diversidade

cultural. Num segundo momento, será feita uma análise de cada um dos artigos destacando-se

os seguintes aspectos: temas abordados, principais autores que fundamentam o trabalho,

metodologia utilizada e conclusões mais relevantes. O terceiro momento será dedicado a um

balanço crítico dos textos analisados à luz de suas possíveis contribuições para o

desenvolvimento de uma educação intercultural crítica.

Multiculturalismo (s) e Interculturalidade

A polissemia do termo multiculturalismo gera dificuldades para penetrar na sua

problemática, sendo inúmeras as concepções e vertentes multiculturais. Segundo Candau

(2008), torna-se importante a distinção entre duas abordagens fundamentais: uma descritiva e

outra prescritiva. A abordagem descritiva sustenta o argumento de que o multiculturalismo

seria uma característica das sociedades atuais, considerando estas como multiculturais. São

enfatizadas a descrição e a compreensão da construção da formação multicultural de cada

contexto específico. Por outro lado, a perspectiva prescritiva compreende o multiculturalismo

como sendo não apenas algo dado pela realidade de cada contexto, mas sim como uma

maneira de atuar e de intervir na dinâmica social. A sociedade multicultural constrói-se

tomando alguns parâmetros como base, e, sendo assim, há a necessidade de se compreender

as distinções entre as diversas concepções que embasam tal construção.

Segundo Candau, as três perspectivas consideradas como fundamentais estando na

base de diversas propostas, são o multiculturalismo assimilacionista, o multiculturalismo

diferencialista ou plural, e o multiculturalismo interativo, denominado interculturalidade. A

abordagem assimilacionista entende que atualmente vive-se em sociedade multicultural, no

sentido descritivo, em que as pessoas não dispõem das mesmas oportunidades, ou seja, em

que não existe igualdade de oportunidades. A partir de uma política assimilacionista, numa

perspectiva prescritiva, procura favorecer a integração de todos na sociedade e que sejam

incorporados à cultura hegemônica, não se alterando, porém, a matriz da sociedade. No que

tange à educação, propõe-se uma política de universalização da escolarização, onde todos são

convidados a participar do sistema escolar, porém não há um questionamento em relação ao

caráter de monoculturalidade presente, por exemplo, nos currículos, nos conteúdos, na

dinâmica escolar e nas relações estabelecidas entre os diferentes sujeitos. De acordo com

McLaren (1997), seria necessário que o sujeito se despisse de sua própria cultura para se

juntar à turma. Por outro lado, a partir de uma concepção diferencialista de multiculturalismo,

entende-se que a ênfase sobre a assimilação teria como consequência a negação da diferença,

e, dessa forma, propõe que a ênfase recaia sobre a diferença e que sejam garantidos espaços

para que as identidades culturais possam se expressar, acreditando que somente dessa forma

as matrizes sociais possam ser preservadas. Privilegia-se a formação de comunidades culturais

homogêneas com suas próprias organizações.

Apesar destas serem as posições mais privilegiadas na sociedade, a perspectiva

adotada por Vera Candau e pelo GECEC constitui-se numa terceira concepção, a qual propõe

um multiculturalismo interativo a aberto, privilegiando a interculturalidade, considerando a

mesma como sendo mais adequada para o desenvolvimento de uma sociedade que sejam

inclusivas e democráticas e que sejam capazes de promover uma articulação entre políticas de

igualdade com políticas de identidade. A abordagem intercultural assumida pelo GECEC

assemelha-se com o multicultiralismo crítico de McLaren (1997), considerando que o

multiculturalismo deve estar situado de acordo com uma agenda política de transformação. As

representações de raça, gênero e classe são entendidas, sob esta perspectiva, como sendo

produtos de lutas sociais sobre os signos e as significações e privilegia-se as transformações

das relações sociais, culturais e institucionais nas quais estes significados são gerados.

