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Monografia 2010 amanda, Notas de estudo de Enfermagem

Monografia de Bacharel em Enfermagem

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 05/01/2011

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR MATERDEI
CURSO BACHAREL EM ENFERMAGEM
AMANDA DANIELLE BELEZA DE SOUZA
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM FRENTE AO PACIENTE TERMINAL E SUA
FAMÍLIA
MANAUS
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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR MATERDEI

CURSO BACHAREL EM ENFERMAGEM

AMANDA DANIELLE BELEZA DE SOUZA

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM FRENTE AO PACIENTE TERMINAL E SUA

FAMÍLIA

MANAUS

AMANDA DANIELLE BELEZA DE SOUZA

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM FRENTE AO PACIENTE TERMINAL E SUA

FAMÍLIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Ensino Superior Materdei, como requisito de nota parcial na disciplina TCC II, para obtenção de grau de Bacharel em Enfermagem, sob orientação da Profa. Esp. Raimunda Lúcia F. de Andrade.

MANAUS

Dedico a Deus em primeiro lugar, pelo fato de que ele tenha sido o responsável direto pela força que encontrei para continuar essa jornada, e em seguida a minha mãe Eneida por não ter me deixado cair nesses caminhos que tive que cruzar, e claro a minha segunda mãe Euridice que me ensinou tudo sobre ser uma pessoa de caráter. Dedico a toda minha família, Tios, Tias, primos, aos meus verdadeiros amigos, Ricardo, Mayara, Erika, que são mais que simples amigos e ao meu coração Gustavo. E aos amigos que são tantos. Dedico em memória aos que estiveram aos que tentaram está aqui hoje comigo, mas por forças maiores não puderam e sei que fariam tudo para está vivendo este momento.

Agradeço a Deus por tudo que tem feito por mim. É infinito os agradecimentos que tenho que fazer a minha mãe Eneida, uma mulher guerreira, que me ensinou a ser forte, me deu a mão para levantar todas as vezes que cai. Se não fosse você mamãe eu não seria nada hoje. Agradeço em memória a minha mãe/vó Euridice que daria tudo pra está aqui presenciando este momento tão espercial para mim. Agradeço minha família por ter acreditado que eu poderia chegar aqui no fim desta enorme jornada. Em especial ao meu Tio José Carlos que sempre me teve com uma filha para ele, e que até hoje carrega minha foto na sua carteira. Tenho muito que agradecer ao meu tesouro... a minha irmã Anne por ter feito muito cafuné em mim quando eu estava estressada. Nos Dias que eu queria desistir ela tão pequena chegava comigo e dizia que eu venceria! A minha amiga Mayara que eu não deixava dormir nas madrugadas pois não queria ficar sozinha acordada estudando. Não poderia esquecer da Erika por ter me dado palavras de conforto quando precisei. Não Poderia deixar de agradecer a meu grande amigo, confidente, e padrinho CMT Ricardo, que foi e é uma pessoa presente em minha vida nos bons e maus momentos, nunca me deixou só, sempre esteve presente mesmo quando estava longe, foi responsável por muitas alegrias de minha vida, e em um momento desses eu não poderia deixar de agradecer a ele. Impossível esquecer meu coração Gustavo que estava aqui presente em meus pensamentos, e hoje nesta correria que me encontro, está aqui ao meu lado neste momento de tão grande importância para mim. O que posso dizer é que meu coração é teu. E evidentemente não poderia deixar de agradecer a minha Professora, Orientadora Raimunda Lucia por tudo que fez por mim, por ter sido esta pessoa maravilhosa que foi comigo, eu só tenho que te agradecer. Obrigada a todos vocês!

