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Descrição da morfologia do sistema Nervoso
Tipologia: Resumos
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Não perca as partes importantes!
Nesta aula você irá conhecer a divisão do sistema nervoso, reconhecendo as estruturas que o compõem e compreendendo a origem embrionária deste sistema. Discutiremos também as principais características do tecido nervoso destacando o papel das diferentes células da glia e dos neurônios. Destacaremos ainda a formação e propagação do potencial de ação ao longo de um neurônio, bem como o conceito de sinapse e o papel dos neurotransmissores para a geração do potencial de ação. Ainda nesta aula, discutiremos as principais características anatômicas das diferentes divisões do sistema nervoso. INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL O sistema nervoso é capaz de organizar as funções orgânicas ao mesmo tempo em permite a integração do indivíduo com o ambiente, a partir da percepção dos estímulos e da organização de respostas adequadas às diferentes situações. Todos os sistemas do nosso corpo estão sob controle do sistema nervoso. As células que compõem este sistema são capazes de enviar comandos para diferentes tipos celulares modulando suas funções. Este sistema é responsável por duas classes de controle, são eles: Controle voluntário: é o controle exercido conscientemente, por exemplo, se queremos pegar um objeto caído no chão, nossos músculos e articulações são modulados de modo que nos permitam executar esta função. O ato de pegar o objeto é um ato voluntário, consciente, que ocorre a partir de um comando do sistema nervoso. Controle involuntário: é o controle exercido inconscientemente também conhecido como controle autonômico, por exemplo, a respiração e o controle dos batimentos cardíacos são atividades consideradas involuntárias já que não exercemos um controle consciente sobre elas, mesmo que estejamos dormindo continuamos a respira e nosso coração continua a bater. A unidade morfofuncional do sistema nervoso é o neurônio. Esta célula é considerada excitável graças a sua capacidade de propagar potenciais elétricos. Os neurônios se organizam como uma rede para formar o tecido nervoso por meio de intensas comunicações denominadas sinapses. É por meio destas comunicações que os neurônios conseguem perceber os estímulos e modular outras células para que as respostas sejam organizadas. Anatomicamente conseguimos distinguir três divisões do sistema nervoso central, são elas: Sistema Nervoso Central: constituído pelos seguintes órgãos: o Medula espinhal: protegida pelas vertebras, é por este órgão que passam os axônios dos neurônios afarentes e eferentes; o Encéfalo: protegido pelos ossos do crânio o encéfalo integra todas as informações trazidas pelos neurônios aferentes e organiza as respostas que serão levadas pelos neurônios eferentes. Sistema nervoso periférico: fazem parte deste sistema os neurônios presentes fora do sistema nervoso central que são responsáveis pela captação dos estímulos sensoriais e por modular os órgãos efetores. Fazem parte deste sistema: o Receptores sensoriais; o Nervos; o Gânglios. Sistema nervoso autônomo: os neurônios deste sistema são responsáveis por organizar as atividades autonômicas. Apresenta as seguintes subdivisões: o Sistema nervoso simpático: responsável por organizar as respostas autonômicas frente a estímulos estressores; o Sistema nervoso parassimpático: responsável por organizar as respostas autonômicas durante o repouso. Apesar de a anatomia destas divisões serem estudadas separadamente, todas elas estão em intimo contato já que a interação do indivíduo com o ambiente depende da integridade de todas as divisões. Os estímulos são detectados por neurônios do sistema nervoso periférico que leva estes sinais até o sistema nervoso central para que eles possam ser integrados e para que a resposta
adequada seja formada. Em seguida o sinal de resposta é enviado do sistema nervoso central para os sistemas nervosos periférico e autônomo que se encarregam de mobilizar os órgãos efetores para que a resposta seja organizada. Para melhor entendermos a relação dos diversos neurônios do sistema nervoso central imagine uma situação em que você está passeando por um parque e encontra uma bela macieira repleta de maças. Os neurônios do sistema nervosos periférico captam os estímulos sensoriais e os levam até o sistema nervoso central para que você entenda que o que está vendo são as maças avermelhadas. Estas informações são integradas e uma vez que a resposta é organizada e as vertentes periférica