Acredita, ainda, que a cultura não pode ser vista como espaço sem conflitos, e que a diferença

deve ser afirmada estando inserida no contexto de uma política que assuma uma postura

crítica e que esteja comprometida com a busca pela justiça social. Assim, a perspectiva

intercultural defendida e adotada por Vera Candau (2008) e pelo GECEC pretende a

Tabela II: Sobre o artigo 1 da tabela I.

Título: Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferença. Autora: Vera Maria Candau Instituições: Pontifícia Universidade Católica do Rio de janeiro – PUC-Rio- Departamento de Educação. Principais Temas

Referencial Teórico Metodologia Principais Conclusões Comentários

-Direitos Humanos

Multiculturalismo

-Educação intercultural

-Igualdade

-Diferença

-Boaventura Souza Santos (2006)

-McLaren (1997)

-Catherine Walsh (2001)

-Candau (1997, 2000, 2002, 2003, 2004, 2005,

-Candau & Moreira (2003)

-Apresentação de questões relativas à importância da(s) cultura(s) no momento em que o artigo foi escrito; -Discussão sobre a relevância do discurso dos Direitos Humanos nesse contexto; -Análise de diferentes abordagens do multiculturalismo, assumindo uma perspectiva intercultural; -Discussão sobre quais desafios são importantes para se trabalhar as relações entre educação intercultural e direitos humanos.

-A problemática dos Direitos Humanos amplia-se cada vez mais, afirmando a importância dos direitos coletivos, culturais e ambientais; -Há uma crise de paradigma vivida pela sociedade atual, na qual a questão dos Direitos Humanos fica em destaque e precisa ser ressignificada; -Tensão entre igualdade e diferença como sendo fundamental nos debates públicos e nas relações internacionais; -Para que os Direitos Humanos possam ser ressignificados, há a necessidade de que passem por um processo de reconceitualização, e a grande questão da articulação entre igualdade e diferença deve passar da afirmação da igualdade ou diferença para a da igualdade na diferença. -Há uma dificuldade de penetração no tema do multiculturalismo devido à polissemia do termo. Há diversificadas concepções e vertentes multiculturais, assumindo a autora a perspectiva do interculturalismo. -O desenvolvimento de uma educação intercultural é uma questão complexa, atravessada por tensões e desafios, exigindo a problematização de diferentes elementos da forma como são, em geral, concebidos nas práticas educativas e sociais. Trata- se de afirmar uma perspectiva alternativa e contra-hegemônica de construção social, política e educacional.

Este artigo relaciona-se com os temas estudados pelo Gecec, abordando discussões em Direitos Humanos, Educação intercultural, envolvendo as relações entre igualdade e diferença e propiciando reflexões sobre as diferentes concepções de interculturalidade e multiculturalismo. A autora ressalta as características das perspectivas do multiculturalismo assimilacionista, multiculturalismo diferencialista ou plural, e do multiculturalismo interativo, também denominado de interculturalidade, sendo este último a perspectiva defendida por Candau.

Tabela III:

Revista: Revista Brasileira de Educação Instituição: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - ANPEd Período: Maio a Agosto de 2008

ANO

NÚMERO

DA

REVISTA

Nº TOTAL

DE

ARTIGOS

ARTIGOS

SELECIONADOS OBSERVAÇÃO

2008 Nº 38 11 Não foi selecionado artigo

Não há artigo que se relacione com a pesquisa apresentada neste relatório.

Tabela IV:

Revista: Revista Brasileira de Educação Instituição: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação- ANPEd Período: Setembro – Dezembro 2008 ANO NÚMERO DA REVISTA

Nº TOTAL

DE ARTIGOS

ARTIGOS

SELECIONADOS OBSERVAÇÃO

2008 39 11 Não foi selecionado artigo

Não há artigo que se relacione com a pesquisa apresentada neste relatório.