ABSTRACT

The death is a controversial subject that excites in the nurses feelings and diverse attitudes. Although it is part of the natural cycle of the life, the death is, still, nowadays, an controversial subject, for times prevented and many not understood, generating fear and anxiety. A time that the nursing has in its ideals the commitment with the life, to deal with the death can becomes a difficult and laborious event, generating a multiplicity of attitudes on the part of the nursing professionals. During the terminal phase, the patient and its family deplete all its perspectives of regression of the illness. Being thus the general objective of this thematic one he is to understand the pain of the terminal patient and to guide its respective family for the outcome. For the reach of this objective it was necessary to argue the following specific objectives: To describe psychological, social, biological and religious the death and its characteristics; To characterize terminal patient and its envolvement with the family; To develop a bigger envolvement of the nursing with the terminal patient and its family in the hour of the death. The used methodology is the bibliographical research was through through bibliographical referenciais using the deductive qualitative method, the research is capable to take care of to the objectives of the boarding. Searching in public and private libraries of the city of Manaus, scientific sites of the Internet, books, magazines, articles, periodicals. The study it will be based on the code of ethics of the nursing professionals, resolution COFEN N. 311/2007, Art. 99. To publish in its name, technician-scientific production of which has not participated or to omit names of co-authors and collaborators. Art. 101. To assume themselves or to use productions theoretician-scientific of which he has participated as author or not, implanted in services or institutions under agreement or concession of the author (ADVICE, 2007). The death continues to be a great obstacle. Resulting in abandonment of feelings and lack of humanização for side of the prepared professional of nursing not to deal with terminal patient. However, nothing of beneficial if it acquires of this type of behavior and behavior, resulting in the missed accompaniment of the professionals of health to the family and sick person, at the moment of the death. With this experience inside of hospitals and the proximity with the nursing team the patient finishes seeing the nurse as somebody next thing and depositing in it total confidence. If the accompaniment to the sick person in terminal phase, will be adjusted and anticipatedly to insert the family in this process of support, the sick person will usufruct of one better quality of life, of the emotional and affective point of view, as well as, in the reduction of pain and anguish, inherent to the illness.

WORDS KEY: Death; Fear; Nurse; Terminal patient; Family

SUMÁRIO

INTRODUÇÂO.................................................................................................

1 MORTE........................................................................................................

1.1 HISTORICO DA MORTE.........................................................................

1.2 CONCEITOS..............................................................................................

1.3 TIPOS DE MORTES E SUAS CARACTERÍSTICAS................................

1.3.1 Aspectos Legais.................................................................................... 1.4 MITOS, COSTUMES, LENDAS E CURIOSIDADES SOBRE A MORTE 1.4.1 Luto........................................................................................................ 1.4.2 A simbologia das cores em relação á morte...................................... 1.4.3 Simbologia da vela................................................................................ 1.4.4 Simbologia da cruz............................................................................... 1.4.5 Religião, cultura e povos......................................................................

2 PACIENTES TERMINAL X FAMÍLIA........................................................... 2.1 ESTÁGIOS DO PRECESSO DE MORRER.............................................. 2.1.1 Negação da realidade........................................................................... 2.1.2 Aceitação...............................................................................................

3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE TERMINAL E SUA FAMÍLIA........................................................................................................... 3.1 ENFERMEIRO X PACIENTE TERMINAL................................................. 3.2 DILEMAS ÉTICOS E LEGAIS................................................................... 3.4 DISTANÁSIA, EUTANÁSIA E ORTOTANÁSIA....................................... 3.5 DESPREPARO DO ENFERMEIRO...........................................................

CONCLUSÃO.................................................................................................

REFERÊNCIAS...............................................................................................

biológicas e religiosas; Caracterizar o paciente terminal e seu envolvimento com a família; Contextualizar um envolvimento maior da enfermagem com o paciente terminal e sua família na hora da morte. Segundo Prestes (2007) compreende-se que através de referenciais bibliográficas utilizando o método qualitativo dedutivo, a pesquisa é capaz de atender aos objetivos da abordagem. Buscando em bibliotecas públicas e privadas da cidade de Manaus, sites da Internet, livros, revistas, artigos científicos, jornais. Baseando-se no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem Resolução COFEN Nº. 311/2007, art. 91 e 92, de fevereiro de 2007 que asseguram o respeito através dos princípios de honestidade e fidedignidade aos respeitos autorais disponibilizando os resultados a comunidade cientifica e a sociedade em geral (COREN, 2007).

