Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Orientação para a Elaboração de Artigos Científicos: Estrutura e Redação, Slides de Metodologia

Este documento oferece orientações para acadêmicos, estudantes de pós-graduação e bolsistas de iniciação científica sobre a elaboração de artigos científicos. Ele aborda a importância da publicação científica, as dificuldades encontradas na organização e redação de primeiros artigos, e fornece informações sobre a estrutura e organização do texto, utilização de termos, citações, entre outros. Além disso, o documento discute as finalidades do artigo, sua redação, organização conceitual, ordenação temática, exposição metódica de informações científicas, e suas principais características.

O que você vai aprender

  • Quais são as principais finalidades de um artigo científico?
  • Quais são as principais dificuldades encontradas na elaboração de um primeiro artigo científico?
  • Qual é a importância de elaborar um bom artigo científico?
  • Como se deve redigir um artigo científico?
  • Quais são as características e organização do texto de um artigo científico?

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Amanda_90
Amanda_90 🇧🇷

4.6

(86)

223 documentos

1 / 12

Toggle sidebar

Esta página não é visível na pré-visualização

Não perca as partes importantes!

bg1
METODOLOGIA DE ARTIGO CIENTÍFICO
RESUMO
O objetivo deste trabalho é orientar acadêmicos e bolsistas de iniciação científica sobre a
elaboração de artigos científicos, muito utilizados para divulgação de idéias, estudos
avançados e resultados de pesquisa. Com uma organização e normatização própria, o artigo é
uma publicação pequena, que possui elementos pré, textuais e pós, com componentes e
características específicas. O texto ou parte principal do trabalho inclui introdução,
desenvolvimento e considerações finais, sendo redigido com regras específicas. O estilo e as
propriedades da redação técnico-científica envolvem clareza, precisão, comunicabilidade e
consistência, havendo uma melhor compreensão do leitor. O conteúdo do artigo é organizado
de acordo com a ordem natural do tema e a organização/hierarquização das idéias mais
importantes, seguidas de outras secundárias. A utilização de normas textuais, redacionais e
gráficas, não só padronizam o artigo científico, mas também disciplinam e direcionam o
pensamento do autor coerentemente a um objetivo determinado. Palavras-chave: Artigo
científico, iniciação científica, metodologia e trabalho acadêmico
01. INTRODUÇÃO
O cientista, o grupo de pesquisa ou o estudioso, investiga, experimenta e produz
constantemente conhecimentos na sua área de estudo e outras áreas correlatas,
proporcionando relações, comparações, refutações entre conceitos e teorias, colaborando com
o avanço da ciência. Esse processo dinâmico de produção científica pode dar-se a nível
regional, nacional, e principalmente mundial, exigindo do cientista dedicação e atualização
permanente. Entre os procedimentos mais eficazes e rápidos para a divulgação dos resultados
de uma pesquisa, ou mesmo para o debate acerca de uma teoria ou idéia científica, a
academia utiliza principalmente o artigo científico, o paper, o review, a comunicação científica,
o resumo. São veiculados em publicações especializadas como revistas e jornais científicos,
periódicos, anais, etc., impressos ou eletrônicos no mundo todo. Atualmente esse formato de
publicação científica é maciçamente utilizado pela maioria dos pesquisadores e grupos de
pesquisa no mundo, para divulgação de novos conhecimentos e como meio para adquirir
notoriedade e respeito dentro da comunidade científica. No entanto, observa-se um grau
acentuado de dificuldade, por parte do pesquisador iniciante, na organização e redação dos
primeiros artigos técnico-científicos, principalmente em relação a estrutura e organização do
texto, colocação das idéias, utilização de certos termos, subdivisão dos assuntos, inserção de
citações durante a elaboração do texto, entre outros. Se o texto em questão (com
determinadas características para ser científico) for o relatório final de uma pesquisa de campo
ou laboratório, terá uma estrutura mais centrada na metodologia, na apresentação e discussão
dos resultados, utilizando inúmeros recursos estatísticos disponíveis, como tabelas e gráficos.
Mas, muitos artigos acadêmicos são teóricos, e o(s) autor(es) preocupa-se mais com a sua
fundamentação referencial, procurando ordena-lo conforme sua linha de raciocínio e
acrescentando algumas considerações pessoais. As dificuldades para elaboração de um artigo
científico podem ser minimizadas se o autor organizar-se e estiver convencido que o trabalho
deve possuir rigor científico. Conforme afirma Ramos et al. (2003, p.15).
Executar uma pesquisa com rigor científico pressupõe que você escolha um tema e defina um
problema para ser investigado. A definição dependerá dos objetivos que se pretende alcançar.
Nesta etapa você elabora um plano de trabalho e, após deverá explicitar se os objetivos foram
alcançados, [...]. É importante apresentar a contribuição da pesquisa para o meio científico.
Nesse contexto o presente artigo tem por objetivo orientar os interessados na elaboração de
artigos científicos, principalmente acadêmicos de graduação, estudantes de pós-graduação e
bolsistas de iniciação científica, facilitando o acesso e expondo alguns conceitos e orientações,
dispersos na literatura acerca da elaboração do artigo científico, bem como enriquecendo
aspectos sobre as finalidades do artigo, sua redação, organização conceitual, ordenação
pf3
pf4
pf5
pf8
pf9
pfa

