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As moscas hematófagas, com foco na haematobia irritans e stomoxys calcitrans, explorando seus ciclos de vida, patogenia, impacto na saúde animal e métodos de controle. O texto descreve as doenças transmitidas por essas moscas, como o carbúnculo hemático e a anaplasmose, e discute a miíase, uma infestação por larvas de moscas. Além disso, o documento apresenta informações sobre a dermatobia hominis, uma mosca que utiliza vetores foréticos para carregar seus ovos, e a gasterophilus intestinalis, que causa miíase digestiva em equinos. O conteúdo é enriquecido com exercícios e questões que facilitam a compreensão do tema.
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
As moscas pertencem à ordem Diptera, que significa “duas asas”.
Durante o seu ciclo de vida as moscas passam por 4 etapas: ovo, larva, pupa e adulto.
A alimentação das moscas varia conforme sua espécie. Elas podem ser hematófagas, se alimentando de sangue, ou elas podem ser não hematófagas, se alimentando de secreções presentes no processo inflamatório que elas causam.
Além disso, dependendo da espécie elas podem ser vetores de doenças, causar miíases, ou seja, infestações por larvas, ou apenas ser irritantes para os animais.
A Haematobia irritans também pode ser chamada de mosca-do-chifre. Esse nome é decorrente do hábito dessas moscas ficarem frequentemente agrupadas ao redor dos chifres dos bovinos.
A Haematobia irritans é uma mosca hematófaga muito associada aos bovinos, contudo ela pode parasitar outros tipos de animais. Ela é a principal mosca da bovinocultura e causa sérios prejuízos econômicos. Esses prejuízos são oriundos diretamente da patogenia dessa mosca nos animais. O incômodo contínuo reduz o bem-estar e o seu desempenho, o que resulta na queda de produção de carne e de leite. Além disso, diminui a sua atividade metabólica devido aos frequentes quadros de anemia associados a ela, fazendo com que o ganho de peso seja prejudicado e impactando negativamente no valor desse animal no mercado de carne.
O ciclo de vida da Haematobia irritans é extremamente curto, de forma que em climas favoráveis pode se completar em até 20 dias. Essa rapidez no seu ciclo evolutivo a torna uma mosca extremamente difícil de erradicar.
O ciclo completo ocorre parcialmente no animal e parcialmente no ambiente. As fêmeas botam ovos no esterco fresco e ali as larvas se desenvolvem e se transformam em pupas e adultos. Os adultos emergem e voam até os bovinos para se alimentar. Elas ficam 24h nos animais se alimentando, de forma que até mesmo seu acasalamento ocorre em cima do animal.
A Haematobia irritans causa impactos diretos e indiretos na saúde do animal.
Essa mosca se alimenta várias vezes ao dia, perfurando a pele do animal repetidamente, causando dor e irritação que podem levar a agitação constante, estresse, redução no consumo alimentar e automutilação que pode levar a quadros de infecções secundárias.
Devido a sua característica hematófaga, infestações podem dar origem a quadros de anemia , sobretudo em animais jovens ou debilitados.
Além disso, a saliva da mosca contém substâncias inflamatórias que agravam as lesões como a proteína IT5 e a Hematobina , que tem caráter imunomodulador, ou seja, desativam a resposta imunológica do hospedeiro, bloqueando a ação de macrófagos e
impedindo a defesa do organismo, e a Trombostasina , uma substância anticoagulante que mantém o local da picada sangrando por mais tempo.
A Haematobia irritans é um vetor mecânico e biológico de alguns parasitas importantes.
I. Carbúnculo Hemático A Haematobia irritans atua como vetor mecânico do Bacillus anthracis, causador do carbúnculo hepático.
Dessa forma, a mosca do chifre ao pousar em feridas ou lesões infectadas por esse bacilo, pode carregar seus esporos do agente em seu corpo e transferi-los para outros animais causando a infecção.
II. Leucose bovina A Haematobia irritans atua como vetor mecânico do vírus da leucose bovina enzoótica (BLV).
III. Anaplasmose A Haematobia irritans também pode atuar como vetor mecânico na Anaplasma marginale, causador da anaplasmose.
IV. Estefanofilariose A Haematobia irritans é o vetor biológico obrigatório do Stephanofilaria stilesi.
Assim como a Haematobia irritans, a saliva da Stomoxys calcitrans também possui substâncias imunomoduladoras como a IT5 e a Hematobina , e anticoagulantes como a trombostasina.
