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O Papel da Mulher Artista Changana em Moçambique, Notas de estudo de Artes

Este documento destaca o papel da artista moçambicana mulher no panorama artístico e como professora de artes visuais no sistema de ensino moçambicano. Aborda a figura da mulher changana e seus problemas, dando voz ao seu sofrimento e contribuindo para a libertação de seu papel submissivo. Discute a situação das mulheres changana e sua posição social na cultura moçambicana, além de refletir sobre os rituais tradicionais changana às quais as mulheres viúvas são submetidas. A instalação 'mulher changana calada' é apresentada como uma obra inspirada nos conceitos da mulher, tradição e religião, buscando elementos indicadores da cultura changana descontextualizados para criar um discurso artístico que reflete sobre os hábitos e costumes que colocam as mulheres à margem. Discute também a influência da tradição na criação artística contemporânea e a importância da participação regular de mulheres artistas moçambicanas em exposições de artes plásticas.

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Maracana85
Maracana85 🇧🇷

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Mulher Changana
calada
ANÉSIA MANJATE*
* Universidade Pedagógica, Delegação de Gaza, Centro de Estudos da Vulnerabilidade e Adaptação
a Riscos Ambientais, Xai-Xai, Gaza, Moçambique, manjateanesia@gmail.com
Resumo.
Este artigo descreve e analisa a minha instalaçãoMulher Changana
calada”, que faz parte de um conjunto de obras que tenho vindo a desenvolver e a
expor em diversos espaços públicos, com o propósito de divulgar a tradição e cultura
moçambicanas na arte contemporânea. A obra apresenta uma reflexão crítica sobre
os rituais Changana, que combinam a tradição e a religião, aos quais a mulher viúva
Changana é submetida na região sul de Moçambique. A carga simbólica destas
práticas encontra-se presente na minha obra através de diferentes elementos da
tradição Changana. De igual modo, esta pesquisa destaca o papel da mulher artista
moçambicana no panorama artístico e enquanto professora de artes visuais no
sistema de ensino moçambicano.
Palavras-chave:
tradição Changana; mulheres; artes visuais; crítica social; sistema
de ensino.
Changana silent woman: Mulher Changana calada. This article describes
and analyzes my installation “Mulher Changana calada”, which is part of a set of
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Mulher Changana

calada

ANÉSIA MANJATE*

  • Universidade Pedagógica, Delegação de Gaza, Centro de Estudos da Vulnerabilidade e Adaptação a Riscos Ambientais, Xai-Xai, Gaza, Moçambique, manjateanesia@gmail.com

Resumo. Este artigo descreve e analisa a minha instalação Mulher Changana calada”, que faz parte de um conjunto de obras que tenho vindo a desenvolver e a expor em diversos espaços públicos, com o propósito de divulgar a tradição e cultura moçambicanas na arte contemporânea. A obra apresenta uma reflexão crítica sobre os rituais Changana, que combinam a tradição e a religião, aos quais a mulher viúva Changana é submetida na região sul de Moçambique. A carga simbólica destas práticas encontra-se presente na minha obra através de diferentes elementos da tradição Changana. De igual modo, esta pesquisa destaca o papel da mulher artista moçambicana no panorama artístico e enquanto professora de artes visuais no sistema de ensino moçambicano.

Palavras-chave: tradição Changana; mulheres; artes visuais; crítica social; sistema de ensino.

Changana silent woman: Mulher Changana calada. This article describes and analyzes my installation “Mulher Changana calada”, which is part of a set of

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works that I have been developing and exhibiting in various public spaces, with the purpose of disseminating the Mozambican tradition and culture in contemporary art. The art work presents a critical reflection on the Changana rituals, which combine tradition and religion, to which the Changana widow woman is subjected in the southern region of Mozambique. The symbolic charge of these practices is present in my work through different elements of the Changana tradition. Similarly, this research highlights the role of Mozambican women artists in the artistic panorama and and as a teacher of visual arts in the Mozambican teaching system.

Keywords: Changana tradition; women; visual arts; social criticism; educational system.

