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A Terceira Fase do Modernismo Brasileiro: Análise e Exercícios, Notas de aula de Poesia

Abandonam os diversos ideais defendidos pela primeira geração do. Modernismo, como a exploração da realidade brasileira, a linguagem popular e a liberdade ...

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Gisele
Gisele 🇧🇷

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Língua Portuguesa- 3º Anos
Profª Edna Lina
Atividade 4º Bimestre APC14
Modernismo 3ª Fase
A terceira fase do Modernismo
brasileiro compreende os anos de 1945 a
1960 embora não haja consenso entre os
estudiosos sobre o término, uns falam em
1960, outros 1980 e outros ainda afirmam
que se extende até os dias atuais.
Chamada de Geração de 45 ou Pós-
Modernismo, seus escritores possuíam uma
atitude mais formal em oposição ao espírito
mais radical, demolidor e de liberdade
desenvolvida na Semana de 22. A mistura
entre tradição e experimentação
caracterizou a terceira fase do
modernismo, quando a linguagem foi
trabalhada de forma ainda mais incisiva.
Abandonam os diversos ideais
defendidos pela primeira geração do
Modernismo, como a exploração da
realidade brasileira, a linguagem popular e a
liberdade formal.
Outrossim, os escritores da geração
de 45 propunham a renovação da poesia
pela forma e pela linguagem, pois, a
princípio, a poesia é a arte da palavra. Tal
princípio contraria a postura da geração
anterior, declaradamente devota da arte
politicamente engajada, de linguagem mais
simples e direta com o intuito de
conscientizar os leitores.
A exemplo da geração, a prosa
continuou a abranger o psicológico,
o urbano e o regional. Entretanto, a
abordagem psicológica é bem mais profunda
e detida em relação às abordagens
anteriores, o que também é natural, tendo
em vista a maior complexidade social,
conforme já mencionado. Esse psicologismo
mais refinado teve, em Clarice Lispector, a
ressonância necessária, dada a sua, também
refinada, capacidade de observação e
análise, sem obviedades e sem concessões.
Quanto ao regionalismo, ele se
apresenta de maneira muito renovada na
linguagem, enquanto que, no conteúdo,
assume uma abordagem mais universal com
relação aos problemas da sobrevivência do
indivíduo. Mas esse “filtro” universalista,
como por uma porta semiaberta, permite a
passagem do panorama da insistente
desigualdade social e de todas as misérias
daí advindas, ainda que, nesse momento, não
haja o assumido proselitismo político, ou
até socialista, conforme fizeram,
anteriormente, autores da qualidade
de Graciliano Ramos, Rachel de
Queiroz e Jorge Amado. Guimarães Rosa é
quem o tom a essa modalidade de
regionalismo graças, principalmente, a um
desenvolvimento mais intenso e elaborado.
Contexto Histórico
Fim da Guerra Mundial e do
sistema totalitário do Nazismo;
Início da Guerra Fria (Estados
Unidos e União Soviética);
Término do Estado Novo (1937-
1945): ditadura de Getúlio Vargas;
Fase de redemocratização do país;
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Língua Portuguesa- 3º Anos

Profª Edna Lina

Atividade 4º Bimestre – APC

Modernismo 3ª Fase

A terceira fase do Modernismo brasileiro compreende os anos de 1945 a 1960 – embora não haja consenso entre os estudiosos sobre o término, uns falam em 1960 , outros 1980 e outros ainda afirmam que se extende até os dias atuais. Chamada de Geração de 45 ou Pós- Modernismo, seus escritores possuíam uma atitude mais formal em oposição ao espírito mais radical, demolidor e de liberdade desenvolvida na Semana de 22. A mistura entre tradição e experimentação caracterizou a terceira fase do modernismo, quando a linguagem foi trabalhada de forma ainda mais incisiva. Abandonam os diversos ideais defendidos pela primeira geração do Modernismo, como a exploração da realidade brasileira, a linguagem popular e a liberdade formal. Outrossim, os escritores da geração de 45 propunham a renovação da poesia pela forma e pela linguagem, pois, a princípio, a poesia é a arte da palavra. Tal princípio contraria a postura da geração anterior, declaradamente devota da arte politicamente engajada, de linguagem mais simples e direta com o intuito de conscientizar os leitores. A exemplo da 2ª geração, a prosa continuou a abranger o psicológico, o urbano e o regional. Entretanto, a abordagem psicológica é bem mais profunda e detida em relação às abordagens

anteriores, o que também é natural, tendo em vista a maior complexidade social, conforme já mencionado. Esse psicologismo mais refinado teve, em Clarice Lispector, a ressonância necessária, dada a sua, também refinada, capacidade de observação e análise, sem obviedades e sem concessões. Quanto ao regionalismo, ele se apresenta de maneira muito renovada na linguagem, enquanto que, no conteúdo, assume uma abordagem mais universal com relação aos problemas da sobrevivência do indivíduo. Mas esse “filtro” universalista, como por uma porta semiaberta, permite a passagem do panorama da insistente desigualdade social e de todas as misérias daí advindas, ainda que, nesse momento, não haja o assumido proselitismo político, ou até socialista, conforme fizeram, anteriormente, autores da qualidade de Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e Jorge Amado. Guimarães Rosa é quem dá o tom a essa modalidade de regionalismo graças, principalmente, a um desenvolvimento mais intenso e elaborado.