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Orientação para a Elaboração de Artigos Científicos: Estrutura e Redação e outras Slides em PDF para Metodologia, somente na Docsity!

METODOLOGIA DE ARTIGO CIENTÍFICO

RESUMO

O objetivo deste trabalho é orientar acadêmicos e bolsistas de iniciação científica sobre a elaboração de artigos científicos, muito utilizados para divulgação de idéias, estudos avançados e resultados de pesquisa. Com uma organização e normatização própria, o artigo é uma publicação pequena, que possui elementos pré, textuais e pós, com componentes e características específicas. O texto ou parte principal do trabalho inclui introdução, desenvolvimento e considerações finais, sendo redigido com regras específicas. O estilo e as propriedades da redação técnico-científica envolvem clareza, precisão, comunicabilidade e consistência, havendo uma melhor compreensão do leitor. O conteúdo do artigo é organizado de acordo com a ordem natural do tema e a organização/hierarquização das idéias mais importantes, seguidas de outras secundárias. A utilização de normas textuais, redacionais e gráficas, não só padronizam o artigo científico, mas também disciplinam e direcionam o pensamento do autor coerentemente a um objetivo determinado. Palavras-chave: Artigo científico, iniciação científica, metodologia e trabalho acadêmico

01. INTRODUÇÃO O cientista, o grupo de pesquisa ou o estudioso, investiga, experimenta e produz constantemente conhecimentos na sua área de estudo e outras áreas correlatas, proporcionando relações, comparações, refutações entre conceitos e teorias, colaborando com o avanço da ciência. Esse processo dinâmico de produção científica pode dar-se a nível regional, nacional, e principalmente mundial, exigindo do cientista dedicação e atualização permanente. Entre os procedimentos mais eficazes e rápidos para a divulgação dos resultados de uma pesquisa, ou mesmo para o debate acerca de uma teoria ou idéia científica, a academia utiliza principalmente o artigo científico, o paper, o review, a comunicação científica, o resumo. São veiculados em publicações especializadas como revistas e jornais científicos, periódicos, anais, etc., impressos ou eletrônicos no mundo todo. Atualmente esse formato de publicação científica é maciçamente utilizado pela maioria dos pesquisadores e grupos de pesquisa no mundo, para divulgação de novos conhecimentos e como meio para adquirir notoriedade e respeito dentro da comunidade científica. No entanto, observa-se um grau acentuado de dificuldade, por parte do pesquisador iniciante, na organização e redação dos primeiros artigos técnico-científicos, principalmente em relação a estrutura e organização do texto, colocação das idéias, utilização de certos termos, subdivisão dos assuntos, inserção de citações durante a elaboração do texto, entre outros. Se o texto em questão (com determinadas características para ser científico) for o relatório final de uma pesquisa de campo ou laboratório, terá uma estrutura mais centrada na metodologia, na apresentação e discussão dos resultados, utilizando inúmeros recursos estatísticos disponíveis, como tabelas e gráficos. Mas, muitos artigos acadêmicos são teóricos, e o(s) autor(es) preocupa-se mais com a sua fundamentação referencial, procurando ordena-lo conforme sua linha de raciocínio e acrescentando algumas considerações pessoais. As dificuldades para elaboração de um artigo científico podem ser minimizadas se o autor organizar-se e estiver convencido que o trabalho deve possuir rigor científico. Conforme afirma Ramos et al. (2003, p.15). Executar uma pesquisa com rigor científico pressupõe que você escolha um tema e defina um problema para ser investigado. A definição dependerá dos objetivos que se pretende alcançar. Nesta etapa você elabora um plano de trabalho e, após deverá explicitar se os objetivos foram alcançados, [...]. É importante apresentar a contribuição da pesquisa para o meio científico. Nesse contexto o presente artigo tem por objetivo orientar os interessados na elaboração de artigos científicos, principalmente acadêmicos de graduação, estudantes de pós-graduação e bolsistas de iniciação científica, facilitando o acesso e expondo alguns conceitos e orientações, dispersos na literatura acerca da elaboração do artigo científico, bem como enriquecendo aspectos sobre as finalidades do artigo, sua redação, organização conceitual, ordenação

temática, exposição metódica de informações científicas, bem como suas principais características. Portanto é muito mais um texto didático, que pretende colaborar na aprendizagem dos cientistas que iniciam e possuem diversas dúvidas sobre a elaboração e organização desse tipo de publicação. Inicialmente são discutidos, o conceito, as diferentes classificações e os fins pelos quais são elaborados artigos científicos, em diversos contextos, sendo depois analisadas as características e organização do texto, seus componentes e o estilo redacional recomendado. A uniformização gráfica não está contemplada em função dos objetivos aqui propostos, e porque varia muito de acordo com as normas específicas da instituição ou do orgão que realiza a publicação.

