






























Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Monografia apresentada à Faculdade UNYLEYA como requisito final para obtenção do título de. Especialista em Saúde Mental. Orientador: Naira Milene Silva ...
Tipologia: Notas de aula
1 / 38
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Recife 2018
Monografia apresentada à Faculdade UNYLEYA como requisito final para obtenção do título de Especialista em Saúde Mental. Orientador: Naira Milene Silva Vosmirko Recife 2018
“Devemos Cuidar de Nossas Emoções” Augusto Cury
Dedico esta monografia à minha mãe, amigos e colegas.
Este é um relato de experiência, que teve como objetivo realizar uma intervenção em uma escola estadual de ensino fundamental, com ênfase na saúde mental do professor. A fundamentação teórica utilizada foi a psicodinâmica do trabalho, com contribuições da psicologia social. O método foi a observação participante, totalizando 32 horas de observação, conforme um roteiro previamente estabelecido para a realização de um diagnóstico organizacional. A intervenção foi pontual, realizada em três encontros para discussão de temas relevantes à realidade dos professores identificados no diagnóstico. Nesses encontros, foram discutidas as relações interpessoais no ambiente de trabalho e a relação entre família e escola. A análise de todo o processo apontou quatro temáticas: organização do trabalho, formação, remuneração e municipalização. Concluiu-se que a organização do trabalho prejudicava a saúde dos professores, acarretando sofrimento psíquico. Palavras-chave : Diagnóstico organizacional, Saúde do trabalhador, Educação.
This is a report of an experience aimed to intervene in a public elementary school, which emphasizes teacher's mental health. The study was conducted by four psychology graduation students of University Julio de Mesquita Filho, "campus" of Assis, São Paulo, during their stage in the discipline Psychology and Health at Work, with the teacher supervision. The base theory used was the psychodynamics of work, with contributions from social psychology. The method was participant observation, totaling 32 hours of observation, according to a previously established routine to perform an organizational diagnosis. The intervention was specific, conducted in three meetings to discuss issues relevant to the reality of teachers identified in the diagnosis. In these meetings the following issues were discussed: workplace interpersonal relationships and the relationship between family and school. : work organization, formation, remuneration and municipalization were identified by an analysis of the whole process. It was concluded that work organization is damaging teachers' health, leading to mental suffering. Keywords : Organizational diagnosis, Occupational health, Education.
Estudos relatam que os professores estão afetados pelo sofrimento no trabalho, por precárias condições de trabalho, ritmo acelerado, falta de valorização, dificuldades nas relações com as famílias dos alunos, falta de diálogo com a administração etc. (Codo, 1999; Carneiro, 2001, Oliveira et al., 2012; Oliveira, 2006). Timm, Mosquera e Stobäus (2010) apontam que tais vicissitudes se apresentam com tanta frequência que correm o risco de se banalizarem, perdendo-se a real importância no contexto educacional. Os autores refletem a necessidade de os professores desenvolverem um cuidado de si frente à tarefa desgastante que assumem em relação aos outros. Retomando a articulação inicial entre trabalho, saúde e doença, Schmidt (2010, p.