e autonômica do sistema nervoso central são mobilizadas. Como resultado da ativação do sistema nervoso autônomo você começará a salivar, pois está com muita vontade de comer a maça, em seguida, pela mobilização do sistema nervo periférico a musculatura estriada esquelética será ativada para que você realize os movimentos necessários para pegar a maça e comê-la. Como vocês podem observar, o sistema nervoso possui uma importância muito grande para a sobrevivência do indivíduo, pois, todas as respostas, sejam elas voluntárias ou involuntárias, são organizadas por este sistema, ou seja, para que possamos nos adaptar ao ambiente em que estamos precisamos da atuação do sistema nervoso. A partir de agora iremos discutir as principais características morfológicas deste sistema. ORIGEM EMBRIONARIA DO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso tem origem a partir de uma estrutura embrionária denominada placa neural. Esta estrutura é formada a partir de um espessamento do ectoderma. As células da placa neural começam a se proliferar formando as cristas neurais que se fundem para formar o tubo neural cuja luz é chamada de canal neural. As aberturas do tubo são chamadas neuroporos e se fecham assim que uma circulação for estabelecida. A partir do espessamento da parede do tubo terão origem: Encéfalo; Medula espinhal. Já a luz do tubo irá originar o sistema de ventrículos e o canal central da medula. Desenvolvimento da medula espinhal A medula espinhal se origina a partir de uma região do tudo neural denominada canal neural que reduz seu diâmetro até originar o canal central da medula espinhal. Os neurônios e as células macrogliais da medula (maiores tipos de células da glia) se originam de células neuroepiteliais da parede do tubo neural que constituem a zona ventricular (camada ependimária). Saiba mais Algumas anomalias congênitas da medula espinhal resultam de defeitos no fechamento do tubo neural durante a quarta semana de desenvolvimento. Estes defeitos aometem os tecidos sobrepostos a meninge como: Meninges; Arcos vertebrais; Músculos; Pele. A espinha bífida é resultado destas anomalias que acometem os arcos vertebrais podendo ser clinicamente significativas ou sem importância.
Desenvolvimento do encéfalo O encéfalo tem origem a partir da fusão das pregas neurais da região cefálica e do fechamento do neuroporo rostral do tubo neural. Este processo originará três vesículas primárias de onde terão origem todas às estruturas encefálicas, são elas: Prosencéfalo ou encéfalo anterior;
destes circuitos permite a execução e manutenção de inúmeras funções. Quanto mais complexa for a função, mais complexo será o circuito. Dessa forma, o sistema nervoso nos permite interagir com o ambiente em que vivemos a partir da percepção de estímulos internos e externos. A partir desta percepção este sistema será capaz de processar as informações recebidas para então gerar um padrão de resposta adequado a determinadas situações podendo ser modulados de acordo com as modificações recorrentes, gerando respostas de controle autonômico como controle da pressão arterial e frequência respiratória e repostas voluntárias como esticar o braço para buscar um copo de água. Por estar em intensa atividade e por apresentar um metabolismo especializado, o tecido nervoso necessita de um aporte grande de nutrientes, mais especificamente glicose. Cerca de 30% da glicose total que entra em nosso organismo é direcionada para o tecido nervoso. Além do aporte nutritivo o tecido nervoso também necessita de uma grande quantidade de oxigênio que passa livremente pela barreira hematoencefálica, já a glicose necessita de transportadores específicos que retiram a do plasma transferindo-a para o líquido intersticial do encéfalo. Graças a alta demanda de oxigênio, o encéfalo recebe cerca de 15% do sangue expulso do coração. Se por algum motivo este fluxo sanguíneo para o encéfalo for interrompido prejudicando a chegada de oxigênio no tecido nervoso, os danos causados ao encéfalo podem surgir depois de poucos segundo provocando lesões intensas e que, dependendo da sua extensão podem ser irreversíveis. Os neurônios, também conhecidos como células nervosas, e são constituídos por: Dendritos: prolongamentos numerosos, capazes de receber estímulos do ambiente, de células sensoriais e de outros neurônios. Estes prolongamentos podem aumentar a medida que o neurônio é estimulado tornando ainda mais apto a receber estímulos e permitindo maior comunicação entre os neurônios; Corpo celular ou pericárdio: centro trófico da célula, também capaz de receber estímulos. Esta região contém o núcleo