02. O ARTIGO CIENTÍFICO Elaborar um artigo científico é, num sentido genérico, contribuir para o avanço do conhecimento, para o progresso da ciência. No início, a produção científica tende a aproveitar em grande medida, os saberes e conhecimentos de outros autores, ficando o texto final com um percentual elevado de idéias extraídas de várias fontes (que devem ser obrigatoriamente citadas). Com o exercício contínuo da pesquisa e da investigação científica, consolida-se a autoria, a criatividade e a originalidade da produção de conhecimentos, bem como a síntese de novos saberes. Como afirma Demo: A elaboração própria implica processo complexo e evolutivo de desenvolvimento da competência, que, como sempre, também começa do começo. Este começo é normalmente a cópia. No início da criatividade há treinamento, que depois se há de jogar fora. A maneira mais simples de aprender, é imitar. Todavia, este aprender que apenas imita, não é aprender a aprender. Por isso, pode-se também dizer que a maneira mais simples de aprender a aprender, é não imitar. (2002, p.29) É necessário darmos os primeiros passos nesse processo de construção da atitude científica, que é antes de tudo uma postura crítica, racional e intuitiva ao mesmo tempo, que provoca a seu termo, como diz Kuhn (Apud MORIN, 2002), uma série de revoluções desracionalizantes, e por sua vez, cada uma, nova racionalização. Portanto, conhecer a natureza, a estrutura e os mecanismos básicos utilizados na elaboração de artigos, é apropriar-se de um elemento revolucionário, que transforma paradigmas científicos. 2.1. Conceito e finalidade De acordo com a UFPR (2000b), “artigos de periódicos são trabalhos técnico-científicos, escritos por um ou mais autores, com a finalidade de divulgar a síntese analítica de estudos e resultados de pesquisas” (p.2). Consistem em publicações mais sintéticas, mesmo sendo assuntos bem específicos, com uma abordagem mais “enxuta” do tema em questão, apesar da relativa profundidade na sua análise. Possuem mais versatilidade que os livros, por exemplo, sendo facilmente publicáveis em periódicos ou similares, atingindo simultaneamente todo o meio científico. Como diz Tafner et al. (1999, p.18) “esses artigos são publicados, em geral, em revistas jornais ou outro periódico especializado que possua agilidade na divulgação (grifo meu)”. Por esse motivo, o artigo científico não é extenso, totalizando normalmente entre 5 e 10 páginas, podendo alcançar, dependendo de vários fatores (área do conhecimento, tipo de publicação, natureza da pesquisa, normas do periódico, etc.), até 20 páginas, garantindo-se em todos os casos, que a abordagem temática seja o mais completa possível, com a exposição dos procedimentos metodológicos e discussão dos resultados nas pesquisas de campo, caso seja necessário a repetição da mesma por outros pesquisadores (LAKATOS e MARCONI, 1991; MEDEIROS, 1997; SANTOS, 2000). Além disso, recomenda-se uma determinada normatização para essas publicações, tanto na estrutura