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Guias e Dicas
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Afetividade no Ensino-Aprendizagem na Educação Infantil: Estudo no CEMEI Santo Antônio, Notas de estudo de Currículo

Um estudo sobre a importância da afetividade no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil, realizado no centro municipal de educação infantil (cemei) santo antônio. O texto destaca a necessidade de garantir a permanência e o prosseguimento dos estudos das crianças na infância, além da importância especial desta etapa na aprendizagem devido à maior assimilação do conhecimento. O documento também discute as atividades pedagógicas organizadas na escola, a influência da afetividade dos professores e a importância da participação continua dos professores e outros profissionais na educação.

O que você vai aprender

  • Quais são as atividades pedagógicas organizadas na escola de Educação Infantil?
  • O que é o CEMEI Santo Antônio e qual é sua importância na Educação Infantil?
  • Qual é a importância da afetividade no processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil?
  • Como a observação diária do gestor pode ajudar no desenvolvimento das crianças na Educação Infantil?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Nazario185
Nazario185 🇧🇷

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO (FaE)
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR
AFETIVIDADE E ENSINO-APRENDIZAGEM: A ABORDAGEM PELA
GESTÃO DEMOCRÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL PÚBLICA
GISELLE MARIA BRASILEIRO GUIMARÃES
BELO HORIZONTE, 2015
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO (FaE)

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

AFETIVIDADE E ENSINO-APRENDIZAGEM: A ABORDAGEM PELA

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL PÚBLICA

GISELLE MARIA BRASILEIRO GUIMARÃES

BELO HORIZONTE, 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO (FaE)

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR

AFETIVIDADE E ENSINO-APRENDIZAGEM: A ABORDAGEM PELA

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL PÚBLICA

Trabalho apresentado como requisito necessário para conclusão do Curso de Pós Graduação em Gestão Escolar da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob orientação da Professora Mestra Ângela Carmem Abreu Fraga Fonseca do curso de Especialização em Gestão Escolar da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

BELO HORIZONTE, 2015

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os “pequeninos” que cruzaram meu caminho e me ensinaram a autêntica forma de felicidade e que, para o amor, não há medidas.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ter me oferecido a oportunidade de vivenciar este momento e conhecer todas essas pessoas especiais para a minha história, enquanto profissionais.

Aos meus pais, Wilton e Dirce, pelo apoio e carinho.

Às minhas filhas, Maysa e Bia, pelo companheirismo, dedicação e incentivo para que eu pudesse concluir mais esta importante etapa de minha vida.

À Silvani e Raiany, fiéis companheiras, amigas e grandes parceiras de todos os momentos.

Vocês foram amigos e companheiros, sempre me incentivando a prosseguir.

Obrigada!

RESUMO

Esta análise objetiva refletir sobre as relações de afetividade e ensino-aprendizagem que se estabelecem entre gestor/professor/aluno em uma escola pública de educação infantil, fundamentada no pensamento Walloniano. Henri Wallon, teórico que deu base para este estudo acerca da afetividade na relação professor/aluno para o sucesso da aprendizagem das crianças da Educação Infantil, destaca a emoção como vínculo primeiro e de fundamental importância nas relações humanas. De forma que observando a relação gestor/professor/aluno, vê-se a presença constante da emoção. A partir daí, fundamentam-se os processos reflexivos sobre as relações entre afetividade e ensino-aprendizagem na educação infantil, ressalta- se a importância do tratamento humanizado e da prática responsável da docência, com auxílio do gestor, principalmente àqueles que se encontram no início da escolarização.

Palavras-chave: afetividade, relação gestor/professor/aluno, ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 09

1. ALGUMAS ABORDAGENS SOBRE AFETIVIDADE ............................................ 13

2. O PAPEL DO GESTOR E DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO

PROFESSOR/ALUNO .......................................................................................... 16

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 24

4. REFERÊNCIAS..................................................................................................... 26

5. ANEXOS ............................................................................................................... 28