Tabela V:

Revista: Revista Brasileira de Educação Instituição: Associação Nacional de Pós-Graduação em Pesquisa em Educação- ANPEd. Período: Janeiro – Abril de 2009

ANO

NÚMERO

DA

REVISTA

Nº TOTAL

DE

ARTIGOS

ARTIGOS SELECIONADOS

OBSERVAÇÃO

2009 40 11 1- EPSTEIN,D.&JOHNSON,

R. Jovens produzindo identidades sexuais.

O artigo busca entender o modo como os jovens formam suas identidades, particularmente em relação à sexualidade e ao gênero.

Tabela IX:

Revista: Revista Brasileira de Educação Instituição: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação- ANPEd Período: Janeiro a Abril de 2010

ANO

NÚMERO DA

REVISTA

Nº TOTAL

DE ARTIGOS

ARTIGOS

SELECIONADOS OBSERVAÇÃO

Nº 43 12 Não foi selecionado artigo

Não há artigo que se relacione com a pesquisa apresentada neste relatório.

Tabela X:

Revista: Revista Brasileira de Educação Instituição: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - ANPEd Período: Maio a Agosto de 2010

ANO

NÚMERO DA

REVISTA

Nº TOTAL DE

ARTIGOS

ARTIGOS

SELECIONADOS OBSERVAÇÃO

2010 Nº 44 11 Não foi selecionado artigo

Não há artigo que se relacione com a pesquisa apresentada neste relatório.

Tabela XI:

Revista: Revista Brasileira de Educação Instituição: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação Período: Setembro- Dezembro 2010

ANO

NÚMERO DA

REVISTA

Nº TOTAL

DE ARTIGOS

ARTIGOS

SELECIONADOS OBSERVAÇÃO

2010 45 12 Não foi selecionado artigo

Não há artigo que se relacione com a pesquisa apresentada neste relatório.

Tabela XII:

Revista: Revista Brasileira de Educação Instituição: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação- ANPEd Período: Janeiro a Abril de 2011

ANO

NÚMERO DA

REVISTA

Nº TOTAL

DE ARTIGOS

ARTIGOS

SELECIONADOS OBSERVAÇÃO

Nº 46 11 1- RAMOS, Aura Helena. Educação em Direitos Humanos: local da diferença.

Investigação da constituição do currículo de Educação em Direitos Humanos no Brasil no sentido de identificar o modo como a diferença se articula e promove consensos nesses espaços curriculares.

Tabela XIII: Sobre o artigo 1 da tabela XII

Título: Educação em Direitos Humanos: local da diferença. Autora: Aura Helena Ramos Instituições: Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Principais Temas

Referencial Teórico Metodologia Principais Conclusões Comentários

Investigação da constituição do currículo de Educação em Direitos Humanos no Brasil, no sentido de identificar o modo como a diferença se articula e promove consensos nesses espaços curriculares.

-Barreiros (2009) -Bhabha (2005) -Candau (2005, 2008) -Laclau (2004) -Macedo (2007) -Mouffe (2006) -Piovesan (2006) -Santos (1997, 2006)

-Foi abordado o processo instituinte do currículo de Educação em Direitos Humanos (EDsHs) no Brasil, havendo concentração nos seguintes focos: o processo de produção de documentos curriculares (que são a base empírica da análise) , com destaque para lutas dos grupos com poder de significar a área; compreensão das marcas inscritas nos textos curriculares produzidos por estes grupos, ressaltando os debates sobre noções de universal, diferença e igualdade. -Foram selecionados para a análise um conjunto de textos voltados à formulação de diretrizes curriculares de EDsHs, os quais foram elaborados em função de projeto implementado nacionalmente na UFPB, com apoio do MEC. -Foram realizadas entrevistas presenciais com pessoas que protagonizaram a elaboração dos documentos.