básica quanto na uniformização gráfica, como também na redação e organização do conteúdo, diferenciando-se em vários aspectos das monografias, dissertações e teses, que constituem os principais trabalhos acadêmicos. Em geral, os artigos científicos objetivam publicar e divulgar os resultados de estudos: “a) originais, quando apresentam abordagens ou assuntos inéditos; b) de revisão, quando abordam, analisam ou resumem informações já publicadas” (UFPR, 2000a, p.2). Observa-se muitas vezes a utilização de ambas as situações na elaboração dos artigos, onde

destreza, que posteriormente é transformada em ato criativo. Apesar da “flexibilidade” ser pertinente na elaboração e organização de artigos científicos, é necessário que esses textos possuam certas normas, que gradualmente incorporam-se na atitude científica do pesquisador. Neste trabalho, em função dos objetivos propostos inicialmente, serão apresentados apenas os assuntos referentes a estrutura básica e uniformização redacional do artigo científico. A uniformização gráfica, cujas normas variam conforme a instituição que publica, possui ampla abordagem na literatura relacionada a metodologia científica, podendo ser facilmente encontrada. 2.2.1. Estrutura básica A estrutura básica do artigo científico é a forma como o autor organiza os componentes do texto, da primeira a última página. É a ordenação coerente dos itens e dos conteúdos ao longo da sua redação geral. É a maneira como estruturam-se as partes objetivas/subjetivas, explícitas/implícitas, durante a elaboração do texto científico. Em função do tamanho reduzido recomendado para o artigo científico, a economia e a objetividade são fundamentais na exposição das informações, procurando manter a profundidade do tema, seja na abordagem de teorias ou idéias, seja na análise de resultados de pesquisa e sua discussão. Nesse ponto, a elaboração de artigos técnico-científicos é mais complexa que outros trabalhos acadêmicos, onde há maior liberdade na apresentação e exposição do tema. No artigo científico, o conhecimento e o domínio pelo autor da estrutura básica padrão, é muito importante para a elaboração do trabalho, sendo o mesmo composto de vários itens, e distribuídos em elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais, com seus componentes subdivididos de acordo com o Quadro 1. QUADRO 1 Distribuição dos itens que compõe o artigo científico em relação aos elementos da estrutura básica Elementos Componentes Pré-textuais ou parte preliminar Título Sub-título (quando for o caso) Autor (es) Crédito(s) do(s) autor(es) Resumo Palavras-chave ou descritores Abstract (quando for o caso) Key-words (quando for o caso) Textuais ou corpo do artigo Introdução Desenvolvimento Conclusão Pós-textuais ou referencial Referências Cada um desses elementos, e seus respectivos componentes, é imprescindível na composição do artigo, apresentando informações e dados fundamentais para a compreensão do trabalho como um todo, sendo muito importante não omiti-los.