seleção do autor que constitui o referencial teórico da monografia. (ii) levantamento de várias abordagens sobre afetividade. (iii) análise da influência da afetividade para o desenvolvimento da intelectualidade. (iv) análise da relação gestor/professor/aluno e o desenvolvimento dos alunos na instituição em questão. Enfatiza-se que foi realizada uma busca aberta no Google, usando como termos de busca: “artigos acadêmicos gestor escolar e afetividade”, “relação professor/aluno e afetividade”, “teorias sobre afetividade”, “afetividade e intelectualidade”. A análise ocorreu no Centro Municipal de Educação Infantil “Primeiros Passos”, que recebeu este nome por entender que a Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica e merece importância especial, por ser um período em que as crianças estão mais propícias à aprendizagem, devido a uma maior assimilação do conhecimento. A mesma está situada à Rua Juca Ilia, 21, no Bairro Boa Esperança, em São Gotardo - MG. O prédio foi construído pela Prefeitura Municipal de São Gotardo, através da Secretaria Municipal de Educação, com recursos próprios, para atender as crianças existentes na localidade, entre os anos 2005 e 2007. A escola foi fundada em fevereiro de 2010, através da Portaria 003/2010. A Secretaria Municipal de Educação responde pelos serviços administrativos e pedagógicos da instituição, que funciona em tempo integral, no ensino da Educação Infantil, nas modalidades de Creche e pré escola. O horário de atendimento às crianças é de segunda-feira a sexta-feira, das 6h e 30min às 17h e 30min, durante o ano letivo, conforme o calendário feito pela Secretaria Municipal de Educação e aprovado pela Superintendência Regional de Ensino de Patos de Minas – MG. A instituição é composta por uma secretaria e coordenação, um almoxarifado, uma cozinha, uma lavanderia, uma cantina, um banheiro para funcionários, um refeitório, uma sala dos professores, uma sala de reforço, um banheiro masculino, um banheiro feminino, um banheiro dos professores, uma sala de berçário, uma sala de maternal I, uma sala de maternal II, duas salas de Jardim I, uma sala de Jardim II, varanda coberta e área livre para recreação. A equipe de profissionais que compõe a instituição é de 08 auxiliares de serviços gerais, 02 secretárias, uma diretora e 02 vigias. O corpo docente é constituído por 03 Professoras P I e 15 Professoras Auxiliares de Educação Infantil, legalmente habilitadas, obedecendo as normas de disposições legais e regulamentares. Entendida como um organismo vivo e dinâmico faz-se necessário

possibilitar sua participação nos diversos momentos e situações de formação continuada como planejamento da rotina, do tempo e atividades; reuniões para estudos relevantes; palestras e cursos de capacitação internos e externos, oferecidos pela Secretaria de Educação e outros, propiciando aos professores e a outros profissionais da educação, momentos de reflexão e atualização de seus conhecimentos e da prática pedagógica. Os profissionais da instituição estão em constante diálogo com seus pares, com as crianças, com as famílias e toda a comunidade escolar, buscando informações necessárias a uma aprendizagem contextualizada e de qualidade. As atividades pedagógicas são organizadas de modo a seguir uma rotina que vai desde a chegada das crianças até o momento da saída, quando seus pais ou responsáveis retornam de sua jornada diária de trabalho. Os conteúdos a serem trabalhados tem em vista a interação entre as áreas de conhecimento, os aspectos do desenvolvimento com a construção de conhecimentos e atitudes, em acordo com as características e especificidades do universo infantil. As dimensões motoras, cognitivas, afetivo-social e a formação de hábitos, juntas, compõem os conteúdos pedagógicos básicos próprios da faixa etária das crianças da instituição. O modo como são organizados os conteúdos giram em torno de Temas Integradores, datas comemorativas e projetos específicos, privilegiando, sempre, o contexto lúdico, reconhecendo as crianças como seres únicos e capazes, que aprendem a aprender, a fazer, a ser e a conviver consigo mesmos, com os outros e com o meio ambiente de maneira integrada e gradual. Nesta perspectiva, as brincadeiras, espontâneas ou dirigidas, o uso de materiais diversos, a música, a dança, as diferentes formas de comunicação, de expressão de criação e de movimento caracterizam as várias maneiras de estimular o desenvolvimento e as conquistas individuais e coletivas das crianças. Observa-se, ao longo dos anos, que não basta somente o Projeto Político Pedagógico - PPP bem elaborado, mas que sua execução deve ser pautada na afetividade e na boa relação gestor/professor/aluno, para a formação integral da criança, principalmente em seu aspecto afetivo, influenciando o desenvolvimento intelectual das crianças, o que é fundamental para a aprendizagem e que não fica explicitado no atual PPP (Anexo I). A referida análise se torna indispensável para observar a influência das relações interpessoais no desenvolvimento intelectual dos alunos, dadas

1. ALGUMAS ABORDAGENS SOBRE AFETIVIDADE

Nascido na França, em 1879, Henri Wallon viveu em Paris até morrer, em 1962, onde levou sua vida buscando integrar a atividade científica à ação social, sendo marcada por intensa produção intelectual. (GALVÃO, 1995, pag. 145).