e o citoplasma que envolve o núcleo sendo geralmente esférico, mas podendo apresentar outros formatos; Axônio: prolongamento único, responsável pela condução dos impulsos nervosos, transmitindo informações do neurônio para outras células. Geralmente comprido, mas com tamanhos variados. A porção final do axônio é denominada telodendro podendo também ser chamado de terminação nervosa ou terminal axõnico. Os neurônios são células grandes que podem apresentar dimensões, formatos variados e números variados de prolongamentos. Em geral o corpo celular pode ser esférico, piriforme ou angular. Apesar de apresentar seus componentes básicos, os neurônios variam de acordo com seu aspecto morfológico, podendo ser classificados em: Neurônios unipolares: apresentam um único prolongamento; Neurônios bipolares: possuem apenas um dendrito e um axônio: Neurônios pseudounipolares: apresentam próximo ao corpo celular um prolongamento único que se divide em dois, onde um ramo é encaminhado para a periferia e o outro para o sistema nervoso central; Neurônios multipolares: apresentam mais de dois prolongamentos. Além de classificação quanto ao aspecto morfológico, os neurônios também podem ser classificados de acordo com a função que exercida, neste caso os neurônios podem ser classificados em: Neurônios motores: são os responsáveis pelo controle dos órgãos efetores como: o Glândulas; o Fibras musculares. Neurônios sensoriais: são os especializados em receber estímulos sensoriais: o Estímulos interoceptivos: estímulos sensoriais oriundo do próprio organismo, por exemplo, uma dor de estômago; o Estímulos exteroceptivos: estímulos sensoriais oriundos do ambiente externos, por exemplo, a sensação do vento batendo no rosto. Interneurônios: responsáveis pelas conexões entre neurônios para a formação dos circuitos neuronais.
Todos estes neurônios trabalham em conjunto e uma possível lesão em qualquer um deles pode prejudicar a interação do indivíduo com o ambiente. Você deve se lembrar do exemplo dado no início da aula. Os neurônios responsáveis pela identificação das características da maça são sensoriais, que enviam os sinais para os interneurônios para que ocorra a integração e a organização das respostas. Já os neurônios ativados para pegar a maça são neurônios motores. Células da Glia As células da glia, também conhecidas como neuroglia, apresentam grande variação. A seguir discutiremos as principais características deste grupo celular: Oligodendrócitos : células responsáveis pela produção da bainha de mielina. Possuem prolongamentos que se enrolam ao redor dos axônios para então formar a bainha de mielina; Células de Schwann: apresentam a mesma função que os oligodendrócitos, porém, são encontrados em torno dos axônios do sistema nervoso periférico formando também a bainha de mielina; Astrócitos: células com formato estrelado e diversas irradiações que surgem do corpo celular. Normalmente unem os neurônios aos capilares sanguíneos e a piá-mater, cuidando da nutrição dos neurônios (membrana de tecido conjuntivo que reveste o sistema nervoso central). Os astrócitos podem ser divididos em: o Astrócito fibroso: menor número de prolongamentos, porém, mais longos, geralmente localizados na substância branca; o Astrócito protoplasmático: maior número de prolongamentos porém curtos, geralmente localizados na substância cinzenta. Os astrócitos são o tipo mais numeroso entre todas as células da glia e estão diretamente ligados a sobrevivência dos neurônios, graças a capacidade de controlar os constituintes do meio extracelular. Estas células se comunicam umas com as outras por meio de junções comunicantes formando uma rede que favorece a comunicação; Células ependimárias: como já mencionado anteriormente, são células epiteliais que revestem os ventrículos no cérebro e o canal central da medula espinal, podem ser ciliadas e estão envolvidas na produção do líquido cérebro espinal. Microglia: células pequenas e alongadas com prolongamentos curtos. São células fagocitárias derivadas de precursores trazidos da medula óssea através da circulação sanguínea para o sistema nervoso central. Participam de respostas inflamatórias e dos processos de reparo do sistema nervoso central. Quando ativadas, seus prolongamentos retraem e estas células assumem a forma de macrófagos tornando-se fagocitárias. A micróglia também participa da remoção de restos celulares que surgem nas lesões do tecido nervoso no sistema nervoso central. As células nervosas são capazes de propagar impulsos O sistema nervoso pode ser definido como uma grande rede de neurônios que realizam intensa comunicação, para