-A partir das entrevistas, foi percebido que as iniciativas relativas às definições das normas e diretrizes para EDsHs vem sendo muito frequentemente da Secretaria Especial de Direitos Humanos, não sendo suficiente para garantir que as escolas assumam as propostas que são encaminhadas. -Foi detectado que a comunidade acadêmica deixa de abordar o tema como diretamente relacionado ao campo da educação. -Constatou-se a pouca inserção de profissionais da educação no grupo estudado, o que ajudou na compreensão da construção dos significados que circulam. Ainda como resultado das entrevistas é ressaltado que poucos chegam à dimensão educativa e pedagógica em EDsHs, mencionando as exceções de autoras como Vera Candau e Aida Monteiro. As marcas discursivas verificadas nos textos foram: universal/particular e igualdade/diferença. -Foi percebida, ainda, a ausência de problematização das questões relativas a Direitos Humanos presentes nas tensões contemporâneas, deixando de lado questões como o embate entre diferença e diversidade, a construção identitária, cultura e multiculturalismo.

O artigo selecionado aproxima-se da Pesquisa realizada no GECEC quando aborda a análise da dimensão educativa e pedagógica em EDsHs, mencionando as autoras Vera Candau e Aida Monteiro. A aproximação ocorre, também, pelo fato de o artigo verificar que questões como o embate entre diferença e diversidade, a construção identitária, cultura e multiculturalismo são deixadas de lado neste contexto analisado. A autora assume, em seu artigo, o entendimento de Candau (2008), adotado também pelo GECEC, de que a ideia de modelo e o enfrentamento das práticas prescritivas são pressupostos para um repensar e escola em conjunto com uma ressignificação do próprio discurso em Direitos Humanos.

Tabela XVI:Sobre o artigo 1 da tabela XV

Título: Formação Continuada de Professores para a Diversidade Cultural: ênfases, silêncios e perspectivas. Autoras: Ana Canen e Giseli Pereli de Moura Xavier Instituições: Universidade Federal do Rio de Janeiro e Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro

Principais Temas

Referencial Teórico Metodologia

Principais Conclusões Comentários

Formação Continuada de professores como objeto de debates em contextos acadêmicos e políticos, com foco nos GTs de Formação de Professores, Didática, Educação e Relações Étnico-Raciais e Gênero, Sexualidade e Educação.

-Candau (2008 a,b,c) -Canen e Moreira (2001) -Hall (2003) -Moreira e Câmara (2008) -Morris e Monroe (2009) -McLaren (2007) -Peters (2005) -Santos (2009) -Zeichner (2009)

Assumiu a tendência para estudos de análise de estado da arte , assim como as desenvolvidas por Brzezinski e Garrido (2001) e Moreira (2001), desenvolvendo uma análise documental dos periódicos internacionais Cadernos de Pesquisa e Revista Brasileira de Educação , e de trabalhos apresentados nas reuniões anuais da Associação Nacional de Pós- Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd).

Foi identificado um predomínio de estudos teóricos, na forma de ensaios ou análises de políticas e de perspectivas analíticas, em detrimento de estudos de campo. O foco de estudos percebido como mais recorrente recaiu sobre as identidades marginalizadas, analisadas de forma coletiva, principalmente as identidades indígenas, em detrimento de pesquisas no contexto de escolas públicas e sobre currículos, suas dimensões e impactos nos contextos escolares e na formação docente multicultural. Não foi percebida a presença de trabalhos sobre a gestão de escolas entendidas como organizações multiculturais, assim como não estiveram presentes experiências com a diversidade sexual.

-Segundo as autoras Canen e Xavier, a formação de professores pode ser entendida como uma oportunidade privilegiada para as discussões e implementações de proposições que possibilitem novos caminhos em relação à temática da diversidade cultural no contexto escolar. --De acordo com vertentes mais críticas do multiculturalismo, Candau (2008), a formação continuada de professores possui um papel relevante na tentativa de possibilitar que estes profissionais sejam levados a refletir e trabalhar com a diversidade dentro de uma política de crítica e de compromisso com a justiça social. -A formação continuada nesse artigo é analisada a privilegiando o foco nos GTs de Formação de Professores, Didática, Educação e Relações Étnico- Raciais e Gênero, Sexualidade e Educação.

