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Monitoramento ambiental por meio de bioindicadores, Notas de estudo de Engenharia Ambiental

Monitoramento ambiental por meio de bioindicadores

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 18/07/2010

diego-vaz-10
diego-vaz-10 🇧🇷

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no
9
outubro-novembro-dezembrc
1996
~~~ ~~~~~~~ ~~~~ ~
Diretor de publicação:
MICHEL LÉVÊQUE
Coordenação editorial:
HALUMI
TATEYAMA
TAKAHASHI
Tradução e redação:
ROSEMARY COSTHEK ABLiO
Editoraçáo e produção gráfica:
VERTENTE SERVIÇOS EDITORIAIS
Impressão:
REPROMiL
GRÁFICA
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EDITORA
ISSN
O
104-9
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2.400
exemplares
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COOPERAÇÃO
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Monitoramento ambientai
por meio de bioindicadores
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A teledetecção aplicada ao
estudo da colonização agrícola
do Mato Grossa
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Despoluição:
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microorganismos ganham
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BREVES
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ESPAÇOAEERTO
Monitoramento ambienta1 por
meio de bioindicadores
:
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brasileira no
estudo dos foraminíferos
TEMA GERAL
DE
PESQUISA
Já se realizaram numerosos trabalhos sobre as
regiões costeiras do Brasil e mais especifica
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mente sobre
os
ambientes paráiicos (lagoas e
estuários) do litoral do estado de
São
Paulo. Eles
permitem conheceras linhas básicas dofuncio-
namento hidrodinâmico e características bioquí
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micas desses ambientes, bem como suas
principais características biológicas.
Situando
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se na transição entre
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tinental e
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domínio oceânico, tais ambientes
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enriquecidos por essa dupla influencia. Eles
abrigam ecossistemas muito ricos e muito diver
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é
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pesca local e também da possibilidade de neles
se estabelecerem centros de piscicultura ou de
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pois funcionam como áreas de reprodução e
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são
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sivamente diversificados, indo do imenso estuá
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rio do Amazonas até as pequenas lagoas
supersaigadas do Rio de Janeiro. No estado de
São
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alto nível marinho que persiste há
cerca de
5.000
anos (transgressão hoiocênica)
possibilitou a instalação de lagoas costeiras que
abrigam povoamentos de mangue. NO Brasil,
como nos outros países, esses ambientes
frequentemente
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atividades humanas: aterramerito para se esta
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belecerem construções diversas, sem estudo
prévio do impacto ecológico; poiuiçóes indus
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trial, urbana, turística, etc. Certas lagoas, prote
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gidas da atividade industrial, da poluição agrícola
e da atividade turística, permanecem no estado
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ainda estão pouco afetadas pela atividade
humana. E por fim outras, nas redondezas de
Santos, acham
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Portanto
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As análises hidrológicap e geoquímicas neces