vida em determinado contexto social, econômico e cultural (SELIGMANN-SILVA, 2003). Recorrendo a Foucault (1996), a subjetividade é a produção de si como condição ontológica (de realidade), é uma operação do sujeito sobre si e sobre o campo de ações e possibilidades do outro. No que se refere ao conceito de sofrimento psíquico, Foucault (1974) aponta criticamente o quanto a abordagem clínica/nosológica continua, até os dias de hoje, a classificar e reclassificar as desordens psíquicas, procurando estabelecer os limiares entre doença e saúde mental. Para além dessa dicotomia, a psicanálise compreende a saúde e a doença psíquica como algo que se constitui do mesmo material, mas varia em grau de complexidade maior ou menor, configurando transtornos ou não. Freud (1929/1974) coloca que, na busca de felicidade, o homem utiliza técnicas diversas para evitar o sofrimento. Dentre elas, está a sublimação dos instintos pelo redirecionamento da libido para o trabalho, garantindo-lhe inserção segura na comunidade humana. Freud (1974) também aponta que, para a minimização do sofrimento, o homem recorre de maneira diversa, com maior ou menor intensidade, tanto ao mundo externo, tentando alterá-lo frente às suas necessidades, quanto ao mundo interno. Partindo dos constructos da psicanálise, Dejours (1992) se dedica ao estudo do sofrimento psíquico no âmbito do trabalho, caracterizando-o como uma zona cinzenta que fica entre a saúde e a doença, fugindo da polarização clínica. É uma luta constante contra as agressões dos ambientes de trabalho, o que requer negociações e um ajuste constante entre desejos e possibilidades. Entretanto, quando o espaço de negociação fica bloqueado, o sofrimento psíquico se acentua. As estratégias defensivas desempenham um importante papel nessas negociações. As constantes lutas deixam marcas no indivíduo, o qual vai se transformando, deixando de ser o que era antes de ter assumido determinado trabalho. Essas negociações são baseadas na singularidade de cada um, na estrutura mental que se tem, na subjetividade do trabalhador, impossibilitando mudanças no ambiente externo. Nessa perspectiva psicodinâmica, Dejours, Dessors e Desriaux (1993) compreendem a saúde mental no trabalho como algo dinâmico, que oscila entre o equilíbrio e o desequilíbrio e provém de um livre funcionamento em relação ao conteúdo da tarefa no trabalho. Em suas palavras, "se o trabalho favorecer esse livre funcionamento, ele será fator de equilíbrio, se ele se opõe, será fator de sofrimento e de doença" (ibidem, p. 103). Como já explicitado, o mundo do trabalho é regido por lógicas conflitantes e mutantes. Para sobreviver a essa situação, os autores ponderam sobre a importância da expressão do desejo:
melhores ou mais adequadas para esta função do que os homens, já que suas atividades implicam, de certa forma, cuidar de crianças pequenas, uma "especialidade feminina". O papel da professora seria, portanto, uma extensão do papel materno. Todos já ouvimos, desde pequenos, frases como: "a escola é o segundo lar"; "a professora é a segunda mãe" ou, mais recentemente, uma "tia"; indicadores da conotação familiar que envolve a escola e a professora, em particular a primária. Nesse sentido, Brito considera que: A massificação-precarização das escolas públicas no Brasil foi acompanhada pela feminização dos trabalhos ali realizados, que têm relação com o trabalho doméstico, considerado não - produtivo, o que colabora para a desvalorização / desqualificação tanto das tarefas em si, como de quem as executa. Este processo mostra-se sócio-econômica e simbolicamente desqualificante (...) As atividades docentes apresentam-se como doação, cuidado, sensibilidade, qualidades ditas naturais da mulher/mãe, e não adquiridas socialmente ou que requeiram qualificação. A mão de obra feminina foi utilizada pela produção capitalista, desde os seus primórdios, tanto de manufatura como na indústria; todavia uma boa parcela de mulheres, especialmente as da pequena burguesia, não trabalhavam como operárias, ou eram simples donas-de-casa, cuidando da reprodução da força de trabalho, ou exerciam atividades cujas características assemelhavam-se às daquele papel, tais como cuidar de doentes, as enfermeiras - ou cuidar de crianças pequenas, as professoras do primário. Mas ser professora primária, função aparentemente lírica que chegou a inspirar compositores brasileiros ("... Minha linda normalista..."), não é tão suave e doce como pode parecer. Nesse aspecto, investigações realizadas nos Estados Unidos da América, revelaram níveis preocupantes de estresse nessa categoria profissional, apontando seu trabalho como "particularmente estressante", quadro que se agrava quando comparado a outras profissões^3. Um levantamento realizado pelos autores na Divisão de Assistência ao Servidor (DIAS) e no setor de serviço social da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC) trouxe inquietantes revelações sobre a saúde mental dos professores. O estudo foi realizado a partir do exame de 290 fichas de professores, tanto da capital como do interior do Estado, que haviam solicitado readaptação de função por motivo de saúde, nos anos de 1988, 1989 e 1990, tendo sido submetidos a exames médico-psicológicos. Os dados demonstraram que tais professoras eram, em sua maioria, do 1º Grau; do sexo feminino; casadas; sua idade situava-se, em geral, na faixa dos 30 aos 40 anos; eram readaptadas, quase sempre, para a função de auxiliar de secretaria ou de biblioteca. Os motivos que as levavam a mudar de função, ou seja, os problemas diagnosticados, eram, em
