




























































































Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
Kalunga: [calunga] divindade secundária do culto banto. e retirar ... Fill in the parentheses with T (True) or F (False).
Tipologia: Notas de aula
1 / 381
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
COORDENAÇÃO GERAL
PROFESSORES AUTORES
UNIVERSIDADES ESTADUAIS
CIDADES E CURSOS
Ciências Contábeis Comunicação Social Administração Turismo Letras Letras Letras DireitoPedagogia Pedagogia Pedagogia Pedagogia Desenho Industrial Desenho Industrial Urbanismo Sistemas de Informação Química Engenharia de Produção Civil Nutrição Enfermagem Fonoaudiologia Fisioterapia Farmácia
, / Relações Públicas, , , / Língua Portuguesa e Literaturas, / Língua Inglesa e Literaturas, / Língua Espanhola e Literaturas, , / Anos Iniciais do Ensino Fundamental, / Gestão e Coordenação do Trabalho Escolar, / Educação Infantil, /Anos Iniciais do Ensino Fundamental, / Programação Visual, / Projeto de Produto, , , , , , , , e.
(Campus I)
Ciências Biológicas Matemática Análise de Sistemas Letras Letras Letras História Educação Física
, , , / Língua Portuguesa e Literaturas, / Língua Inglesa e Literaturas, / Língua Francesa e Literaturas, e .
(Campus II)
AgronomiaDireitoPedagogia Comunicaçã o Social
, , / Docência e Gestão de Procedimentos Educativos e / Jornalismo em Multimeios.
(Campus III)
Letras Letras HistóriaGeografia , Educação Física Direito.
/ Língua Portuguesa e Literaturas, / Língua Inglesa e Literaturas, , e
(Campus IV)
(Campus V) Letras Letras Letra s História Geografia Administração de Micro e Pequenas Empresas
/ Língua Portuguesa e Literaturas, / Língua Inglesa e Literaturas, / Língua EspanholaeLiteraturas, , ,. Letras Letras HistóriaGeografi a Matemática Ciências Biológicas
/ Língua Portuguesa e Literaturas, / Língua Inglesa e Literaturas, , , e.
(Campus VI)
(Campus VII) Matemática Ciências Biológicas Pedagogia Ciências Contábeis e Enfermagem
, , / Docência e Gestão de Procedimentos Educativos .
(Campus VIII) Pedagogia MatemáticaCiênciasBiológica s Engenharia de Pesca Direito
/ Docência e Gestão de Procedimentos Educativos, , , e.
(Campus IX)
EngenhariaAgronômicaPedagogia Ciência s ContábeisLetras CiênciasBiológicaseMatemática
, / Docência e Gestão de Procedimentos Educativos, , /LínguaPortuguesaeLiteraturas,.
(Campus X)
Letras Letras Pedagogi a Matemática Ciências Biológicas História
/ Língua Portuguesa e Literaturas, / Língua Inglesa e Literaturas, / Docência e Gestão de Procedimentos Educativos, , e.
História
/ Docência e Gestão de Procedimentos Educativos, / Língua Portuguesa e Literaturas e.
Comunicação Social/Radialismo.
Literaturas.
Enfermagem
, / Docência e Gestão de Procedimentos Educativos, e .