que os estímulos podem ser percebidos, integrados e processados, e para que as respostas sejam organizadas. Essa comunicação permite a propagação dos impulsos nervosos, que são formados graças à liberação de moléculas químicas conhecidas como neurotransmissores capazes de provocar alterações elétricas nas membranas dos neurônios, decorrente do trânsito de íons entre o espaço extracelular e o espaço intracelular. A geração dos impulsos nervosos acontece graças à diferença iônica entre as regiões extracelular e intracelular da membrana plasmática. Normalmente o ambiente extracelular é carregado positivamente, com predominância de íons sódio, cálcio e cloreto, em contrapartida o ambiente intracelular apresenta carga negativa, com predominância dos íons potássio nesta situação dizemos que a célula está polarizada ou em repouso. De um modo geral as membranas plasmáticas das nossas células são permeáveis ao potássio, por este motivo, nossas células estão constantemente liberando potássio para o meio extracelular. Em contrapartida, para que ocorra a entrada dos íons predominantes no espaço extracelular é necessária à abertura de canais iônicos (proteínas de membrana que permitem a entrada e a
pós, mais canais de sódio serão abertos, maior será a depolarização e consequentemente maior será amplitude do potencial graduado. O potencial graduado segue do seu local de início até a região de transição entre o corpo celular e o axônio, conhecida como zona de gatilho. Esta região apresenta uma grande quantidade de canais de sódio dependentes de voltagem que se abrem à medida que o potencial graduado os alcança. Com a abertura destes canais o influxo de sódio na zona de gatilho será intenso e a despolarização causada nesta área será suficiente para que o potencial elétrico atinja o seu limiar e se torne agora um potencial de ação. É importante destacar que o potencial de ação não apresenta amplitude variada, neste caso um potencial de ação só será formado se a despolarização for suficiente para alcançar o limiar, a este fenômeno damos o nome de “lei do tudo ou nada”, ou temos um potencial de ação ou não teremos potencial algum. O potencial de ação não ocorre em toda membrana do neurônio ao mesmo tempo, ele vai caminhando e despolarizando pequenas regiões da membrana, de modo que assim que a despolarização ocorre a região anterior da membrana já recupera o seu estado de repouso com o ambiente intracelular negativo e o extracelular positivo e isso só acontece graças a um fenômeno chamado repolarização. Na repolarização a membrana plasmática recupera a sua carga normal e isso pode acontecer por alguns motivos que serão descritos a seguir: Influxo de cloreto: o cloreto é um íon de carga negativa presente na região extracelular e a membrana plasmática não é permeável a este íon. Desse modo, para que ocorra o influxo deste íon, canais de cloreto precisam ser abertos. Os canais de cloreto são conhecidos como canais de abertura e fechamento lento, e sua ativação é dada graças a presença dos potenciais elétricos. A medida que o potencial de ação progride pela membrana, ele abre tanto canais de sódio quanto cloreto, porém, como os canais de sódio são de ativação mais rápida que os de cloreto eles se abrem e se fecham com velocidade, de modo que após o influxo de sódio ocorra a abertura dos canais de cloreto, promovendo assim o influxo deste íon. Como o cloreto possui carga negativa a sua presença dentro do neurônio deixa o meio interno negativo novamente causando a repolarização. Mas como dissemos anteriormente, os canais de cloreto demoram para fechar, e por este motivo o influxo deste íon será maior, e até que ele seja retirado ambiente intracelular o meio interno ficará com uma carga mais negativa que o normal provocando um fenômeno que chamamos de hiperpolarização. Durante a hiperpolarização aquela área da membrana não será capaz de ser despolarizada, e consequentemente nesta região não ocorrerá um novo potencial de ação até que a polarização normal seja recuperada, este período é chamado de período refratário. A duração da hiperpolarização é muito pequena e logo aquela região da membrana recupera a sua polarização normal e será capaz de propagar um novo potencial de ação. Aumento do efluxo de potássio: sabemos que a membrana plasmática do neurônio é permeável à potássio. Durante a repolarização esta permeabilidade aumenta. Como o potássio é um íon com carga positiva, a região intracelular voltará a se tornar negativa. Atuação da bomba de sódio e potássio ATPase : esta proteína de membrana trabalha com o intuito de manter as concentrações iônicas