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Além disso, embora sejam precisas, análises de
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Assim, deve
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sem levar em conta as variações de períodos
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avaliação rápida e pouco onerosa do impacto
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no 9

outubro-novembro-dezembrc 1996

Diretor de publicação: MICHEL LÉVÊQUE Coordenação editorial: HALUMI TATEYAMA TAKAHASHI Tradução e redação: ROSEMARY COSTHEK ABLiO Editoraçáo e produção gráfica: VERTENTE SERVIÇOS EDITORIAIS Impressão: REPROMiL GRÁFICA E EDITORA _ISSN_ O _104-9_ **i** _2.400 exemplares_ **rn** COOPERAÇÃO **1** Monitoramento ambientai por meio de bioindicadores **4** A teledetecção aplicada ao estudo da colonização agrícola do Mato Grossa rnTECNOLOGiP **_6_** Despoluição: o microorganismos ganham terreno **_8_** **rn** BREVES 9 ESPAÇOAEERTO **Monitoramento ambienta1 por meio de bioindicadores** : **uma cooperagão franco - brasileira no estudo dos foraminíferos** **TEMA GERAL DE PESQUISA** Já se realizaram numerosos trabalhos sobre as regiões costeiras do Brasil e mais especifica - mente sobre os ambientes paráiicos (lagoas e estuários)do litoral do estado de São Paulo. Eles permitem conheceras linhas básicas dofuncio- namento hidrodinâmico e características bioquí - micas desses ambientes, bem como suas principais características biológicas. Situando-se na transição entre o domínio con- tinental e o domínio oceânico, tais ambientes são enriquecidos por essa dupla influencia. Eles abrigam ecossistemas muito ricos e muito diver - sificados. Seu interesse económico é conside- rável, em razão do próprio potencial para a pesca local e também da possibilidade de neles se estabelecerem centros de piscicultura ou de conquiiicultura. Sua preservação é fundamen- tal também para a riqueza das zonas costeiras, pois funcionam como áreas de reprodução e "berçário ". Os ambientes paráiicos do Brasil são exces- sivamente diversificados, indo do imenso estuá- rio do Amazonas até as pequenas lagoas supersaigadas do Rio de Janeiro. No estado de São Paulo, _o_ alto nível marinho que persiste há cerca de 5.000 anos (transgressão hoiocênica) possibilitou a instalação de lagoas costeiras que abrigam povoamentos de mangue. NO Brasil, como nos outros países, esses ambientes frequentemente são centros de intensa ativida - de econõmica. Acham-se particularmente ex- postos **as** poluições e muito ameaçados pelas atividades humanas: aterramerito para se esta - belecerem construções diversas, sem estudo prévio do impacto ecológico; poiuiçóes indus- trial, urbana, turística, etc. Certas lagoas, prote - gidas da atividade industrial, da poluição agrícola e da atividade turística, permanecem no estado "original". Outras, como a lagoa de Cananéia, ainda estão pouco afetadas pela atividade humana. E por fim outras, nas redondezas de Santos, acham - se em avançado estado de des - truição, sob influência de todos os tipos de ativi- dade humana e especialmente de atividades industriais. Portanto é fundamental conhecer perfeitamen- te o funcionamento desses ecossistemas e pro- porcionar-lhes um acompanhamento constante. As análises hidrológicap e geoquímicas neces - sárias para tal acompanhamento são onerosas e é difícil reproduzi-las em Intervalos regulares. Além disso, embora sejam precisas, análises de água dão apenas uma imagem instantânea do ambiente. _O_ valor dessa imagem pode ser pos - to em dúvida quando se leve em conta sua ex- trema variabilidade, mesmo na escala de um cicio de maré. Assim, deve - se pensar em um marcador de manejo simples e pouco oneroso, que consiga resumir as características gerais do ambiente sem levar em conta as variações de períodos cutios, tais como os cicios de maré. _0 s_ traba- ihos atuais procuram definir os bioindicadores que melhor se adaptam aos ambientes e **as** po- luições em estudo. Eiesdeverão possibilitaruma