INTRODUÇÃO

A tradição moçambicana tem vindo a influenciar desde há uma década a produção das minhas obras. No trabalho “Mulher Changana calada” trato da mulher Changana e dos seus problemas, como forma de dar voz ao seu sofrimento. O meu interesse pela mulher Changana deve-se ao facto de eu pertencer a esta etnia e ter observado de perto o comportamento das mulheres Changana na sociedade, considerando ser importante debater a situação destas mulheres e contribuir para a libertação do seu papel de submissão e possibilitar a sua afirmação, capacitação e alargar o seu campo social de acção. O trabalho “Mulher Changana calada” reflecte os hábitos, costumes culturais e rituais tradicionais, exercidos em nome da religião, sobre as mulheres Changanas viúvas sem que estas tenham qualquer escolha própria. As mulheres loboladas ou casadas na etnia Changana são tratadas como objectos adquiridos, ou até comprados, aos quais não é permitido ter voz activa em relação aos assuntos que dizem respeito a si mesmas e às suas famílias. Segundo Bagnol, “O ato de lobolo significa dar bens à família da

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arte contemporânea moçambicana. Para a realização da minha instala- ção “Mulher Changana calada” recorri a diversos elementos indicadores desta cultura, descontextualizando-os do seu meio habitual, como abaixo descrevo.

CRIAÇÃO DA OBRA E INSPIRAÇÃO

a) Mulher Changana calada. A criação desta obra inspira-se em três conceitos, a saber: a mulher, a tradição, e a religião, buscando elementos indicadores da cultura Changana descontextualizados do seu meio habitual, de forma a criar um discurso artístico que reflicta sobre o modo como os hábitos e costumes colocam as mulheres à margem retirando-lhes os seus direitos. Para Cesário, “O corpo é o meio pelo qual se estabelece a comunica- ção e os relacionamentos com o outro recorrendo-se à palavra, à memória, à tradição e aos sentidos, os quais são elementos que também podem ser demonstrados pelo relato biográfico” (2008, pp. 82-83). Nestes rituais, o corpo da mulher suporta a dor silenciosamente na medida em que é calada pelo conselho de anciãos em nome da religião. A representação da tradição na instalação “Mulher Changana calada” é feita recorrendo a elementos e conceitos de rituais como o lobolo e o kutxinga, descritos anteriormente, e ainda pela cerimónia Kupahla que consiste numa prática religiosa de evocação dos espíritos. Os conceitos e princípios aqui apresentados são os que inspiraram a criação desta insta- lação procurando estabelecer uma relação espectador-obra assente num contexto social e cultural moçambicano, focado nas mulheres viúvas da etnia Changana.

b) Análise da obra Mulher Changana calada. A instalação Mulher Changana calada surge do meu interesse em desenvolver pesquisas sobre a influência da tradição na criação artística contemporânea, procurando entender até que ponto as raízes tradicionais influenciam a minha própria criação. Com base nas minhas observações e vivências sobre os rituais a que são submetidas as mulheres na etnia Changana, identifiquei os três conceitos

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anteriormente mencionados que reflectem os hábitos e costumes desta etnia. A apropriação e uso de elementos indicadores da tradição constituem uma das características da minha criação artística, que pretendem dar voz à cultura moçambicana e mostrar como a tradição tem influenciado a arte contemporânea em Moçambique. Através da combinação de conceitos e elementos tradicionais concebi a instalação “Mulher Changana calada”, com a finalidade de dar a conhecer uma parte dos hábitos e costumes desta tradição assim como dar a conhecer a posição social das mulheres viúvas na cultura Changana, e do seu comportamento em resposta a decisões alheias a elas, e à falta de liberdade de escolha em relação às decisões tomadas pela família e comunidade em relação às suas vidas. Segundo Silva (2014), a organização social assenta na família alargada que coloca o controlo e a herança da propriedade nos homens mais velhos que gerem a propriedade comunal, razão pela qual as mulheres são contro- ladas pelos irmãos, para assegurarem que a propriedade não é transferida para outra família. Citando Chiziane, “Generosas mães, oferecem-nos aquilo que têm, coroas de fel e espinhos na passagem de testemunho, rainhas cessantes, entronando a nova geração, coroam-nos de rainha de obediência, Miss submissão, damas de temor” (2004, p. 156). As mulheres na comunidade Changana, depois de terem sido loboladas ou casadas, tornam-se proprie- dade da família, deixando de usufruir dos seus direitos e passando a cumprir apenas deveres que lhe são impingidos pela comunidade, ficando obrigadas à obediência e submissão aos rituais de viuvez, como forma de evitar que elas e os outros membros da família sejam amaldiçoados. A referida instalação é composta por bolas forradas de trapos de capu- lanas que foram doadas pelas mulheres Changanas, representando simbo- licamente os corpos das mulheres que passaram por estes rituais. Associei e resumi os contornos do corpo feminino a uma forma esférica ou bola que é utilizada no jogo de futebol obedecendo aos movimentos e às regras próprias do campo de jogo. A capulana, enquanto objecto pessoal da mulher, é um dos elementos tradicionais usados no ato de lobolo da mulher e/ou noiva, sendo oferecida à mãe e às avós da noiva por terem sido quem cuidou da sua educação ao longo da sua vida. Esta ganha especial destaque no meu trabalho por ter uma relação muito forte com as mulheres. O colar de missangas e o terço