Programa Universidade para Todos
Secretaria da Educação do Estado da Bahia
LITERATURA
MÓDULO IV
1
Muito ainda há que se discutir sobre o que vem a ser literatura afro-brasileira. Trata-se de um conceito que vem sendo construído ao longo de séculos de produção literária e ocupando as disciplinas literárias da academia com mais vigor nas últimas décadas. A literatura afro-brasileira não é um privilégio do século XX. O professor Eduardo Assis Duar- te aponta nomes dos séculos XVIII, como Domingos Caldas Barbosa, e, no século XIX, a maranhense Maria Firmina dos Reis e Luiz Gama. A literatura afro-brasileira permeia diversos períodos li- terários, mantendo-se literatura afro-brasileira dentro de di- versos períodos que denominamos de literários. Luiz Gama e Maria Firmina dos Reis, autora do primeiro romance afro-bra- sileiro, escreveram no período literário denominado Roman- tismo, contudo com um viés diferenciado da estética domi- nante. Na contemporaneidade, podem-se citar nomes como José Carlos Limeira, Lande Onawale, Abdias do Nascimento, Solano Trindade, Lima Barreto e Carolina de Jesus. Outros autores, apesar de polêmicas discordâncias, podem ser lidos como literatura afro-brasileira, a exemplo de Ildásio Tavares, Carlos Vasconcelos Maia, João Ubaldo Ribeiro e Jorge Ama- do. Neste sentido, podemos dizer que os escritores citados teriam obras enquadradas no que entendemos por literatura afro-brasileira. Vamos aos itens apontados por Eduardo Assis Duarte, como definidores da Literatura Afro-brasileira:
⇒ O negro deve ser o principal tema; ⇒ Pode contemplar o resgate da história do povo negro na diáspora; ⇒ Denúncia da escravidão e suas consequências; ⇒ Glorificação de heróis negros; ⇒ Desconstrução do discurso colonial branco que pretende apagar a história de culturas negras; ⇒ Trabalha e valoriza a mitologia dos orixás, inquices e vo- duns transplantada para o Brasil; ⇒ Trabalha a exclusão negra na modernidade.
Fala-se de uma literatura construída por autores negros e de autoras negras, contudo não pode ser entendido por negro
ou por negra apenas aquele ou aquela de pele negra. Ser ou não ser negro, branco ou índio é uma questão de identidade e identificação. Neste caso o ser humano é o que ele diz que é. A questão é ultrapassarmos os limites da cor de pele e penetrarmos nos territórios da assunção da identidade e da cultura. Para inscrever-se nos vestibulares da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) nas cotas para afro-descendentes, basta a declaração do inscrito, afinal qual branco, na Bahia ao menos, garante que não tem um ancestral negro? Dentro deste pensamento, ainda estamos fazendo a análise a partir da questão genética, sem levarmos em consideração nossos hábitos e nossa cultura. Em 06 de junho de 2007 a Revista Veja publicou uma matéria intitulada “Raça não existe”. Só para esclarecer e em negrito, todos são da raça humana, então o que a VEJA quer dizer é que não existem raças humanas. Podemos falar de grupos étnicos diferentes, mas de raça apenas a humana. Contudo, existe o racismo, que é o preconceito contra pes- soas de grupos étnicos diferentes. Este tipo de preconceito é mais latente a partir da cor da pele e de características do fenótipo e da cultura. O preconceito contra religiões de matriz africana é uma das faces do racismo. Voltando à questão da matéria da Revista VEJA, que pode ser vista no http://veja.abril.com.br/060607/p_082.shtml, ela chama a atenção para o fato de a Universidade de Brasília (UNB) ter avaliado que os gêmeos idênticos Alex Teixeira Cunha e Alan Teixeira Cunha, filhos de pai negro e mãe bran- ca, não são ambos negros ou brancos. Explicando melhor: Alex foi classificado como branco e Alan como negro. Daí, voltamos à questão da autoria da literatura afro-brasileira, cor de pele e fenótipo não podem ser determinantes para o au- tor ou a autora ser considerado(a) negro ou negra. É preciso considerar outros aspectos, principalmente a assunção.
3. Ponto de Vista 3.1 valorização das características da cultura negra; 3.2 aparição dos elementos negros como nobres, mesmo que diferentes dos elementos não brancos; 3.3 defesa da cultura negra e/ou dos elementos negros na miscigenação; 3.4 apreciação do sentido negro.
O QUE É LITERATURA AFRO-BRASILEIRA?
Programa Universidade para Todos
Secretaria da Educação do Estado da Bahia
MÓDULO IV
LITERATURA
2
4. Linguagem ⇒ ritmos, entonações, opções vocabulares em sua maioria de línguas africanas; ⇒ reversão de valores 5. Público ⇒ Produção de textos para um público específico.
Necessariamente não precisamos comungar com todos os itens transcritos a partir do texto do professor Eduardo Assis Duarte, contudo já temos uma possibilidade de guia.