avaliação rápida e pouco onerosa do impacto dos poluentes e do risco ecotoxicoiógico. ### França - Flash MEIO AMBIENTE 11" 9 Paisagem de mangue: lagoa de Cananéia-lguape #### OS BIOINDICADORES Segundo Biandin **(1986),** um bio- indicador é um organismo ou um conjunto de organismos que permite caracterizar o estado de um ecos- sistema e evidenciar tão preco - cemente quanto possível as modificações naturais ou provo- cadas. Tal indicador deve: #### * ser facilmente identificável; #### * poder ser amostrado com faciii- dade; ## - distribuir-se de forma ampla; possuir características ecológicas e biológicas bem conhecidas; ## - apresentar baixa variabilidade es- pecifica; #### * desenvolver - se facilmente em ia- boratório; #### * acumular os poiuentes. Existem duas grandes categorias de bioindicadores: **I )** os indicadores de bioacumuiaçáo que fixam os poluentes; 2) os indicadores de efeitos. Estes úitimos podem ser uti- lizados em níveis diferentes: bioqui- mico, fisiológico ou ecológico. Os indicadores ecológicos podem ser negativos (regridem com a poluição) ou positivos (desenvolvem - se em meio poluído). #### OS FORAMINíFEROS Nos ambientes parálicos, os fora- miniferos constituem bioindicadores de grande interesse, que atendem bem as quatro primeiras ca - racterísticas enunciadas por Biandin. Pequenos e abundantes, podem ser coietados em grande quantidade em reduzidos volumes de sedimento, o que baixa o custo da coleta. O grande número de tes - te permite um estudo estatisticamen- t e confiável dos povoamentos. Ademais, **S ~** sensíveis **O** a qualidade das águas em que vivem. Os foraminíferos (sub-ramificação de Foraminiferida) sáo protistas (eucariotos uniceiuiares) cuja célula é cercada por uma concha: a testa ou carapaça. Seu tamanho varia de algumas dezenas de microns a mais de 10 cm para as maiores formas fósseis conhecidas. Constituem um grupo muito amplo, conhecido há mais de 300 milhões de anos e que compreende cerca de 50.000 espé - cies, das quais 5.000 ainda vivem atualmente. inicialmenteconhecidos por seu interesse geológico (pes - quisa petroleira e estatigrafia), eles vêm apaixonando cada vez mais **os** biólogos e os ecologistas. São munidos de pseudópodes fi - nos, ligados entre si **por** numerosas anastomoses; têm modos de vida muito variados. Podem ser bentó- nicos ou planctônicos; podem viver em pieno oceano, nas lagoas cos - teiras ou mesmo nos lagos do Sahara, desde que a salinidade da água seja suficiente. Suas carapaças podem ser orgã- nicas, agiutinadas. carbonatadas [calcáreas], siiicosas. As formas atu - ais são basicamente aglutinadas e carbonatadas. A morfoiogia varia muito, em função da adaptação ao meio. Certas espécies de foraminiferos vivem fixadas sobre diversos tipos de suportes: rochas, algas, plantas aquáticas, conchas de moiuscos, etc. Outras são móveis e podem ter movimentação ativa, utilizando os pseudópodes (0,OOüa 0,082 mm por minuto, em média), ou passiva, dei - xando-se transportar pelas corren- tes (piâncton). **A** alimentação é muito diversi.. ficada: bactérias, algas, crustáceos, detritos orgânicos diversos, etc. Ai- gumas espécies são onívoras; ou- tras, ao contrário, são muito seletivas e preferem um determinado aiimen- to. As espécies que têm regime aii- mentar variado suportam melhor as variações ambientais e levam van- tagem com reiaçáo **as** que depen - dem de uma fonte única de alimentação. As grandes formas e **as** espécies pianctônicaspossuem no citopiasma algas simbiontes (diatomáceas, cioroficeas. dinofiageiadas, crisó- fitas, rodoficeas ou mesmo cioro- piastos isolados). Habitualmente esses simbiontes estão encerrados num vacúolc de membrana simples, o que possibilita um controle preciso das trocas entre o simbionte e o hos- pedeiro, proporcionando uma sepa- ração estrutural entre as duas espécies. #### OS FORAMINíFEROS COMO #### BIOINDICADORES As reaçôes dos foraminiferos as ca - racterísticas do meio ambiente começam a ser bem conhecidas. O estudo de seus comportamentos nos