Considerava que entre a psicologia e a pedagogia deveria haver uma relação de contribuição recíproca. Via a escola, meio peculiar à infância e "obra fundamental da sociedade contemporânea", como um contexto privilegiado para o estudo da criança. Assim, a pedagogia ofereceria campo de observação à psicologia, mas também questões para investigação. A psicologia, por sua vez, ao construir conhecimentos sobre o processo de desenvolvimento infantil ofereceria um importante instrumento para o aprimoramento da prática pedagógica. (GALVÃO, 1995, pág.98) . Grande parte do trabalho de Henri Wallon está voltada ao estudo da afetividade, o autor adota uma abordagem fundamentalmente social do desenvolvimento humano. Em sua psicogênese observamos a articulação entre os fatores biológicos e sociais para atribuir às emoções um papel de destaque na formação da vida psíquica.

Escreveu diversos artigos sobre temas ligados à educação, como orientação profissional, formação do professor, interação entre alunos, adaptação escolar. Mesmo em seus textos dedicados especificamente a temas da psicologia, são frequentes as referências à atividade da criança na escola. (GALVÃO, 1995. Pág.75).

A emoção, segundo Wallon, aparece como o primeiro e mais forte vínculo entre os indivíduos, sendo importante observar que são os detalhes, como a expressão facial, os gestos, as mímicas e o olhar, os componentes a serem observados, indicadores das atividades emocionais.

Wallon detalha minuciosamente as origens orgânicas da emotividade, menos para justificar uma visão biologicista e mais para destacar sua maneira de compreender a natureza humana. Para ele, o ser humano é organicamente social. Isso porque está nessa força da emotividade humana e em seu caráter contagioso e epidêmico as condições para que seja mediada pela cultura, interpretada pelo adulto e promotora, a partir de então, do desenvolvimento cognitivo da criança. (JUNQUEIRA, 2010, pág. 37).

No entanto, deve-se atentar às distinções entre a emoção e a afetividade. De acordo com as ideias de Wallon, as emoções fazem parte de manifestações de

estados subjetivos e elementos orgânicos. Por exemplo, o bebê pode expressar fome ou descontentamento com a posição em que se encontra através de contrações viscerais ou musculares, que são comunicadas por meio do choro. Para Wallon, o caráter biológico das emoções relaciona-se a função tônica. Já a afetividade é vista por um ângulo mais amplo e envolve uma série de manifestações que englobam sentimentos (aspecto psicológico) e emoções (aspecto biológico). Equivale ao desenvolvimento mais tardio da criança, quando os elementos simbólicos são construídos, a partir de então, ocorre a transformação das emoções em sentimentos. De acordo com Leite e Tassoni (2005, pág. 49): “Embora os fenômenos afetivos sejam de natureza subjetiva, isso não os torna independentes da ação do meio sociocultural, pois é possível afirmar que estão diretamente relacionados com a qualidade das interações entre os sujeitos, enquanto experiências vivenciadas, a fim de ampliar o horizonte da criança e levá-la a transcender sua subjetividade. Dessa maneira, pode- se afirmar que tais experiências vão marcar e conferir aos objetos culturais um sentido afetivo. Através desta interação com o meio humano, a criança passa de um estado de total sincretismo para um progressivo processo de diferenciação, onde a afetividade está presente, permeando a relação entre a criança e o outro, constituindo elemento essencial na construção da identidade”. (LEITE e TASSONI, 2005, p. 49). A criança acessa o mundo simbólico por meio de manifestações afetivas que envolvem a mediação que se estabelece entre ela e os adultos com quem convive (LEITE e TASSONI, 2005). Dessa forma, cabe ao educador aprender a lidar com o estado emotivo da criança para estimular da melhor forma seu crescimento individual. Numa vertente pedagógica, dentro de uma concepção Walloniana, a emoção e a inteligência são fatores de suma importância para o desenvolvimento infantil. A criança conhece o mundo usando da sensibilidade, da reflexão e ainda dos sentimentos, do pensamento e da imaginação. Jean Piaget (1896-1980) também reconheceu que a afetividade é o agente motivador da atividade cognitiva. Para ele, a afetividade e a razão constituiriam termos complementares:

“A afetividade seria a energia, o que move a ação, enquanto a razão seria o que possibilitaria ao sujeito identificar desejos, sentimentos variados e obter êxito nas ações”. (LEITE e TASSONI, 2005, pág. 18)