GLOSSÁRIO Assunção: ação ou resultado de assumir. Comungar: ter os mesmos ideais políticos, os mesmos princípios etc.; participar. Diáspora: dispersão de povos, por motivos políticos ou religiosos. Discordâncias: desacordos, discrepâncias, disparidades, despro- porções, incompatibilidades. Fenótipo: nome dado a cada um dos seres (animais e vegetais) que têm o mesmo aspecto geral de outros da mesma espécie, diferindo dela apenas por certos caracteres exteriores resultantes de condi- ções mesológicas. Inquices: orixás, nos candomblés de Angola e do Congo. Latente: diz-se da atividade ou caráter que, em certo momento, não se manifesta, mas que é capaz de se revelar ou desenvolver quando as circunstâncias sejam favoráveis ou se atinja o momento próprio para isso; que não se vê, que está oculto. Matriz: que dá origem. Permeia: atravessa, fura, penetra. Voduns: denominação genérica das divindades de origem jeje cor- respondentes aos orixás iorubanos.
ATIVIDADES
Leia os poemas abaixo, pesquise sobre os autores e res- ponda:
Padê de Exu Libertador Abdias do Nascimento [...]
Invocando estas leis imploro-te Exu plantares na minha boca o teu axé verbal restituindo-me a língua que era minha e ma roubaram
sopre Exu teu hálito no fundo da minha garganta lá onde brota o botão da voz para que o botão desabroche se abrindo na flor do meu falar antigo por tua força devolvido monta-me no axé das palavras prenhas do teu fundamento dinâmico e cavalgarei o infinito sobrenatural do orum percorrerei as distâncias do nosso aiyê feito de terra incerta e perigosa
GLOSSÁRIO Padê: sm ( ioruba padé ) 1 Cerimônia em honra a Exu, e que antecede as festas do candomblé. 2 Reg (Bahia) Folc Homenagem a Exu, antes de qualquer cerimônia do candomblé, para que ele não estrague a festa. P.-de-exu: desjejum que se oferece ao Exu, antes do início das cerimônias nos candomblés; é constituído de pipoca com azeite-de- -dendê, seu alimento preferido. Exu: no candomblé é o orixá dono das encruzilhadas, e o guardião dos umbrais, (porta de entrada das casas) e mensageiro entre os homens e os orixás. Axé: força, energia, valor. Chamam-se também os “terreiros” de can- domblé mais “fortes”. Orum: espaço invisível. Aiyê: na mitologia yoruba, é a Terra ou o mundo físico, paralelo ao Orun.
Lande Onawale
A memória do mar me atravessa... está cravada em mim como os ferros da grande árvore inesquecível, são meus poros, são as voltas da muzenza contornando os cemitérios
As ondas que me fazem deixam pegadas belas e pro- fundas entre o mar de Luanda e os meus olhos de poeta... mas vejo crustáceos perigosos nas pedras que calçam meu passado, vejo tubarões famintos rodando praias abissais.
Há, sim, densas névoas sopradas pelo oceano... e nestas brumas vem uma revolta!
Programa Universidade para Todos
Secretaria da Educação do Estado da Bahia
MÓDULO IV
LITERATURA
4
lascas de suor, cortes de chicotes, cheiro de fogão entradas de serviço. Precisamos fazer algo sim para que ao invés do paternalismo brutal da gentil princesinha haja a liberdade de podermos realmente abrir a porta desta senzala para fazer a festa da cor real do som dos atabaques de danças e corpos que rasgarão a noite, os tempos no verdadeiro canto da ABOLIÇÃO que ainda não houve.
a) Os três poemas demonstram preocupação com a utiliza- ção de léxicos africanos; b) Trata-se de três autores negros; c) Landê e José Carlos Limeira são baianos; d) Abdias do nascimento recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB); e) Todas as Alternativas estão corretas.
GLOSSÁRIO Atabaques: Instrumentos em número de três, batizados assim: “rum”, “rumpi”., “lê”. São instrumentos considerados sagrados sem os quais dificilmente haverá a festa.
⇒ Aproveite o glossário e construa um minidicionário de palavras africanas.
2. A VANGUARDA ARTÍSTICA EUROPEIA
Movimento liderado pelo italiano Filippo Tommaso Ma- rinetti, que teve seu primeiro manifesto publicado em 20 de fevereiro de 1909. Entre as características do Futurismo, po- demos citar: ⇒ Destruição do passado; ⇒ Exaltação da vida moderna;
⇒ Exaltação da máquina, da eletricidade; ⇒ Exaltação à velocidade; ⇒ Identificação total do movimento com seu líder; ⇒ Adesão de Marinetti ao Fascismo de Mussolini.
