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Expectativa de mudança no ensino da matemática
Tipologia: Notas de estudo
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Não perca as partes importantes!
Especialista em Biologia Geral e
Mestranda em Ciências da Educação
RESUMO : Este artigo visa fazer uma abordagem de algumas teorias e práticas já propostas sobre o ensino da matemática, refletindo o papel do próprio professor na transformação da sua metodologia. A proposta curricular da escola hoje, aproxima o aluno do contexto social, da vida cotidiana, porém, considero ainda, a falta de capacitação dos profissionais da área para compreender essa proposta e transpor para o estudante de maneira que venha a despertar o interesse pela busca do conhecimento ou aperfeiçoamento do que ele já conhece. Vejo o ensino da Matemática ainda retratado conforme o livro “Se você finge que ensina eu finjo que aprendo,” Hamilton Werneck (1990). Ansiosa pela construção desenvolvimento de novas práticas no ensino da matemática vou propor ao longo do texto a discussão sobre os estudos já realizados em busca dessa transformação.
PALAVRAS-CHAVES – professor – contexto – aperfeiçoamento – transformação.
INTRODUÇÃO
Quando criança, em meus primeiros anos da vida escolar eu me perguntei por muitas vezes para que servisse a Matemática, mal sabia eu, que ela está presente em tudo que faço. Não havia relação entre meu cotidiano e meus ensinamentos da sala de aula. Por muitas vezes cheguei a pensar o que fazia um professor de matemática saber explicar tão longos cálculos.
Desafiada pela compreensão da utilidade desta disciplina em minha vida, optei na minha Licenciatura fazer o curso de Biologia, que na época na minha cidade não havia a Licenciatura em Matemática, sendo, portanto, a Biologia o curso que mais havia cadeiras da disciplina de Matemática.
Em meus primeiros anos de experiência na função do Magistério quando nem ainda tinha cursado a licenciatura, me deparei também com angustia de não saber transpor o conhecimento matemático para os meus alunos. Ficava apavorada, trocava com outra professora o horário para ver se o problema estava em mim. Pautada na angustia de ver até hoje o ensino da Matemática de forma tão distante da vida real é que terei como campo de estudo a reflexão
do Ensino da Matemática e a Construção de uma Ponte entre a Matemática da Escola e a Matemática da Vida Fora da Escola.
Tenho a recordação de um aluno que ficava apavorado com os cálculos dos conteúdos da III Fase EJA, quando ele dizia: - professora pode fazer tudo de cabeça? E com essa pergunta eu também me perguntava: Como pode um estudante tá na escola para compreender o mundo que lhes cerca e esse mundo parecer tão distante do seu mundo real? Ao passar observar esse estudante que chegava ao resultado do problema sem seguir os passos ou fórmulas propostos para a resolução, sem fazer uso da calculadora, e chegar ao resultado correto, sem saber traduzir sua linha de raciocínio, eu passei a investigar minha prática e buscar melhoria. Reconsiderei meus erros e com eles aprendi que não era possível ensinar. Que o aluno já sabia muito era preciso encontrar um caminho que aproximasse o saber do aluno àquele que era cobrado pela escola.
Até hoje, trago comigo a frustração de ainda ver essa disciplina tão importante para nossa vida vim deixando tanto trauma na vida dos estudantes, que optam por cursos onde ela não se faz presente. Sinto-me que como professora tem a responsabilidade de investigar e propor melhoria para a prática do Ensino da Matemática.
A metodologia será pautada na revisão bibliográfica dos autores que já propõem uma nova visão do Ensino da Matemática. Também na observação da metodologia desenvolvidas pelos professores de Matemática da escola a qual sou gestora. E ainda, na observação da prática do professor que leciona a referida disciplina para minha filha, estudante do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola particular.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os professores de Matemática atualmente estão entre as categorias mais cobrada e monitorada, por ser esta e a Língua Portuguesa, disciplinas presentes na avaliação da Prova Brasil que mede o IDEB e no caso do meu estado na avaliação do SAEPE que mede o IDEPE.
São inúmeros conteúdos presentes no Currículo, o aluno não tem a preparação, ou melhor, a base para a compreensão o que gera angustia para eles e para os professores, é uma pressão, o conteúdo tem que ser trabalhado. Simulados devem ser aplicados tomando como base essas avaliações, vejo como um “treinamento”.
A Modelagem deve fazer parte do currículo da matemática: motivação, facilitação da aprendizagem, preparação para utilizar a matemática em diversas
com seus alunos, cometeram erros, recomeçaram. Só assim é possível dominar o assunto e se sentir seguro na prática.
"Se o professor vê os alunos errar sem entender o percurso que estão trilhando, o trabalho não funciona."
Isso é fato, todo professor tem que ter o mínimo de formação capaz de compreender o processo de raciocino que o aluno utiliza na resolução de um dado problema. Às vezes o professor tá tão acostumado com sua metodologia que não desperta a compreensão de que outras linhas de raciocínio também levam o sujeito ao resultado. Os alunos perdem o gosto pela disciplina por esta e outras razões. Questiono e volto a relatar, só há interesse de aprender algo se isso for ser útil na minha vida. Passa-se pela escola fazendo o estudo das expressões ou equações com tantas incógnitas insignificantes. Daí a necessidade do contexto, por tantas vezes recorremos às incógnitas para resolver problemas do nosso dia a dia e na hora de pô-la essa prática em sala de aula a gente enquanto professor se perde nesse processo. Ainda na entrevista Vergnaud responde a pergunta que também me chamou a atenção;
Como os professores podem interferir nesse processo? VERGNAUD, Jean Piaget disse que o conhecimento é uma adaptação a situações nas quais é necessário fazer algo. Por isso, se não confrontamos as crianças com situações nas quais elas precisem desenvolver conceitos, ferramentas, limites, elas não têm razão para aprender. Isso vale para a escola, mas também para a vida, para a experiência profissional. Em Matemática, por exemplo, insistimos na chamada resolução de problemas - propor situações que as crianças não sabem resolver para fazer evoluir em seus conhecimentos. Portanto, queremos desestabilizá-las. E se desestabilizarmos demais? Elas também não vão aprender. Portanto, gerenciar o aprendizado é gerenciar ao mesmo tempo a desestabilização e a estabilização. Portanto, temos de pensar mais e propor situações corriqueiras aos que estão aprendendo. Sempre fizemos isso, às vezes de forma intuitiva. O que minha teoria propõe é que precisamos pensar de forma mais sistemática. O grande desafio do professor é ampliar as dificuldades para as crianças, mas sabendo o que está fazendo e aonde quer chegar.
O fato é que a maioria dos professores, ou pelo menos, tomando como base a escola a qual estou na função de gestora são completamente dedicados a seus trabalhos, porém são carentes de formação. Tenho percebido um envolvimento muito grande dos alunos e professores no sentido de aproximar o conhecimento da sala de aula ao conhecimento de mundo fora desta, trabalham de maneira dinâmica e com a participação do aluno, embora, ainda longe da contextualização.
Um fato que tem me chamado a atenção é que professores com formação na área de Geografia que lecionam Matemática na escola a qual me refiro, têm mais facilidade de contextualizar o ensino da Matemática do que mesmo os
que possuem formação em áreas afins ela, o que, no meu ponto de vista, confirma a sequela que o ensino de matemática nos deixa desde à infância a formação acadêmica. Professores desta área sentem maior dificuldade de se libertar do modelo de ensino que tiveram enquanto discente.
Ao ter como campo de observação a escola em que estou na função de gestora, tenho observado práticas de sucesso e trazido para as discussões nas reuniões pedagógicas, possibilitando ao professor daquela prática a troca de experiências com os demais, mostrando que é possível fazer diferente e as contribuições para a aprendizagem do aluno. Com isso percebo a cada dia a vontade dos colegas e o esforço na busca de inovação do ensino da Matemática.
A proposta é que seja trabalhado todo e qualquer conteúdo com a problematização inicial voltada para os pré-requisitos daquele conteúdo, verificando o que o aluno já traz de conhecimentos prévios e introduzindo novos conhecimentos. Orientamos sempre que às atividades sejam elaboradas com um suporte, que este desperte no aluno à compreensão. Ainda precisamos melhorar muito, mas já sinto que os professores estão mais abertos a essa transformação e compartilham sempre com os colegas as experiências exitosas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considero uma necessidade urgente à formação do professor de matemática para um novo modelo de ensino. A educação tem pressa, não dá mais para conviver com um índice de reprovação alarmante nesta disciplina. E a opção por uma área acadêmica aonde o estudante possa fugir da área de exatas por que a sua carência de aprendizagem em matemática é muita. Sem levar em conta o decrescimento das competências construídas. Quanto maior o grau de estudo, menor é o número de competências construídas. É como se o que estudante passou seus anos de Ensino Fundamental aprendendo ele passasse seus anos de Ensino Médio desaprendendo.
E assim vamos colocando profissionais no mercado de trabalho cada vez mais desqualificados para desenvolver suas funções. Ressalto, a mudança na metodologia do ensino da matemática deve ser uma causa emergencial, é preciso tratar. Não só com monitoramentos e propostas de avaliação, pois as avaliações já diagnosticaram, agora precisa ser medicado.
Como relatei no início, fui desafiada pelas dificuldades de compreensão da matemática, hoje continuo aqui me sentindo desafiada a pesquisar novas alternativas para mudar esse ensino. Não quero voltar a lecionar essa disciplina, sem antes ter mudado minha maneira de trabalhar com o meu aluno. Isso pra mim permanece como um desafio e espero ao longo do meu curso de Mestrado, estudar, investigar, discutir e apresentar uma proposta que diminua a distância entre a Matemática da Escola e a Matemática Fora da Escola.