Contexto Histórico

  • Fim da 2º Guerra Mundial e do sistema totalitário do Nazismo;
  • Início da Guerra Fria (Estados Unidos e União Soviética);
  • Término do Estado Novo (1937- 1945): ditadura de Getúlio Vargas;
  • Fase de redemocratização do país;
  • Governo de Jk (1956-1961): política desenvolvimentista pautada pelo lema “cinquenta anos em cinco”; construção de Brasília; industrialização do Brasil; imenso êxodo rural; desigualdades sociais;
  • Década de 40: “era do rádio”;
  • Em 1950, Chateaubriand trouxe a televisão para o Brasil, fazendo com que os programas televisivos fizessem parte da vida dos brasileiros.

Principais características  Academicismo (rigor formal, preceitos formais rígidos, polidos);  Retorno ao passado ;  Realismo fantástico (contos fantásticos);  Retorno ao acabamento formal (rimas, estrofes, métrica);  Influência do Parnasianismo e Simbolismo;  Inovações linguísticas e metalinguagem;  Regionalismo universal;  Temática social e psicológica;  Linguagem mais objetiva;  Forma em detrimento do conteúdo.

Destacam-se como nomes de maior expressão da Terceira Geração Modernista: → João Cabral de Melo Neto (1920-

→ Clarice Lispector (1920-1977) → João Guimarães Rosa (1908-1967) → Ariano Suassuna (1927-2014) → Lygia Fagundes Telles (1923) → Mário Quintana (1906-1994)

Atividades

1) A Terceira Fase do Modernismo surgiu em um ano de grande agitação na história do Brasil e do mundo. Por qual expressão esta fase também é conhecida?

2) Na Terceira Fase do Modernismo, houve uma ruptura com os valores instaurados em 1922, dando lugar a uma literatura com quais características? a) Sentimentalismo; questionamento sobre a existência humana; arte engajada, com crítica social; linguagem aproximada do popular. b) Volta para o psicológico do ser humano; sentimentalismo; prosa intimista; presença de símbolos e imagens que representam a realidade; questionamento sobre a existência humana. c) Arte engajada; volta para o psicológico do ser humano; sentimentalismo; desejo de construção de arte brasileira; vocabulário erudito. d) Liberdade formal, linguagem coloquial, nacionalismo crítico, viés marxista. e) Poesia com rigor das antigas formas, com valorização de rimas e vocabulário erudito; prosa intimista; volta para o psicológico do ser humano; questionamentos existenciais.

3) Os poetas da Geração de 45 tomaram como modelo a) Os poetas Românticos b) Os poetas Realistas c) Os poetas Simbolistas e Parnasianistas d) Os poetas da Idade Média e) Os poetas Árcades ´ 4) Dentre as características da Geração de 45, qual é aquela que imprime uma

Em se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, Se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si:luz balão. (João Cabral de Melo Neto)

7 ) Num primeiro plano de leitura o poema

sugere “a construção do dia” (da manhã).

Entretanto, para fazer uma análise mais

profunda é preciso compreender o

sentido figurado, desvelando outra

possibilidade de leitura por meio de suas

metáforas. O que é possível inferir sobre

esse outro nível de leitura? Do que

realmente o eu lírico está falando?

Explique.

8 ) Na poesia, a Geração de 45 procurou

retomar conceitos estéticos da arte

Parnasiana e Simbolista. Na segunda

estrofe, o poeta brinca com a sonoridade

das palavras (característica da poesia

Simbolista, a qual explorava a

musicalidade). Leia novamente toda essa

estrofe e identifique a letra que está a

serviço da musicalidade. Qual o nome da

figura de linguagem que confere esse

efeito sonoro?

9) Ainda na segunda estrofe, no afã de

descrever como a “manhã” é tecida, o eu

lírico faz uso de um neologismo como

recurso de expressão. Identifique esse

neologismo e explique o que parece que o

eu lírico quis expressar.

10) Aponte os principais representantes da geração modernista de 45: a) João Guimarães Rosa, Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto b) Lima Barreto, Euclides da Cunha e Monteiro Lobato c) Machado de Assis, Olavo Bilac e Raimundo Correia d) Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos e Cecília Meireles e) Manoel Bandeira, Oswald de Andrade e Mário de Andrade.