Em 1912, surge O Manifesto Técnico da Literatura Futu- rista , o qual possuía as seguintes propostas: ⇒ Destruição da sintaxe; ⇒ Disposição aleatória dos substantivos; ⇒ Desprezo dos adjetivos, dos advérbios e da pontuação; ⇒ Utilização de sinais musicais e matemáticos.
Inicialmente desenvolvido na pintura através de Pablo Picasso e Georges Braque (1907), valoriza as formas geo- métricas. Primavam pela recomposição e decomposição do real e não sua cópia. Na literatura, o Cubismo nasceu com o manifesto-síntese de Guillaume Apollinaire em 1913. Ele pregava a aproximação das várias expressões artísticas. Preocupava-se com a dis- posição gráfica do texto, o que acabou influenciando poetas como Oswald de Andrade e a poesia concreta da década de
Nascido em 1916, em Zurique, na Suíça, foi liderado por Tristan Tzara, que escreveu o manifesto em 1918. Os dadaís- tas negavam o passado, o presente e o futuro e experimenta- vam a falta de perspectiva diante da Primeira Grande Guerra. A definição para o dadaísmo é o nada. Só se propunha a des- truição e ia-se em busca do mundo mágico. Não se acredita- va na civilização que não evitava a guerra. É muito conhecida a receita dadaísta para a construção de um poema. Vamos a ela novamente, vale a pena lembrar.
Receita de poema dadaísta Pegue um jornal. Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do
Programa Universidade para Todos
Secretaria da Educação do Estado da Bahia
LITERATURA
MÓDULO IV
5
apenas raras manifestações expressionistas. É augusto dos Anjos o grande exemplo expressionista brasileiro.
GLOSSÁRIO Aleatória: que depende de acontecimentos incertos, favoráveis ou não a um determinado evento; eventual, fortuita, incerta. Dissidente: que dissente, diverge, não concorda, não se conforma; separado. Fascismo: sistema nacional, antiliberal, imperialista e antidemocrá- tico, fundado na Itália por Mussolini e que tinha por emblema o fas- cio, isto é, o feixe de varas dos lictores romanos. Melancolia: estado de humor caracterizado por uma tristeza vaga e persistente. Sintaxe: parte da gramática que ensina a dispor as palavras para formar as orações, as orações para formar os períodos e parágrafos, e estes para formar o discurso. Verso livre: verso sem uma forma fixa; verso que não obedece a regras.
Durante os dias 13,15 e 17 de fevereiro de 1922, foi rea- lizada a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo. O intuito do evento era conectar a cultura brasileira com as vanguardas europeias e, concomitantemente, res- gatar a consciência de brasilidade. Tratava-se, também, de um movimento político e social que pretendia mexer com os costumes da nação, além de, inicialmente, ter sido concebi- da como um protesto das festividades oficiais do centenário da Independência. Ela conseguiu ser a prenunciadora de um estado de espírito nacional já discutido por outros autores como Lima Barreto, que iria falecer nove meses depois e não participou da Semana. Um evento de tamanha importância teve o apoio de um membro da Academia de Letras, o escritor Graça Aranha. O suporte financeiro foi dado pela alta burguesia paulistana, li- derada por Paulo Prado, membro da importante família Silva Prado. Em contrapartida, tinha o protesto da pequena burgue- sia retrógrada e conservadora. Vejamos alguns dos nomes que participaram e propor- cionaram o evento: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Graça Ara- nha, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Villa Lobos e Ronald Carvalho.
Tamanho que você desejar dar a seu Poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção Algumas palavras que formam esse Artigo e meta-as num saco. Agite suavemente. Tire em seguida cada pedaço um Após o outro. Copie conscienciosamente na ordem em que as palavras são tiradas Do saco. O poema se vai parecer com você. E ei-lo um escritor infinitamente original E de uma sensibilidade graciosa, ainda Que incompreendido do público.
André Breton, poeta francês, dissidente do Dadaísmo, lança em Paris, em 1924, o Movimento Surrealista. O mo- vimento tinha como norte a verificação do mundo interior, a liberação do inconsciente e a valorização do sonho. Tais características o deixam mais próximo do Expressionismo. O pintor Salvador Dalí é um dos maiores nomes do Surrealis- mo, sendo sua obra fortemente influenciada por Freud. Com a adesão de Breton ao marxismo, o surrealismo se divide em comunistas e não-comunistas, pois muitos não admitiam o engajamento da arte. Na literatura, pregava-se a escrita automática, o registro por impulso daquilo que lhe viesse à cabeça. Este método pretendia atingir a realidade do inconsciente e do subcons- ciente. Por cultuarem a melancolia e a tristeza aproximavam- -se dos românticos e dos simbolistas.