2.2.1.1. Elementos pré – textuais Os elementos pré-textuais, também chamados de parte preliminar ou ante-texto, compõe-se das informações iniciais necessárias para uma melhor caracterização e reconhecimento da origem e autoria do trabalho, descrevendo também, sucinta e objetivamente, algumas informações importantes para os interessados numa análise mais detalhada do tema (título, resumo, palavras-chave). O título do artigo científico deve ser redigido com exatidão, revelando objetivamente o que o restante do texto está trazendo. Apesar da especificidade que deve ter, não deve ser longo a ponto de tornar-se confuso, utilizando-se tanto quanto possível de termos simples, numa ordem em que a abordagem temática principal seja facilmente captada. O sub- título é opcional e deve complementar o título com informações relevantes, necessárias, somente quando for para melhorar a compreensão do tema. Título e sub-título são portas de entrada do artigo científico; é por onde a leitura começa, assim como o interesse pelo texto. Por isso deve ser estratégico, elaborado após o autor já ter avançado em boa parte da redação final, estando com bastante segurança sobre a abordagem e o direcionamento que deu ao tema. Deve ser uma composição de originalidade e coerência, que certamente provocará o interesse pela leitura. Após, o nome do autor vai imediatamente seguido dos créditos, constituindo-se do nome da instituição onde leciona ou trabalha e da sua titulação. Também podem ser citados outros dados relevantes, ficando isto a critério do autor ou da instituição que publica. Quando é mais de um autor, normalmente o primeiro nome é o autor principal, ou 1° autor, sendo sempre citado ou referenciado afrente dos demais. O resumo indica brevemente os principais assuntos abordados no artigo científico, iniciando com os objetivos do trabalho, metodologia e análise de resultados (nas pesquisas de campo) ou idéias principais, encerrando com breves considerações finais do pesquisador. Deve-se evitar qualquer tipo de citação bibliográfica. A Norma Brasileira Registrada (NBR) 6028, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (1987), possui uma normatização completa para a elaboração de resumos. Em seguida, são relacionadas de 3 a 6 palavras-chave que expressem as idéias centrais do texto, podendo ser termos simples e compostos, ou expressões características. A preocupação do autor na escolha dos termos mais apropriados, deve-se ao fato dos leitores identificarem prontamente o tema principal do artigo lendo o resumo e palavras-chave. No levantamento bibliográfico feito através de softwares especializados ou pela internet, utilizam-se em grande escala esses dois elementos pré-textuais. Quando o artigo científico é publicado, em revistas ou periódicos especializados de grande penetração nos centros científicos, inclui-se na parte preliminar o abstract e key-words, que são o resumo e as palavras-chave traduzido para o idioma inglês. 2.2.1.2. Elementos textuais Considerada a parte principal do artigo científico, compõe-se do texto propriamente dito, sendo a etapa onde “o assunto é apresentado e desenvolvido” (UFPR, 2000a, p.27) e por esse motivo é chamado corpo do trabalho. Como em qualquer outro trabalho acadêmico, os elementos textuais subdividem-se em introdução, desenvolvimento e conclusão ou considerações finais, sendo redigidos de acordo com algumas regras gerais, que promovem maior clareza e melhor apresentação das informações contidas no texto. Na introdução o tema é apresentado de maneira genérica, “como um todo, sem detalhes” (UFPR, 2000a, p.28), numa abordagem que posicione bem o assunto em relação aos conhecimentos atuais, inclusive a recentes pesquisas, sendo abordadas com maior profundidade nas etapas seguintes do artigo. É nessa parte que o autor indica a finalidade do tema, destacando a relevância e a natureza do problema, apresentando os objetivos e os argumentos principais que justificam o trabalho. “Trata-se do elemento explicativo do autor para o leitor” (UFPR, 2000a, p.28). A introdução deve criar uma expectativa positiva e o interesse do leitor para a continuação da análise de todo artigo. Em alguns textos, o final da introdução também é utilizado pelo autor para explicar a seqüência dos assuntos que serão abordados no corpo do trabalho. O elemento textual chamado desenvolvimento é a parte principal do artigo científico, caracterizado pelo aprofundamento e análise pormenorizada dos aspectos conceituais mais importantes do assunto. É onde são amplamente debatidas as idéias e teorias que sustentam o tema (fundamentação teórica), apresentados os procedimentos metodológicos e análise dos resultados em pesquisas de campo, relatos de casos, etc. Conforme a UFPR (2000b, p.27) “o desenvolvimento ou corpo, como parte principal e mais extensa do artigo, visa expor as

