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Este documento discute a importância de consumir alimentos orgânicos, abordando as vantagens para a saúde, o meio ambiente e a qualidade de vida. O texto explica as práticas de manejo e cuidado ambiental em agricultura orgânica, as razões por trás do aumento do consumo e as desvantagens. Além disso, são apresentados os benefícios para o solo, a água e a biodiversidade.
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Pág. RESUMO
Poucos alimentos chegam aos supermercados livres de aditivos, substâncias não encontradas naturalmente nos alimentos. Isso tem levado a uma grande preocupação por parte dos consumidores, que cada vez mais estão aderindo aos alimentos nutritivos produzidos por métodos naturais. A noção de alimento nutritivo atrai o consumidor que está preocupado com a quantidade e a qualidade de aditivos usados nos alimentos de um modo geral. Entre os aditivos mais usados estão os pesticidas, hormônios de crescimento, antibióticos e outros produtos químicos que são usados tanto por agricultores, quanto por empresas alimentícias, com o objetivo de evitar a deterioração, aumentar o valor nutricional, realçar o sabor e torná-los visualmente mais atraentes. Diante das controvérsias, os defensores da agricultura moderna reagem dizendo que seus métodos são seguros e que eles são responsáveis pela abundância sem precedentes dos alimentos desfrutados hoje. Por outro lado, os movimentos em direção a uma alimentação saudável estão crescendo vertiginosamente. Percebe-se com isso, que, os alimentos orgânicos, que até poucos anos eram encontrados apenas em lojas de produtos naturais ou em mercados e feiras de pequenos agricultores, atualmente são encontrados em supermercados e lojas de produtos alimentares. Os fornecedores de alimentos orgânicos (alimentos cultivados com fertilizantes orgânicos e controles naturais contra insetos e ervas daninha) promovem seus produtos como sendo mais seguros e mais nutritivos que os produzidos com ajuda artificial. Segundo Souza (2003), a busca por alimentos provenientes de sistemas de produção sustentáveis, como os métodos orgânicos de produção, é uma tendência que vem se fortalecendo e se consolidando mundialmente. O mercado de alimentos orgânicos se expandiu nos anos 90, e hoje alcança um percentual em torno de US$ 40 bilhões. As causas para a adesão do consumidor estão relacionadas a diversos fatores, dentre os quais se
podem citar: interesse em saber a procedência dos alimentos que estão sendo consumidos; preocupação com a preservação do ambiente e sustentabilidade dos recursos naturais; maior durabilidade e mais vitaminas e proteínas, se comparados aos alimentos convencionais, além de um estilo de vida saudável intrinsecamente ligado a uma boa qualidade de vida. Com base neste contexto, levanta-se a seguinte questão problema: os alimentos orgânicos são realmente mais saudáveis, que os industrializados? A justificativa para este estudo érealizar uma análise mais aprofundada e criteriosa da relação entre os alimentos orgânicos e convencionais, a partir de uma ampla perspectiva de qualidade de vida e de saúde humana, social e ambiental.
3.1 Alimentos orgânicos – conceito e características O ser humano em seus primórdios tinha um tipo de alimentação e com a evolução chegou à agricultura, que passou a utilizar fertilizantes, agrotóxicos, alimentos transgênicos, mecanização nos processos agrícolas e como consequência problemas de ordem social e ambiental, incluindo a redução de mão de obra, o esgotamento do solo e a poluição hídrica. De acordo com Queiroz (2002), essa revolução no campo, é característica das sociedades urbanas que foram modificando o espaço natural e se reconstruindo, ignorando o ritmo da natureza e passando a ter um alimentação conveniente a seu espaço e sua rotina, surgindo a partir daí os fast food , delivery , transgênicos etc. Todas essas conveniências, no entanto, não têm dado bons resultados, considerando que tem aumentado consideravelmente o número de pessoas que apresentam problemas de saúde relacionados à hipertensão, obesidade, diabetes, intoxicações dentre muitas outras. A percepção desses problemas fez com que as pessoas buscassem uma alimentação mais saudável através de um modeloagrícola que reduzisse os impactos ambientais, protegesse o meio ambiente, se opusesse ao uso de materiais sintéticos, ou seja, estão buscando saúde e qualidade