primeiro lugar, os distúrbios da voz (39,3%), vindo a seguir os transtornos mentais - neuroses e psicoses (20,3%) e, em terceiro lugar, os problemas alérgicos (18,9%). Considerando os dados referentes aos transtornos de natureza variadas, Codo: ... parte da concepção de que: Saúde e doença mental são partes de um mesmo processo; que são qualidades diferenciadas de uma mesma realidade; e que são produzidas ou determinadas por uma multiplicidade de fatores dinâmicos e contraditórios, que agem e interagem de forma simultânea e complexa. Considerando que o modo como estão organizadas as relações interpessoais e as estruturas produtivas e reprodutivas do trabalho são alienantes e exploradoras, principalmente para a força de trabalho feminina; e que a alienação pode conduzir ao sofrimento psíquico. Observamos, hoje, no Brasil, professoras desgastadas física e emocionalmente em função de um conjunto de fatores que não estão contemplados de forma explícita nos PCNs, pois são fatores subjetivos para cada profissional, como: o não reconhecimento do seu trabalho, a ausência de estímulos de autoridades governamentais, a baixa remuneração, alunos com diferentes perfis de ordem pessoal e familiar, estresse, entre outros, como podemos observar nos relatos das mesmas, durante as entrevistas. Deve-se atentar, ainda, para o fato que o trabalho das professoras de ensino fundamental de escolas públicas e as condições de saúde mental produzem-se em um país ainda com precárias condições de desenvolvimento econômico e social. Dessa forma, as características psicológicas e psicopatológicas desta categoria profissional encontram suas determinações no modo como trabalha e como tem seu trabalho explorado, como afirmam Codo et al. Esses autores complementam que a doença mental se instala em momentos significativos da vida do homem, quando, ocorrendo uma ruptura entre subjetividade e objetividade, bloqueiam-se outros meios de reapropriação secundária desta ligação. Os mesmos autores constatam, ainda, que a contradição trabalhar para educar/formar/instruir X trabalhar para sobreviver, provavelmente afeta, de forma profunda, a identidade do professor como tal, e a relação afeto-trabalho. O aluno que ele deve educar, ensinar, preparar para a vida é também a força de trabalho em preparação para o capital. Ele é a razão de ser de seu salário miserável e, conseqüentemente, de suas precárias condições de vida. A partir dessas considerações, este estudo surgiu a partir da premissa de que a saúde mental dos professores de ensino público fundamental influencia na qualidade do ensino que fornecem à sociedade. Além disso, as condições de trabalho oferecidas a esses
2.1 – Como “Nasce” O Professor - Sua Formação A formação do professor se dá antes mesmo de que este frequente os cursos de formação docente. Inicia-se em sua vida escolar e acontece ao longo de sua vida profissional. Do nascimento de um professor podemos pensar sobre uma construção de subjetividade, desde a tenra infância um gosto por aprender e principalmente em ensinar, ou provém de famílias em que a maioria tem uma carreira docente, ou por ter ótimas experiências na escolarização, ainda ser influenciado por uma visão da importância do papel social do professor. Desse modo, a formação inicial é um processo intermediário, pois o futuro docente já traz consigo experiências, valores, crenças, adquiridos anteriormente, como filtros que moldam sua prática. Pimenta (1999), vem dizer que ao discutir da formação dos professores, faz ligação à questão da concepção da identidade profissional, certificando que essa identidade não é um dado invariável, mas é um processo de construção do sujeito historicamente situado e que ela se constrói a partir da relevância social da profissão, da revisão constante dos conceitos sociais da profissão, da revisão das tradições e da confirmação de práticas elegidas culturalmente e que permanecem relevantes. Podemos ver geralmente o professor sendo representado em brincadeiras de criança, escrevendo em paredes como se fossem lousas utilizando colegas para serem alunos. Não será isso uma forma de internalizar pelas relações interpessoais dessa criança em se tornar um professor? Mesmo, sem perceber conscientemente, cada professor vai, na sua trajetória, internalizando conceitos e atitudes, que mais tarde, revelar-se-ão em sua práxis docente. Todas as aprendizagens que irá edificar seu oficio de professor serão o resultado das relações sociais, que desde a infância, na família, nas instituições educativas, ou, ainda, nos ambientes culturais, o constituirão (SANTOS; ANTUNES; BERNARDI; 2008). Desde o momento que adentramos numa sala de aula e mesmo antes de adentrar nela, podem ser elaboradas algumas interpretações sobre a docência e sobre o professor. Temos uma interpretação do que seja um professor, uma escola, por fim, esses modelos se formam em saberes edificados ao longo de nossas histórias de vida, trazendo experiências que retratam valores, comportamentos, posturas profissionais e pessoais, que são os nossos primeiros saberes concebidos sobre a docência.
