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MODULO 1 DO CRF DO CURSO DE DOENÇAS RESPIRATORIAS
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
2020 ConselhoFederaldeFarmácia. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra desdeque citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. Venda proibida.
Segundo a Food and Drug Administration (FDA), todos os termômetros aprovados para uso têm certa pre- cisão e acurácia se usados corretamente (Krinsky et al., 2014). Portanto, executar e informar ao paciente sobre a técnica correta de cada aparelho é importante para garantir uma mensuração com resultados mais próximos possíveis da temperatura corporal interna.
A seguir são apresentados os diferentes termômetros disponíveis no mercado, as técnicas de uso e hi- giene. Recomenda-se selecionar a técnica de mensuração e o termômetro que impliquem em menor contato possível entre o profissional e o paciente.
a. Técnica de uso
b. Técnica de higiene
Use uma haste flexível com álcool etílico a 70% (p/p) para limpar o sensor. O restante do termômetro deve ser limpo com algodão umedecido com álcool e mater em contato por pelo menos um minuto. Assegure-se de
Sensor Visor Botão start Botão liga/desliga
2020 ConselhoFederaldeFarmácia. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra desdeque citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. Venda proibida.
que não entre qualquer líquido no interior do aparelho. Não utilize produtos de limpeza abrasivos ou diluentes para limpar o termômetro e nunca o mergulhe em água ou em qualquer outro líquido. Remova a bateria, caso não vá utilizá-lo por longo período.
c. Via para mensuração
Temporal.
a. Técnica de uso
b. Técnica de higiene
Lave o termômetro com água e sabão. Em seguida, mergulhe a ponteira (bulbo) em álcool etílico a 70% (p/p) por pelo menos um minuto e seque-a com algodão. Qualquer outro produto químico pode danificar o acessório. Não coloque o termômetro em água fervente.
Para uso profissional desse termômetro, em alguns países utiliza-se revestimento descartável a cada aten- dimento.
c. Vias para mensuração
Axilar e oral.
Termômetro de vidro deve ser utilizado com muito cuidado, em razão do risco de quebra.
a. Técnica de uso
Botão liga/desliga Visor
Sensor
Coluna
Bulbo
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Sensor de medição
Visor
Botão liga/desliga
b. técnica de higiene
Use uma haste flexível com álcool etílico a 70% (p/p) para limpar o sensor. O restante do termômetro deve ser limpo com algodão umedecido com álcool e deixado em contato por pelo menos um minuto. Assegure-se de que não entre qualquer líquido no interior do termômetro. Não utilize produtos de limpeza abrasivos ou diluentes para limpar o termômetro e nunca o mergulhe em água ou em qualquer outro líquido. Remova a bateria, caso não vá utilizá-lo por longo período.
c. Via para mensuração
Timpânica.
a. Técnica de uso
b. Técnica de higiene
Mergulhe a borracha da chupeta por pelo menos um minuto em álcool etílico a 70% (p/p), retire e seque com guardanapo. Qualquer outro produto químico pode danificar o acessório. Não coloque esse produto em água fervente.
c. Via para mensuração
Oral.
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a. Técnica de uso
b. Técnica de higiene
Não se aplica, pois é descartável.
c. Vias para mensuração:
Axila, peito ou testa.
A monitorização da temperatura corporal é indispensável para a avaliação do paciente. A seguir estão descritas as técnicas de mensuração da temperatura para as diferentes vias.
Técnica Axilar
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O Comitê Centro de Operações em Saúde Pública no Boletim Epidemiológico 5 indica que temperatu- ra de 37,5oC é considerada febre sem especificar a via de mensuração (MS, Boletim 05, 14/03/2020). Ressalta ainda que, na impossibilidade de mensurar, os profissionais devem considerar a febre relata- da pelo paciente. Alerta ainda que pacientes jovens, idosos, imunossuprimidos ou que em algumas situações possam ter utilizado medicamento antipirético a febre pode não estar presente. Recomen- da que nestas situações, a avaliação clínica deve ser levada em consideração e a decisão deve ser registrada na ficha de notificação.
Os valores considerados para definição de febre, segundo as diferentes vias de mensuração, estão descri- tos na Tabela 1. Durante a elaboração deste guia de prática clínica observou-se a falta de consenso na literatura quanto aos valores de temperaturas por vias de mensuração, indicação do termômetro ideal e lugar para me- dida da temperatura (Del bene, 1990; Sund-Levander; Forsberg; Wahren, 2002; El-Radhi; Barry, 2006; Kasper et al., 2016). Apesar de a medida da temperatura por via retal ser considerada a de referência, não se recomenda esse modo de medi-la em farmácias em razão de risco de quebra do termômetro, descon- forto e inconveniên- cia. (El-Radhi; Barry, 2006; Mazerolle et al., 2011; Krinsky et al., 2014).
Tabela 1 - Valores para determinação de febre segundo diferentes vias de mensuração
procedimento de mensuração Normotermia Febre Retal 36,6^0 C a 38^0 C > 38,0^0 C Oral 35,5^0 C a 37,5^0 C > 37,5^0 C Auxiliar 34,7^0 C a 37,4^0 C > 37,4^0 C
Temporal 36,6^0 C a 37,8^0 C
38,1^0 C (0 a 2 meses) 37,9^0 C (3 meses até 4 anos) 37,8^0 C (> 4 anos) Timpânica 35,7^0 C a 37,8^0 C > 37,8^0 C
A via de mensuração mais usada é a axilar e, embora seja mais fácil de medir (em comparação com regis- tros orais ou retais), é uma estimativa menos precisa da temperatura interna corporal e tem forte influência de fatores do meio ambiente. Apesar disso, a medida da temperatura axilar é recomendada em neonatos por causa do risco de perfuração do intestino com o termômetro utilizado por via retal (El-Radhi; Barry, 2006; Le- duc; Woods, 2015).