1 MORTE

A morte é considerada como parte constituída da existência humana. É sem dúvida, um dos poucos fatos que se tem certeza de seu acontecimento. E sua imprevisibilidade, obriga o ser humano a conviver com a presença in memorian desde o início da vida ao estágio final de seu desenvolvimento. Ao nascer, o indivíduo está em constante estado de preparação: crescendo, para assim então, multiplicar e morrer. Porém, o último citado, é obscuro, a ponto de ser negado durante toda a sua existência. Fato que aponta para o seu enfrentamento ineficaz (CARVALHO; OLIVEIRA; PORTELA, 2006). O ser humano presencia a morte e conceitua esta, somente como sendo a morte dos outros, isto é, jamais serão acessíveis a nós em sua real dimensão. Mesmo constituindo-se um fenômeno da vida, sempre despertou grande temor no ser humano, e este sentimento se expressa na dificuldade dele lidar com a finitude, estando presente nas crenças, valores e visão que cada pessoa traz consigo (PALÚ; LABRONICI; ALBINI, 2004). A morte é um evento vivenciado de diferentes formas, por diferentes indivíduos envolvidos: o paciente crítico vivencia a morte de uma forma; seus familiares já sentem-se de outro modo e os elementos da equipe de saúde vêm a morte sob outro ângulo; mas basicamente todos passam por processos semelhantes, experimentam sensações semelhantes (CRUZ; JAWARS, 2001, apud ROCHA et al, 2004). A morte constitui um dos maiores enigmas da existência humana e demandou esforços para seu equacionamento ao longo da história do pensamento ocidental (DASTUR, 2002). É considerada como grande divisor das águas na plena constituição dos homens e, de acordo com Martins (2001), é a mais universal das experiências, e sua representatividade varia entre as culturas. A morte, o óbito, falecimento ou passamento são termos que podem referir-se ao termino da vida de um organismo como ao estado desse organismo após um evento (MICHAELIS, 2002).

1.1 HISTÓRICO

Pode-se afirmar que a morte é uma experiência universal. Morrer e morte são

ousamos pronunciar o seu nome. É por isso que, quando chamamos a esta morte familiar a morte domada, não entendemos por isso que antigamente era selvagem e que foi em seguida domesticada. A morte mais antiga era domada” (ARIÈS, 2000) No século XIX, apesar das luzes lançadas pelo Iluminismo em vários temas da vida cotidiana, persistiam essas impressões. Allan Kardec, pedagogo francês, analisa criticamente: “O quadro apresentado pela religião, a esse respeito, temos de convir que não é muito sedutor nem consolador. De um lado vemos as contorções dos danados que expiam nas torturas e nas chamas sem fim os seus erros passageiros. Para eles, os séculos sucedem aos séculos sem esperança de abrandamento nem de piedade. E o que é ainda mais impiedoso, para eles o arrependimento é ineficaz” (KARDEC, 2002). “Essa impressão negativa da morte foi intencional. O objetivo era atemorizar as criaturas a fim de se portarem bem na vida. Há uma relação evidente entre essa ameaça da morte e as ameaças de castigo nas escolas, para garantir o bom comportamento dos alunos” (KARDEC, 2002). Conforme Ariès (2003), durante muito tempo, nas culturas cristãs ocidentais, as atitudes diante da morte eram vistas com muita naturalidade e envolvida por ritos culturais de cada lugar. Era importante que esses ritos se realizassem com simplicidade, sem dramaticidade ou gestos de emoção excessivos. Assim, face à iminência da morte, o moribundo cristão deitava-se no leito do seu quarto, onde presidia a sua cerimônia de despedida. Ele fazia as recomendações finais, manifestava os seus últimos desejos, pedia perdão pelas faltas cometidas durante a sua existência, perdoava àqueles que lhe havia causado algum mal e, por fim, despedia-se de todos ali presentes. Ninguém morria sem ser avisado previamente de tal fato através de signos naturais ou de uma convicção íntima. Pressentindo a proximidade do seu fim, a própria pessoa tomava algumas medidas prévias e se encarregava de todas as providências necessárias a uma cerimônia fúnebre. Eram convidados os parentes, amigos e vizinhos que não hesitavam em comparecer. No século XX, a morte como solenidade pública e coletiva transformou-se em algo feio e escondido, deixando de ser doméstica para ser institucionalizada e isolada. Isso sucedeu timidamente nas décadas de 1930 e 1940 e, de modo mais acentuado, a partir de 1950. Logo, há cerca de cinqüenta anos, as atitudes do homem ocidental perante a morte mudaram profundamente. Ao contrário do que ocorria anteriormente, quando a presença da morte na vida do homem ocorria num