2. O PAPEL DO GESTOR E DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO

PROFESSOR/ALUNO

Ao entrar na escola pela primeira vez, é fundamental que a criança seja bem recebida, pois nesta ocasião ocorre certo rompimento de sua vida familiar e inicia-se uma nova experiência. Este primeiro contato deve ser o mais atencioso, carinhoso e individualizado possível, pois agora a figura da mãe, que representa, dentro de sua casa, segurança, carinho e atenção, é transferida para aqueles que estão diretamente em contato com a criança, como toda equipe escolar e, principalmente, a professora que passa a ser o centro das atenções. A entrada das crianças nas escolas, de certa forma, pode causar ansiedade às mesmas, bem como aos familiares e professores. São várias as reações que se manifestam neste período, algumas de fundo emocionais, outras sociais que marcam o tempo de adaptação, tão necessário para efetivação do processo. Destaca-se que a escola é, sem dúvida nenhuma, o primeiro local, fora do contexto familiar, que a criança irá socializar-se. Mais que a aprendizagem, este primeiro momento da criança deverá ser voltado à integração, à socialização. Sendo assim, a criança deverá ter segurança neste ambiente, de certa forma compreender que está protegida para que reações como birra, choro, ansiedade, hiperatividade não venham atrapalhar este processo e não venham a se tornar causa de uma insatisfação escolar. É neste momento, como em tantos outros, que o papel do educador é tão importante, pois uma vez consciente de que poderá marcar positivamente ou negativamente a vida escolar das crianças, este agirá em prol de uma educação transformadora, e não repetidora de erros passados, ou até mesmo ações tradicionalistas que afugentam as crianças.

A criança deseja e necessita ser amada, aceita, acolhida e ouvida para que possa despertar para a vida da curiosidade e do aprendizado. E o professor é quem prepara e organiza o micro universo da busca e do interesse das crianças. A postura desse profissional se manifesta na percepção e na sensibilidade aos interesses das crianças que, em cada idade, diferem em seu pensamento e modo de sentir o mundo (KRUEGER, 2008, pág. 132). Na educação infantil, o contato direto da professora com cada aluno e com todo o grupo se dá o tempo todo e em todos os ambientes escolares, transformando-os em ambientes educativos e, por causa dessa proximidade afetiva,

a aquisição de aprendizagens se torna mais significativa e permanente. A criança se sente mais segura e protegida quando experimenta o convívio com pessoas que a tratam com carinho, que se mostram atenciosas e que reconhecem seus direitos e sua individualidade. Por conseguinte, enfatiza-se que o professor dedicado, paciente e que demonstra atitudes de ajudar as crianças ao perceber seus gostos e preferências, mostrando que gosta delas, pode assim aproveitar ao máximo suas aptidões, estimulando-as para o ensino. O mesmo não acontece com o professor autoritário, que impõem suas vontades, fazendo com que as crianças percam todo o interesse e a motivação em aprender e levando-as a associar tal professor à disciplina, reagindo negativamente a ambos. Acredita-se que o educador precisa livrar-se da indiferença diante de tudo o que acontece à sua volta, porque indiferença é falta de afetividade. Ser afetuoso não é somente abraçar, beijar e procurar agradar a criança, mas sim, tomar atitudes de compreensão e respeito diante das diferenças e particularidades de cada um. Para isso, os profissionais da educação precisam se sentir como parte integrante do grupo, assumindo sua responsabilidade no sucesso da instituição. Os resultados só serão positivos, a partir do momento que os trabalhos sejam desenvolvidos sob o foco de uma gestão democrática, a observar a Lei 4.751/2012:

A Lei 4.751/2012, Lei da Gestão Democrática, propõe um novo modelo de gestão escolar, na qual a participação da comunidade escolar e a autonomia da escola tem papel de destaque. Tais características exigem do gestor, além de um programa de gestão pedagógica, administrativa e financeira, uma gestão afetiva, em que todos os envolvidos se vejam valorizados e respeitados. (LOPES, 2014, pág. 27). Assevera-se que, conhecendo bem a realidade da escola, o gestor democrático deve partir do princípio da observação de tudo que ocorre ao seu entorno, com uma postura ética, tomando atitudes positivas, pautadas no respeito. As ações e comportamentos do gestor em todos os espaços escolares determinam o equilíbrio das relações interpessoais e a criação de laços afetivos. Uma gestão pautada no respeito, liberdade de expressão, valorização dos profissionais, garante o fortalecimento de tais laços. Conforme se sentem reconhecidos, os professores trabalham de forma mais dedicada, alcançando melhores índices de desenvolvimento de seus alunos. Características como discrição e transparência devem estar sempre presentes nas atitudes e iniciativas do gestor democrático.

