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Movimentos Atmosféricos, Notas de aula de Meteorologia

Explicar o processo de formação dos ventos;. 3. Associar o vento aos ... de tempo tem-se o vento percorrido, com o que se calcula a velocidade média.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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usuário desconhecido 🇧🇷

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Capítulo VIII
Movimentos Atmosféricos
Objetivos:
1. Definir o vento e destacar a sua importância agronômica;
2. Explicar o processo de formação dos ventos;
3. Associar o vento aos centros de alta e baixa pressão;
4. Discriminar as distintas classes de ventos;
5. Representar graficamente as observações de vento à superfície;
6. Descrever os procedimentos de medição dos ventos.
Desenvolvimento:
1. Generalidades
2. Processo de Formação do Vento
3. Influências Modificadoras do Vento
4. Instrumentos e Medição do Vento
5. Perfil da Velocidade do Vento
6. Circulação do Ar na Atmosfera
7. Conclusões
8. Exercícios Propostos
9. Bibliografia Citada e Recomendada
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Capítulo VIII

Movimentos Atmosféricos

Objetivos:

1. Definir o vento e destacar a sua importância agronômica;

2. Explicar o processo de formação dos ventos;

3. Associar o vento aos centros de alta e baixa pressão;

4. Discriminar as distintas classes de ventos;

5. Representar graficamente as observações de vento à superfície;

6. Descrever os procedimentos de medição dos ventos.

Desenvolvimento:

1. Generalidades

2. Processo de Formação do Vento

3. Influências Modificadoras do Vento

4. Instrumentos e Medição do Vento

5. Perfil da Velocidade do Vento

6. Circulação do Ar na Atmosfera

7. Conclusões

8. Exercícios Propostos

9. Bibliografia Citada e Recomendada

Prof. Aureo S. de Oliveira – NEAS/UFRB

  1. Generalidades

O vento “não nada mais é” que o ar em movimento. Esse movimento do ar atmosférico, especialmente quando ocorre próximo à superfície terrestre, tem sua importância agronômica, conforme os itens a seguir:

(a) meio de propagação de sementes, grãos de pólen e patógenos; (b) quando seco e quente, o vento intensifica a transferência de água para a atmosfera; (c) veículo de polinização das plantas (polinização anemófila); (d) agente causador de danos mecânicos às plantas (quebra-ventos em áreas agrícolas); (e) agente causador de erosão do solo (erosão eólica); (f) provoca desuniformidade na distribuição de água por sistemas de irrigação por aspersão; (g) pode provocar tombamento de árvores (p. ex., fruteiras) irrigadas por gotejamento; (h) provoca desuniformidade na aplicação de pesticidas, com pulverizadores em solo ou em avião; (i) o vento é fonte alternativa de energia (energia eólica).

  1. Processo de Formação do Vento
    • ••• O vento não existiria se a temperatura da Terra fosse a mesma em todas as latitudes ao longo do tempo.

A variação da pressão com a distância horizontal define o gradiente horizontal de pressão (GHP), indicado pela equação 1:

x x

P P x

P x

P GHP 2 1

2 1 −

∆ ≈ ∂

∂ = (1)

onde ∆P = diferença de pressão na distância ∆x. Os subscritos 1 e 2 indicam valor inicial e final, respectivamente. A derivada parcial indica que a pressão também varia em outras direções além da horizontal.

Figura 1 – Isóbaras e gradiente horizontal de pressão. (Fonte: TUBELIS e NASCIMENTO, 1984).

Exemplo Prático 1) Com base nas informações da Figura 1, checar o valor do GHP como apresentado.

Expressá-lo em termos de unidade de distância (km).

Exemplo Prático 2) Qual seria o valor do GHP na Figura 1, se a distância entre as isóbaras fosse 50 km?

1001 mb

1004 mb

1007 mb

1010 mb

100 km

Prof. Aureo S. de Oliveira – NEAS/UFRB

3. 4. Direção Resultante do Vento

A direção resultante do vento devido à ação das quatro forças depende da distribuição da pressão atmosférica (zonas de alta e baixa pressão) e do hemisfério considerado, norte ou sul.

Hemisfério Sul: zona de baixa pressão → circulação ciclônica → sentido horário zona de alta pressão → circulação anticiclônica → sentido anti-horário

Hemisfério Norte: zona de baixa pressão → circulação ciclônica → sentido anti-horário zona de alta pressão → circulação anticiclônica → sentido horário

A Figura 2 e a Figura 3 ilustram os casos acima.