clima de naturalidade, já que a morte domada não se apoderava do homem e este mantinha uma atitude de resignação para com a mesma (KOVÁCS, 2003). Um tipo absolutamente novo de morrer apareceu durante o século XX, em algumas das zonas mais industrializadas, mais urbanizadas, mais tecnicamente avançadas, do mundo ocidental... Dois traços saltam aos olhos do observador menos atento: a sua novidade, evidentemente, a sua oposição a tudo o que precedeu, de que é a imagem revertida, o negativo: a sociedade expulsou a morte, exceto a dos homens de Estado. Nada avisa já na cidade que se passou qualquer coisa... A sociedade deixa de fazer pausas: o desaparecimento de um indivíduo já não afeta a sua continuidade. Tudo se passa na cidade como se já ninguém morresse (ARIÈS, 2000). Negamos a morte de todas as maneiras possíveis e imagináveis, mesmo que absorvidos obsessivamente pelos seus mistérios. No entanto, a morte insiste em fazer parte do nosso dia-a-dia. Não é fácil lidar com a morte, mas ela espera por todos nós... Deixar de pensar na morte não a retarda ou evita. Pensar na morte pode nos ajudar a aceitá-la e a perceber que ela é uma experiência tão importante e valiosa quanto qualquer outra (ARIÈS, 2003).

1.2 CONCEITOS . O conceito de morte nos dias de hoje, evidencia a parada das funções vitais e a separação do corpo e da alma. Nos tempos mais remotos, era considerado como diagnóstico de morte a cessação da respiração e das funções cardíacas. Atualmente o critério comumente utilizado é a avaliação da função cerebral, pois com os avanços da ciência e da tecnologia, tornou-se possível manter as funções cardíacas e respiratórias através de aparelhos, enquanto nada se pode fazer para manter funções cerebrais responsivas (BERNIERI; HIRDER, 2006). Morrer, cientificamente, é deixar de existir; quando o corpo acometido por uma patologia ou acidente qualquer tem a falência de seus órgãos vitais, tendo uma parada progressiva de toda atividade do organismo, podendo ser de uma forma súbita (doenças agudas, acidentes) ou lenta (doenças crônico-degenerativas), seguida de uma degeneração dos tecidos (MOREIRA; LISBOA, 2006). BRETAS; OLIVEIRA; YAMAGUTY (2006) reforça ainda que a morte não é somente um fato biológico, mas um processo construído socialmente, que não se

à imagem e à honra do falecido, que deve ser protegido por aqueles legitimados para exercer tal tutela. De acordo com França (2001) o processo morte ocorre na seguinte seqüência: a) Morte Aparente (sinais externos apenas aparentes): estados patológicos do organismo simulam a morte, podendo durar horas, sendo possível a recuperação pelo emprego imediato e adequado de socorro médico; b) Morte Relativa (é possível o retorno a partir de uma intervenção violenta): estado em que ocorre parada efetiva e duradora das funções circulatórias, respiratórias e nervosas, associada à cianose e palidez marmórea, porém acontecendo a reanimação com manobras terapêuticas; c) Morte Absoluta: estado que se caracteriza pelo desaparecimento definitivo de toda atividade biológica do organismo, podendo-se dizer que parece uma decomposição; d) Morte Cárdio-Respiratória (momento jurídico da morte): A morte Cardiaca é a morte que ocorre repentinamente, sem previsão, sem sinais de trauma ou violência, em adultos ou crianças. Geralmente é provocada por arritmias cardíacas que levam a falta de sangue no cérebro que causa a perca de consciência. e) Morte Encefálica (encerramento de todas as atividades físico- químicas): O diagnóstico de morte encefálica é definido como “morte baseada na ausência de todas as funções neurológicas”. Pode ser muito difícil de entender. Este livreto ajudará a explicar a morte encefálica e fornecerá informação para ajudar na resposta a algumas de suas dúvidas.

