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Este artigo apresenta o modelo lotch, um esquema proposto para classificação e categorização sintática de infografias impressas, baseado em estudos de sintaxe visual e organização de informação. O modelo é validado através de análise de amostras de infográficos publicados na revista superinteressante entre 2010 e 2015, demonstrando sua utilidade e aderência para uso em sala de aula.
Tipologia: Provas
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Revista Brasileira de Design da Informação / Brazilian Journal of Information Design São Paulo | v. 14 | n. 2 [2017], p. 273 – 284 | ISSN 1808- Artigo |^ ArtIcle
Gabriel Ferreira Alves, Michelle Pereira de Aguiar Infografia, sintaxe visual, design da informação Este artigo apresenta resultados de um projeto de iniciação científica focado em identificar e categorizar as representações visuais presentes em infográficos impressos, tendo como material de análise infográficos publicados na Revista Superinteressante. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica para reconhecer elementos sintáticos da infografia e características de sua representação impressa. Com isso, foi possível compor uma lista de exigências para selecionar amostras dentre publicações da referida revista. As amostras foram analisadas e auxiliaram na revisão do modelo de Wurman e na proposição de uma classificação adaptada à categorização sintática da infografia impressa. O modelo foi testado e configurado em um modelo auxiliar para a disciplina de Design Informacional. Infographic, visual syntax, information design This article presents the results of an undergraduate research project. Whose aim was to identify and categorize visual representations that makes a print infographic, having Superinteressante Magazine infographics as analytical material. For that, it was made a bibliographic research to identify the infographic syntactic elements and the characteristics of their print representations. Thereby, it was possible make a requirement list to select Superinteressante’s samples. The samples were analyzed and helped to review Wurman’s template to propose an adapted classification to syntactic categorization of print infographics. The original template was tested and configured in an adjunct model to assist on Informational Design class.
A infografia envolve três áreas distintas que se interceptam e que reúnem aspectos práticos e conceituais relativos entre si: design, ilustração e informação (Moraes, 2013). Assim, a infografia necessita ‘de uma formação mais abrangente para o designer, de modo a lidar com esses campos’, aponta Moraes. Considerando tais áreas, o autor reflete que a palavra informação relaciona-se ao jornalismo. No entanto, ao analisar a
aplicação da infografia atualmente, Moraes admite que esta encontra-se mais adequada ao design da informação. Nota-se que há muito o que compreender sobre sintaxe visual da infografia, principalmente no que tange o design. Assim, buscou-se reconhecer, analisar e categorizar a sintaxe visual presente em infográficos impressos da Revista Superinteressante, selecionada por sua abordagem informativa focada em infografia. Como procedimentos complementares, buscou-se realizar levantamento de dados para suporte teórico; relacionar indicadores de análise; identificar aspectos sintáticos, características do modo esquemático de representação da informação, elementos morfológicos primitivos e suas propriedades presentes na infografia impressa; selecionar 5 amostras entre edições de 2010 e 2015 da Revista Superinteressante; identificar elementos e diretrizes de análise a partir do referencial teórico e proceder à análise das amostras; e validar o modelo proposto. A partir dos estudos de Engelhardt (1996), parâmetros iniciais de análise da sintaxe visual da representação gráfica esquemática foram consultados, considerando representação de pontos, linhas e planos em superfícies 2D, bem como outras opções para representar visualmente uma informação como tamanho, valor, textura, cor, orientação e forma. O modelo de Wurman (1996, apud Rendgen, 2012) também foi utilizado para configurar a estrutura de cada sintaxe identificada na representação gráfica de infográficos impressos. Tais aportes permitiram relacionar indicadores de análise para a infografia impressa. Desta premissa, o modelo esquemático para classificação e categorização sintática da infografia impressa contemplou a linguagem visual e a sintaxe visual da informação na infografia. Após essa configuração, o modelo foi testado e, a partir dos procedimentos de validação, os resultados foram discutidos e analisados, culminando no refinamento do modelo proposto, que foi novamente testado. Todos os procedimentos adotados desde a concepção até seu refinamento encontram-se relatados neste artigo.
A infografia tem sido associada a mapas ou diagramas. Certos autores tratam-na como exclusivamente jornalística, enquanto outros a entendem como ferramenta informativa, nova forma de linguagem, técnica e até mesmo ilustração (Ribas, 2005). A junção de texto e imagem é uma de suas características mais fortes. No design, a infografia se encontra diretamente ligada ao design da informação, somando conceitos da linguagem visual de Twyman (1979) – sob a perspectiva da tradição textual da linguística – e a linguagem gráfica, definida por Horn (2001). Ainda nos anos 1980, quando a infografia passou a oferecer a produção e a circulação de discursos capazes de combinar diferentes linguagens em um único sistema (Moraes, 2013), percebeu-se a possibilidade de
Table 2 Categorias sintáticas de objetos gráficos – Engelhardt (1996) (livre tradução dos autores). Sobre o item objetos gráficos nota-se que, embora as categorias descritas na Tabela 2 recebam várias nomenclaturas na literatura, suas características são geralmente as mesmas, como observado na Tabela
A infografia é formalmente estudada no Brasil por autores como Moraes (2001) e Teixeira (2013), que investigam este assunto pelo viés do jornalismo. Porém, este assunto vem ganhando mais espaço, também, no design da informação. O modo como a informação é apresentada em infográficos varia de acordo com o tipo de conteúdo e/ou com a natureza dos dados. Wurman (1996, apud Rendgen, 2012) propôs o modelo LATCH, composto por cinco modos de organizar a informação, também usado para identificar e classificar infográficos, conforme os seguintes critérios: § Localização: elementos organizados espacialmente por meio de conexões físicas ou geográficas para facilitar a compreensão. § Alfabeto: elementos organizados em ordem alfabética por meio marcadores que indicam sequência visual. § Tempo: elementos organizados de acordo com uma linha do tempo ou sequência de eventos.