no estado considerado normal (polarização). E para cumprir com este objetivo, ela retira íons de sódio do espaço intracelular em direção ao espaço extracelular, ao mesmo tempo em que coloca no ambiente intracelular os íons de potássio trazidos do ambiente extracelular. Uma vez gerado o potencial de ação será propagado por todo o axônio até que alcance as terminações nervosas. Os axônios da maioria dos neurônios do sistema nervoso possuem bainha de mielina. A bainha reveste o axônio de modo descontínuo, deixando alguns espaços de membrana plasmática livres e com grande quantidade de canis de sódio dependentes de voltagem chamados nós de Ranvier. A presença da bainha de mielina bloqueia abertura dos canais de sódio, de modo que os únicos canais capazes de serem abertos são os presentes nos nós de Ranvier. Desse modo o potencial de ação formado no axônio terá que se deslocar em saltos promovendo o que chamamos de potencial de ação saltatório. A presença da bainha de mielina e dos nós de Ranvier faz com que a propagação do potencial pelo axônio até os terminais nervosos seja mais rápida, uma vez que ele ocorrerá em saltos.
Ao chegar nos terminais nervosos o potencial de ação promoverá a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem, promovendo o influxo deste íon. Os terminais nervosos são regiões ricas em vesículas de fosfolipídios contendo em seu interior neurotransmissores. Uma vez presente dentro dos terminais, o cálcio promoverá a migração das vesículas até a membrana plasmática dos terminais nervosos. Após a migração as vesículas irão se fundir a membrana do terminal nervoso com auxílio de proteínas conhecidas como fusogênicas. Quando a fusão ocorre os neurotransmissores são liberados na fenda sináptica e então se ligarão a receptores específicos em outro neurônio. Neurotransmissores Neurotransmissores são moléculas sinalizadoras produzidas pelos neurônios. Em geral estas moléculas são produzidas no corpo celular a partir da metabolização de alguns aminoácidos e colocadas dentro de vesículas formadas por fosfolipídios. Apesar de serem produzidas no corpo celular, as vesículas de neurotransmissores são encaminhadas para a terminação nervosa e são liberados durante a sinapse por exocitose. Os neurotransmissores podem ser classificados em: Neurotransmissores excitatórios: são aqueles que quando se ligam ao receptor específico favorecem o influxo de sódio no neurônio pós-sináptico, provocando a despolarização e a consequente geração do potencial de ação. Exemplos: glutamato, serotonina, dopamina entre outros. Neurotransmissores inibitórios: são aqueles que quando se ligam ao receptor específico favorecem o influxo de cloreto no neurônio pós-sináptico, provocando a hiperpolarização e impedindo s geração do potencial de ação. Exemplo: gaba e glicina. Barreira hematoencefálica A barreira hemtoencefálica atua como um filtro que dificulta a passagem de algumas moléculas do sangue em direção ao tecido nervoso. O principal componente estrutural da barreira hematoencefálica são as junções comunicantes oclusivas presentes entre as células endoteliais que são bastante unidas. Possivelmente, as junções oclusivas são induzidas por prolongamentos de astrócitos que envolvem os capilares. Nervos e gânglios Nervos são grupos de feixes de fibras nervosas no sistema nervoso periférico de coloração esbranquiçada em sua maioria. Na estrutura tecidual dos nervos encontramos as seguintes camadas: Epineuro: tecido de sustentação dos nervos constituído por uma camada fibrosa externa de tecido conjuntivo denso que reveste o nervo e preenche os espaços entre os feixes de fibras nervosas; Perineuro: bainha formada por várias camadas de células achatadas justapostas que revestem os feixes de fibras. As células se unem por junções oclusivas que constituem uma barreira contra a passagem de diversas moléculas, atuando como meio de proteção; Endoneuro: bainha de células de Schwann com lâmina basal e um envoltório de tecido conjuntivo rico em fibras reticulares que envolve os axônios presentes nos feixes. Os nervos são os meios de comunicação entre o sistema nervoso central e os órgãos sensoriais e efetores. Portanto, em um mesmo nervo podem trafegar fibras: Aferentes: levam para o sistema nervoso central as informações sensoriais; Eferentes: levam os impulsos nervosos do sistema nervoso central para os órgãos eferentes Dependendo do tipo de fibras presentes em um nervo eles podem ser classificados em: Nervos sensitivos: compostos por fibras aferentes; Nervos motores: compostos por fibras eferentes; Nervos mistos: compostos por fibras aferentes e eferentes.