1.4 MITOS, COSTUMES, LENDAS E CURIOSIDADES SOBRE A MORTE

1.4.1 Luto

Conforme Chevalier; Gheerbranto (2002) o luto é uma forma de expressar um sentimento de dor, tristeza, pelo falecimento de uma pessoa ou animal. Galhordas; Lima (2004),defendem que o luto é uma reação normal à perda de um objeto importante, constituindo uma fase transitoria e necessária da readaptação do investimento em novos objetivos. O luto é definido por como uma experiência de resposta ao rompimento de um vínculo, que pontua uma relação significativa da morte como perda supõe um sentimento, uma pessoa e um tempo. É a morte que envolve, basicamente, a relação entre pessoas. Se ocorrer de maneira brusca e inesperada tem uma potencialidade de desorganização, paralisação e impotência (FRANCO, 2004). Viorst (2005) a fim de curar a ferida da perda, descreve o caminho percorrido

pelos sujeitos enlutados, ou seja, um padrão de luto normal do adulto, comum no enfrentamento das perdas. Para este autor, a primeira fase, quer tenha sido a perda antecipada ou não, é de choque e descrença, na qual a morte de um ente querido não nos é inteligível ou concreta [...] nada parece real ao enlutado, está como num transe, não pode concentrar-se nem tem energia, está aturdido, paralisado, como anestesiado (ÁLVAREZ, 2007). De acordo com Álvarez (2007), essa fase é mecanismo de proteção necessário que ameniza o impacto inicial,uma vez que ainda é intolerável a assimilação do evento. Posteriormente, a pessoa enlutada passa por uma fase mais longa de intenso sofrimento psíquico, de choro e de lamentação, sendo comuns mudanças bruscas de temperamento e desconfortos físicos, alternados com fases de letargia, regressão, ansiedade pela separação, desespero intenso e raiva (VIORST, 2005). Mudanças sociais são responsáveis pelas dificuldades de elaboração do luto nos dias atuais. O rápido índice de industrialização, urbanização e o avanço da técnica médica levaram a uma desvalorização dos ritos funerários. A conseqüência disto é que ao viverem perdas significativas, as pessoas sentem-se sozinhas, sem saber o que fazer, principalmente quando estão distantes de seus familiares, fato comum na atualidade. Nos centros urbanos, houve aumento significativo da violência, dos acidentes e do abuso de drogas, resultando no aumento das mortes violentas e traumáticas, um dos fatores de risco para luto complicado. A morte escancarada por ser inesperada não permite preparo prévio. Envolve múltiplos fatores que podem dificultar a sua elaboração: perdas múltiplas (morte de várias pessoas da mesma família), perdas invertidas (filhos e netos que morrem antes de pais e avós), presença de corpos mutilados, desaparecimento de corpos e cenas de violência (KÓVACS, 2003). Segundo Ariès (2003), para a família que sabe que vai perder o seu familiar só resta as elaborações de lutos que não podem ser consideradas completas sem os rituais fúnebres. Essas celebrações, além de possibilitar contatos afetivos e de conforto entre parentes, apresentam simbologias que pretendem concretizar o ocorrido. “Em todas as sociedades existem ritos e mitos sobre a morte, pois ela implica a tomada de providências práticas e a reordenação das relações sociais. Existem também questões lógicas que os rituais têm de resolver. Mas como pode um ser pensante pensar o não-pensamento? Um alguém pensar o ninguém, o nada

c) Branco – Entre os gregos, os romanos e germanos, o branco já foi visto como cor de luto. Essa cor representa paz interior, pureza, inocência, passividade, superioridade. Como cor-luz, o branco é a mistura de todas as cores;

d) Vermelho – O vermelho era usado como cor de luto na Renascença, época de vida de grandes pintores como Leonardo da Vinci, Rafaello Santi, Michelangelo, entre tantos outros. Além disso, também é usado em cerimônias do Papa. Essa cor é a representação da energia intuitiva, do amor, da competição e da irracionalidade;

e) Violeta – É mais uma das cores usadas como representação do luto em vestimentas e freqüentemente é encontrada em paramentos litúrgicos. Por ser uma cor ambígua, passa tanto a tristeza quanto a alegria, e pode ser representada como uma cor que une a intuição com a razão.