de vida através da agricultura orgânica. (ASSIS, ET. AL., 1996). Segundo Azevedo (2012, p. 139), orgânico é um termo de rotulagem que indica que o alimento é produzido de acordo com as normas específicas que vetam o uso de quaisquer agroquímicos e que está certificado por uma agência devidamente constituída. Dentre os muitos conceitos referendados pelos autores, pode-se dizer que este é o mais completo sobre alimentos orgânicos: O alimento orgânico não é somente “sem agrotóxicos” como se veicula normalmente. Além de ser isento de insumos artificiais como os adubos químicos e os agrotóxicos (e isso resulta na isenção de uma infinidade de subprodutos como nitratos, metais pesados, etc.) ele também deve ser isento de drogas veterinárias, hormônios e
antibióticos e de organismos geneticamente modificados. (AZEVEDO, 2012, p. 64). Ainda de acordo com a autora, durante o processamento dos alimentos é proibido o uso das radiações ionizantes (que produzem substâncias cancerígenas, como o benzeno e o formaldeído) e aditivas químicas sintéticas como corantes, aromatizantes, emulsificantes, entre outros. Alimento orgânico vem da Agricultura Orgânica que na Legislação Brasileira de 2007 tem como objetivos a auto sustentação da propriedade agrícola no tempo e no espaço, a maximização dos benefícios sociais para o agricultor, a minimização da dependência de energias não renováveis na produção, a oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional, isentos de qualquer tipo de contaminantes que ponham em risco a saúde do consumidor, do agricultor e do meio ambiente, o respeito à integridade cultural dos agricultores e a preservação da saúde ambiental e humana. Os alimentos orgânicos são aqueles que utilizam, em todos seus processos de produção, técnicas que respeitam o meio ambiente e visam à qualidade do alimento. Desta forma, não são usados agrotóxicos nem qualquer outro tipo de produto que possa vir a causar algum dano à saúde dos consumidores. Na agricultura, por exemplo, utilizam-se apenas sistemas naturais para combater pragas e fertilizar o solo. Embora apresentem praticamente as mesmas propriedades nutricionais dos alimentos inorgânicos, os orgânicos apresentam a vantagem de seres mais saudáveis, pois não possuem agrotóxicos. Também são mais saborosos, uma vez que não recebem substâncias químicas. O Brasil, em função de possuir diferentes tipos de solo e clima, tem uma biodiversidade incrível aliada a uma grande diversidade cultural, o que o torna um dos países com maior potencial para o crescimento da produção orgânica. Assis (1996), afirma que foi a partir dos anos 1960 que a iniciativa da agricultura orgânica passou a ser difundida em nível mundial. Segundo a Embrapa (2006), a agricultura orgânica está fundamentada em princípios agroecológicos e de conservação de recursos naturais, tais como:
3.2Alimentos industrializados O homem, com o distanciamento da natureza, a sua alimentação foi modificada. Segundo Dahlberg (2001, apud Azevedo, 2012), a separação dos seres humanos da natureza pode ser expressa pela separação física entre a agricultura e a vida diária dos moradores de centros urbanos cada vez maiores. Grandes mudanças nas práticas agrícolas e na sociedade rural culminaram com o que se chamou historicamente de Revolução Agrícola, principalmente na Inglaterra e na França do século XVIII. Nessa época, intensificou-se a produção de alimentos como suporte para a crescente população urbana que apoiou a Revolução Industrial. Para Franco (2001), o alimento foi o grande propulsor da história. O consumo alimentar durante as últimas décadas voltou-se especialmente para os alimentos industrializados produzidos sob a ótica do Padrão Técnico Moderno de produção de alimentos. Esse sistema garantiu por um lado, alimentos mais baratos, com maior vida de prateleira e facilidade no preparo. Por outro lado, os pequenos produtores familiares foram gradativamente excluídos desse sistema produtivo de foco industrial. Dessa forma, pertinentes às palavras de Azevedo: Para manter a competitividade econômica, a indústria de alimentos focou na baixa remuneração salarial, na mão de obra desqualificada e foi associada ao desempregono meio rural, além das repercussões ambientais associadas a esse padrão produtivo. (AZEVEDO, 2004, p. 29). Sistema este, que se consolidou, segundo Caporal et al. (2009), através de avanços tecnológicos e científicos – fertilizantes químicos, melhoramento genético, confinamento animal, mecanização e industrialização. José Evangelista (2001) conceitua alimentos industrializados, os alimentos processados, aos quais são adicionados compostos químicos. São caracterizados por: processamento em escala industrial; conter química; ter conservantes e sofrer mudanças de temperaturas. Eles ocupam uma parcela cada vez maior no mercado de alimentos. São práticos, pois já vem prontos ou semi-prontos; porém, para conseguir praticidade e maior durabilidade, os fabricantes utilizam grandes quantidades