ambientes poluídos avança a pas - sos largos e os resultados são mui- to animadores. Realizaram - se nos ambientes parálicos do Brasil diversos traba- ### França - Flash MEIO AMBIENTE n" 9 zando populações de foraminiferos bentônicos. tecamebas, ostracódios, diatomáceas e pólens são pouco onerosos e de rápida execução por um especialista. Poderão constituir um instrumento valioso pGa os res- ponsáveis pelo aproveitamento e pela proteção dessas zonas. Uma comparação com a evolução histórica dará uma indicação sobre a rapidez de evolução e as possibili - dades de reversão da tendência evolutiva. ~ PROJETO CAPES-COFECUB **178/** " Caracterização e monitoramento dos ambientes parálicos (lagoas e estuários) do Brasil e mais particularmente do estado de **_São_** Paulo " Responsável francês: Responsável brasileiro: Jean - Pierre Debenay (profes - sor doutor) - Laboratoire de Géologie - Fac. Sciences - 2, bd Lavoisier - 49045 Angers cedex - Tel. (2) 41.73.53.82 - Fax (2) 41.73.53.52 - E-mail <debenay @ univ-angers.fr>. Beatriz Beck - Eichier (professora, docente do Instituto Oceanográ - fico) - Laboratóriode Micropaleon- tologia - instituto Oceanográfico - Cidade Universitária -CEP 05508 São Paulo -Tel. (011) 818.65.67 - Fax (011) 210.30.92 - E - maii <bbeichle@usp.br> **A teledetecqão aplicada ao estudo da** **colonizaqão agrícola do Mato Grosso** Há alguns anos desenvolvo pesquisas sobre **_"o_** processo de ocupação da Amazônia Matogros - sense". de forma mais dirigida **a** re- gião Guaporé-Jauru, Sudoeste do Mato Grosso. O envoivimento com a problemá - tica amazônica, sobretudo com o processo de ocupação da Amazônia Matogrossense, levou - me a percor - rer praticamente todo o estado do Mato Grosso e grande parte dos estados de Rondónia, Acre e Pará. Contudo, dada as dimensóes territoriais das regiões Centro-Oes- te e Norte do Brasil, o viajar pelo pó colorido das estradas, apenas, não seria suficiente para a melhor com - preensão da dinâmica da paisagem, na sua dimensão mais global. Assim, partindo dos conhecimen - tos adquiridos ao longo dos traba - lhos de campo, tomei a iniciativa de realizar (1992-1993) - com apoio da CAPES - o estágio, a nivel de pós - doutorado, n o Laboratoire Costel/Université Rennes 2 (Haute Bretagne/Rennes/França). Em setembro próximo passado, realizei o Concurso de Livre-Docén- cia, cuja tese " Teledetecção Apiica- da ao Estudo da Paisagem - Sudoeste do Mato Grosso" resulta em grande parte do estágio desen- volvido na França, onde efetivei o tratamento digital das imagens LANDSATTM 228.070C e228.071A de 4 de julho de 1992 que recobrem o território do Sudoeste do Mato Grosso compreendido entre os pa- ralelos 14"23' e 15"48' Sul e os meridianos 58"30' e 59"30' Oeste. O intercâmbio estabelecido com o Laboratoire Costel propiciou avisita de alguns pesquisadores franceses (M. Bernard Guillot/ORSTOM. Lau- rence Hubert e o próprio Robert Bariou/COSTEL) ao Programa de Mestrado-Doutorado em Geografia da FCT-UNESP, campus de Presi - dente Prudente, e ainda o meu retorno a Rennes para uma atuali - zação em técnicas mais recentes em teledetecção. No momento, estou escrevendo o livro "A Teledetecção Aplicada ao Estudo da Colonização Agricoia da Amazônia Matogros - sense" como um dos resultados do apoio da CAPES e do CNPq e, ain - da, do profícuo intercãmbio com a equipe Costel. ##### CONSIDERAÇÓES GERAIS ##### SOBRE O ESTUDO Por iniciativas diversas, o Estado e o capital privado contribuem para o deslocamento das atividades agrico- **Ias** para o Oeste, provocando mu- danças irreversiveis nos meios na - turais. A inserção do Mato Grosso no mercado nacional e internacional,de forma incisiva e impactante, ocorre a partir da década de 70; portanto, é um fenômeno muito recente e polemizado pela mídia e pela opi- ninão pública. de forma genérica e superficial. Na Amazônia Legal a extensão da fronteira agricola, regionalmente diversificada, provoca a eliminação de extensas áreas de cerrados e de florestas. AtC o presente, os confli- tos pela