Esses saberes fazem parte de nossa trajetória, quando os alunos comparecem ao curso de formação inicial, já compreendem o que é ser professor, pois enquanto alunos conheceram diferentes educadores. Conhecimento que lhes permite dizer quais foram os agradáveis professores, quais eram bons em conteúdos, mas não tinham capacidade de ensinar. Quais professores tiveram relevância em suas vidas, colaborando para sua constituição humana (PIMENTA, 1999). Ainda segundo Pimenta (1999), os alunos também sabem sobre o ser professor por meio do conhecimento socialmente acumulado, as transformações históricas da profissão, o desempenho profissional em diferentes escolas, a falta de valorização financeira e social dos professores, as complexidades de estar diante de turmas de crianças e jovens agitados, em escolas instáveis. Um professor que tem suas experiências intrínsecas enraizada nas relações pessoais constrói sua identidade profissional, essa construção pressupõe o conhecer-se a si próprio e reconhecer-se como produtor de conhecimentos. Têm dentro de si motivações que o torna único e subjetivo na forma pedagógica, sua forma pode ser modificada extrinsecamente, por uma abertura ao conhecimento, pois é um eterno aprendiz.Rubem Alves vem nos mostrar que há uma distinção entre professor e educador, ao afirmar que, “professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda uma vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança” (RUBEM ALVES, apud FERACINE 1990, p. 50). 2.2 – A Produção de Professores Fracassados e a Escola da Rede Pública A escola da rede pública contemporânea perpassa por momentos de mudanças devido às constantes transformações políticas, tecnológicas e econômicas decorrente da globalização. O efeito dessa transformação reflete no desafio da escola em rever seus paradigmas, na medida em que ainda ocupa um lugar central e de preferência na vida das pessoas, é nela que são depositadas inúmeras expectativas em relação ao futuro, laços sociais para alem da família e aprendizado, e também tornar democrática, ou seja, um ensino publico para todos sem exclusão, de modo que os alunos adquirem condições para enfrentar as exigências do mundo contemporâneo (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI; 2007). O professor diante dessa realidade é quem tem manifestado maior sofrimento, uma vez que tais transformações exigem dele um reposicionamento na sua função, que ministram aulas para discípulos que não querem aprender, que cumpram funções da família e de outras
identificando e o acusando de falhas que ele próprio percebe em algum nível. Falhas das quais se culpa, individualmente (SOUZA, 2007, p. 255). A presença de políticas públicas no sistema educacional brasileiro interfere radicalmente na vida diária dos docentes, pois sem estruturar, discutir, avaliar e valorizar o saber do professor, as medidas educacionais são implantadas de forma autoritária. De acordo com Souza (2007), a Secretaria de Educação divulga aos professores definidas implementações como: só poderá haver repetências nos 5º e 9 º anos, não podendo assim conter os alunos dos outros anos, a escola sem estar preparada, sem apoio deverá receber todos os alunos que apresentam algum tipo de deficiência tanto física, auditiva, visual, mental, intelectual, ou múltipla, além de receberem alunos mais novos do que o normal em sala de aula. O desempenho dos professores poderá ser melhor quando for reconhecido com um bom ganho salarial evitando que o docente busque outra fonte de renda para completar o orçamento. Um bom salário não garante sozinho, qualidade no trabalho. Se outras condições de trabalho, permanecerem inalteradas, nosso ensino certamente continua com graves deficiências. Baixos salários, como de nossos docentes, geram um descontentamento