  1. Instrumentos e Medição do Vento

Do vento pode-se medir a velocidade, direção e força. A direção do vento é aquela de onde o vento sopra. As direções-padrão são norte (N), nordeste (NE), leste (E), sudeste (SE), sul (S), sudoeste (SW), oeste (W) e noroeste (NW). Nos sensores digitais a direção é dada em graus, ou seja, N = 0o^ ou 360 o; NE = 45o; E = 90o; SE = 135o; S = 180o; SW = 225o; W = 270o^ e NW = 315o.

A representação gráfica da direção do vento em valores (freqüência) absolutos ou relativos é denominada rosa dos ventos (Figura 4). Na rosa dos ventos podem ser representadas dezesseis direções, ou seja, oito além daquelas mencionadas acima.

Hemisfério Norte^ Hemisfério Norte

Hemisfério Sul^ Hemisfério Sul

Figura 2 – Esquema de distribuição das Isóbaras num centro de alta pressão e circulação horizontal e vertical do ar.

Figura 3 – Esquema de distribuição das isóbaras num centro de baixa pressão e circulação horizontal e vertical do ar.

Prof. Aureo S. de Oliveira – NEAS/UFRB

Exemplo Prático 3) Considere as normais (freqüências absolutas) de direção do vento apresentadas a

seguir, e represente-as graficamente:

N 5 E 208 S 62 W 18

NNE 32 ESE 179 SSW 30 WNW 9

NE 63 SE 123 SW 25 NW 6

ENE 145 SSE 91 WSW 22 NNW 6

Calmas = 71

Passo 1) Obter o total de observações (Nobs);

Passo 2) Obter a freqüência relativa (%) de cada direção: F = (n / Nobs) ⋅ 100

Passo 3) Construir as circunferências no eixo ortogonal da rosa dos ventos;

Passo 4) Indicar no gráfico a freqüência de cada direção;

Passo 5) Determinar a direção predominante do vento.

A velocidade do vento é dada pela componente horizontal em m s-1^ e km h-1, lembrando que 1 m s-1^ = 3,6 km h-1.

A força do vento é a força exercida pela massa de ar num obstáculo perpendicular a sua direção. É medida com a escala de Beaufort. Esta escala varia de 0 a 12, correspondendo o número 1 a vento calmo e o 12 a furacão. O número 0 na escala corresponde a uma calma perfeita, ou seja, ausência completa de vento. A cada valor na escala de Beaufort associa-se uma faixa de velocidade. Assim, vento calmo → pino 1 → U < 1,6 km h-1^ e furacão → pino 12 → U > 120 km h-1.

Entre os aparelhos destinados a medir propriedades do vento, tem-se:

Catavento tipo Wild → direção e força; velocidade fornecida indiretamente, através da escala de Beaufort. Instalado a 10 m acima da superfície do solo. O catavento de Wild (Figura 5), com o passar do tempo, apresenta oxidação nos eixos e o atrito dela resultante introduz erros acentuados nas observações. É um instrumento obsoleto. A haste com os pinos de referência é utilizada para indicar a força do vento.

Figura 4 – Freqüência relativa média mensal, Janeiro, em Viçosa-MG, no período 1970- 1980 (Fonte: VIANELLO e ALVES, 1991).

Prof. Aureo S. de Oliveira – NEAS/UFRB

Figura 7 – Anemógrafo universal, vendo-se acima os sensores e abaixo detalhe do mecanismo de registro e da bóia do sistema de pressão-sucção. (Fonte: VAREJÃO-SILVA, 2001).

  1. Perfil da Velocidade do Vento

Direção e velocidade são propriedades do vento muito sensíveis à influência de edifícios, árvores, montanhas e outros obstáculos, apresentando, portanto, grande variabilidade espacial. Segundo ZUÑIGA (1985), o vento raras vezes apresenta-se ordenado, ou seja, escoando segundo um regime ou fluxo laminar. O fluxo ou regime de escoamento predominante é o turbulento, desordenado, acompanhado de fortes oscilações de direção e velocidade.

A fricção entre o ar em movimento e a superfície (solo ou cultivo), retarda o movimento do ar sobre a mesma. A camada de ar sujeita aos efeitos da fricção é chamada camada de fricção. Dependendo das condições meteorológicas e topográficas esta camada pode estender-se de alturas de centenas de metros a 1 km (ZUÑIGA, 1985), acima da qual encontra-se a atmosfera livre da fricção.

Prof. Aureo S. de Oliveira – NEAS/UFRB

A velocidade do vento é característica da altura em que a medição foi feita. Comumente é necessário converter-se a velocidade do vento medida uma dada altura para uma outra altura. Isso pode ser obtido pela equação 7.

