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MÉTODOS DE CONTROLE DE INSETO, d
Tipologia: Resumos
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São vários e intermináveis os métodos de controle de insetos-pragas e se utilizam em demasia dos conhecimentos gerados pela ciência básica, aplicada e da tecnologia disponível (Luckmann & Metcalf, 1975). Numa ordem crescente de complexidade, estes métodos podem ser apresentados da seguinte forma: MÉTODOS LEGISLATIVOS OU REGULATÓRIOS Consiste na aplicação de leis, decretos e portarias de âmbito federal, estadual e municipal, que determinam o cumprimento de medidas normatizadoras, fruto de práticas e procedimentos relativamente consolidados em relação ao controle de determinados insetos-pragas. Estas medidas são: Quarentena : tem por objetivo impedir, através de ações preventivas, a introdução de insetos-pragas exóticas e assim, evitar sua disseminação no país, ou numa determinada área geográfica. Assim, todos os vegetais ou parte destes, quando importados, devem passar por um período de 40 dias sob observação, em local previamente designado pelo Serviço de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, que deverá manter fiscais em pontos estratégicos do país como: aeroportos, portos e rodoviárias de modo a controlar a entrada ou passagem de materiais exóticos. Caso seja constatada alguma contaminação, o material vegetal deverá ser imediatamente destruido. Este procedimento se aplica também para os casos de exportação, particularmente de frutos, cujo valor no mercado externo está intrinsecamente relacionado às medidas quarentenárias adotadas pelos países exportadores. Em certos casos, como o das moscas-das- frutas, a exportação de frutas somente se efetivará, se o local de cultivo for considerado "área livre", ou seja, ausência total de infestação por estes insetos. Como exemplo, o Ministério da Agricultura através da Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária, em conjunto com especialistas dos países importadores e de representantes do setor de produção de frutos, elegeram no Brasil as áreas de Mossoró e Açu no Rio Grande do Norte como livres de ocorrência de moscas-das-frutas. O significado disto é que os frutos
destas regiões podem ser exportados sem a necessidade de qualquer tipo de tratamento pós-colheita ou quarentenário. Medidas legislativas para controlar certos insetos : constituem num conjunto de ações profiláticas associadas à determinadas práticas agrícolas circunscritas a certas regiões do país. A lei de nº 2.869 de 25 de junho de 1956, determina a queima de galhos de acácia negra no Rio Grande do Sul, objeti- vando a destruição do serra-pau Oncideres impluviata. Por sua vez, há um decreto baixado pelo governo do Estado de São Paulo, de nº 19.594 de 27 de julho de 1980, que obriga a destruição dos restos de cultura de algodão até 15 de julho de cada ano. Esta medida tem por objetivo eliminar possíveis focos da lagarta rosada ( Pectinophora gossypiella ) e, da broca do algodoeiro ( Eutinobothrus brasiliensis ), de modo a evitar problemas de reinfestação e migração para os plantios vizinhos. Esta prática, indiretamente, tem contribuido para a redução da população do bicudo ( Anthonomus grandis ) introduzido no início da década de 80 no Brasil. Uma série de leis e decretos foram criados nos vários municípios do Estado de São Paulo, para tornar obrigatório o combate às saúvas pelos agricultores, de modo a evitar que elas danifiquem as plantações vizinhas. 4.1.3. Controle do comércio e uso de agrotóxicos: todos os agroquímicos devem apresentar no seu rótulo a sua constituição química ou biológica, o limite de tolerância de resíduos tóxicos nos alimentos, teor do ingrediente ativo, tipo de formulação e culturas para as quais estão recomendados e registrados. O Ministério da Agricultura é o responsável pela fiscalização através da análise periódica destes produtos quanto aos ítens mencionados, de modo a evitar fraudes e adulterações. 4.2. MÉTODOS CULTURAIS OU USO DE PRÁTICAS AGRONÔMICAS Consiste na adoção de práticas que considere o aproveitamento da capacidade genética da planta e contribuam para modificações das características edafoclimáticas de um determinado agroecossistema, de modo que possa interferir desfavoravelmente no desenvolvimento dos insetos-praga. A