Face súpero-lateral: Lobo frontal: situado acima do sulco lateral e à frente do sulco central. Giros: Pré-central: à frente e paralelo ao sulco central, é a área motora primária do cérebro. Frontal superior: superior ao sulco frontal superior, continua na face medial do cérebro Frontal médio: entre os sulcos frontal superior e inferior Frontal inferior: abaixo do sulco frontal inferior e acima do sulco lateral, neste giro no hemisfério cerebral esquerdo (em geral) se localiza a Área de Broca, região que comanda a motricidade da linguagem. Sulcos: Pré-central: paralelo e anterior ao giro pré-central. Frontal superior: inicia-se na parte superior do sulco pré-central, trajeto perpendicular a ele. Frontal inferior: inicia-se na parte inferior do sulco pré-central, dirigindo-se para frente e para baixo Saiba mais Em casos de acidentes vasculares que acometam os neurônios do Giro pré-central, o indivíduo poderá apresentar sequelas motoras, denominadas Plegias, conhecidas popularmente como paralisias.
Lobo parietal: situado posterior aso sulco central e acima do sulco lateral: Giros: Giro pós-central: paralelo e posterior ao sulco central. Representa funcionalmente a área Somatossensorial do córtex, local para onde convergem estímulos tais como; dor, temperatura, tato, pressão, etc. Na parte inferior deste giro, próximo ao sulco lateral fica a região responsável pela percepção gustatória. Supramarginal: localizado na parte inferior do lobo parietal, acima do final do sulco lateral Angular: localizado na parte inferior do lobo parietal, acima do final do sulco temporal superior Lobo temporal: localizado inferiormente ao sulco lateral. Giros: Temporal superior: superior ao sulco temporal superior e inferior ao sulco lateral. Na parte superior deste giro, parte que delimita o assoalho do sulco lateral situa-se a região cerebral relacionada à audição. Temporal médio: entre os sulcos temporais superior e inferior Temporal inferior: inferior ao sulco temporal inferior, continua na face inferior do telencéfalo Sulcos: Temporal superior: inicia-se próximo ao pólo temporal e possui trajeto posterior e superior, terminando no lobo parietal Temporal inferior: paralelo e inferior ao sulco temporal superior. Lobo occipital: Localizado próximo ao pólo occipital, apresenta giros e sulcos inconstantes. Face medial: Corpo caloso A maior comissura do encéfalo, constituído por axônios de neurônio que cruzam o plano mediano de forma perpendicular a ele, comunicando assim os dois hemisférios cerebrais.