A precisão da medida de temperatura por via oral situa-se entre a da axilar e a retal. Sugere-se que a preci- são aumenta principalmente pelo cumprimento e pela capacidade de usar a técnica adequada (Leduc; Woods, 2015). É importante saber que a via oral tem influência da ingestão recente de alimentos ou bebidas frias e quentes, do uso de cigarro, da posição do termômetro e da respiração. Por isso, a utilização dessa técnica ne- cessita de atenção e instruções corretas ao paciente (Mazerolle et al., 2011). Crianças não seguram facilmente o termômetro na boca, o que também afeta a medida por essa via (Krinsky et al., 2014).
A mensuração, por proximidade da membrana timpânica, detecta a radiação térmica emitida pela via auri- cular, que é proporcional à temperatura da membrana. Pode haver variedade nas medições em razão da estru- tura do canal auditivo e da posição do sensor (Leduc; Woods, 2015). Uma revisão sistemática com meta-análise comparou a mensuração timpânica com a mensuração retal e concluiu que a primeira não pode ser usada com confiança em situações em que a temperatura corporal tem que ser medida com precisão. A medida feita pela via auricular tem influência da quantidade de cerume (Craig et al., 2002).
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A temperatura também pode ser medida com o termômetro de sensor infravermelho sem contato, que é apontado para a testa e movido lentamente para a região da têmpora. Esse método, relativamente novo, é mais preciso do que a medida timpânica e mais bem tolerado que a mensuração por via retal (Leduc; Woods, 2015).
Revisões sistemáticas concluíram que a termometria da membrana timpânica não equivale aos méto- dos estabelecidos de medição da temperatura interna (Wolters Kluwer, 2017). Uma revisão sistemática com meta-análise reforçou que a medida pela via timpânica apresenta pouca capacidade de repetição e tende a apresentar resultados falso-negativos. O estudo reforça que a medida na região temporal poderia substituir os termômetros timpânicos, com a ressalva de que ambos os métodos são imprecisos quando comparados com a medida por via retal (Geijer et al., 2016).
As temperaturas axilar e retal não são idênticas. A via axilar apresenta menos possibilidade de contamina- ção, uma vez que o aparelho não tem contato com fluidos biológicos, à exceção do suor. A precisão da medida da temperatura depende também da aplicação das técnicas com atenção.
No curso de um estado de febre, a temperatura sempre deve ser medida com o mesmo aparelho e no mesmo lugar, a fim de permitir a comparação de resultados no decorrer do tempo.
Hipotermia, normotermia, febre, hiperpirexia e hipertermia
A avaliação da temperatura corporal é importante para estabelecer como o estado térmico do paciente pode ser classificado a fim de melhor direcionar a conduta do profissional. Na hipotermia, a temperatura cor- poral está abaixo da faixa de normalidade, habitualmente associada à longa permanência em lugar frio, expo- sição prolongada à chuva, ao vento, à neve ou imersão em água fria (NHS Choices, 2008). A hipotermia ocorre quando a temperatura interna é menor que 35° C (Kasper et al., 2016).
A normotermia (temperatura corporal normal) pode variar de acordo com o lugar de mensuração (Tabela 1). Febre é um aumento da temperatura decorrente de uma resposta imunológica a um pirogênio exógeno ou endógeno (Tabela 1).
A temperatura acima de 41,1°C é descrita como hiperpirexia (Del Bene, 1990). Ela ocorre nas infecções graves e, principalmente, nas hemorragias do SNC. O Quadro 4 apresenta a classificação e condutas quanto à febre no adulto.
Quadro 2 - Classificação dos valores de temperatura corporal no adulto
classificação fonduta1,2, Ü Hipotermia Encaminhar ao atendimento médico. Ü Normotermia Manutenção das atividades normais.
Ü Febre
Adotar tratamento não farmacológico e farmacológico. Avaliar estado geral do paciente e encaminhar ao médico, caso apresente sinais de aler- ta (Quadro 10). Ü Hiperpirexia Encaminhar ao serviço de urgência/emergência.
Fonte: Adaptado de Del Bene (1990) e Krinsky et al. (2014)
2020 ConselhoFederaldeFarmácia. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra desdeque citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. Venda proibida.
BOUCHAMA, A.; KNOCHEL , J. P. Heat Stroke. The New England journal of medicine, Boston, v. 346, n. 25, p. 1978-1988,
DEL BENE, v. Temperature. In: WALKER, H. K.; HALL, W. D.; HURST, J. W. (Ed.). Clinical Methods: The History, Physical, and Laboratory Examinations. Boston: Butterworths, 1990. chapter 218. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/ NBK331/>.
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GEIJER, H. et al. Temperature measurements with a temporal scanner: systematic review and meta-analysis. BMJ Open, London, v. 6, n. 3, p. e009509, Mar. 2016.
KASPER, D. L. et al. Fever. In: FAUCI, A. S. (Ed.). Harrison’s manual of medicine. 19. ed. New York: The McGraw-Hill Compa- nies, 2016. chapter 28. KOVATS, R. S.; KRISTIE, L. E. Heatwaves and public health in Europe. European journal of public health, Oxford, v. 16, n. 6, p. 592-599, Dec. 2006.
KRINSKY, d. l. et al. Handbook of nonprescription drugs: an interactive approach to self- care. 18th ed. Washington: Ameri- can Pharmacists Association, 2014.
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