mosca-da-mandioca, cupins e gorgulhos em cana-de-açucar e curuquerê-dos- capinzais. 4.2.4. Aração do solo Agumas pragas do solo são severamente prejudicadas quando se revolve a terra. O objetivo é expor os insetos nas suas formas mais suscetíveis (larva ou pupa) à radiação solar, aos inimigos naturais como os pássaros e mamíferos, além de serem destruídas por ação mecânica dos implementos agrícolas, reduzindo assim sua população. Pupas de Erinnyis ello (mandarová-da- mandioca) podem ser destruídas por este método. 4.2.5. Alteração da época de plantio e/ou colheita A manipulação da época de plantio pode influenciar a intensidade de dano sobre a cultura. A simples antecipação ou atrazo no plantio ou na colheita pode diminuir ou eliminar o ataque das pragas. Com esta prática, é possível minimizar os danos, evitando-se com que o inseto não ataque a planta no seu período de maior vulnerabilidade. Assim, a antecipação do plantio normalmente reduz o ataque de Anticarsia gemmatalis, A. grandis e Helicoverpa zea, enquanto o adiamento da época de plantio geralmente provoca menos danos de Hypera postica e da mosca-de-Hesse, Maytiola destructor. Quanto à colheita em se tratando de frutos, esta deverá ser realizada tão logo se verifique o início da maturação dos mesmos. Isto se aplica particularmente nas frutíferas passíveis de serem atacadas pelas moscas-das- frutas, de modo a minimizar os danos provocados por esta praga. A colheita antecipada da batatinha destinada à semente, além de reduzir as viroses, permite a colheita de tubérculos menores e mais uniformes, diminuindo também o período de exposição das batatas às pragas do solo. Para as pragas de produtos armazenados que apresentam infestação cruzada, essa prática reduz a infestação no campo. 4.2.6. Poda ou desbaste É empregada para controlar certas pragas como brocas, cochonilhas, pulgões, moscas-brancas, etc. em frutíferas e plantas ornamentais. A broca do tronco da graviola e do biribá é uma coleobroca ( Cratosomus bombina ) cujo ataque exige a poda dos ramos afetados. 4.2.7. Adubação
O efeito da adubação do solo sobre o teor de nutrientes da planta, e, conseqüentemente sobre os insetos que dela se alimentam é bastante diverso. A adubação com potássio, nitrogênio e fósforo pode reduzir a população de pragas ou aumentar, como no caso da maioria dos insetos sugadores e alguns mastiga- dores. O efeito dos fertilizantes sobre os insetos varia com o nutriente e a espécie, influenciando na longevidade, fecundidade e nos danos causados. Uma planta equilibrada nutricionalmente apresente maior resistência ao ataque de pragas (TANDON, 1973). O excesso de nitrogênio aumenta a infestação de ácaros; o potássio em citrus aumenta a infestação do ácaro da falsa ferrugem. 4.2.8. Limpeza da cultura As ervas daninhas podem ser hospedeiros alternativos de várias pragas, sendo que muitas são vetores de fitopatógenos, o que prejudica as plantas cultivadas. Assim, recomenda-se a aplicação de técnicas de manejo de ervas daninhas, de modo que elas não prejudiquem a cultura e ao mesmo tempo possa servir de abrigo aos inimigos naturais. A infestação de pulgões tende a ser menor nas proximidades do mato. Por outro lado, a existência de plantas daninhas infestadas pelo ácaro rajado, permite a transferência do mesmo para as novas culturas, quando próximas, pois quando a população desta praga aumenta, formam-se teias que são levadas pelos ventos, transportando os ácaros nas suas diferentes fases. 4.2.9. Manejo da água - irrigação ou drenagem A irrigação pode reduzir populações de pragas como tripes, pulgões, ácaros, etc. Assim, populações do ácaro Tetranychus medonielli têm seu desenvolvimento reduzido em pomares de maçã com sistema de irrigação por aspersão em relação à aspersão no solo. Desta forma, além do efeito direto (mecânico), o tipo de irrigação também pode afetar as pragas pela alteração do microclima local. O cultivo do milho irrigado diminui a infestação da lagarta do cartucho ( Spodoptera frugiperda ), pelo acúmulo constante da água no "cartucho" e pelo aumento da umidade do solo, afetando as pupas. A irrigação por aspersão permite o controle mecânico dos pulgões que atacam várias culturas. Outras pragas como o pão-de-galinha e a broca gigante da cana-de-açucar são eliminadas por inundação das áreas infestadas.