Tabela XVII:

Revista: Revista Brasileira de Educação Instituição: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação- ANPEd Período: Janeiro – Abril de 2012

ANO

NÚMERO

DA REVISTA

Nº TOTAL

DE ARTIGOS

ARTIGOS

SELECIONADOS OBSERVAÇÃO

2012 49 10 1- FERRARI,

Anderson. Cultura visual e homossexualidades na constituição de “novas” infâncias e “novos” docentes.

As articulações entre a sexualidade e a cultura, tomando a educação como campo de análise desse encontro.

Tabela XVIII: Sobre o artigo 1 da tabela XVII

Título: Cultura Visual e Homossexualidades na constituição de “novas” infâncias e “novos” docentes Autor: Anderson Ferrari Instituição: Colégio de Aplicação João XXIII – UFJF

Principais Temas

Referencial Teórico Metodologia

Principais Conclusões Comentários

-Sexualidade

-Docentes

-Cultura

-Infância

-Educação

-Judith Butlher (2009)

-Susana Cunha (2005)

-Michel Foucault (1987,1988 e

-Jorge Larrosa (2004)

-Ana Paula Uziel (2007)

-Kathryn Woodward (2000)

-Utilização de um documentário como detonador da discussão acerca de situações que acontecem no interior das escolas.

-O autor conclui que não existem fatos e objetos quando relacionados a famílias homoparentais, mas sim formas de ver e significar.

-Além disso, conclui que cultura digital e formação de professores estão diretamente ligadas ao impacto político das imagens e dos estudos visuais na produção de imaginários, de coletivos e de reconhecimento identitário.

O artigo mantém ligação com multiculturalismo considerando que o autor busca uma indagação sobre a construção de ligações que produzem sentido, conceitos, discursos, valores, sujeitos, dinâmicas e novas práticas sociais.

-Guimarães (2002)

  • Guimarães-Iosif (2009)

acerca da relação entre educação formal e situação de pobreza.

exercidas na escola pública deveria suscitar um trabalho interdisciplinar.

estudos em torno da temática relacionada entre educação formal e situação de pobreza.

Tabela XXI: Sobre o artigo 2 da tabela XIX.

Título: Educação escolar quilombola em Minas Gerais: entre ausências e emergências. Autor: Shirley Aparecida de Miranda Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais

Principais Temas

Referencial Teórico Metodologia Principais Conclusões Comentários

-Identidade

-Diversidade

-Diferença

-Direitos

-Diário Oficial da União

-Ministério da Educação

-José Maurício Arruti (2006)

-Miguel Gonzáles Arroyo (2007)

Descreve a situação de Minas Gerais e analisa a questão das comunidades quilombolas.

-A escola é vista como alternativa de sobrevivência e reforço da identidade étnico- cultural.

-A escola como território de conhecimentos e projetos.

Relaciona-se com as questões de multiculturalismo e interculturalidade ao mencionar as pressões sofridas pelo Movimento Negro, a fim de ensinar a história da África, cultura e memória de afrodescendentes.

Sustenta a garantia do respeito à identidade específica e a autoria na formulação de propostas educativas.

Tabela XXII:

Revista: Revista Brasileira de Educação Instituição: Associação Nacional de Pós- Graduação e Pesquisa em Educação Período: setembro – dezembro de 2012

ANO

NÚMERO

DA

REVISTA

Nº TOTAL

DE

ARTIGOS

ARTIGOS SELECIONADOS OBSERVAÇÃO

2012 51 11 1- FILHA, Constantina Xavier. A menina e o menino que brincavam de ser: representações de gênero e sexualidade em pesquisa com crianças.

O artigo tem como objetivo apresentar e analisar alguns dados de uma pesquisa-ação realizada com crianças em uma escola pública municipal na cidade de Campo Grande.