posse da terra perduram entre os diversos detentoresipreten- dentes, demonstrandoqueainda não foi encontrado um sistema de explo- ração que seja um modelo social- mente justo e ambientaimente correto. O Mato Grosso, situado quase no centro da América do Sul, e que bus- ca uma saída efetiva para o Pacifico (Peru?) e para o Atlântico (Santarém/ PA?) é, ainda, uma zona de conquis - ta territorial em direção da Amazô- nia. Vai-se apreender uma pequena parcela desse estado que se encon- tra na Chapada dos Parecis- Vale do Guaporé. Há muito tempo, a cartografia re- presenta para os poderes públicos uma ferramenta indispensável para a gestão e a organização do territó - rio. O objetivo do estudo é acompa - nhar a evoluçáo da colonização agricola e da rede urbana da Ama- zônia Matogrossense, a partir da teledetecção aplicada. Para tal, a teledetecção apenas não é suficien - te; o registro dos dados numéricos efetuados pelo Satélite Landsat 5 TM permite uma abordagem local das áreas de estudo, possibilitando discriminar as supetiicies cultivadas, e as culturas. desde que se dispo - nha de outros suportes de informa- çóes. Nesse estudo, será exposto numa primeira parte"a marcha para o oes - te", de uma maneira muito global, pois o fenômeno é compiexo; numa segunda parte. proceder - se - á **a** ca - racterização geográfica da Amazô- iiia Matogrossense e, ao final, uma análisedos parâmetros espectrais e espaciais da Imagem BRANCAíFa- zenda Branca. Acompanhar a colonização agri- cola torna - se fiável desde que se obtenha um número suficiente de dados materiais para um território delimitado; para compreender a s práticas culturais e as estratégias dos fazendeiros seria necessário fazer um estudo sobre o espaço con- tinuo numa região definida. O estu- d o realizado não é senão uma abordagem, um exemplo entre mui - tos outros, neste território imenso. A imagem "Branca "' reteve a aten- ção por seu aspecto atípico, por sua "estrutura", por sua forma, mas tam - bém pela particularidade de sua de - nominação. A realização das composições coloridas permite dife - renciar sobre esta imagem três gran- des zonas: 'Trata-sedeumaccnade51Zx pixéiç, ou seja **de** 15,365 km **x** 15, km, extraída **da** imagem LANDSAT TM 228.070C **de** 04/07/92 e submetida **a** Compaçiçáo Colorida **4** 5 **3.** **1.** Norte e Noroeste, corres- pondendo **a** área indigena delimita- da pela **BR-364;** sua topografia lembra uma região muito plana; se não houvesse a presença de uma área recentemente queimada, ela seria quase homogênea. #### 2. Paraleloà BR - 364, distingue-se um território dominado pelas cultu - ras, evidenciada pelas divisões das parcelas (caminhos ou sim - plesmente delimitação por uma ocupação em valor diferente). Obser - vam - se o extenso campo de cana- de - açúcar e as pastagens em volta de Branca, sempre no limite da BR- **364.** Observa-se, ainda, um espaço ocupado por culturas em que uma parte estava anteriormente plantada com soja. Estes campos parecem igualmente cultivados sobre terras planas. **3.** Uma zona com relevo mais movimentado: *com os escarpamentos que se de- senham emformadeanfiteatroeque circundam a rede hidrográfica; -com as formas anastomosadas dos afluentes do Rio Jauru que se inse - rem nos escarpamentos. A diferen - ça notável de cor que aparece nos dois escarpamentos maiores resiil- tam de uma diferença de umidade dos solos. O escarpameiito de leste apresenta um desnível bastante im- portante mas, contrariamente aos dois outros que têm no interior for- mas convexas - côncavas, há um fun- do plano e seu curso d'água um ### desenho mais retilineo. A medida que se dirige para oeste, mais o des- nível e a forma se acentuam. Uma imagem pode necessitar de tratamentos diferentes para atingir os resultados de sua interpretação. **A** imagem 512 x 512 pixéis apresenta três categorias de espaços e em con - seqüência faz apelo a tratamentos variados: observa - se que o zoom age favoravelmente, melhorando a leitura da palavra desenhada pela plantação de