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Fig. 2: Pormenor da instalação “ Mulher Changana calada ”.

Tal como refere Heloísa Buarque de Hollanda, “O processo de recicla- gem de acervos materiais e simbólicos e as formas de refuncionalização de sentidos e ressignificação de ícones modernos parecem ser os procedimen- tos centrais desta nova estética. Temas pesados e extremamente violentos são tratados através da utilização de materiais frágeis e tradicionalmente domésticos (...)” (2017, p. 5).

c) Descrição da carga simbólica dos elementos usados. Nesta secção faz-se uma breve descrição dos elementos usados na instalação por representarem uma carga simbólica na cultura Changana. Deste modo, a capulana é um pano usado no lobolo das noivas, tendo particular destaque como objecto de troca ou compra da noiva aos seus pais. O código cultural a que esta se associa é o dos laços familiares, ao lugar de berço das mulheres, fazendo parte do conjunto de elementos presentes na troca simbólica entre

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as famílias dos noivos que, através destes actos simbólicos, estabelecem laços entre ambas as famílias. A esteira é ainda símbolo do lugar onde acontece o acto sexual do casal, representando o lugar e ou cama onde acontece o ritual kutxinga, além de ser um objecto usado para as mulheres se sentarem em reuniões de conselho de anciãs. As missangas são elementos usados para a produção de colares e pul- seiras e possuem o poder de manter os espíritos dos antepassados por perto, com a finalidade de dar e manter a sorte, protegendo do mau-olhado e das doenças, entre outros males. Os búzios integrados no colar são elementos usados na “kupalha”, cerimónia tradicional de evocação dos espíritos e também para decorar objectos de práticas tradicionais religiosas, como forma de mostrar o seu poder simbólico e mágico na tradição Changana. Os sangomas, conhecidos na cultura Changana como curandeiros, usam colares e chapéus feitos de búzios.

d) Contribuição da obra para o entendimento da arte moçambicana contemporânea. Na minha opinião, esta instalação, ao recorrer à cultura tradicional Changana, transporta-a para a arte contemporânea moçambi- cana dando-lhe visibilidade e destaque. Esta presença da tradição na insta- lação é conseguida através da apropriação de objectos que descontextualizei do seu meio habitual, de modo a criar um discurso artístico pertinente no que respeita à divulgação da identidade cultural moçambicana. Pretendo proporcionar ao espectador um momento de reflexão crítica sobre a cultura Changana, e o modo como a sua tradição e a religião influenciam a minha criação artística. O diálogo entre a tradição e contemporaneidade ocorre através da integração e composição de elementos indicadores da cultura Changana no âmbito de uma linguagem artística actual, que subsidiam deste modo as minhas linhas de pesquisa ligadas à tradição, cultura e religião, bem como uma crítica em relação às práticas desenvolvidas pela etnia Changana para com as mulheres viúvas.

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Por volta dos anos 2000, o Museu Nacional de Artes de Maputo e o Banco Comercial de Investimentos (BCI) promoveram exposições orientadas para as mulheres designadas por “Arte no feminino”, com o propósito de promover as artes e as mulheres artistas, em paralelo com a comemoração do dia da mulher moçambicana que ocorre a 7 de Abril. Estas instituições realizavam tais exposições uma vez por ano, o que não constituía um con- tributo relevante para a promoção artística das mulheres, devido à sua irregularidade. Por conseguinte, Moçambique tem ainda um longo percurso a fazer no respeitante à criação de condições que possibilitem e promovam o desenvolvimento das mulheres artistas de forma a romper a desigualdade de género no cerne das artes plásticas moçambicanas. Até 2016, podemos registar em Moçambique a actividade de 247 artis- tas plásticos dos quais apenas 40 são mulheres. Outros dados indicam, igualmente, que a actividade artística desenvolvida até cerca dos anos 1980, era mais executada por homens. Neste período, a sociedade moçambicana associava, em grande medida, esta profissão à marginalidade, sendo por este motivo as mulheres orientadas sobretudo para actividades laborais ligadas ao ensino, design e artesanato. A partir desta data, nos anos 1990, as mulheres artistas moçambicanas começaram a aparecer regularmente nas exposições colectivas e individuais realizadas em Moçambique, destacando-se, por exemplo, as artistas Reinata Sadimba, Carmen Muianga, Vánia Lemos, e eu própria, entre outras. No entanto, as artistas apresentavam os seus trabalhos em exposições de forma irregular uma vez que a maioria delas se encontrava ligadas às actividades de ensino e aprendizagem das artes.