Através dos axônios do corpo caloso estímulos que chegam a um hemisfério podem ser transmitidos ao outro e atividade de um hemisfério podem ser informadas ao outro, resumindo um lado sabe o que ocorre no outro. Giro do cíngulo Estende-se do lobo frontal anteriormente ao lobo parietal, fica acima do corpo caloso, estrutura relacionada ao sistema límbico, que funcionalmente tem relação com a memória e as emoções. Lobo occipital: Sulcos: Parietoccipital: separa os lobos parietal acima e occipital abaixo. Calcarino: inicia-se abaixo da porção posterior e final do corpo caloso, tem trajeto oblíquo terminando no pólo occipital. Imediatamente abaixo e acima do sulco calcarino ficam as áreas corticais relacionadas à visão. Cúneo: região da face medial do lobo occipital de formato triangular delimitado pelo sulco parietoccipital acima e sulco calcarino abaixo. Saiba mais Traumas na região posterior da cabeça podem levar à perda da visão, pois podem acometer o lobo occipital do cérebro, que está relacionado à visão.
Face inferior: Lobo temporal Giro parahipocampal: situado na metade anterior da face inferior do lobo temporal, sua parte anterior relaciona-se funcionalmente com olfato. Hipocampo: paralelo e lateral em relação ao giro parahipocampal, forma o assoalho da porção temporal dos ventrículos laterais. Integra o sistema límbico, funcionalmente possui relação com as memórias de curta duração. Únco: dilatação anterior do giro parahipocampal com forma de gancho, funcionalmente relaciona-se à percepção do olfato. Você sabia? A perda de memória recente, relacionada à doença de Alzheimer, relaciona-se à incapacidade funcional do Hipocampo. A pessoa almoça e esquece que almoçou, lê e esquece o que leu.
Centro branco do cérebro e núcleos da base: Formado por milhares de axônios com trajetos ascendentes e descendentes, tendo como principal componente a Cápsula Interna conjunto de axônios ascendentes e descendes que chegam e partem do córtex cerebral, permitindo conexões deste com os níveis do sistema nervoso central. No centro branco do cérebro, ilhados pela substância branca existem grupos de corpos de neurônios denominados genericamente como Núcleos da Base. Dentre os núcleos da base destacam-se: o núcleo caudado, o putâme e o globo pálido. Estes núcleos da base possuem relação funcional com o planejamento do ato motor voluntário. 1.2. Diencéfalo Situação ímpar e mediana, coberto pelo telencéfalo, compreende os seguintes componentes: tálamo, hipotálamo, subtálamo e epitálamo. Tálamo:
Parte inferior do tronco encefálico, situado a abaixo da ponte e acima da medula espinal, possui uma forma de cone invertido, a medula espinal continua-se inferiormente a partir dele. Superfície anterior: Pirâmides bulbares: uma a cada lado, posição medial, constituídas por axônios descendentes que compõem o trato corticospinal, mais importante trato relacionado controle motor voluntário. Olivas bulbares: uma a cada lado, laterais em relação às pirâmides, possuem núcleos relacionados ao aprendizado motor e à via auditiva. Superfície posterior: Fascículo grácil e tubérculo grácil: formados por axônios e corpos celulares da via que transmite propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória. Fascículo cuneiforme e tubérculo cuneiforme: formados por axônios e corpos celulares da via que transmite propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória. IV Ventrículo: O quarto ventrículo é delimitado anteriormente pela ponte e pelo bulbo e posteriormente pelo cerebelo. O assolho do IV ventrículo é formado pelas partes dorsais da ponte e do bulbo, apresenta inúmeros núcleos com funções diversas, além de ser atravessado por axônios ascendentes e descendentes. Estes núcleos dão origem a nervos cranianos que serão descritos adiante.
Meninges: São envoltórios conjuntivos que revestem o sistema nervoso central. Pia-máter: delgada reveste diretamente o tecido nervoso Aracnoide-máter: entre a dura-máter e a pia-máter, o espaço entre está e a pia-máter é denominado Espaço Subaracnóide aonde o líquido cerebrospinal circula. Dura-mater: espessa, a mais externa, altamente inervada. Saiba mais A Meningite é um processo inflamatório das meninges, que pode possuir origem bacteriana ou viral.
