









Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Prepare-se para as provas
Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity
Prepare-se para as provas com trabalhos de outros alunos como você, aqui na Docsity
Os melhores documentos à venda: Trabalhos de alunos formados
Prepare-se com as videoaulas e exercícios resolvidos criados a partir da grade da sua Universidade
Responda perguntas de provas passadas e avalie sua preparação.
Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium
Comunidade
Peça ajuda à comunidade e tire suas dúvidas relacionadas ao estudo
Descubra as melhores universidades em seu país de acordo com os usuários da Docsity
Guias grátis
Baixe gratuitamente nossos guias de estudo, métodos para diminuir a ansiedade, dicas de TCC preparadas pelos professores da Docsity
metodologias de pesquisa empírica nas ciências da educação, levando em ... críticas do distanciamento entre a pesquisa educacional e o desenvolvimento de ...
Tipologia: Notas de estudo
1 / 15
Esta página não é visível na pré-visualização
Não perca as partes importantes!
Ana Cristina Barbosa de Oliveira Mestranda em Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (UNEB). Carlos Alberto Batista dos Santos Doutor em Etnobiologia e Conservação da Natureza. Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental. Roberto Remígio Florêncio Docente IF Sertão–PE; Mestre em Educação e Cultura (UNEB): Doutorando em Educação (UFBA). RESUMO Este estudo objetiva apresentar um quadro conciso sobre as principais metodologias de pesquisa empírica nas ciências da educação, levando em consideração técnicas qualitativas da atualidade. Foram analisadas características desses tipos de investigação, seus desdobramentos e suas atualizações, fazendo referências às novas tecnologias e às demandadas dos atuais contextos socioculturais, levando em consideração que o empirismo tem a função de desenvolver o conhecimento a partir das sensações advindas principalmente da observação presencial. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica de artigos científicos e capítulos de livros voltados ao estudo de abordagens e técnicas da produção científica, tendo Flick (2009) e Creswell como as principais referências. Nos estudos científicos em educação, vários métodos e técnicas de pesquisa estão em desenvolvimento e, entre eles, estão a observação, as entrevistas e os estudos orientados, o que permite ao pesquisador descobrir como algo efetivamente ocorre. Neste contexto, refletiu-se sobre os problemas, vantagens e implicações envolvidos em cada tipo de pesquisa, buscando verificar o enfoque qualitativo em cada técnica ou abordagem utilizada. O texto defende que o mais importante é produzir um conhecimento rigoroso ainda que subjetivo, pois é orientado pelo caráter humanista das ciências em educação. Palavras-chave : Métodos de Pesquisa. Pesquisa em Educação. Pesquisa Qualitativa. METHODS AND TECHNIQUES OF RESEARCH IN EDUCATION ABSTRACT This paper aims to present a brief overview of the main methodologies of empirical research in the educational sciences, considering the qualitative techniques of current time. The characteristics of these kinds of investigations were analyzed, evaluating its results and its updates, making reference to the new technologies and to the demands of the current sociocultural contexts, in view of the fact that the empiricism is meant to develop the knowledge through the sensation that result from the personal observation. The methodology used was
Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio the bibliographical review of scientific articles and chapters of books that approached the studies of techniques of educational scientific production, being Flick (2009) and Creswell the main references. In education scientific researches, many methods and research techniques are being developed and, among them, are the observation, the interviews and the guided researches, which allows the researcher to find out how something actually happens. In this context, we reflected about the problems, advantages and implications involved in each type of research, aiming to verify the qualitative focus on every technique or approach that were analyzed. The text defends that the most important thing is to produce knowledge which is subjective and strict at the same time, once it is guided by the humanistic character of educational sciences. Keywords: Research Methods. Research in Education. Qualitative Research. 