interior da base do colmo. O bicho cesto ( Oiketicus kirbyi ) que ataca cafezais e citros, pode ser controlado através da catação manual. Em relação ao curuquerê da couve ( Ascia sp., devido à peculiaridade da forma de ataque, os ovos e as lagartas podem ser facilmente removidas das folhas. Ressalta-se que este método depende da disponibilidade e do custo da mão-de-obra bem como do tamanho da lavoura. 4.3.2. Uso de barreiras : consiste na formação de valetas ou barreiras para impedir o deslocamento de lagartas como o curuquerê-dos-capinzais ( Mocis latipes ) e ninfas de gafanhotos, em grandes surtos. 4.3.3. Uso de armadilhas : o emprego de frascos caça-moscas contendo substâncias atrativas para captura de moscas-das-frutas ( Fig.3 ), o uso de tábuas pintadas em amarelo e untadas em óleo SAE 140 para captura da mosca-branca, cigarrinha-das-pastagens, tripes e moscas minadoras de folhas, são alguns dos recursos usados nesta estratégia. Outros meios como: distribuição de pedaços de pseudo-caule de bananeira, para atração e captura do moleque-da-bananeira ( Cosmopolitis spp.; Metamasius spp.; uso de bambus ou bagaço de cana para captura do gorgulho ( Sphenophorus levis ) são também usados como alternativa de controle. 4.3.4. Esmagamento de insetos : são usados rolofacas para esmagamento de cigarrinhas e lagartas; esmagamento também é usado nas infestações de brocas de ramos e troncos de frutíferas como figueira e coqueiro. O emprego da broca- cupinzeira, implemento acoplado ao diferencial de um perfurador de solo e o conjunto engatado nos três pontos do trator de modo que o implemento possa ser acionado pela tomada de força, é um recurso usado no controle do cupim de montículo ( Cornitermes cumulans ) no qual o cupinzeiro é desintegrado, tanto da parte localizada acima como abaixo do nível do solo, resultando no esmagamento da colônia.
Figura 3. Armadilha tipo frasco caça-mosca mod. Macphail, para captura de adultos de moscas-das-frutas. 4.4. MÉTODOS FÍSICOS 4.4.1. Fogo : o seu uso é limitado, recomenda-se para pequenas áreas como hortas e viveiros de mudas. No entanto, para os casos em que o controle químico torna-se anti-econômico, justifica-se o seu emprego, através de lança-chama, que também pode ocorrer de forma complementar à outros métodos. O fogo é usado na queima de restos de culturas para o controle de cigarrinhas e cochonilhas em pastagens e cana-de-açucar; da lagarta-rosada em algodão e coleobrocas através da destruição dos ramos. 4.4.2. Drenagem: está associada à biologia do inseto em que parte do seu ciclo evolutivo ocorre no meio aquático. É empregada no controle de náiades de carapanã, gorgulhos aquáticos em lavoura de arroz irrigado e larvas de moscas que se desenvolvem no restilo que se acumula na cultura de cana-de-açucar. 4.4.3. Temperatura : as variações na temperatura ambiente ou controlada podem contribuir para o controle de insetos. Temperaturas acima de 50oC ou a menos 5oC, podem matar ou conduzir o inseto a um estado de hibernação ou de estivação permanente. Este método é recomendado no controle de insetos de
Figura 4. Espectro da radiação solar (GALLO et al., 1989) 4.4.6.1. Ultravioleta (cor): Os insetos detectam radiações que vão do ultravioleta ao infravermelho, sendo maior a sensibilidade às ondas de menor comprimento, o que não acontece com o homem. Assim, as cores podem exercer ação de atratividade ou de repelência em relação aos insetos, permitindo desta forma o seu emprego no controle dos mesmos. A formação das cores percebidas pelos insetos nem sempre são as mesmas observadas pelo homem ( Fig. 5 ). Folhas ou qualquer outro substrato que reflitam radiação na faixa do ultravioleta repelem o pulgão Myzus persicae. O uso de palha de arroz em cobertura morta nos canteiros de olerícolas e lavoura de feijão, pelo fato de refletir o ultravioleta, contribui para reduzir a infestação de pulgões alados, vetores de viroses. Da mesma forma o uso de cal, que dada a sua coloração branca, causa ação de repelência aos pulgões. Por outro lado, a cor amarelo-ouro tem sido usada em superfícies contendo substância adesiva para atrair mosca-branca e mosca minadora.