Eucalyptus; ao contrá - rio o filtro motíológico o torna muito mais impreciso; a classificação mui - to frequentemente utilizada para de - tectar o plantio agrícola não pode produzir o resultado satisfatório so - bre a cana - de - açijcar (a dificuldade está ligada ao falo de que as dife - rentes parcelas apresentam dife - renças temporais na plantação e colheita); enfim resta toda uma zona onde há uma variação progressiva ao nível da resposta espectrai e para a qual não há um método particular a aplicar. Num tal exemplo o ideal seria combinar um conjunto de pro - gramas dando as vezes a escolha de interpretar a imagem integral - mente e de a dividir por temas. Após a divisão estadual (1 979), a politica d e efetiva ocupação e povoamento do território matogros- sense enfatizou os projetos de co - lonização, que foram atraídos pela imensa disponibilidade de terras baratas. Pode - se dizer, de forma simpli- ficada, que enquanto a agricultura capitalista - mecanizada dirigiu - se para os chapadóes areníticos reves- tidos de cerrados, os pecuaristas e agricultores pobres dirigiram - se ás áreas de floresta. O Brasil é um dos poucos país% onde se continue a integrar novos espaços ao preço da segregação de tribos indigenas, da marginalização de uma classe social pouco favo- recida, e da transformação do es- paçocultural e rural. Este fenômeno acentuado pelos acasos da conjun - tura, tendo de um lado a necessida - de sócio - econômica e de outro as conseqüências sobre o meio ambi - ente, dificulta o encontro de um mo - delo reprodutível e duradouro. **PROF. DR. MESSIAS MODESTO** **_DOS_** **PASSOS** COORDENADORDOPROGRAMADE MESTRADO **E** DOUTORADO **_E M_** GEOSRAFIA - FCFUNESP RUA ROBERTO SIMONSEN, 305 C. P. 957 - CEP 19060- PRESIDENTE PRUi>ENTE **SP** T E ~ F A X :(O1 **8)** 223-451 **9** ### ~~ França^ -^ Flash^ MEIO AMBIENTE^ n"^9 turalmente certos íons positivos em solução, como por exemplo os dos metais pesados, uma equipe do Departamento de Biologia Mole - cular e Estrutural da divisão Ciên - cias do Ser Vivo (CEA. Grenoble) teve a idéia de explorar essa pro - priedade para planejar um proces - so econômico de depuração de efluentes líquidos. Para isso os pesquisadores utilizaram fungos filamentosos (Rhizopus, Mucor, ### Açp ergillus, P e n icillium). Tais microorganismos são gerados pe - las indústrias de antibióticos, vita - minas, enzimas e ácidos orgânicos, **a** razão de vários milhares de to - neladas por ano; geralmente aca - bam incinerados ou servem para alimentar manadas de porcos. Muitos setores industriais (meta - lurgia, química, vidro, couro, trata - mento de superfícies) utilizam metais como cádmio, zinco, chum - bo e cromo, cujos traços são lan - çados em seus efluentes na forma de sais. Quando os teores ultrapas - sam um certo limiar (100 mgllitro), recuperam - se esses metais por meio de processamentos fisico- químicos; mas eles não bastam para baixar as concentrações até os limiares prescritos pela regula - #### mentação européia. Por isso é preciso utilizar processos comple - mentares, como a troca de íons e m resina, cujo custo é relativamente alto. Daí o interesse pelos fungos filamentosos para capturar metais pesados. Em 1993, dentro do programa de pesquisa REWARD (Recycling of #### Waste R & D), da Comissão Euro - péia, o CEA e a companhia Bertin #### associaram - se a holandesa Gist Brocades, líder mundial da produ - ção de penicilina e que utiliza fun - gos filamentosos, e a Union Miniere belga, um dos principais produto - res europeus de zinco. De outubro de 1993 a março de 1994, um rea - tor piloto em PVC transparente, de leito fluidizado, construido pela Bertin, funcionou com êxito e mos - trou que esse processo é totalmen - #### te competitivo com relação aos já #### existentes. No momento as pesqui - sas exploram as capacidades de fixação de biomassas vegetais dis - poníveis e baratas, provenientes das indústrias agroalimentares. Futuramente o processo poderá resultar e m diversas aplicações: descontaminar águas servidas ra - dioativas ou contendo metais, re - cuperar metais nas soluções de processamento de minérios e me - tais preciosos, catalisadores em soluçóes muito diluídas. Já uma outra equipe do CEA de Cadarache está estudando a fisio - logia de bactérias muito especiais, capazes de desenvolver - se num meio altamente carregado de óxi - dos de metais e de metalóides (vanádio, cromo, molibdênio, man- ganês, tungstênio, ródio, selênio, silicio, arsênico, estanho, anti- mônio, telúrio, iodo). Com elas será possível despoluir efluentes de di - versas origens; o metal em forma solúvel será recuperado por sim - ples filtração, seja diretamente na água por purificar ou nas bactérias. #### UMA BACTÉRIA #### SURPREENDENTE _Os_ nitratos _são_ compostos quími - cos muito usados como fertilizan - t e s agrícolas; porém, quando espalhados sem controle, constitu - e m uma ameaça para a qualidade da água. Utilizada e m grande es - cala, a desnitrificaçáo biológica das águas servidas e da água potável aplica - se aefluentes contendo con - centrações relativamente baixas de nitratos (de 50 a 150 mg/l). Mas a #### indústria nuclear e algumas outras, especialmente a agroquimica, ge - ram efluentes muito mais ricos e m nitratos (50 a 150 g/l), cujo proces- samento apresenta grandes proble - mas. Uma equipe CEIA do Laboratório de Microbiologia e Biotecnologia da divisão Ciclo do Combustível, co- financiada pela Comurhex (filial da Cogema), parece ter encontrado a solução para tratar efluentes muito ricos em nitratos. Seu nome: Pseu- domonaç halodenitrificanç, uma bactéria que na .falta de oxigênio respira nitratos e por oxirredução transforma - os em nitrogênio mole - cular, um elemento gasoso inerte. Este volta e m seguida para a at - mosfera, não apresentando perigo de poluição. A Pseudomonas halodenitrificanç pode degradar ininterruptamente mais de 40 kg di - ários de nitratos para um metro cú - bico de efluente. A cepa já se acha sob proteção industrial interna - cional junto do Instituto Pasteur. Também recebeu um registro de patente para proteger o processo de tratamento. ##### CONTACTOS: #### CEA I GRENOBLE DIRECTION DES SCIENCES DU VIVANT DEPARTEMENT DE BIOLOGIE MOLECULNRE ET STRUCTURALE JEAN-CLAUDE ROUX TEL. (4) 76.88.37.56. #### CEA I CADARACHE _A. VERMÉGLIO_ **TEL.** (4) 42.35.46. #### CEA I CADARACHE DIRECTION DU CYCLE DU COMBUSTIBLE SERVICE ETUDES **UES** PROCÉOÉS **_8._** WESNAINOU TEL. (4) 42.25.27.79. **_Technologies 'France' n D 2 7_** ### Franca - Flash MEIO AMBIENTE nu 9 **O Mediterrâneo renasce na reserva de Réderis** Encerrou-se no final do primeiro se- mestre o programa NATMAR. um amplo estudo de três anos sobre a reserva natural de Cerbère Banyuls (650 hectares de mar na costa ro - chosa dos Pireneus Orientais, ao sul de Perpignan. perto da fronteira es- panhola). Essa reserva marinha foi criada em 1974 e declarada zona de proteção estrita em 1981. Inclui um núcleo central (65 ha) acessível so- mente aos cientistas, em Réderis. Hoje, 15 anos depois, os pesquisa - dores fazem um balanço completo do impacto dessa primeira reserva marinha integral européia. Em Réderis, a fauna e a flora são abun - dantes, os peixes podem atingir a maturidade e reproduzir - se. o coral desenvolve - se, espécies em extin- çao ressurgem e multiplicam - se. Os cientistas consideram que as ati - vidades humanas são as grandes responsáveis pelos danos ao ecos - sistema marinho, especialmente ao do Mediterrâneo. O programa NATMAR foi coordenado pelo Labo - ratório Arago (CNRS- Universidade Pierre et Marie Curie, em Banyuls- sur-Mer); envolveu equipes dediver- sas universidades e do CNRS e foi financiado pelo Ministério do Meio Ambiente. _CNRS Info n"_ **_325_** **O gelo conta a história da poluição pelo cobre** A históriada poluição do Hemisfério Norte pelo chumbo havia sido reconstituída há três anos por uma equipe do Laboratóriode Glaciologia **e** Geofisica Ambienta1 (LGGE, CNRS-Universidade de Grenoble). Eles verificaram que dois mil anos antes da Revolução Industrial os