de aditivos, não esquecendo que o Brasil é o maior mercado consumidor de agrotóxicos do mundo. (AZEVEDO, 2012). Na industrialização do sistema agroalimentar utilizam-se cada vez mais aditivos funcionais e fabricam-se produtos de recombinações que levam em conta quase que somente as reduções de custo, o aumento da durabilidade do produto e a satisfação do paladar. Segundo Camara et. al (2009),se por um lado, o processamento industrial garante a higienização e aumenta a durabilidade, por outro, provoca mudanças significativas na sua estrutura química e nas características dos nutrientes. No entender de Chiara et. al (2002), os processos de refinamento de cereais, sal e açúcar, enlatamento de vegetais, hidrogenação de óleos vegetais, esterilização, homogeneização e desidratação deleites, e irradiação de legumes e carnes são relacionados a modificações no valor nutricional desses alimentos. A formação de substâncias tóxicas durante alguns processos de industrialização é conhecida. São exemplos; a liberação de ácido glutâmico, ureia e amônia no processo de desidratação e esterilização de leites e de substâncias de ação carcinogênica na irradiação de alimentos, endossa Hirschbruch & Torres (1998). É importante lembrar que os alimentos industrializados também são questionados na sua capacidade de promover saúde e prevenir doenças. A tendência crescente dos consumidores por alimentos saudáveis e naturais, com garantia de qualidade,conteúdo e autenticidade, é percebida como uma transformação no seu estilo de vida, quando opta com mais consciência por seus alimentos, buscando cuidar de sua saúde. 3.3 Agrotóxicos e outros contaminantes A modernização da agricultura determinou a sua mecanização e a crescente utilização de insumos modernos e agrotóxicos. Fiorillo (2007), afirma que a utilização desenfreada de agrotóxicos contamina os alimentos e, por via de consequência, os seres humanos que os
uso de contaminantes agrotóxicos e comprovam a presença de resíduos de defensivos agrícolas acima do limite máximo aceitável em diversos itens regularmente consumidos. Pesquisas da década de 1990 já indicavam elevado teor de pesticidas nos alimentos mais diversos: vinho, leite e verduras, ressalta Savioli (2010). Em 2007, houve resultados positivos de controle de agrotóxicos em alguns dos alimentos pesquisados, quando comparados a anos anteriores, como no caso da batata. Entretanto, a ocorrência de diversos resultados insatisfatórios identificados em várias amostras monitoradas no Programa – ou seja, resultados que apresentaram resíduos de agrotóxicos não autorizados para a cultura, ou níveis acima do limite máximo de resíduo (LMR) – indicam a necessidade de se tomar medias corretivas no manejo de agrotóxicos no país. (ANVISA, 2008). Os agrotóxicos,na década de 1990, correspondiam ao maior número de óbitos registrados no centro de Informações Toxicológicas do Hospital da Universidade Federal de Santa Catarina. A cada mês, eram cerca de trinta a quarenta casos de intoxicações conforme Peres & Moreira (2007). Segundo o Ministério da Saúde, a faixa etária entre 20 e 49 anos concentrou mais de 50% daquelas ocorrências de intoxicação. De forma geral, os grupos químicos que causam maiores intoxicações são os organofosforados e os carbamatos, seguidos pelos piretroides e os derivados da glicina. Inseticidas é a classe de uso mais envolvida no grupo das intoxicações não intencionais, seguidos pelos herbicidas. (AZEVEDO, 2012, p. 52). Os agrotóxicos estão entre os contaminantes mais pesquisados, e estudos demonstram amplamente os efeitos desuaingestãosobre a saúde humana, incluindo câncer, desordens do sistema nervoso, defeitos congênitoseesterilidade masculina. Quando utilizados de forma indiscriminada causam intoxicaçõese distúrbios neurocomportamentais e neurológicos, entre eles,adepressão, que pode até mesmo levar ao suicídio (FIORILLO, 2007).
Importante ressaltar que os agricultores e suas famílias, incluindo os trabalhadores temporários na agricultura, são os que estão expostos aos maiores riscos à saúde causadospelos agrotóxicos. 3.4 A importância de consumir alimentos orgânicospara a saúde e para o meio ambiente. A importância em se optar por alimentos orgânicos está na grande preocupação das pessoas coma saúde, além da preservação do meio ambiente e qualidade sensorial e nutricional do produto. Outro fator importante que faz o consumidor optar por estes produtos é a durabilidade do mesmo; estudos mostram que os produtos orgânicos apresentam grande resistência quanto ao armazenamento, levando a um maior prazo de vida. (AZEVEDO, 2009). A agricultura orgânica respeita o equilíbrio da natureza, criando ecossistemas saudáveis, como demonstra Navolar: A vida silvestre, parte essencial do estabelecimento agrícola é preservada e áreas naturais são conservadas. Além disso, a qualidade do produto orgânico é assegurada por um Selo de Certificação. Este Selo é fornecido pelas associações de agricultura orgânica ou por órgãos certificadores independentes, que verificam e fiscalizam a produção de alimentos orgânicos desde a sua produção até a comercialização. (NAVOLAR, 2010). O produto orgânico é o resultado de uma agricultura capaz de assegurar qualidade do ambiente natural, qualidade nutricional e biológica de alimentos e qualidade de vida para quem vive no campo e nas cidades. (SOUZA, 2003). Fonseca (2009) informa que atualmente, os supermercados têm dedicado um espaço cada vez maior para os orgânicos, naturais e integrais, geralmente com uma identificação visual que os destaca dos demais. As grandes redes de supermercados chegam a ter uma linha própria de orgânicos como produtos disponíveis. Para uma fácil identificação, os orgânicos vendidos em supermercados e lojas devem necessariamente ter o selo. Alimentos orgânicos são produzidos livres de agrotóxicos, sem produtos químicos para evitar pragas e o mato, sendo assim mais nutritivos, mais saborosos, e mais ricos nas vitaminas e minerais necessários para uma vida
inadequado de práticas agrícolas convencionais. Com a agricultura orgânica é possível reverter essa situação. O Brasil, em função de possuir diferentes tipos de solo e clima, uma grande biodiversidade, aliada a uma grande diversidade cultural, é sem dúvida um dos países com maior potencial para o crescimento da produção orgânica. Consumindo orgânicos, estamos exercitando nosso papel social, contribuindo com a conservação e preservação do meio ambiente e apoiando causas sociais relacionadas com a proteção do trabalhador e com a eliminação da mão-de-obra infantil. 3.5 Agricultura orgânica e qualidade de vida A agricultura orgânica, segundo Azevedo (2004), tem como objetivo a autossustentação da propriedade agrícola no tempo e no espaço, a maximização dos benefícios sociais para o agricultor, a oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional, isentos de qualquer tipo de contaminantes que ponham em risco a saúde do consumidor, do agricultor e do meio ambiente. Segundo a regulamentação vigente do país, o conceito de sistema orgânico deprodução agropecuária e industrial abrange os sistemas denominados biodinâmico, ecológico, natural, sustentável, biológico e permacultural. (BRASIL, 2007a). O alimento orgânico é isento de insumos artificiais,como os adubos químicos eos agrotóxicos, de drogas veterinárias, hormônios e antibióticos e de organismos geneticamente modificados.No processamento, é proibido o uso das radiações ionizantes e aditivos químicos sintéticos. (BRASIL, 2003). De acordo com Steiner (2001), o manejo animal dentro do conceito de produção orgânica visa à prevenção de doenças e o fortalecimento do animal. Admite-se o semiconfinamento, respeitando-se, entretanto, seu bem estar. A alimentação é variada, com pastagem e grãos de origem orgânica.
Agricultura orgânica é um processo produtivo comprometido com a organicidade e sanidade da produção de alimentos vivos para garantir a saúde dos seres humanos, razão pela qual usa e desenvolve tecnologias apropriadas à realidade local de solo, topografia, clima, água, radiações e biodiversidade própria de cada contexto, mantendo a harmonia de todos esses elementos entre si. (EHLERS, 1996). Esse modo de produção assegura o fornecimento de alimentos orgânicos saudáveis, mais saborosos e de maior durabilidade; não utilizando agrotóxicos preserva a qualidade da água usada na irrigação e não polui o solo nem o lençol freático com substâncias químicas tóxicas. Sponchiado (1993) garante que por utilizar sistema de manejo mínimo do solo, a agricultura orgânica, assegura a estrutura e fertilidade dos solos evitando erosões e degradação, contribuindo para promover e restaurar a rica biodiversidade local; por esse conjunto de fatores a agricultura orgânica viabiliza a sustentabilidade da agricultura familiar e amplia a capacidade dos ecossistemas locais em prestar serviços ambientais a toda a comunidade do entorno, contribuindo para reduzir o aquecimento global. Segundo Steiner (2001), a agricultura orgânica fundamenta-se em princípios agroecológicos e de conservação de recursos naturais. O principal deles é o do respeito à natureza. O agricultor deve ter em mente que a dependência de recursos não renováveis e as próprias limitações da natureza devem ser reconhecidas, sendo a ciclagem de resíduos orgânicos de grande importância no processo. O segundo princípio é o da diversificação de culturas que propicia uma maior abundância e diversidade de inimigos naturais. Estes tendem a ser polífagos e se beneficiam da existência de maior número de hospedeiros e presas alternativas em ambientes heterogêneos. A diversificação espacial, por sua vez, permite estabelecer barreiras físicas que dificultam a migração de insetos e alteram seus mecanismos de orientação, como no caso de espécies vegetais aromáticas e de porte elevado (NICOLA, 2006).
ambiental dos processos produtivos, em especial os relacionados à proteção dos mananciais e da biodiversidade. Percebe-se, portanto, que o conceito de qualidade de vida abrange tanto a subjetividade quanto a multidimensionalidade e perpassa pela percepção pessoal sobre diferentes aspectos relacionados não só à saúde, física e psicológica, mas também a aspectos culturais, sociais e políticos. Para Assumpção et. alii. (2000), qualidade de vida é um conceito global abordando diferentes facetas da vida de um indivíduo, tais como saúde, família e meio ambiente, contemplando as mais variadas concepções, desde condições físicas até desempenho social, incluindo ideias subjetivas de bem- estar e inserção satisfatória no contexto cultural. A expressão qualidade de vida foi empregada pela primeira vezem 1964, pelo presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, ao declarar que “os objetivos só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas”. Entende-se a partir dessa visão, que objetivos são considerados na relação entre saúde e qualidade de vida, e que a preferência de alimentos orgânicos vem crescendo junto com a preocupação pela qualidade de vida, segundo Nicola (2006). Dessa forma vem tornando-se cada vez mais comum encontrar esses alimentos denominados como orgânicos nas prateleiras de grandes supermercados assim como é crescente o número de pequenos produtores que optam por essa produção mais restrita e saudável. É importante lembrar que as vantagens dos alimentos orgânicos vão além dos benefícios à saúde humana, garantindo também uma melhor qualidade do solo, não poluindo o entorno, a água, e sem prejudicar o ecossistema local, já que pesticidas na maioria das vezes são utilizados sem grandes cuidados com a quantidade ou especificidade de uso. (AZEVEDO, 2012). A agricultura orgânica, sob a ótica da saúde e qualidade de vida, pode ser abordada primeiramente na dimensão da saúde humana dentro
dosconceitos de alimento saudável de baixa toxicidade e melhor valor nutricional. (PORTILHO, 2005). Na dimensão ambiental, a adoção de práticas orgânicas na produção de alimentos tem um impacto positivo sobre o meio ambiente. E o equilíbrio do ambiente é irremediavelmente ligado ao conceito de saúde humana. A agricultura orgânica, diz Azevedo: Quando relacionada à agricultura familiar, é uma estratégia de revitalização e reorganização social do meio rural e de dignificação do agricultor, que pode repercutir em melhor qualidade de vida no meio urbano, em cidades mais equilibradas em seu número de habitantes, em menores índices de desemprego e menos violência.(ZEVEDO, 2004). Nesse sentido, comer orgânico é também um ato socioambiental.Não é possível ser saudável vivendo em um ambiente insalubre. Assim sendo, a agricultura orgânica torna-se um instrumento essencial na promoção da saúde ambiental e na qualidade de vida. 3.6 Certificação de alimentos orgânicos Outra particularidade do alimento orgânico diz respeito à certificação, um instrumento para a garantia de sua origem e segurança sanitária. Empresas responsáveis pelo processo de certificação e emissão de selos de qualidade para produtos orgânicos garantem sua origem. A legislação federal também emite selos de qualidade que garante os interesses dos produtores e dos consumidores orgânicos. (VALARINI, 2007). A certificação de produtos orgânicos é o procedimento pelo qual uma certificadora, devidamente credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e credenciada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), assegura por escrito que determinado produto, processo ou serviço obedece às normas e práticas da produção orgânica. A certificação apresenta-se sob a forma de um selo afixado ou impresso no rótulo ou na embalagem do produto. Ao Ministério da Agricultura, cabe credenciar, acompanhar e fiscalizar os organismos de certificação que, mediante prévia habilitação do MAPA, farão a