Irrigação do sistema nervoso central: A irrigação do sistema nervoso central se dá pelas artérias espinais e cerebrais, que de forma geral se originam a partir das artérias carótida interna e das artérias vertebrais. As artérias vertebrai se anastomosam e formam a artéria basilar, ramos da artéria basilar e da artéria carótida internam, promovem uma rede anastomótica na base do cérebro denominada Circulo Arterial do Cérebro, também chamado Polígono de Willis. As arteriais cerebrais são:
VIII Par – nervo vestíbulococlear (sensitivo): conduzem impulsos relacionados à audição e ao equilíbrio IX Par – nervo glossofaríngeo (misto): sensibilidade gustatória e geral da língua e motricidade dos músculos da faringe e da glândula salivar parótida X Par – nervo vago (misto): aferência e eferência das vísceras torácicas e abdominais XI Par – nervo acessório (motor): motricidade dos músculos da laringe, trapézio e esternocleidomastóideo XII Par – nervo hipoglosso (motor): controlam os músculos da língua Como já descrito a medula espinal possui 31 segmentos medulares, logo existem 31 pares de nervos espinais, originados na medula. Por origem relacionada às regiões da medula temos: 8 pares de nervos espinais cervicais, 12 pares de nervos espinais torácicos, 5 pares de nervos espinais lombares, 5 pares de nervos espinais sacrais e 1 par de nervos espinais coccígeo. Os nervos espinais, após sua formação dada pela união de uma raiz anterior motora e de uma raiz posterior sensitiva, ambas oriundas da medula espinal, se dividem em um ramo posterior menor e um ramo anterior maior. Ramo posterior: inervam a pele e a musculatura profunda do dorso, nuca e região occipital Ramo anterior: inervam a pele, músculos e ossos das regiões ântero-laterias do tronco, do pescoço e dos membros. A inervação dada pelos ramos anteriores dos nervos espinais, podem ser unisegmentares ou plurisegmantares. Unisegmentares: inervação dada por um par de nervos originados em um único segmento medular. o Nervos intercostais: seguem os espaços intercostais correspondentes, inervam as paredes torácica e abdominal Plurisegmentares: inervação dada pela união de vários pares de nervos, originados em segmentos medulares diferentes, formam os chamados Plexos. o Plexo cervical: inervação do pescoço o Plexo braquial: inervação do membro superior e do tronco o Plexo lombar: inervação da coxa e parede abdominal o Plexo lombossacral: inervação do períneo e membros inferiores Saiba mais Quedas de moto nas quais o pescoço do indivíduo é flexionado violentamente em sentido lateral podem levar a lesão do plexo braquial, pois o mesmo trajeta pelo pescoço. O mesmo pode ocorre na chamada Paralisia Obstétrica, por lesão do plexo ocorrida em partos normais malfeitos.
Sistema nervoso autônomo É a parte eferente do sistema nervoso visceral, inervam os músculos liso e estriado cardíaco além de glândulas. Possui duas divisões, a divisão Simpática e a divisão Parassímpatica. Possuem corpos de neurônios situados no sistema nervoso central, denominados neurônios Pré-ganglionares e corpos de neurônios situados no sistema nervoso periférico, denominados neurônios Pós-ganglionares, situados em gânglios próximos à coluna vertebral ao às vísceras. Os axônios que se iniciam nos corpos dos neurônios pré-ganglionares são denominados Fibras pré-ganglionares, já os axônios que se iniciam nos corpos dos neurônios pós-ganglionares são denominados Fibras pós-ganglionares. Diferenças anatômicas entre as divisões simpática e parassimpática do sistema nervoso autônomo: Posição do neurônio pré-ganglionar o Simpático: regiões torácica e lombar alta da medula o Parassimpático: tronco encefálico e região sacral da medula Posição do neurônio pós-ganglionar o Simpático: gânglios próximos à coluna vertebral, longe das vísceras o Parassimpático: gânglios localizados próximo ou até nas paredes das vísceras
Comprimento da fibra pré-ganglionar o Simpático: curta o Parassimpático: longa Comprimento da fibra pós-ganglionar o Simpático: longa o Parassimpático: curta A atuação do simpático e do parassimpático em nossos órgãos, visa a manutenção do equilíbrio do funcionamento de nosso organismo, denominado Homeostase.