§ Categorias: elementos divididos em classes, cujos agrupamentos evidenciam características comuns desses elementos. § Hierarquia: elementos ranqueados por ordem de prioridade, de forma a atribuir valor ou peso na ordem da informação. § Este projeto considerou estas categorias e as variáveis gráficas identificadas no referencial teórico para propor o modelo esquemático, explicitado na seção 4.
A Super é a versão brasileira da Muy Interessante , criada por Gruner e Jahn do grupo Alemão Bertelsmann AG, que vendeu os direitos da publicação para a Editora Abril (Rocha, 2013). A revista baseia-se em informações sobre diferentes temas para explicar informações, responder dúvidas e curiosidades do leitor, mostrando-se envolvente e diretamente ligada ao dia-a-dia dos leitores (Lima, 2008). A revista já conquistou vários prêmios em infografia, além de ser muito discutida no meio acadêmico (Rocha, 2013). Neste contexto, as amostras selecionadas para auxiliar a construção do modelo proposto, foram submetidas à seguinte lista de exigências: § Selecionar infográficos publicados entre 2010 e 2015, sem repetir publicações do mesmo ano. § Possuir ao menos dois dos três elementos morfológicos primitivos de Bertin em sua composição. § Permitir classificação de acordo com o modelo LATCH, de Wurman. § Ocupar duas páginas (página dupla) da publicação. As amostras foram escolhidas por serem compatíveis com as exigências indicadas e foram organizadas a partir da sigla LATCH, de Wurman (1996, apud Rendgen, 2012) (Figura 1). Figure 1 Painel de amostras selecionadas
relevante ao contexto, como calendários, instruções, linhas do tempo. § Categoria: elementos organizados em classes. Indicado para evidenciar uma característica dentro de um conjunto de informações, como qualquer organização que agrupe algum tipo de similaridade. § Hierarquia: elementos organizados segundo uma prioridade. Indicado para atribuir peso ou valor na ordem informative, como cadeia alimentar, instruções de emergência. Figure 2 Modelo LOTCH (elaborado pelos autores) Este modelo foi segmentado de modo que cada letra da sigla LOTCH recebesse uma breve contextualização. Alguns exemplos ilustrativos foram somados às categorias, bem como intervenções gráficas para marcar e facilitar a compreensão dos esquemas, por meio de exemplos específicos constituintes de cada classe. Por exemplo, o nó, a linha de localização e a localização de superfície na classe Localização, apresentam dois tipos de exemplificação em um mesmo modelo esquemático. 4.1 Validação Para este procedimento, disponibilizou-se a amostra “Como vai ser o trem-bala brasileiro” (Superinteressante, 2010) para que os participantes utilizassem o modelo LOTCH. Em seguida, um questionário foi aplicado para verificar o nível de compreensão no uso do modelo. Este procedimento contou com 18 participantes (Figura 3), alunos da disciplina de Design Informacional, do 2º ano do curso
Design Projeto Visual da Universidade Positivo. Figure 3 Validação com alunos (usado com permissão dos participantes) Inicialmente, a validação consistiu na apresentação em tela da amostra e da disponibilização do modelo LOTCH impresso. Os participantes utilizaram o modelo impresso como apoio à classificação e categorização da amostra. Em seguida, responderam ao questionário composto por 6 perguntas – sendo duas objetivas e quatro discursivas
Figure 5 Modelo LOTCH reformulado A reformulação apresenta novos elementos: subtítulo (reforço da abordagem), paleta de cores (melhor legibilidade e leiturabilidade), diferenciação entre exemplos e informações (cor). Conforme observado na validação, foram adicionados mais exemplos na categoria Localização e Tempo, além de adicionar legenda no exemplo de “rótulo”. Para verificar sua aplicabilidade, uma nova validação foi conduzida, seguindo os mesmos parâmetros da primeira. Participaram deste procedimento 12 estudantes, porém do curso de Design de Moda, após uma aula sobre infografia. O modelo teve boa recepção e os participantes indicaram que o conteúdo era compreensível, ajudando-os na classificação de infográficos. 6 participantes apontaram que a cor escolhida para as intervenções não facilitava a leitura. Um participante comentou que as informações estavam muito resumidas, no entanto, por tratar-se de um esquema direcionado tanto profissionais iniciantes como experientes, colocar informações muito complexas poderia ser prejudicial ao primeiro grupo. Para finalizar, foram sugeridas alterações de cor e substituição por uma fonte mais clara e compreensível.
O modelo LOTCH, permitiu reconhecer, analisar e categorizar a sintaxe visual em infográficos impressos, a partir de amostras coletadas na Revista Superinteressante, entre os anos de 2010 e 2015, de forma a atingir os objetivos do projeto de iniciação científica aqui relatado. Sua validação permitiu observar utilidade da proposta e aderência do modelo para uso em sala de aula. Os apontamentos obtidos pelos participantes também permitiram uma análise crítica do modelo e seu consequente refinamento. Este estudo reforçou a importância da reflexão da infografia sob a ótica do design, uma vez que as informações com bases teóricas estão mais consolidadas pelo jornalismo. Acredita-se, portanto, que o modelo LOTCH seria uma potencial ferramenta para auxiliar estudos relacionados ao design da informação, especificamente sobre Infografia e demais representações esquemáticas.
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