e) Contribuição da mulher artista na arte moçambicana. Hoje, a mulher artista moçambicana faz parte dos movimentos e associações artísticos contribuindo em várias frentes para o desenvolvimento das artes visuais moçambicanas, destacando-se na área do ensino das artes, design, artesanato e artes plásticas, e enriquecendo deste modo a cultura artística moçambicana. As suas obras têm sido referência nos manuais escolares, museus, catálogos e em pesquisas científicas, contribuindo desta forma com mate- riais que potenciam a percepção estética e teórica da arte contemporânea.

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Assumindo o papel de artista e activista social, eu recorro à arte para ampliar o entendimento e a actuação das organizações competentes diante dos problemas que estão presentes na sociedade Changana. A obra “Mulher Changana calada” é apresentada em diferentes ver- sões, mas recorrendo a uma mesma linguagem artística, interpretando com profundidade a situação cultural e de submissão da mulher moçambicana. A versão que abaixo se apresenta foi exposta no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC- MC), em Lisboa, Portugal, entre 19 de Outubro a 26 de Novembro de 2017, no âmbito da minha participa- ção na exposição colectiva intitulada “Género na arte: Corpo, sexualidade, identidade, resistência”.

Fig.3: Anésia Manjate. Mulher Changana calada II , 2017. MNAC- Museu do Chiado, Lisboa. Cerâmica e canetas de pau-preto, dimensões variáveis.

A minha participação com este trabalho na exposição referida anterior- mente visou contribuir para a divulgação das injustiças praticadas contra as mulheres da etnia Changana. Na actualidade, ainda se verificam casos de purificação de viúvas sobretudo em regiões rurais moçambicanas onde estas práticas lamentavelmente ainda se encontram muito activas numa altura em que as doenças de transmissão sexual estão a ceifar vidas no nosso país.

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discursos artísticos contemporâneos visam contribuir para a mudança dos hábitos culturais tradicionais que condicionam negativamente as mulheres. A obra “Mulher Changana calada” mostra o quão a produção artística contemporânea pode contribuir para a crítica de práticas culturais que desfavorecem as mulheres como o ritual de purificação de viúvas. Em paralelo, recorre ao pensamento feminista africano na medida em que este oferece elementos para o aprofundar da relação entre as linguagens artísticas contemporâneas e as questões de género.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como conclusão desta análise posso afirmar que a obra “Mulher Changana calada” é um exemplo de como a tradição influencia a arte contemporânea moçambicana, na medida em que recorre a elementos indicadores da tradi- ção descontextualizados do seu meio habitual que ganham forma estética e conceptual na instalação contribuindo deste modo para a presença da cultura moçambicana no panorama artístico contemporâneo. Esta instalação apresenta um carácter activista e de crítica social na medida em que reflecte sobre a tradição da etnia Changana que coloca os sentimentos das mulheres em segundo plano, obrigando-as a submeterem- -se a rituais tradicionais e silenciando-as em nome da religião. As mulheres artistas moçambicanas aparecem em número menor na actividade artística em relação aos homens, contudo, os seus trabalhos constituem referências em pesquisas científicas, sítios na Internet, manuais escolares, catálogos e Museus como por exemplo o Museu Nacional de Arte de Moçambique. As mulheres artistas moçambicanas contribuem grandemente para o processo de ensino e de aprendizagem no âmbito das artes visuais, nos diferentes níveis de ensino moçambicano. A obra “Mulher Changana calada” pode inserir-se no campo de inter- secção da criação artística contemporânea e dos estudos de género ao criticar a prática cultural de purificação das viúvas, e ao inspirar-se no pensamento feminista africano.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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