Dessa forma, a associação do aparelho bucal perfurante aliado às substâncias irritantes na saliva causam dor, inflamação e irritação intensa nos animais. Além disso, infestações severas também podem causar anemia devido a perda constante de sangue e fraqueza extrema , sobretudo nos animais jovens ou debilitados.
A Stomoxys calcitrans pode atuar como vetor mecânico dos nematóides do gênero Habronema , causando habronemose em equinos.
A miíase é uma infestação de larvas de moscas em tecidos vivos ou necrosados, e em cavidades naturais.
O comportamento alimentar das larvas no tecido do hospedeiro pode ser classificado em dois tipos:
I. Miíase de raiz saprofágica
Na miíase de raiz saprofágica, as larvas se alimentam do tecido morto, necrosado ou de matéria orgânica em decomposição.
II. Miíase de raiz sanguinívora Na miíase de raiz sanguinívora, as larvas se alimentam de sangue, líquido inflamatório ou do tecido vivo.
Essas larvas possuem adaptações que permitem perfurar e destruir os tecidos vivos, expondo sangue e fluído intersticial.
O tratamento das miíases consiste na identificação e na remoção das larvas.
Essa remoção pode ser feita de forma manual com pinças esterilizadas ou com substâncias que facilitam a sua remoção como éter, clorofórmio ou vaselina líquida que fecham as vias respiratórias das larvas, forçando-as a emergir.
A área da lesão deve ser então limpa com antissépticos e se necessário pode ser realizado o desbridamento, ou seja, a remoção de tecidos necrosados.
Aplicação de larvicidas tópicos podem ser utilizados para matar qualquer larva remanescente, o uso de antibióticos para controle de possíveis infecções secundárias nas feridas e o uso de
anti-inflamatórios para redução da dor e da inflamação local.
Essas feridas devem ser regularmente limpas e protegidas para evitar novas infestações e pode-se utilizar repelentes tópicos ou pour-on.
As moscas que podem causar miíase são:
● Cochliomyia hominivorax ● Dermatobia hominis ● Gasterophilus nasalis, G. intestinalis ● Oestrus ovis
Ela é também conhecida como a mosca-da-bicheira.
As suas larvas causam miíase primária, ou seja, a própria larva dá início ao processo de infestação. Além disso, ela não depende de feridas pré existentes, podendo infestar um tecido saudável.
Essa miíase tem início rápido, geralmente de 4 a 6 horas após a postura dos ovos.
Após seus ovos eclodirem, as larvas se fixam na ferida ou no tecido saudável do hospedeiro e iniciam o processo de alimentação imediatamente.
São larvas que se alimentam de tecido vivo , sangue e líquido inflamatório.
A sua saliva libera substâncias específicas que facilitam a sua alimentação e ampliam os danos no hospedeiro como enzimas proteolíticas, anticoagulantes e substâncias imunomoduladoras.
Essa larva permanece no hospedeiro por 6 a 14 dias. Após atingir seu estágio larval final, ela cai no ambiente para pupação e completa seu ciclo de vida.
Ela é também conhecida como mosca-berneira por causar uma forma característica de miíase subcutânea
O tratamento para esse tipo de miíase consiste na administração de antiparasitários sistêmicos como a ivermectina ou a moxidectina , além de um suporte nutricional e cuidados preventivos para eliminar as larvas.
A Oestrus ovis é também conhecida como a mosca-das-ovelhas.
É uma das únicas moscas que causam miíase cavitária em ovinos, caprinos e ocasionalmente em humanos.
As fêmeas grávidas depositam suas larvas diretamente na narina dos hospedeiros. Essas larvas recém depositadas migram para as cavidades nasais, se fixando na mucosa. Eventualmente elas migram para os seios paranasais onde se alimentam de sangue e catarro e crescem. Após completar seu desenvolvimento elas migram de volta para as narinas e são eliminadas para o ambiente.
Essas larvas causam irritação mecânica e liberam substâncias que induzem uma resposta inflamatória intensa, provocando rinite com secreção nasal.
Em casos graves ela pode passar o seio paranasal e chegar ao cérebro, causando meningite ou encefalite e podendo levar esse animal a óbito.
1.1. (V/F) Uma mosca que utiliza vetores foréticos para carregar seus ovos, que eclodem no calor do corpo do hospedeiro, é um exemplo de adaptação reprodutiva única.
Verdadeiro. Um exemplo de mosca que utiliza vetor forético é a Dermatobia Hominis, que utiliza mosquitos do gênero Cullex e a Haematobia irritans.
1.2. Qual substância presente na saliva de algumas moscas impede a coagulação do sangue no local da picada? a) Hematobina b) Trombostasina c) IT d) Anticoagulina
1.3. (V/F) Uma das moscas hematófagas possui um ciclo de vida extremamente curto, podendo ser completado em 20 dias.
Sim, o ciclo da Haematobia irritans pode ser completado em até 20 dias em climas adequados, o que torna sua erradicação muito difícil.
1.4. O que é miíase de raiz sanguinívora? a) Infestação por larvas que se alimentam de tecido morto. b) Infestação por larvas que se alimentam de sangue, líquido inflamatório e tecido vivo. c) Infestação causada por moscas que se alimentam exclusivamente de sangue. d) Nenhuma das alternativas acima.
1.5. Qual mosca é hematófaga e causa lesões ulcerativas na região nasal, podendo ser vetor biológico de Habronema****? a) Mosca-dos-estábulos b) Mosca-do-chifre
Após a ingestão, as larvas se fixam na mucosa gástrica, causando inflamações locais, úlceras e em casos graves pode causar a perfuração do órgão, levando a um quadro de peritonite e hemorragias.
2.3. Algumas moscas são vetores mecânicos ou biológicos de doenças. Cite dois exemplos de doenças transmitidas por moscas e explique o papel delas no ciclo de transmissão.
Algumas moscas como a Haematobia irritans podem causar doenças ao agirem como vetores mecânicos. Algumas dessas doenças são a anaplasmose e a leucose bovina.
2.4. Qual mosca possui larvas que formam nódulos subcutâneos com orifícios para respiração? Como essas larvas chegam ao hospedeiro?
A mosca em que as larvas formam nódulos subcutâneos com orifícios para respiração é a Dermatobia hominis.
Ela utiliza vetores foréticos como os mosquitos do gênero Cullex e a mosca Stomoxys calcitrans para carregar seus ovos. Dessa forma, quando o vetor forético pousa em um hospedeiro, o calor da sua pele leva os ovos a eclodirem e as larvas entram no subcutâneo através de uma ferida ou de folículos pilosos, formando nódulos característicos.
2.5. Qual o impacto econômico de moscas hematófagas em bovinos, e quais estratégias de controle são eficazes para minimizar esses prejuízos?
A Haematobia irritans causa prejuízos econômicos devido ao seu caráter hematófago, podendo levar esse animal a quadros de anemia e também a irritação, visto que essa mosca permanece no animal 24h. Esses fatores levam a diminuição da atividade metabólica, diminuindo a produção de insumos e prejudicando seu desenvolvimento, tornando o ganho de peso mais difícil e causando queda no valor desse animal no mercado de carne.
2.6. Qual mosca é conhecida por depositar ovos em fezes frescas de bovinos e passa praticamente 24h no animal? Explique como ela impacta a produtividade dos bovinos.
É a Haematobia irritans. Ela impacta a produtividade do bovino devido ao seu caráter hematofago que pode desencadear um quadro de anemia e também ao estresse causado nos seus hospedeiros, fazendo com que a sua atividade metabólica diminua, impactando na produção de insumos e no ganho de peso desses animais.
2.7. Explique como a mosca-dos-estábulos pode ser controlada no ambiente. Qual característica do comportamento dessa mosca facilita seu manejo?
A Stomoxys calcitrans, também conhecida como mosca dos estábulos, não fica 24h no seu hospedeiro. Ela se alimenta várias vezes ao dia, mas sempre retorna aos estábulos próximos para descansar, com isso pode ser postas armadilhas que capturam essas moscas durante seu descanso.
2.8. Cite dois exemplos de substâncias presentes na saliva de moscas hematófagas e explique como elas ajudam na alimentação das moscas.
Algumas substâncias como a IT5 e a hematobina agem como imunomoduladores, impedindo a resposta imunológica do hospedeiro e também substâncias anticoagulantes como a trombostasina auxiliam no processo de alimentação das moscas.