Com maior desenvolvimento na pintura, procurou-se continuar o trabalho iniciado por Van Gogh, Cézanne e Gau- guin. O expressionismo surgiu em 1910 na Alemanha, pre- ocupava-se com as manifestações do mundo interior, suas materializações na tela ou no papel. No Brasil, Anita Malfatti é a grande representante deste estilo. Após dois anos de es- tudos na Alemanha, ela volta ao Brasil e faz duas exposições, uma em 1914 e outra em 1917. Esta última impulsionou a ideia da Semana de Arte Moderna. Na literatura brasileira, há
Programa Universidade para Todos
Secretaria da Educação do Estado da Bahia
LITERATURA
MÓDULO IV
7
param quando a pianista Guiomar Novaes sobe ao palco; ⇒ Villa-Lobos se apresenta de chinelos e apoiado em um guarda-chuva.
17/02/ ⇒ Villa-Lobos se apresenta sob pequeno número de vaias, contudo, a maioria pede silêncio para ouvir o músico; ⇒ Logo depois, lança-se a revista Klaxon , divulgando as produções da nova escola.
GLOSSÁRIO
Achincalhasse: chacoteasse, escarnecesse, ridicularizasse, zom- basse de. Alicerces: bases, fundamentos, raízes. Caricaturas: representações pictóricas ou descritivas, que exageram jocosamente as peculiaridades ou defeitos de pessoas ou coisas; imitações cômicas ou ridículas. Concomitantemente: que se verifica ao mesmo tempo que outro. Contrapartida: parte que é, simultaneamente, correspondente e oposta a outra. Desdém: desprezo com orgulho; menosprezo; desafetação, desali- nho, simplicidade. Ideário: coletânea de ideias políticas, científicas, econômicas, so- ciais etc. Prenunciadora: aquela que anunciar antecipadamente; prediz. Pseudônimo: nome falso ou suposto. Recital: sessão em que se recitam composições literárias em prosa ou em verso. Retrógrada: que retrograda; que anda para trás. Satirizava: criticava, fazendo objeto de sátiras Semanário: periódico que se publica uma vez cada semana.
Este período é marcado pela necessidade de afir- mação do movimento. Em 1942, Mário de Andrade profere uma conferência sobre a Semana de 1922, quando se refere ao período compreendido entre 1922 e 1930 como “[...] oito anos [...] na maior orgia intelectual”. Foi um período repleto de publicações. Entre os impressos, havia obras literárias, revistas e manifestos. Vamos aos exemplos: ⇒ Mário de Andrade: Paulicéia Desvairada (1922), Amar, Verbo Intransitivo (1927), Macunaíma (1928); ⇒ Oswald de Andrade: Memórias Sentimentais de João Miramar (1923); ⇒ Manuel Bandeira: Ritmo dissoluto ;
⇒ Cassiano Ricardo: Vamos caçar papagaios (1926), Mar- tim Cererê (1928); ⇒ Plínio Salgado: O estrangeiro (1926); ⇒ Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda (1927);
Revistas ⇒ Klaxon (1922); ⇒ Estética (1924 – RJ): responsáveis Prudente de Morais e Sérgio Buarque de Holanda; ⇒ A Revista (1925 – MG) com a participação de Carlos Drummond de Andrade; ⇒ Madrugada (1925 – RS); ⇒ Terra Roxa e Outras Terras (1927 – SP); ⇒ Verde (1927 – Cataguazes – MG); ⇒ Festa (1927 – RJ); ⇒ Revista Antropofágica (1928 – SP), que divulgava as ideias antropofágicas de Oswald de Andrade.
Dentre os movimentos e manifestos da Primeira fase do Modernismo brasileiro devemos destacar os seguintes: ⇒ Manifesto da Poesia Pau-Brasil e o Movimento Antropofá- gico, liderados por Oswald de Andrade; ⇒ Movimento Nhenguaçu Verde-Amarelo e a Escola Anta, tendo como membros Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo; ⇒ Manifesto Regionalista de Gilberto Freire.