Figura 5. Cores resultantes da absorção seletiva de determina da radiação e cores monocromáticas resultantes da emissão de determinados comprimento de onda (Gallo et al. 1989) 4.4.6.2. Luz : particularmente a visível, influencia o inseto através do seu desenvolvimento via fotoperíodo ou do seu comportamento, via comprimento de onda. Desta forma, os insetos adaptados à percepção de radiação infravermelha, portanto noturnos, quando submetidos à luz visível, ocorre uma migração dos pigmentos dos omatídeos como resposta ao novo comprimento de onda. Assim, os insetos podem ser atraídos ou repelidos por esta fonte luminosa. A luz ultravioleta e a verde atraem mais insetos que a amarela e a vermelha. Com isto, pode-se usar qualquer fonte de luz, acoplada a um dispositivo para capturar ou destruir os insetos atraídos. Estes dispositivos podem ser armadilhas ou lençol branco associado a uma fonte luminosa. As lâmpadas que emitem energia na faixa do ultravioleta, atraem mais insetos. Em função disto, as armadilhas luminosas são confeccionadas com lâmpadas fluorescentes ultravioleta, conhe- cidas por luz negra (BL ou BLB). O primeiro registro de uso dessas armadilhas data de 1874. Há vários tipos. A mais comum é o modelo "Luiz de Queiroz" (Figura 6). Existem outros tipos de armadilhas, como a de eletrocussão, usada em ambientes fechados para o controle de mosca doméstica.
como atraente ou repelente. Simulando-se o som emitido pelas fêmeas de carapanã em atividade de vôo, consegue-se atraí-la e assim, capturá-la. Também através de simulação de sons, pode-se atrair os insetos para armadilhas, como acontece com algumas espécies de cigarrinhas do arroz. A emissão na faixa de 25.000 a 60.000 hertz, simula o som de morcegos insetívoros, que são predadores de mariposas, afugentando-os. Como o raio de ação do ultra-som é muito curto. há limitação deste método de controle, sendo usado mais apro- priadamente em ambientes fechados. 4.4.7. Radiação ionizante : o emprego de substâncias que provocam a esterilização dos insetos é conhecida há anos. Em 1916 Runner submeteu o "besouro do fumo" Lasioderma serricorne aos raios X, obtendo ovos estéreis. A esterilização torna o inseto incapaz de produzir descendentes. Ela pode ocorrer quando: 1) a fêmea torna-se infecunda; 2) aspermia ou inativação dos machos; 3) incapacidade para cópula; 4) mutação letal dominante nas células reprodutoras dos machos e das fêmeas. Esta última é a mais viável, embora possa ocorrer a combinação dessas situações. O exemplo clássico deste tipo de controle foi o realizado com a mosca-da-bicheira Cochliomyia hominivorax em 1954, quando a mesma foi erradicada da ilha de Curaçao. A radiação ionizante pode ser obtida em forma de energia pelos raios X e (gama); em forma de partículas pelos raios alfa, beta, nêutrons e elétrons acelerados. As substâncias mais comumente empregadas como fonte de radiação gama são o Cobalto 60 com meia vida de 5,3 anos e o Césio 137 com meia vida de 30 anos, sendo a primeira mais econômica do que os raios X e menos econômica do que os elétrons acelerados, motivo pelo qual são mais usados. A radiação ionizante pode ser empregada através da esterilização total, com aplicação direta dos raios sobre a população dos insetos. Este processo é usado para pragas de produtos armazenados. Esta radiação pode também ser usada para esterilizar insetos para posterior liberação em populações normais num ecossistema definido, permitindo a sua competição com outros da população natural. Esta última é conhecida por TIE (técnica do inseto estéril), porque consiste na liberação de machos e fêmeas estéreis tratadas em fontes de radiação ionizante.
Para a esterilização total da praga, algumas considerações precisam ser estabelecidas: suscetibilidade da espécie à radiação; determinação da dose letal para as diversas fases do inseto (ovo, larva, pupa e adulto); racionalização do material a ser exposto à radiação e natureza do produto a ser tratado, pois as radiações podem alterar as qualidades organolépticas de alguns alimentos. Na TIE a quantidade de insetos liberados deve ser calculada em função da população natural existente num ecossistema delimitado. Esta técnica é recomendada para os seguintes casos: