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Este documento aborda a transformação do papel do gestor para o empreendedor no contexto da administração de empresas. Ao longo do século xx, a estrutura organizacional das empresas passou por três etapas distintas, levando à necessidade de um novo tipo de administrador: o intra-empreendedor. Este administrador combina as características mais influentes do gerente e do empreendedor. O texto também discute as diferenças entre o gerente e o empreendedor, suas responsabilidades e habilidades únicas.
O que você vai aprender
Tipologia: Trabalhos
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Não perca as partes importantes!
De Gerente a Empreendedor: uma trajetória de transformações e diferenças
O mundo mudou. Desde a Revolução Industrial o mundo vem transformando-se cada vez mais rápido. Pode-se notar as diferenças, principalmente no modo de produção, que era servil, em princípios do século XIX e passou a assalariado no século XX.
O século XX foi marcado por inúmeras transformações. Modificaram-se conceitos, técnicas e apareceram novas formas de ver e agir no mundo. Durante este período as formas de trabalho - modo de produção – também mudaram.
RESUMO Estabelecer a diferença entre os Gerentes e os Empreendedores é o intuito deste artigo, através de uma abordagem teórica. Tendo em vista que ambos são agentes administrativos diretos e que suas atuações buscam a permanência da empresa, a qual representam, num mercado cada vez mais competitivo e globalizado. O Gerente adaptou-se a inúmeras mudanças no decorrer deste século e o Empreendedor reaparece buscando cada vez mais sua independência. Ambos influenciam no aparecimento do administrador do século XXI, o Intra- Empreendedor, que possui a combinação das características mais influentes de seus antecessores. Palavras-chave: Revolução Industrial, Gerente, Empreendedor, Diferenças, Semelhanças, Intra- Empreendedor.
Não foi apenas o Trabalhador quem mudou ou seu modo de produção. A Administração, como Ciência, passou a interferir no modo de comando dos trabalhadores. Vários teóricos, homens que partiram de sua próprias experiências e da observação de outras propuseram atitudes as quais, os agora, administradores, iriam utilizar para se adequar ao novo modo de comandar as mudanças que ainda ocorreriam no mundo.
Surge então a figura do Administrador – Gerente – que torna-se o elo de ligação entre o trabalhador e a direção da organização. Quando, antes da Revolução Industrial o trabalho era de certa forma fácil de comandar, com o advento da industria, a mão-de-obra, agora assalariada, precisa de trabalhadores especializados e pessoas que os comande de maneira a produzir cada vez mais.
O Gerente torna-se agente direto da readaptação do homem ao trabalho. “é o individuo que supervisiona atividades de outras pessoas”(ROBBINS, 2002). Ao trabalhar em uma organização o Gerente torna-se responsável pelo crescimento desta no mercado, pela manutenção do nível de vida dos funcionários e pela qualidade do atendimento aos clientes.
“A essência do papel administrativo é a obtenção de resultados por meio de terceiros, do desempenho da equipe que ele supervisiona e coordena”(LACOMBE e HEILBORN, 2003).Para tanto, precisa ter condições de liderar e tomar decisões em nome dessa equipe.
Os objetivos principais da atuação do Gerente são a tingir a Eficiência – alcançar as metas pré-estabelecidas – e a Eficácia – trabalhar utilizando o mínimo de recursos e produzir cada vez mais. Qualquer atitude tomada pelo Gerente pode levar a organização ao topo ou a ruína.
“O século XX – o chamado século das Fábricas e da Burocracia – passou por três etapas distintas no que se refere a estrutura organizacional das empresas e organizações: a era industrial clássica, a era industrial neoclássica e a era da informação. (CHIAVENATO, 1999)
Drucker também enfatiza que apenas a tecnicidade do conhecimento não é suficiente, a experiência é um fator crucial para o administrador do amanha.
As crescentes modificações no cenário sócio-econômico dos paises, a Globalização que incita a concorrência,
Temos então o quadro do século XXI. Muitas pesoas que antes acreditavam em estabilidade nos empregos estão acordando para uma nova realidade aumentando a estatística dos desempregados. Outros poucos enxergam
“As exigências feitas à habilidade, conhecimentos, desempenho, responsabilidade e integridade do administrador têm dobrado a cada geração nestes últimos cinqüenta anos (...). A nova tecnologia irá exigir uma compreenssão dos princípios de produção a aplicação destes por todos os administradores.”(DRUCKER,
“gradativamente a industria oferece cada vez manos empregos, embora esteja produzindo cada vez mais graças as modernizações, tecnologias, melhoria de processos e aumento da produtividade das pessoas”(CHIAVENATO, 1999), “a redução do quadro de funcionários, a reestruturação, reengenharia, tercerização e extinção de cargos são razoes maiores pelas quais a grande maioria de indivíduos já não pode esperar por um emprego de carreira em uma única grande organização.”(ROBBINS, 2002)
uma oportunidade e correm atrás de um sonho que antes não era tão real. Engrossam uma outra estatística a dos aventureiros, que resolvem abrir um novo negocio. Surge então o Empreendedor.
Parafraseando Fernandes, quando fala de um individuo que ”decidiu que não iria ficar fazendo força, feito um touro” virando um “quebra-regras” – fazendo diferente do modo convencional – inventando a roda, podemos comparar o Empreendedor a um “quebra-regras”, quando transforma velhos conceitos em novas atitudes. Ressurge assim mais um novo administrador, que é dono do próprio negocio e busca sua independência financeira.
Segundo o GEM – Global Entrepreneurship Monitor, órgão que mensura a atividade empreendedora no mundo - os dois fatores que mais induzem a abertura de um novo negocio são “a oportunidade de um novo negocio com 53%” e “ a necessidade de geração de renda em situação de alto desemprego com 47%”(SEBRAE, 2004). O GEM também analisa a TEA – Taxa de Atividade Empreendedora - de acordo com as características demográficas, gênero dos Empreendedores e faixa etária.
DISTRIBUIÇÃO DE EMPREENDEDORES NO BRASIL – 2003
Homens Mulheres Brasil
População Total 89.894,000 92.139,000 182.033,
População 18 – 64 anos 51.832,000 53.126,000 104.958,
T.E.A. 14,2% 11,7% 12,9%
Estimativa Nº 7.360,000 6.216,000 13.576,
Estimativa % 54,2% 45,8% 100%
Colocação no Ranking 7% 4% 6%
Podemos observar que existem alguma diferenças interessantes entre estes dois administradores – Gerente e Empreendedor – apesar de ambos dirigirem um empreendimento.
A observação de tais diferenças é importante para que possamos saber se um empresário é realmente um Empreendedor ou é um Gerente.Alguém que abra um negócio, mesmo que seja novo, e não implanta nenhum diferencial ou uma modificação relevante não pode ser considerado um Empreendedor.
“Empreendedores procuram ativamente a mudança através da exploração da oportunidade, enquanto administradores tradicionais tendem a se voltar para manter o estado das coisas.”(ROBBINS e COULTER,
Dolabela ao incitar o ensino de Empreendedorismo ao estudantes de Administração como forma de desenvolver novas empresas afirma que deve ser feita uma distinção na abordagem educacional dos dois tipos de administradores.
Gerentes Empreendedores
Motivação Poder Realização pessoal
Objetivos Ascensão na carreira Trabalha para realizar objetivos da empresa
Formação Nível superior com Graduação e/ou Especialização
Sem conhecimento técnico-administrativo, mas conhece o mercado onde atua
Recursos Usa o que lhe é disponibilizado Busca, controla e utiliza
Relacionamento Com base hierárquica Trabalha com carisma e persuasão e tenta diminuir a hierarquia
Riscos Foge deles Enfrenta-os com moderação
Erros Procura, ao máximo não cometê-los
Trata como se fossem um resultado comum e aprende com eles
Tempo Trabalha à curto prazo Possui metas de longo prazo
Burocracia È sua parceira Prefere o mais simples sem burocracia
Decisões Bem pensadas para não cometer erros
Bem pensadas buscando sempre algo de novo
“As diferenças são tão grandes que justificam a separação dos objetos de estudo das duas áreas: a Administração de Empresas trata o Gerente e o Empreendedorismo lida com o Empreendedor”(DOLABELA, 2003)
Adaptando-se a essas transformações os administradores estão sofrendo uma espécie de mutação. Ambos – Gerente e Empreendedor – estão atravessando um processo de readaptação, de certa forma, igual àquela enfrentada por nossos ancestrais à bilhões de anos, quando somente aquelçes que eram mais fortes e conseguiam se adaptar as novas formas de agir sobreviviam.
Para encarar as novas exigências o Gerente está incorporando comportamentos empreendedores, como a inovação. Surge então um novo administrador, o Intra-Empreendedor, que trabalha em grandes corporações e introduz modificações na forma de atuação da organização no mercado.
Um ponto importante a ser levantado é a disposição da organização às mudanças ambientais e mercadológicas, visto que o surgimento do Intra- Empreendedor depende desta disponibilidade.
“Vivemos uma transição em que a riqueza fixa (terras, equipamentos) vem sendo substituída pela riqueza individual, isto é, competências pessoais, informação, conhecimentos, comportamentos,(...), um tempo em que o sucesso das mudanças de natureza tecnológica depende, em media 90% de aspectos comportamentais e de apenas 10% de aspectos técnicos.”(FERNANDES, 2002)
“O Intra-Empreendedor tem sido reconhecido como uma estratégia adaptativa para as organizações (vistas como sistemas adaptativos complexos) no enfrentamento de cenários crescentemente incertos e conflitantes.”(CARDOSO e BARINE FILHO,
“A empresa desenvolve o Empreendedor que irá desenvolver a empresas.”(CARDOSO e BARINE FILHO, 2004)
Podemos dizer ainda que o Intra-Empreendedor é um gerente com uma visão aguçada, estabelecendo estategias, combinando recursos para um resultado a longo prazo, incentivado pela nova visão da empresas.
O Gerente e o Empreendedor soa os agentes administrativos que mais sofreram com as modificações ocorridas no mundo, principalmente desde a Revolução Industrial.
Hoje o Empreendedorismo levanta várias questões, dentre elas a sua condição como administrador, já que em sua maioria não possui nenhum tipo de formação técnico-científica para exercer a função como tal. O que também pôe em choque a atuação do Gerente, que por ter esta formação torna-se muito tecnicista e não é capaz de adaptar-se com maior rapidez as mudanças do meio, necessitando, para isso, rever conceitos e missões, tanto próprias como organizacionais.
E quando as eminentes transformações do mercado impulsionam as modificações organizacionais, o gerente torna-se mais flexível, dinâmico e disposto a sentimentos e vontades visando a manutenção de seu cargo. Surge o Intra-Empreendedor para redirecionar a empresa, mantendua mais competiviva e mais atuante no mercado globalizado.
“A atividade empreendedora não se restringe ao proprietário da empresa ou ao capitalista, mas a todos que utilizam novas combinações de recursos do ambiente econômico, distinguindo-se dos dirigentes de empresas, que tem como objetivo operar um negocio pré-estabelecido e a manter o fluxo circular da economia operante.”(SHUMPETER, apud 1982, CARDOSO e BARINE FILHO, 2004)
R.P.A. – Empreendedorismo nas micro e pequenas empresas no Brasil – Alessandro H. Sales; Silvestre P. S. Neto. nº2. v.1. setembro-outubro/2004. p.05-11. www.sebrae.com.br/br/aprendasebrae/empreendedorismo_brasi l3.asp