O Manifesto da Poesia Pau-Brasil, publicado em 18 de março de 1942 no jornal Correio Brasiliense , pretendia fazer uma poesia de exportação, ao invés de importar a maneira do poetar da Europa. O intuito era demonstrar a insatisfação com a cultura acadêmica e a hegemonia cultural europeia no Brasil. A saída seria uma poesia primitiva que aceitasse o passado cultural brasileiro e a realidade da terra. Contrapondo-se ao Manifesto da Poesia Pau-Brasil, o movimento Verde-Amarelo surge em 1925 e, depois, em 1927, transforma-se na Escola Anta. Os lideres verde-ama- relo foram Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo. Esta corrente tinha o naciona- lismo ufano, xenófobo e com tendências ao nazi-fascismo. Já o Manifesto Antropofágico trouxe a idéia de deglutição cultural. Poderíamos nos alimentar com influências estrangei- ras e misturar a nossa realidade, surgindo um verdadeiro pro- duto antropófago. O movimento Tropicalista (1967), liderado por Caetano Veloso, Gil, Gal Costa, Capinam, Torquato Neto e pelo maestro Rogério Duprat inspirou-se na antropofagia
Programa Universidade para Todos
Secretaria da Educação do Estado da Bahia
MÓDULO IV
LITERATURA
8
Nesta fase, o Modernismo firma-se como tendência literária. Alguns autores da Primeira fase continuam pro- duzindo e surgem outros nomes. Entre estes houve aqueles que já tinham aderido à Semana de 1922, mas não possuíam obra lançada, como é o exemplo de Carlos Drummond de Andrade. A obra do poeta mineiro, Alguma Poesia (1930), é o marco inicial da segunda fase do modernismo, que se encera em 1945 com a morte de Mário de Andrade. Para efeito didático, alguns estudiosos assim dividem a prosa de 1930. A Prosa Regionalista foi inaugurada em 1928, com o ro- mance A bagaceira de José Américo de Almeida. Apesar de termos obras que tratam das realidades do Sul e da Amazô- nia, o Nordeste brasileiro é o palco de inspiração. Essa tendência não é propriamente uma iniciativa inédita em nossas letras, o Romantismo inaugurou o regionalismo e tivemos experiências no Realismo / Naturalismo e no Pré- -modernismo. No Modernismo o regionalismo tinha feição própria, preocupava-se com a linguagem do homem da terra e tinha uma forte influência socialista. Entre os grandes nomes, citamos: Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Jorge Amado e Graciliano Ramos.
⇒ Crise da política do Café-com-leite; ⇒ Modernização dos engenhos; ⇒ Industrialização; ⇒ Quebra da bolsa de Nova Iorque (1929); ⇒ Revolução de 1930.
Prosa Urbana Mais uma vez percebemos um resgate, em certa medida, do Romantismo e do Realismo / Naturalismo. Afinal, Alencar já havia feito romances urbanos e o Realismo / Naturalismo não ficou para trás. Vale lembrar que, apesar de já termos esse tipo de romance em períodos anteriores de nossas le- tras, os modernistas tinham suas características próprias. Entre os autores, destacam-se Érico Veríssimo, no início da carreira, e Marques Rabelo.
Prosa Intimista Também conhecida como sondagem psicológica, tem influência da teoria psicanalítica de Freud. Os textos são vol-
oswaldiana. O Manifesto Regionalista foi, na verdade, pronuncia- mentos proferidos do 1º Congresso Regionalista em 1926. O evento foi realizado em Recife sob o comando de Gilberto Freire. O grupo pedia a utilização da cultura nordestina como inspiração para produção artística.
⇒ 1911 – O presidente da República Hermes da Fonseca encaminha política para acabar com as oligarquias ca- feeiras. ⇒ 1912 – Greves operárias em São Paulo. ⇒ 1913 – União de Padre Cícero com os coronéis contra o governo do Estado do Ceará. ⇒ 1914 – Volta da política do Café-com-Leite com a eleição de Venceslau Brás; Início da Primeira Guerra Mundial. ⇒ 1915 – A Confederação Operária Brasileira promove o Congresso Internacional da Paz. ⇒ 1916 – Aumentam as greves operárias. ⇒ 1922 – Fundação do Partido Comunista. ⇒ ⇒ — Algumas características da Primeira Fase do Moder- nismo ⇒ Produção com versos livres e limitação do uso de formas fixas; ⇒ Utilização do coloquialismo; ⇒ Ordenação das idéias de maneira caótica para formar as colagens ou o não-linearismo; ⇒ Abolir a pontuação para desconstruir a gramática norma- tiva; ⇒ Combate diante dos falsos valores; ⇒ Metalinguagem; ⇒ Utilização de frases curtas e preferência pelas orações coordenadas; ⇒ Paródia de texto da literatura brasileira; ⇒ Colocar na literatura as conquistas do progresso; ⇒ Valorizar o cotidiano; ⇒ Nacionalismo Ufanista (Grupo Verde-Amarelo e Grupo Anta); ⇒ Nacionalismo Crítico (Pau-Brasil e Antropofagia); ⇒ Poema piada; ⇒ Mistura de poesia e prosa; ⇒ Poesia tratando de assuntos que eram considerados não dignos da poesia.
Programa Universidade para Todos
Secretaria da Educação do Estado da Bahia
MÓDULO IV
LITERATURA
10
qualidades do primeiro livro_._ O grande sucesso, porém, veio em 1976, quando publicou Essa terra , narrativa de fortes pin- celadas autobiográficas que aborda a questão do êxodo rural de nordestinos em busca de uma vida melhor nas grandes metrópoles do Sul, principalmente São Paulo. Hoje considerada uma obra-prima, Essa terra ganhou uma edição francesa em 1984, abrindo o caminho para a carreira internacional do escritor baiano, que hoje tem seus livros publicados em Cuba, na Argentina, França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Estados Unidos, Israel, Holanda, Espanha e Portugal. Em 2001 a Editora Record lançou uma reedição comemorativa (25 anos) de Essa Terra. Torres, porém, não restringiu seu universo ao interior do Brasil. Passeia com a mesma desenvoltura por cenários rurais e urbanos, como em Um cão uivando para a Lua , Os homens dos pés redondos , Balada da infância perdida e Um táxi para Viena d’Áustria. Em 1997, Torres decidiu retornar ao tema e aos persona- gens do consagrado Essa terra. Vinte anos depois, narrador e protagonista voltam à pequena Junco em O cachorro e o lobo , para encontrar uma cidade já transformada pela chega- da do progresso. É um romance de fina carpintaria literária que foi saudado pela crítica, tanto no Brasil como na França, onde foi publicado em 2001. Foi condecorado pelo governo francês, em 1998, como “Chevalier des Arts et des Lettres”, por seus romances pu- blicados na França até então ( Essa terra e Um táxi para Viena d’Áustria ). Em 2000, ganhou o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da sua obra. Em 2001, foi o vencedor (junto com Salim Mi- guel por Nur na escuridão) do Prêmio Zaffari & Bourbon, da 9a. Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, RS, por seu romance Meu querido canibal , no qual Torres se debruça sobre a vida do líder tupinambá Cunhambebe, o mais temido e adorado guerreiro indígena, para traçar um painel das primeiras décadas da história brasileira.
Dando seqüência às suas pesquisas históricas, ele escre- veu o romance O nobre seqüestrador , que trata da invasão francesa ao Rio de Janeiro em 1711, comandada por René Duguay-Trouin, o corsário de Luis XIV, que sequestrou a ci- dade durante 50 dias, até que lhe fosse pago um alto resgate para que ela fosse devolvida a seus habitantes. O nobre se- qüestardor foi finalista no Prêmio Zaffari & Bourbon de 2003.
Em 2006, Antônio Torres publicou o romance Pelo fundo da agulha , com o que fechou uma trilogia iniciada com Essa ter-
oportunidade de vivenciar vários conflitos entre os coronéis da região do cacau, o que utilizaria para construir boa parte de suas obras da chamada primeira fase, que começa em 1927, com O País do Carnaval , e vai até a publicação de Pas- tores da Noite. É claro que essa divisão da obra amadiana é uma possibilidade dentre tantas estabelecidas por vários teóricos. Entre 1936 e 1937, foi preso pelo Estado Novo de Ge- túlio Vargas. Amado era filiado ao partido comunista e seus romances tinham uma veia social muito intensa, o que provo- cava a ira dos ditadores de plantão. Na segunda fase amadia- na, denominada de carnavalizadora, o autor confere atenção especial à Cidade de Salvador e à cultura afro-brasileira e à afro-baiana. Dentre as obras que inspiraram filmes cinemato- gráficos e produções televisivas, as que mais empolgaram o público tratavam da cultura afro-baiana. Apesar de se declarar ateu e agnóstico, Jorge Amado era ogã e obá do orixá Xangô, um dos doze ministros do rei Xan- gô. Há nas universidades e entre demais intelectuais vários estudos da obra amadiana. Aqui mesmo no nosso estado te- mos uma rica produção sobre o mais famoso filho de Oxóssi. Para saber mais sobre o autor, basta visitar a Fundação Casa de Jorge Amado no Pelourinho, na cidade do Salvador.