gregos e os romanos já poluíam em grande escala a atmosfera do He- misfério Norte. Esses resultados fo - ram obtidos por análise de amostras de gelo do projeto GRIP (Geenland Ice Core Project), em Summit, Groenlãndia, entre 1990 e 1992. dentro de um programa europeu do qual a França participou. Depois de analisar o chumbo, a equipe do L.GGE mediu o cobre dessas mes - mas amostras glaciais. Os resulta- dos mostram que as precipitações de cobre antrópico sobre toda a ca - lota glacial da Groenlândia foram dez vezes maiores entre - 2.500 anos e a Revolução Industrial do que en - tre a Revolução Industrial e a atuali - dade. Esses trabalhos abrem caminho para uma abordagem quantitativa da paleometalurgia,que desempenhou um papel fundamen- tal no desenvolvimentodas socieda - des humanas. _CNRS_ **_Ido_** _n"_ **_323_** **Bactérias que precipitani** o **arsênico** As águas superficiais que brotam das áreas de extração mineral são ácidas e ricas em íons metálicos e elementos associados. Nesse meio extremo as únicas formas de vida #### são bactérias que podem desenvol- ver - se catalisando as reações de oxidação dos metais (ferro ferros em ferro férrico e sulfeto em sulfato). Na área mineira de Carnoulès (de - partamento de Gard. sulda França), abandonada há trinta anos, duas equipes da Universidade de Montpeilier descobriram, num riacho de águas ácidas (pH _2 , 5 - 3. 5 ) ,_ altlssimos teores de arsênico (100- 300 mg/l) e depósitos bacterianos estromatoiíticosextremamente ricos em arsênico (9 a 20%). Eles verifi - caram que bactérias dos tipos 7hiobacillus e Leptofhrix eram res- ponsáveis pela abundante precipita - ção dearseniatoférrico. O arsênico, que na forma solúvel (As3*)é um eie- mento altamente tóxico, é subtraído das águas e armazenado numa for - ma relativamente estável e menos tóxica (As5*). Por isso a água a jusante é mais pobre em arsênico e menos poluída. Os trabalhos con- centram-se agora em quantificar os fluxos de arsênico e suas variaçóes sazonais. Essa área constitui um la - boratório natural para o teste de #### métodos de combate bacteriano a poluição pelo arsênico. _CNRS Info n"_ **_320_** **Novo processo para reciclar embalagens de alumínio** Sacos de café em pó, tampas de io - gurte, latas de bebida: um número cada vez maior de embalagens ali- mentares é composto de alumínio associado a polimeros. Esses ma - teriais compósitos orgânicos tornam problemática a reciclagem do metal por fusáo direta. Por isso uma equi- peCEAdadivisaoCiclodoCombus- tivel, em colaboração com o centro de pesquisa do grupo Pechiney, criou um processo térmico para eii- minar tais polimeros antes da reci- clagem. Para testá - lo montou-se um "produto" composto de um comple- xo de alumínio mais um filme de polietileno, ligados por cola de poliuretano. O produto foi submeti- do a pirólise num forno tubuiar gira - tório contínuo, capaz de processar um quilo de matéria por hora. A 550°C de temperatura, em atmosfe - ra inerte ou pouco oxigenada, a maior paqe dos compostos orgáni- cos gaseificuu-se e separou - se do alumínio, que permaneceu sólido. Assim o estudo definiu as condições experimentais necessárias para se #### obter um sólido de boa qualidade em que o teor de carbono náo excede 2%, sendo que 85 a 95% do alumi- - ## Os boletins França-Flash (Saúde, Meio Ambiente, Agricultura e Tecnologia de Ponta), ### que o CENDOTEC edita e distribui regular e gratuitamente, têm como objetivos informar ### sobre a tecnologia e a ciência francesas e divulgar as atividades da cooperação técnico- ### científica entre o Brasil e a França. O CENDOTEC oferece também serviços de informação - via telefone, fax ou internet - sobre laboratórios de pesquisa, produção científica de pesquisadorese livros editados ### em língua francesa. __ _O CENDOTEC deseja_ _aos leitores de França - Flash_ _boas festas e feliz ano novo!_ #### CENDOTEC #### Centro Franco - Brasileiro de #### Documentação Técnica e Científica ### Av. Waldemar Ferreira, 204 #### 05501 - 000 São Paulo SP **IMPRESSO**