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Morte; Ansiedade; Enfermagem; UTI, Notas de estudo de Enfermagem

texto word

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 23/09/2009

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naliny-dourado-mendes-2 🇧🇷

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Produção Científica de Enfermagem sobre ansiedade e morte:
implicações para o enfermeiro de terapia intensiva *
UNITERMOS: Morte; Ansiedade; Enfermagem; UTI.
_______________________________________________________________
RESUMO: Conviver com a morte e a ansiedade a ela relacionada faz parte do
cotidiano dos profissionais de enfermagem que trabalham em UTI. Devido à
complexidade e importância do tema para a prática profissional foi elaborado
este estudo objetivando abordar a sua problemática na prestação dos serviços
de enfermagem nas unidades de terapia intensiva, identificando através da
pesquisa e da análise do discurso literário contemporâneo as implicações para
o enfermeiro intensivista. Os resultados obtidos evidenciam que apesar da
modernidade e de seus advindos tecnológicos a enfermagem ainda se defronta
com dificuldades para lidar e agir perante a questão, levando-nos a crer que a
melhoria da qualidade de suas prescrições e execução de serviços é na
atualidade ainda um grande desafio.
_______________________________________________________________
Introdução
Embora faça parte do ciclo natural da vida a morte ainda nos dias atuais
é um tema bastante polêmico, por vezes evitado e por muitos não
compreendido, gerando medo e ansiedade nas pessoas. Se no contexto social
adquire vastos significados, nas unidades de terapia intensiva as suas nuance
são acentuadas por serem locais onde o viver e o morrer se aproximam com
maior freqüência.
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Produção Científica de Enfermagem sobre ansiedade e morte: implicações para o enfermeiro de terapia intensiva *

UNITERMOS: Morte; Ansiedade; Enfermagem; UTI.


RESUMO : Conviver com a morte e a ansiedade a ela relacionada faz parte do cotidiano dos profissionais de enfermagem que trabalham em UTI. Devido à complexidade e importância do tema para a prática profissional foi elaborado este estudo objetivando abordar a sua problemática na prestação dos serviços de enfermagem nas unidades de terapia intensiva, identificando através da pesquisa e da análise do discurso literário contemporâneo as implicações para o enfermeiro intensivista. Os resultados obtidos evidenciam que apesar da modernidade e de seus advindos tecnológicos a enfermagem ainda se defronta com dificuldades para lidar e agir perante a questão, levando-nos a crer que a melhoria da qualidade de suas prescrições e execução de serviços é na atualidade ainda um grande desafio.


Introdução Embora faça parte do ciclo natural da vida a morte ainda nos dias atuais é um tema bastante polêmico, por vezes evitado e por muitos não compreendido, gerando medo e ansiedade nas pessoas. Se no contexto social adquire vastos significados, nas unidades de terapia intensiva as suas nuance são acentuadas por serem locais onde o viver e o morrer se aproximam com maior freqüência.

A enfermagem tem em seus ideais o compromisso com a vida. Não obstante ao que tudo isso venha a significar, tem a responsabilidade de assistir a clientela em todo o seu ciclo vital, contemplando-a holisticamente. À medida que se busca a melhoria das condições de saúde e o aprimoramento técnico científico da assistência de enfermagem, refletir sobre questões como esta, bem como seus reflexos sobre as pessoas com ela envolvidas, torna-se uma necessidade. Dada a importância e a complexidade do tema em evidência, foi elaborado este estudo, buscando analisar através do discurso literário a sua aplicabilidade e implicações para o enfermeiro em cuidados intensivos.


Metodologia Para a elaboração deste estudo optou-se pela realização de uma pesquisa exploratória sobre o discurso da literatura profissional pertinente ao assunto, por meio da busca bibliográfica computadorizada e/ou manual no período de 1995 a 2001, utilizando as palavras-chave: morte; ansiedade; enfermagem; UTI.


Desenvolvimento A vida é o primeiro bem a que todos os seres humanos têm direito. “Todos temos direito a nascer, crescer, envelhecer e morrer” (BEYERS et.al, 1995). A morte de uma forma geral é a única certeza da vida, uma vez que se constitui no ponto crucial de sua existência. De acordo com PRADO (1995), é

complexos e aparelhos sofisticados para não morrer. O medo de morrer e a ansiedade são aqui mais acentuados ao se evidenciarem situações potenciais para atingir a finitude. Se por um lado a enfermagem tem através da prestação de seus cuidados a finalidade de contemplar os indivíduos com uma assistência holística em todo ciclo vital, por outro a literatura aponta que esta classe de profissionais ainda apresenta dificuldades em situações que envolvam a potencialidade, a iminência e a configuração de morte. ELIAS (1999) afirmou que pouco se fala sobre morte porque ela é uma evidência de nosso limite, da nossa fragilidade enquanto condição humana. RIBEIRO et al. (19998) afirmam que a equipe de enfermagem sofre com tais situações, mas este sofrimento parece ser mascarado pelo cumprimento de rotinas. O profissional de enfermagem é gente que cuida de gente, e como todo ser humano tem suas tristezas, irritações, receios, dentre outros sentimentos. Quando pensamos sobre esta problemática, supomos ser esta a primeira implicação para o intensivista com relação ao lidar com a sua clientela: o afastar de seus sentimentos e receios, de forma que ao os isolar, minimize suas tensões para assegurar que as suas respostas individuais não prejudiquem o paciente que está sendo atendido. Tendo esta questão bem definida, é possível chegar ao doente, configurar diagnósticos, planejar sistematicamente a assistência e a partir daí, implementá-la, avaliá-la e modificá-la quando houver necessidade.

O paciente lúcido internado na UTI geralmente tem medo de morrer, de que a sua condição de saúde seja mais grave do que imagine. Torna-se por si mais ansioso, pois sabe que sua situação de saúde é preocupante. Na prestação da assistência é imprescindível informá-lo sobre tudo o que acontece, o porquê e a verdadeira razão do emprego de aparelhos e técnicas. É preciso transmitir-lhe segurança, carinho, conforto e apoio psicológico, pois o mesmo vaga em um ambiente desconhecido, num mundo de inquietação. Isto implica ao enfermeiro a capacidade de ouvir, entender, se ver no lugar do outro

  • o cliente, para então agir com respeito, conhecimento e eficácia. Desenvolver as habilidades de observação, avaliação e ação. De acordo com RIBEIRO et al. (1998), “a enfermagem é geralmente a primeira a lidar e sentir a morte do paciente, já que estes se tornam dependentes de seus cuidados”. O enfermeiro tem o dever ético de zelar pelo paciente, inclusive pelo seu corpo no pós-morte. A literatura qualifica terminologicamente como moribundo o paciente terminal, sendo um consenso entre os diversos autores consultados que o enfermeiro enquanto líder de sua equipe necessita ter o conhecimento sobre o potencial de capacitação e entendimento de cada um de seus membros para gerenciar o cuidado e seus conflitos de forma que ninguém seja sobrecarregado ou induzido a prestar uma assistência para o qual não esteja preparado e o paciente não seja receptor de uma atuação que a ele não traga benefício. Com relação ao gerenciamento, a idéia é reforçada com o relato de MAGALHÃES et al. (1995), que dizem ser o enfermeiro “o profissional

Entretanto, é pertinente afirmar que a parafernália da tecnologização da saúde não foi capaz de afastar a angústia humana diante da morte. É verdadeira a afirmação de diversos autores ao referirem que a ciência não pode curar o homem da morte e nem do medo e da ansiedade que ela suscita e que através de seus profissionais as instituições tentam ritualizar funcionalmente o fenômeno para recompor a perda, integrá-la no cotidiano e gerenciar a desordem por ela causada. A literatura contemporânea relativa à questão no que tange à sistematização assistencial da enfermagem não se mostra muito ampla e é predominantemente ligada a fatores emocionais, considerando ser estes elos principais para contrapartir a sua execução. A modernidade vem por em evidência antigos conceitos até então pouco enfatizados. Assim sendo, a tecnologia desfaz algumas das antigas distinções entre a vida e a morte, dando ao enfermeiro intensivista uma maior amplitude de avaliação, mas em conseqüência uma necessidade maior de sabedoria. Os resultados obtidos através da análise dos textos abordados demonstram que as prescrições de enfermagem são feitas no sentido de preparar o paciente psicossócio-espiritualmente para lidar com sua ansiedade e para a morte, preservando e respeitando sua dignidade inclusive no pós- morte; mas há evidências de conflitos nesta interação no âmbito pessoal e profissional e conseqüentemente nas formas de intervenção da enfermagem.

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NOTAS : * Trabalho apresentado no curso de pós-graduação em Enfermagem em Cuidados Intensivos da UFF. ** Enfermeiro pós-graduando do curso de enfermagem em cuidados intensivos da UFF. *** Doutora em enfermagem e professora titular da UFF.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEYERS, Morjorce & DUDAS, Susan. The Clinical Practice of Medical Sirurgical Nursing. Boston/ Toronto. Little, Brown and Company, 1995. COSTA, Luiza Aparecida Teixeira. Situações: vida X morte - Participação da Enfermagem. Rio de Janeiro, 1977. Dissertação (Mestrado)- EEAN/ Universidade Federal do Rio de Janeiro. ELIAS, N. La soledad de los moribundos. México, Fondo de Cultura Econômica, 1999. FIGUEIREDO, N.M.A. et al. Dama de negro X Dama de branco: o cuidado na fronteira vida/morte. Rev. Enf. UERJ, v.3, n.2, p.139-149, out, 1995. GONÇALVES, M.M.C. Nós e a morte: um estudo psicológico. Rev. Esc. Enf. USP, v.28, n.3, p.243-50, dez, 1995. MAGALHÃES, Z.R. et al. Morte nas instituições de saúde: uma abordagem ética. Enf. Rev., Belo Horizonte, v.2, n.4, p.15-19, dez. 1995. PRADO, M.L. Uma narrativa sem epílogo? Refletindo acerca do sentido da morte violenta a partir do pensamento de Pasolini. Texto Contexto Enf., Florianópolis, v.4, n.2, p. 30-37, jul-dez, 1995.