Confira os festejos dos 100 anos de Jorge Amado http:// www.fundacaojorgeamado.com.br/
“Antônio Torres nasceu no pequeno povoado do Junco (hoje a cidade de Sátiro Dias), no interior da Bahia, no dia 13 de setembro de 1940. Ainda menino, mudou-se para Alagoi- nhas para fazer o Ginásio, mais tarde foi parar em Salvador, capital baiana, onde se tornou repórter do Jornal da Bahia. Aos 20 anos transferiu-se para São Paulo, empregando-se no diário Última Hora. Lá, mudou de ramo e passou a traba- lhar em publicidade. Viveu por três anos em Portugal e atual- mente dedica-se exclusivamente à atividade literária e mora em Itaipava, Petrópolis, RJ depois de viver no Rio de Janeiro por várias decádas. É casado com Sonia Torres, doutora em literatura comparada, professora da Universidade Federal Flu- minense (UFF), e tem dois filhos,Gabriel e Tiago. Aos 32 anos, Antônio Torres lançou seu primeiro roman- ce, Um cão uivando para a Lua , que causou grande impac- to, sendo considerado pela crítica “a revelação do ano”. O segundo “Os Homens dos Pés Redondos”, confirmou as
Programa Universidade para Todos
Secretaria da Educação do Estado da Bahia
LITERATURA
MÓDULO IV
11
ra e prosseguida com O cachorro e o lobo. Este livro foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti e finalista do Prêmio Zaffari & Bourbon, da Jornada Literária Nacional de Passo Fundo.
Em resumo: autor premiado, com várias edições no Brasil e traduções em muitos países, Antônio Torres é um dos nomes mais importantes da sua geração, com um obra expressi- va que abrange 11 romances, 1 livro de contos, 1 livro para crianças, 1 livro de crônicas, perfis e memórias. Além de dois projetos especiais (O centro das nossas desatenções, sobre o centro do Rio de Janeiro - e que rendeu um documentário para a TV Cultura, São Paulo -, e O circo no Brasil, da sé- rie História Visual, da Funarte, Fundação Nacional de Arte).
Para maiores informações: www.record.com.br” Fonte deste texto www.antoniotorres.com.br
GLOSSÁRIO
Agnóstico: seguidor de qualquer doutrina que afirma a impossibili- dade de conhecer a natureza última das coisas. Ateu: indivíduo que não crê na existência de Deus; ateísta. Autobiográficas: relativas à autobiografia. Narração da vida de uma pessoa, escrita por ela própria. Condecorado: que, ou o que tem ou ostenta condecoração. Nobili- tado, realçado. Corsário: pirata. Debruça: curva, inclina para frente. Desenvoltura: falta de acanhamento; desembaraço. Agilidade; viva- cidade. Êxodo rural: ato de emigrar, saída dos habitantes do campo para a cidade. Ogã: protetor do culto do candomblé baiano. Protagonista: pessoa que, de qualquer acontecimento ou qualquer obra literária, desempenha ou ocupa o primeiro lugar. Restringiu: diminuiu, encurtou, limitou, reduziu.
7.1 Atividades Módulo 1
c) Xenofilia
PÁGINA 03-
e) as alternativas b, c e d estão corretas.
PÁGINA 04 03 - d) as alternativas a e b estão corretas.
PÁGINAS 04-
04 - Espera-se que o estudante identifique e discuta as ações racistas e etnocêntricas de Nilo Argolo. Preferencialmente que seja aberto um debate e que os posicionamentos dos estudantes sejam discutidos. PÁGINA 05 05 - O prior dos Franciscanos é um exemplo de exercício da alteridade positiva ao contrário de Nilo Argolo.
PÁGINA 05 06 – O comportamento é correto e promovedor da alteridade positiva, mas é preciso ouvir os alunos.
PÁGINA 05 07 - Apesar de não termos na citação estereótipos visíveis poderemos elencar uma série deles: preguiça; marginalidade; pouca inteligência; falta de educação.
PÁGINA 05 08 - Apenas alguns: perseguição ao povo do candomblé; dia- bolização do candomblé; violência física ao povo negro.
01 – Esta questão deverá ser orientada, respeitando os limites da interpretação.