1 INTRODUÇÃO Metodologias de caráter participativo nas pesquisas em educação ganharam forte adesão a partir da década de 1970, tanto na área científica quanto no campo sociopolítico. Entre as principais características desses estudos, está a preocupação de garantir a participação ativa dos grupos sociais no processo de tomada de decisões sobre assuntos que lhes dizem respeito, com vistas à transformação social, não se tratando, portanto, de uma simples consulta popular, mas do envolvimento dos sujeitos da pesquisa no processo de reflexão, análise da realidade, produção de conhecimentos e enfrentamento dos problemas (SANTOS et al., 2012). É possível dizer que a história da evolução das ciências e da própria evolução humana se deu/dá através da pesquisa empírica e, mais ainda, que essas pesquisas são prioritariamente desenvolvidas a partir de observações (VILLANI; PACCA, 1997). O empirismo tem a função de desenvolver o conhecimento a partir das sensações advindas principalmente da observação presencial. Nos estudos científicos em educação, vários métodos de pesquisa estão em pleno desenvolvimento na atualidade e, entre elas, os mais diversos tipos de observação, o que permite ao pesquisador descobrir como algo efetivamente ocorre e, segundo Flick (2009), os procedimentos de observação podem ser classificados em cinco grandes dimensões, a partir das seguintes questões: Até que ponto a observação é revelada aos observados? O observador precisa tornar-se ativo no campo observado? A observação deve seguir os critérios à risca ou permite alguma flexibilidade? O local deve ser o único ambiente propício à observação necessária? Até que ponto a observação deve/pode ser também uma auto-observação? (FLICK, 2009, p 40)
Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio atribuído ao fato observado, o pesquisador precisa ser dotado de conhecimentos prévios acerca da cultura do grupo que pretender observar (ANGROSINO, 2009). A Observação Participante é a forma de observação mais utilizada na pesquisa qualitativa e consiste na participação real na vida da comunidade, grupo ou determinada situação. É um tipo de método normalmente utilizado no estudo de culturas. Neste caso o observador assume, pelo menos até certo ponto, o papel de um membro do grupo (MARIETTO, 2016). A Observação Participante possui sete características importantes na sua categorização: interesse na interação humana, localização do espaço-tempo das situações e dos ambientes, ênfase na interpretação e compreensão da existência humana, processo de investigação ilimitado, flexível e oportunista, abordagem tipo estudo de caso, desempenho de um ou mais papéis de participante e o emprego da observação direta em conjunto com outros métodos de coleta de informações (CRESWELL, 2012), Para o autor, o pesquisador deve tornar-se cada vez mais partícipe no processo e ter acesso às pessoas e ao campo. É necessário que a observação seja concentrada no que é mais essencial. As fases de observação participante são: observação descritiva, observação localizada e observação seletiva; e as nove dimensões de observações são: “ espaço , ator , atividade , objeto , ato , evento , tempo , objetivo e sentimento” Creswell (2012, p. 40). As principais vantagens desse tipo de observação é a facilidade de acesso a dados enquanto a desvantagem refere-se às restrições de como acessar o campo da subcultura estudada. A Observação Participante, em resumo, é uma técnica de investigação social em que o observador partilha, na medida em que as circunstâncias o permitam, as atividades, ocasiões, interesses e afetos de um grupo de pessoas ou de uma comunidade (MARCON; ELSEN, 2000). O registro da observação é feito no momento em que esta ocorre e pode assumir formas diversas. As mais comuns são a escrita ou a gravação de sons ou imagens. As fotografias, filmes e filmagens estão sendo cada vez mais utilizadas como fonte de dados nas pesquisas. As câmeras permitem registros detalhados de fatos, permitem o transporte de artefatos e a apresentação destes como retrato. Para esse tipo de registro, o ideal é que o pesquisador (fotógrafo) utilize sua câmera de uma forma que não atraia tanto a atenção dos fotografados, para que não haja a perda da neutralidade (MARIETTO, 2016).
Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio 2 .2 Estudo de caso O Estudo de Caso é um tipo importante de pesquisa empírica, embora apresente algumas diferenças da etnografia clássica. Pesquisadores dessa metodologia podem se concentrar em um programa ou atividade envolvendo indivíduos em vez de um grupo. O Estudo de Caso contribui para compreendermos melhor os fenômenos individuais, os processos organizacionais e políticos da sociedade. Os tipos de casos que os pesquisadores qualitativos estudam podem ser um único indivíduo, vários indivíduos separadamente ou em grupo, um programa, eventos ou atividades. Pode ser selecionado para estudo porque é incomum e tem mérito em si (SANTOS, 2011). É uma investigação que trata sobre uma situação específica, procurando encontrar as características e o que há de essencial nela. Segundo André (2013), os estudos de caso vêm sendo usados há muito tempo em diferentes áreas de conhecimento, tais como: sociologia, antropologia, medicina, psicologia, serviço social, direito, administração, com métodos e finalidades variadas. André (2013) destaca três pressupostos básicos que devem ser levados em conta ao se optar pelo uso do estudo de caso qualitativo: 1) o conhecimento está em constante processo de construção;
Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio estabelece uma “ponte” entre duas culturas distintas: a da pesquisa e a do desenvolvimento (GERALDI; BIZELLIM, 2017). 2 .5 Experimentos de Ensino O método de Experimento de Ensino incorpora três elementos à entrevista tradicional: a modelagem (capacidade de adaptação das perguntas ao nível de desenvolvimento dos indivíduos); os episódios de ensino (com a presença do professor, as técnicas de ensino em sala de aula podem ser modificadas) e as entrevistas propriamente ditas (que podem ser individuais ou em grupos), envolvendo professores, alunos e pesquisadores (enquanto observadores ativos no processo), os episódios de ensino têm como foco o raciocínio dos alunos, (BARBOSA; OLIVEIRA, 2015). O pesquisador assume um papel muito próximo da mediação do conhecimento, pois há um repasse da análise para os professores, a fim de se promover um caminho mais efetivo no processo de ensino-aprendizagem. As vantagens dessa metodologia de pesquisa são a semelhança com a própria aula, o que torna invisível a presença do pesquisador enquanto mero observador dos fatos e a escolha dos métodos e técnicas de ensino mais apropriadas ao nível e/ou a necessidade dos estudantes (CRESWELL, 2012), além de o Experimento de Ensino poder fornecer mais informações sobre os melhores percursos da aprendizagem para os profissionais, possibilita percepções dos estudantes em relação às descobertas científicas (FLICK, 2009). 2 .6 Pesquisa Histórica A Pesquisa Histórica vem se tornando importante metodologia de conhecimento científico contextualizado, pois se trata de um processo de sistematização de eventos para aprofundamento do campo teórico. A Pesquisa Histórica é primordialmente um método interpretativo, subjetivo e complexo. Isso não lhe retira o caráter científico e contextual (TASHAKKORI; TEDDLIE, 2003). Os eventos são o seu principal foco de investigação e, segundo Johnson e Christensen (2014), está baseada no levantamento e leitura de extenso material sobre o tema, ainda que histórias orais façam parte do arcabouço investigativo da pesquisa. As narrativas orais podem trazer “ insights ” sobre os temas assim como preencher lacunas proporcionadas pela literatura oficialmente constituída. Os autores Johnson e Christensen (2014) apontam algumas características do
Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio investigador histórico, entre elas estão o criticismo, a capacidade de sintetizar, o conhecimento profunda da história e os posicionamentos crítico-reflexivos acerca da historicidade, dos fatos oficiais e dos dados coletados. 