que dominam métodos, conteúdos e técnicas de ensino, auxilia-os a exercer sua autoridade em bases críticas e reflexivas. Nesse sentido, Cury (2006, p. 11) afirma que: A gestão democrática como princípio da educação nacional, presença obrigatória em instituições escolares públicas, é a forma dialogal, participativa com que a comunidade educacional se capacita para levar a termo, um projeto pedagógico de qualidade e da qual nasçam “cidadãos ativos” participantes da sociedade como profissionais compromissados. (CURY, 2006, p. 11). Salienta-se que um gestor, realmente compromissado e responsável, busca reiterar-se da população em idade escolar, fazendo-lhes a chamada pública, zelando pela frequência escolar, procurando os pais ou responsáveis para saber os motivos de faltas e possíveis causas de baixo rendimento escolar, esclarecendo que somente um trabalho em parceira Família/Escola será capaz de tirar seus filhos desta condição de baixo rendimento e possível evasão escolar, levando-os a compreender a proposta pedagógica da instituição e sua importância para o desenvolvimento pleno de seus filhos. Se, mesmo estando conscientes da importância da frequência das crianças à escola, os pais não zelarem por este quesito, cabe ao gestor notificar ao Conselho Tutelar e Assistência Social, que tomarão as primeiras providências, através de visitas, investigações e conscientização das famílias. Prevalecendo a situação, o gestor notificará ao Ministério Público e ao juiz da Comarca a relação de alunos que apresentam uma quantidade de faltas excessivas. Mas de nada adianta o acesso, sem primar pela permanência na escola. Sabemos que as instituições escolares tem, hoje, uma autonomia de gestão financeira e cabe ao gestor lidar com estes recursos, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, assistência à saúde e alimentação, destacando a última, em vista de que a grande maioria de alunos de escolas da periferia, buscam, nas instituições escolares, primeiramente alimentação, ficando, o ensino, em segundo plano. Considera-se que em uma gestão democrática há uma abertura ao diálogo, proporcionando um melhor entendimento entre as partes envolvidas, para a elaboração de um Projeto Político Pedagógico e um Regimento Interno coerentes com a realidade local, tornando-os a “carteira de identidade” da instituição. De acordo com Cury (2006, p. 18-19):

Cabe ao gestor elaborar propostas que devem ser retrabalhadas pelos estabelecimentos escolares de modo a deixar claro o calendário escolar, a organização pedagógica, os conteúdos curriculares, as formas de aproveitamento de estudos, os processos avaliativos e as formas de recuperação (quando necessárias). (CURY, 2006, p. 18-19). A gestão democrática busca o diálogo como forma superior de interlocução, solução de conflitos e administração integrada. No sentido de genitora, busca a formação de uma nova forma de educação, voltada para a participação coletiva, capacitação e competência para liderar de forma transparente, expressando seus anseios de contribuição para a formação de uma sociedade democrática, consciente de seu poder de participação e decisões nas deliberações públicas. O Centro Municipal de Educação Infantil “Primeiros Passos” pretende, em seu Projeto Político-Pedagógico e Regimento Escolar, situar e orientar, de forma flexível, todo o trabalho da instituição quanto aos procedimentos essenciais nas suas ações. Segundo Batista e Codo (1999, p. 189): Educação não é obra de solista: ou se orquestra, ou não ocorre. Entre os professores tem de haver coordenação, diga-se cooperação em torno de objetivos comuns, entre funcionários (todos) e professores, tanto quanto entre alunos e corpo de professores e funcionários, È preciso construir, de alguma forma, uma comunidade de destino, por último, comunidade direta e indiretamente envolvida na escola precisa, de alguma forma, participar do processo. (BATISTA E CODO, 1999, p. 189). Defende-se que saber lidar com a diversidade dos alunos é fundamental para gestores e professores, diante de questões sociais tão complexas. Partilhando as considerações do professor José Camilo dos Santos Filho (1999, apud CASTRO, 2000, p. 75), durante o III Seminário Regional de Gestão da Escola Básica, realizado na PUC – RS, quando ele afirma que: Se a merenda escolar atrai alunos, devemos oferecer o máximo deste caráter assistencialista para garantir que as crianças venham para a escola. Assim, em vez de questionar o caráter assistencialista da escola, que se sobrepõe ao seu papel educacional, ele parece ser uma condição necessária e anterior à questão educacional. (CASTRO, 2000, p. 75). Diante disto, depara-se com uma situação incomum, conflitiva e extremamente delicada. A migração de famílias oriundas do Norte e Nordeste do país, de regiões de extrema pobreza, atraídas pela grande oferta de trabalho na agricultura, forma grupos, na referida instituição, muito flutuantes, devido às idas e vindas destas famílias, que durante a entressafra permanecem em suas regiões de origem e retornam para o trabalho, durante a safra de café, batata, cenoura e outras culturas da região. As normas, os padrões e leis são completamente ignorados pelas