Tabela XXIII: Sobre o artigo 1 da tabela XXII

Título: A menina e o menino que brincavam de ser: representações de gênero e sexualidade em pesquisa com crianças. Autor: Constantina Xavier Filha Instituição:Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Principais Temas

Referencial Teórico Metodologia Principais Conclusões Comentários

-Material educativo

-Pesquisa

-Crianças

-Gênero

Michel Foucault ( e 2003)

Babette Cole (2004 e 2008)

Thierry Lenain (2006)

Constantina Xavier (1999, 2009 e 2012)

-Coleta e análise de livros infantis com temáticas da sexualidade, gênero e diversidade.

-Momentos de reflexão com as crianças, a fim de produzir coletivamente materiais educativos.

As crianças demonstraram-se abertas à construção de novas formas de dar sentindo às questões de gênero e às múltiplas possibilidades de construção de masculinidade e feminilidade.

Os pesquisadores observaram que os meninos possuem maior dificuldade para desconstruir o modelo único de masculinidade. Relaciona-se com a pesquisa GECEC ao abordar questões de construção de identidades relacionadas à gênero.

Conclusões

A pesquisa bibliográfica e a análise dos artigos encontrados permitiu a constatação de

que a temática da relação entre educação e diversidade ainda não é amplamente abordada nas

revistas de educação de qualificação 1 A. Nos últimos cinco anos de publicações da revista

analisada, foram encontrados apenas oito artigos que estabelecem uma relação com os temas

do multiculturalismo e interculturalidade. Percebe-se, ainda, que a grande maioria dos artigos

que abordam estes temas privilegia uma metodologia de caráter bibliográfico.

No entanto, os artigos selecionados e analisados trazem questões, perspectivas e

metodologias importantes e enriquecedoras para o estudo e discussões sobre o tema. Os

artigos apontam para a tendência de que a escola seja entendida como um espaço onde as

questões de gênero, étnico-raciais, de igualdade e diferenças precisam ser colocadas em foco.

Outra tendência percebida foi a de identificação e diferenciação das diversas abordagens do

multiculturalismo e suas influências na construção de conceitos e signos que permeiam as

dinâmicas escolares, os currículos, a seleção de conteúdos e demais realidades presentes nas

escolas.

Referências

12- Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, nº38, Maio/Agosto, 2008.

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. ISSN: 1413-

2478. Editora Autores Associados.

13- Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, nº39, Setembro/Dezembro, 2008.

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. ISSN: 1413-

2478. Editora Autores Associados.

14- Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14, nº41, Maio/Agosto, 2009.

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. ISSN: 1413-

2478. Editora Autores Associados.

15- Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14, nº42, Setembro/Dezembro, 2009.

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. ISSN: 1413-

2478. Editora Autores Associados.

16- Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 14, nº42, Setembro/Dezembro, 2009.

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. ISSN: 1413-

2478. Editora Autores Associados.

17- Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 15, nº43, Janeiro/Abril, 2010.

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. ISSN: 1413-

2478. Editora Autores Associados.

18- Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 15, nº44, Maio/Agosto, 2010.

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. ISSN: 1413-

2478. Editora Autores Associados.

19- Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 15, nº45, Setembro/Dezembro, 2010.

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. ISSN: 1413-

2478. Editora Autores Associados.

20- Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 16, nº47, Maio/Agosto, 2011.

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. ISSN: 1413-

2478. Editora Autores Associados.

21- SANTOS, Boaventura de Sousa (Org.). Reconhecer para Libertar: os caminhos do

cosmopolitismo multicultural. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

22- WALSH, Catherine. La Educación , 2001. Mimeografado.

23- YANNOULAS, S.C., ASSIS, S.G, FERREIRA, K.M. Educação e Pobreza: Limiares de

um campo em (re) definição. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 17, nº50,

Maio/Agosto, 2012. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação –

ANPEd. ISSN: 1413-2478. Editora Autores Associados.