2 .7 Pesquisa Etnográfica A Etnografia é uma metodologia das ciências sociais, principalmente na área da Antropologia, em que o principal foco é o estudo da cultura e o comportamento de determinados grupos sociais. Segundo Flick (2009), os estudos etnográficos são procedimentos de pesquisa qualitativa para descrever, analisar e interpretar padrões de comportamento de um grupo que se desenvolvem com o tempo. As raízes da etnografia educacional estão na antropologia cultural. De acordo com a classificação de Flick (2009), a etnografia apresenta as seguintes formas: A etnografia realista, o estudo de caso e a etnografia crítica. Etnografia realista é uma abordagem usada pelos antropólogos culturais, onde o etnógrafo descreve o estudo em terceira pessoa e escreve relatórios sobre observações dos participantes e seus pontos de vista, não inserindo suas reflexões pessoais. O pesquisador descreve dados objetivos não contaminados por pré-conceito pessoal, objetivos políticos e julgamentos subjetivos (GEERTZ, 2008). Etnografias críticas são tipos de pesquisa etnográfica em que o autor está interessado em defender a emancipação de grupos marginalizados em nossa sociedade. O etnógrafo crítico estuda questões sociais de poder, empoderamento, desigualdade, vitimização entre outros; é autoconsciente sobre sua interpretação; posiciona-se explicitamente no texto; é autoconsciente de seu papel social. Esta posição não neutra para o pesquisador crítico também significa que ele ou ela passa a ser um defensor da mudança para transformar a sociedade para que as pessoas sejam menos oprimidas e marginalizadas (ADLER, 2000). Os etnógrafos apresentam a descrição, os temas e a interpretação dentro do contexto ou definição do grupo de partilha de cultura. O contexto para uma etnografia é o cenário, a situação ou ambiente que envolve o grupo cultural em estudo. As abordagens qualitativas de pesquisa se fundamentam numa perspectiva que concebe o conhecimento como um processo socialmente construído pelos sujeitos nas suas interações cotidianas, enquanto atuam na realidade, transformando-a e sendo por ela transformados (GUALDA; MERIGHI; OLIVEIRA, 1995).
Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio Segundo Creswell (2012), dentre os inúmeros desafios da pesquisa narrativa, o pesquisador precisa trabalhar na dimensão ética, onde pesquisar histórias de vida e narrativas exige o aprender a trabalhar nos limites da relação dialética entre os interesses individuais, do pesquisador e do pesquisado, e entre os interesses desses sujeitos e os das comunidades a que um e outro pertencem ou representam. 2 .9 Entrevistas Nos estudos científicos em educação, várias tendências das pesquisas narrativas estão em pleno desenvolvimento na atualidade. Entre elas, os mais diversos tipos de entrevistas. Segundo Amado e Ferreira (2013), a entrevista é um dos mais importantes instrumentos de compreensão dos seres humanos nas pesquisas científicas nas mais diversas áreas. Segundo os autores, trata-se de um meio de transferência de informações, com interferências intencionais, abastado de nuances subjetivas e preciosas. Atualmente, são inúmeros os tipos, as formas e os fins a que se destinam as entrevistas. Cara a cara ( entre as vistas ) ou valendo-se dos mais avançados meios de comunicação, as entrevistas apresentam diversas estruturas, entre as quais: estruturada (ou direta; sem grande flexibilidade, obedece um roteiro objetivado pelo investigador); semiestruturada (ou semidiretiva; modelo mais utilizado nas pesquisas qualitativas, trata-se de um roteiro previamente planejado pelo investigador, mas que é flexibilizado pelo percurso discursivo do entrevistado); não estruturada (ou não-diretiva; quando as questões são apresentadas a partir da interação entre investigador e entrevistado, sem partir de nenhum enquadramento teórico previamente estabelecido); informal (ou conversação; muito comum nos estudos etnográficos; sem nenhum plano prévio, trata-se de uma conversa informal sobre o tema e pode discorrer sobre temas afins que, ocasionalmente, podem fazer parte do arcabouço informativo coletado pelos integrantes da comunidade) (DUARTE, 2004; ALBUQUERQUE et al., 2014). Uma modalidade de entrevista que vem chamando a atenção da comunidade acadêmica é a investigação coletiva ou entrevista em grupo , ao que os autores chamam atenção para um problema: o grupo pode apresentar problemas de identidade coletiva, ou seja, os membros reagirem como uma entidade e produzir uma informação unívoca, inclusive quando os indivíduos respondem diferentemente às mesmas questões, quando entrevistados conjuntamente com colegas ou na individualidade e no anonimato (BONI; QUARESMA, 2005).
Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio A técnica do Grupo Focal consiste em envolver um grupo de representantes de uma determinada população na discussão de um tema previamente fixado, sob o controle de um moderador que estimulará a interação e assegurará que a discussão não extravase do tema em foco. É no contexto da interação que se espera que surjam as informações pretendidas (AMADO; FERREIRA, 2013, p. 226). As entrevistas na modalidade Grupo Focal devem ser preparadas a partir das escolhas dos temas, dos participantes e dos contextos de conversação, observando detalhes para melhor aproveitamento do momento: explanação clara dos conceitos, guia da entrevista, comodidade aos participantes, assim como estímulo às falas e responsabilidade teórica e ética na escolha dos participantes. O moderador (que pode ser o pesquisador) deve estar ciente de seu papel nessa técnica de entrevista: manter o foco, respeitar os participantes, tornar-se claro nas perguntas e assegurar segurança, conforto e anonimato aos entrevistados. E, a partir das discussões, geralmente filmadas ou gravadas em áudio (com prévia autorização dos participantes), o investigador deve fazer a transcrição para posterior análise dos dados, o que pode ocorrer a partir da Análise do Conteúdo, segundo Flick (2009). São muitos os tipos de entrevistas em pesquisas qualitativas em educação e seus formatos estão cada vez mais atualizados às tecnologias da contemporaneidade, o que não poderia ser diferente, vivenciando um grande boom desenvolvimentista em relação aos meios de comunicação, na érea da comunicação imediata, TIC e afins. Portanto, é natural que as entrevistas também possam ser concebidas pelo processo da tecnologia da comunicação online , no ciberespaço (como as entrevistas virtuais e a netnografia ) (FERNANDES, 2014). A pesquisa virtual nada mais é que o uso da revolução digital para efeitos de coleta/produção de dados nas ciências humanas, seja como ciberespaço, quando a busca é feita no ambiente que já existe e está em pleno funcionamento, com a realidade virtual ou a virtualidade real, no ciberespaço, ou quando essa construção deriva dos recursos tecnológicos da internet para a construção/constituição desses dados. Neste caso, os métodos qualitativos de coleta/construção dos dados da pesquisa são tradicionais, a internet funciona apenas como espaço e meio de contato entre pesquisador e pesquisado (MENDES, 2009). Flick (2009) aborda três condições prévias para a pesquisa qualitativa online: 1. A familiaridade do pesquisador com o ambiente online, é preciso conhecer formas de comunicação online , ter acesso assegurado e gostar de estar/trabalhar online ; 2. A temática da pesquisa precisa ser condizente com o ambiente virtual; 3. Os participantes devem estar facilmente conectados via internet, a rede não deve ser apenas o contato, mas o ambiente e objeto de pesquisa. A partir daí,
Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio se almeja a autonomia dos sujeitos, mas chama a atenção para o fato de que, assim como a comunidade não tem todas as respostas, os pesquisadores também não. Deve-se reconhecer a relevância tanto do conhecimento científico, como do conhecimento popular, pois estes não são concorrentes, mas sim complementares. Assim, tornam-se mais prováveis e possíveis a implementação de políticas públicas que sustentam e remodelam o sistema educacional e, por extensão, a sociedade. Por tudo isso, é importante refletir sobre o fazer científico nas ciências da educação, levando em consideração a preocupação ética e humanística nas abordagens e técnicas de investigação. Pelo caráter subjetivo que a temática se propõe e pelo teor científico necessário à construção do conhecimento, é preciso identificar um outro rigor nas produções acadêmicas dessa natureza: voltadas à análise da subjetividade humana. Defende-se, portanto, que o mais importante é produzir um conhecimento que, além de útil, esteja voltado para a subjetividade e orientado pelo caráter humanista das ciências em educação. REFERÊNCIAS ADLER, Paul. Critical Organization Studies. Academy of Management. 2000. Disponível em: http://www.aomonline.org. Acesso em: 13 outubro 2018. ALBUQUERQUE, Ulysses Paulino; CRUZ DA CUNHA, Luiz Vital Fernandes; LUCENA, Reinaldo Farias Paiva; ALVES, Romulo Romeu Nóbrega. (eds.) Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology. Springer Protocols Handbooks. 2014. AMADO, João; FERREIRA, Sónia. A Entrevista na Investigação Educacional. In: Manual de Investigação Qualitativa em Educação. Coimbra: Universidade de Coimbra, 2013. ANGROSINO, Michael. Etnografia e Observação Participante. Editora Penso, 2009. ANDRÉ, Marli. O que é um estudo de caso qualitativo em educação? Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, v. 22, n 40, p. 95-103, 2013. BARBOSA, Jonei Cerqueira; OLIVEIRA, Andrea Maria Pereira. Por que a pesquisa de Desenvolvimento na Educação Matemática? Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Vol. 8, Número Temático, 2015. BICUDO , Maria Aparecida; ESPOSITO , Vitória Helena. Pesquisa qualitativa em educação. Um Enfoque Fenomenológico Piracicaba: UNIMEP, 1994.
Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio BONI, Valdete; QUARESMA, Sílvia Jurema. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC. v. 2, n. 1(3), p. 68-80, 2005. BURD, Leo. Desenvolvimento de software para atividades educacionais. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Computação). Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação. 1999. CLANDININ, Jean; CONNELLY, Michael. Narrative inquiry: experience and story in qualitative research. San Francisco: Jossey-Bass, 2000. CRESWELL, John. Educational Research : planning, conduction anda evaluating quantitative and qualitative research. (Pesquisa Educacional: planejamento, condução e avaliação de dados quantitativos e pesquisa qualitativa.) 4 ed. Boston: 2012. CROTTY, Michael. Positivism: The March Of Science , In The foundations of social reseach: meaning and perspective in the reseach process. London: Sage, 1998. DEMO, Pedro. Introdução à Metodologia da Ciência. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1985. DUARTE, Rosália. Entrevistas em pesquisas qualitativas. Educar , n. 24, p. 213-225, 2004. ENGELHARDT, Paula V.; CORPUZ, Edgar G.; OZIMEK, Darryl J.; REBELLO, Sanjav N. The Teaching Experiment – What it is and what it isn’t. Physics Department, Kansas State University, Manhattan KS, 66506-2601, 2010. FERNANDES. Michele de Souza dos Santos. Grupo de discussão e entrevista coletiva: a construção de dispositivos metodológicos em uma pesquisa discursiva. Abehac he, v. 4, n 6, p. 186 - 206, 2014. FLICK, Uwe. Pesquisa Qualitativa online : a utilização da internet. In: Métodos de Pesquisa: Introdução à Pesquisa Qualitativa. Rio de Janeiro: Artmed-Bookman, 2009. FLICK, Uwe. Métodos de Pesquisa : introdução à pesquisa qualitativa. Cap. 17: Observação e etnografia; Cap. 18: Dados visuais: fotografia, filme e vídeo; cp. 19: Utilização de documentos como dados. Rio de Janeiro: Artmed-Bookman, 2009. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Vozes, 1970. GEERTZ, Clifford, A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008. GERALDI, Luciana Maura Aquaroni; BIZELLI, José Luís. Tecnologias da informação e comunicação na educação: conceitos e definições. Revista on line de Política e Gestão Educacional , v .1, n. 18, 2017. GUALDA, Dulce Maria Rosa; MERIGHI, Miriam Aparecida Barbosa; OLIVEIRA, Sônia Maria Junqueira Vasconcelos. Abordagens qualitativas: sua contribuição para a enfermagem. Rev. Esc. Enf.. v.29. n.3, p.297-309, 1995. GUIMARÃES, Maristela Abadia; ALONSO, Kária Morosov. Interfaces Científicas – Educação, v.6, nº 1, p. 13-22, 2017.