1.4.3 Simbologia da vela

A chama acesa da vela é um símbolo da individuação (o que distingue um indivíduo de outro), da vida, e também dos anos representados em festas de aniversários. Também as velas que ardem ao pé de um defunto simbolizam a luz da “alma” em sua força ascensional, a pureza da chama espiritual que sobe para o céu, a perenidade da vida pessoal que chega ao seu ponto mais elevado na abóbada celeste (HOWARD, 2001).

1.4.4 Simbologia da cruz

Para Ribeiro (2008) em geral, o papel da cruz é visto como uma ponte por meio da qual a alma pode chegar a Deus, ou seja, como ligação do mundo terrestre com o celestial. Existem vários tipos de cruzes e cada uma tem um significado envolvido com a morte. Nos dias atuais, elas são usadas como símbolo que representa a iluminação do ser: a) Cruz Cristã: É a mais conhecida, devido à cultura cristã. Era utilizada em Roma para crucificar criminosos. Por isso, remete ao sacrifício de Jesus para pagar os pecados da Humanidade. Representa a Vida Eterna e a Ressurreição. Um símbolo que lembra de Cristo ou alguém próximo que faleceu; b) Simples: Alguns estudiosos definem como cruz grega. Ela é o símbolo perfeito da união dos opostos; c) Calvário: É erguido sobre três degraus, e é relacionado com a subida de Cristo até ao Calvário para ser crucificado. Exalta a fé, a esperança e o amor;

d) Santo André: Representa a humildade, o sofrimento. Segundo estudos, recebeu esse nome devido a Santo André, que implorou aos seus algozes para não ser crucificado como o seu Senhor, não se achava merecedor, então foi crucificado nessa forma.

1.4.5 Religião, cultura e povos

De acordo com a cultura e os costumes de cada povo, em épocas diferentes, o sentido dado à morte é distinto. Os sentimentos e ritos ligados a esse acontecimento variam conforme a evolução dos valores cultuados por cada sociedade. Conforme Giacoia Júnior (2005) a trajetória histórica dos comportamentos diante da morte desde os primórdios até os dias atuais sofreu alterações conforme a mudança pela quais passaram as sociedades temos exemplo disso em alguns povos como: a) Mesopotâmios tinham por costume enterrar os corpos dos mortos da maneira mais escrupulosa, sendo o cadáver cuidadosamente acompanhado de todas as marcas mais distintas de sua identidade pessoal e familiar, como seus pertences, insígnias e objetos de uso, suas vestimentas e até mesmo de suas comidas prediletas; b) Entre os antigos hindus a incineração crematória era o destino dado aos seus mortos. O cadáver era consumido pelo fogo, e as cinzas eram lançadas ao vento, ou nas águas dos rios, sendo o morto despojado de todos os seus traços de identidade. A cremação representava a purgação de todos os pecados, sendo a própria vida individual considerada uma transgressão que deveria ser expiada pela morte; c) Para os antigos gregos, a incineração determinava dois tipos de mortos: o cadáver do homem comum e o cadáver dos grandes heróis. Ao anônimo cabia o crematório coletivo e o depósito de suas cinzas em vala comum. Os corpos falecidos dos heróis eram cremados na cerimônia da bela morte, onde os seus feitos no campo de batalha eram enaltecidos; d) Para os judeus e cristãos que acreditavam na ressurreição após a morte, esta seria o acesso para outra dimensão da vida que poderia no inferno ou no paraíso, conforme os seus feitos terrenos a partir da observância dos mandamentos de Deus. Os ritos e sacramentos da igreja antes da morte como a confissão, comunhão e a extrema-unção, e após a morte como o cortejo fúnebre, ritos de purificação e passagem conduzidos pelo sacerdote, revelavam a espiritualidade e a religiosidade ligadas a esse processo (COMBINATO; QUEIROZ, 2006). Para o catolicismo após a morte há a ressurreição. Deus ressuscita o homem na morte e a vida continua (NOTAKER; GAARDER, 2000). Para o Protestantismo a separação entre o corpo, que volta a terra, e a alma