( 67 , 8 5 , 42 )

4 , 87 2 ⋅ −

= ⋅ Ln z

U Uz (7)

onde U 2 = velocidade do vento a 2 m de altura (m s-1); Uz = velocidade do vento a z m acima da superfície do solo; z = altura de medição da velocidade do vento acima da superfície do solo (m).

Exemplo Prático 5) Um aparelho medidor da velocidade do vento, instalado num posto meteorológico a

17 m de altura, registrou vento de 15,1 km h-1. Qual teria sido a velocidade do vento na altura de

referência de 2 m?

Durante o dia a velocidade do vento tende a ser maior que durante a noite. A velocidade do vento durante o dia a 2 m de altura (U2d) pode ser estimada a partir da velocidade média diária do vento àquela altura (U 2 ) e a relação de U2d com a velocidade do vento à noite (U2n), pela equação 8.

 

  

 

  

 ⋅ ⋅ =

U

U

U

U U U

n

d

n

d

d

2

2

2

2 2 2 1

2 (8)

Exemplo Prático 6) Assuma que a velocidade média diária do vento a 2 m de altura em Cruz das Almas é

2,5 m s-1^ e que U2n = 0,5 U2d então determine a velocidade do vento no período diurno (U2d).

  1. Circulação do Ar na Atmosfera

O ar atmosférico circula seguindo padrões gerais e locais, em reposta aos gradientes de pressão atmosférica.

6 .1. Circulação Geral

A Figura 8 ilustra padrões teóricos de circulação do ar atmosférico entre zonas de alta e baixa pressão e em alta altitude e baixa altitude. Observa-se a formação de células de circulação nas diferentes latitudes, como resultado de fenômenos de convergência e divergências das correntes de ar. A configuração descrita a seguir não é exatamente o que se observa ao longo do ano. Claramente, a distribuição dos continentes e oceanos, combinada com o aquecimento diferenciado (em virtude da diferença no calor específico), origina configurações de pressão que diferem do verão para o inverno.

Prof. Aureo S. de Oliveira – NEAS/UFRB

  1. Conclusões
  2. Exercícios Propostos

EP.01. A velocidade do vento a 2 m de altura em determinado local foi de 1,8 m s-1. Qual teria sido a velocidade a 10 e 20 m de altura? Dobrando as alturas (de 10 para 20 m), a velocidade do vento também dobra? Em caso negativo qual a relação entre elas?

EP.02. Um anemômetro totalizador de canecas, instalado a 2 m de altura indicou no odômetro 57.329 às 09:00 h e 57.415 às 10:00 h. Calcular a velocidade média do vento no período, em m/s, sendo que a leitura do instrumento é em centenas de metros.

EP.03. Numa determinada localidade, leituras a cada duas horas, indicaram as seguintes frequências absolutas das direções do vento. Com base nos dados, representar graficamente (rosa dos ventos) a freqüência relativa de cada direção. Obs.: Material necessário: papel milimetrado, transferidor e compasso.

N 230 E 2 S 0 W 10

NNE 185 ESE 2 SSW 0 WNW 25

NE 75 SE 1 SW 3 NW 90

ENE 25 SSE 0 WSW 2 NNW 175

Calmas = 100

EP.04. Numa determinada localidade, a velocidade do vento é 4,3 m s-1^ quando medida a 10 m de altura acima do solo. Converta esta velocidade para a altura de referência (2 m acima do solo). Qual a relação entre ambas velocidades em termos percentuais.

EP.05. Construir o gráfico do valor percentual da velocidade do vento, de 0,5 m a 20 m, em relação à altura de 6 m.

EP.06. O vento percorrido nas 24 horas de um dado dia foi de 216,7 km a 2 m de altura. Determinar a velocidade média diária do vento em m s-1.

EP.07. Estime a velocidade do vento a 3 m do solo, sabendo-se que um aparelho instalado a 10 m indicou velocidade de 18 m s-1.

  1. Bibliografia Citada e Recomendada

PEREIRA, A. R.; ANGELOCCI, L. P.; SENTELHAS, P. C. Agrometeorologia: fundamentos e aplicações. Guaíba: Agropecuária. 2002. 487p.

VIANELLO, R. L. e ALVES, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa: UFV – Imprensa Universitária.

  1. 449 p.

TUBELIS, A. e NASCIMENTO, F. J. L. do. Meteorologia descritiva: fundamentos e aplicações brasileiras.

São Paulo: Nobel. 1984. 374 p.

VAREJÃO-SILVA, M. A. Meteorologia e climatologia. Brasília: Instituto Nacional de Meteorologia-Ministério

da Agricultura. 2001. 515 p.

ZUÑIGA, A. C. Agroclimatología. San José: Editorial Universidad Estatal a Distancia. 1985. 520 p.