que se reflete no trabalho, se prolongado. Podem produzir sentimento de desvalia, pois é fácil aquele que recebe a paga sentir-se identificado com o valor da mesma, uma vez que o salário é supostamente a representação em dinheiro, do valor daquilo que, da pessoa paga, ela colocou no seu trabalho (SOUZA, 2007, p. 252). A escola pública oferece espaço que permite ao professor utilizar para seu apoio como reuniões coletivas entre professores e o corpo pedagógico da escola, mas não ocorre com qualidade, pois acontece de ser utilizados para momentos de convivência, de acontecer esporadicamente ou ate ao acaso, não tendo sequência de assuntos discutidos entre reuniões, o que mostra que necessitam ser melhor aproveitadas. Há necessidade de espaço de reflexão coletivos, possibilitando que se tenha realmente uma equipe docente, com projetos e soluções grupais que dêem coerência, organização e sentido a escola. Podem ser importantes, também, para que cada professor possa encontrar apoio e saídas para muitos impasses e sofrimento que perpassam seu cotidiano na sala de aula (SOUZA, 2007, p. 255). Essa exigência de trabalho da sociedade atual, que se torna cada vez mais competitiva e excludente, ao se esforçarem de forma individualista e até mesmo competitiva torna os professores mais vulneráveis vítimas de problemas em sua saúde mental.
2.3 – Conceito de Saúde Mental e o Adoecimento do Professor A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2001) define que a saúde é um estado de complexo bem-estar físico, mental e social: não se trata, portanto da simples ausência de doença. Os conceitos de Saúde Mental envolvem o bem estar subjetivo, a auto eficácia, a autonomia, a competência, a dependência operacional e a auto-realização do potencial e emocional do indivíduo na vida particular e no trabalho (OMS, 2001). A saúde mental depende de atitudes positivas em relação a si mesmo e ao outro especialmente no ambiente escolar, pois possibilita qualidade de vida e não torna o professor susceptível a transtornos mentais. Para Ferreira (2011, p. 29) “A sociedade a qual vivemos possui condições reais de ambiente que afetam a qualidade de vida dos trabalhadores podendo vir a contribuir e fazer com que o trabalho seja gerador de sofrimento e não de prazer”. A categoria docente enfrenta transformações da sociedade que interfere no seu trabalho, mudanças na sua relação com alunos, um ambiente escolar desafiador com baixos salários, desprestigio e desvalorização da profissão, exigência no compromisso com a transmissão de conhecimento na sua profissão em preparar novos cidadãos, diante a essa realidade escolar o professor esta propenso a gerar estresse devido às exigências profissionais no ambiente escolar e fora dele, levando uma sobrecarga de trabalho para casa. “O estresse pode apresentar tanto aspectos positivos quanto negativos [...]” (BENEVIDES- PEREIRA apud REIS et al. 2008, p. 20). O estresse é o responsável pelo exagerado número de professores que se afastam da sala de aula, por falta de tempo para planejamento e excesso em sala de aula, momentos de lazer, pela falta de valorização profissional, pela ausência de apoio da família, e até mesmo dos alunos. A dinâmica escolar, conforme vem se apresentando, tem afetado diretamente a execução da atividade docente, proporcionando um movimento de tensões em sua prática cotidiana. Este quadro torna-se ainda mais agravado quando acoplado a outras dificuldades e empecilhos para a efetivação da prática docente, e o que é mais grave, o somatório de tudo isso contribui para o processo de sofrimento dos professores (MARIANO; MUNIZ; 2006, p. 6). Para assumir as novas funções exigentes pelo contexto social o professor necessita dominar habilidades que não são redutíveis ao mero âmbito da transmissão do