2.2.2. Uniformização redacional 2.2.2.1. Organização do texto científico “Considerada por muitos uma etapa extremamente difícil, vale lembrar que, para escrever textos técnicos, segue-se basicamente o mesmo raciocínio utilizado para sua leitura.” (SANTOS, 2000, p.89) Da mesma forma como se faz o fichamento e o esquema na leitura técnica, a grande maioria dos pesquisadores e estudiosos que elaboram textos científicos, utilizam-se previamente de um planejamento ou esquema (esqueleto) montado a partir de leituras, observações e reflexões, através de técnicas apropriadas, como o fichamento, as listas de assuntos, o brainstorming. A organização coerente desse plano de conteúdos deve respeitar os objetivos do trabalho e a ordenação natural do tema, pois dessa forma, conforme afirma Medeiros (1997) não se repetem idéias e nem deixa-se nada importante de lado. “A redação inicia-se pela „limpeza‟ (seleção) dos dados; segue-se a organização dos blocos de idéias; faz-se a hierarquização das idéias importantes. Agora as informações estão prontas para serem redigidas.” (SANTOS, 2000, p.91) Sugerindo a utilização de outros recursos, principalmente eletrônicos, na redação do texto científico, Máttar Neto (2002) sugere que não seja realizada a etapa inicial de livre associação de idéias, como no brainstorming, mas sim utilizado o sumário nos processadores de textos no computador (Microsoft Word, por exemplo), evitando o caos na fase inicial da redação. [...] método do sumário tende a preservar tanto a possibilidade da livre associação quanto da ordenação, do começo ao final da redação do texto. Do nosso ponto de vista, o caos deve estar pré-ordenado, desde o início, e, com o sumário, o espaço para o caos fica preservado, até o final do processo [...]. (MÁTTAR NETO, 2002, p.175) Qualquer conteúdo que se queira divulgar por intermédio de um artigo científico, seja o resultado de uma pesquisa, uma teoria, uma revisão, etc., possui um certo grau de dificuldade, em função do espaço pequeno para o desenvolvimento das idéias. Por isso, Medeiros (2000) sugere que a apresentação do texto deve ser clara, concisa, objetiva; a linguagem correta, precisa, coerente, simples, evitando-se adjetivos inúteis, repetições, rodeios, explicações desnecessárias. 2.2.2.2. Redação técnico-científica O estilo da redação utilizada em artigos científicos é chamado técnico-científico, “diferindo do utilizado em outros tipos de composição, como a literária, a jornalística, a publicitária” (UFPR, 2000c, p.1). Com características e normas específicas, o estilo da redação científica possui certos princípios básicos, universais, apresentados em diversas obras, principalmente textos de metodologia científica, que colaboram para o desempenho eficiente da redação científica. Com fins didáticos, será apresentado em forma de quadro explicativo, as principais informações e princípios básicos sobre o estilo da redação técnico-científico, baseando-se em três referências bibliográficas que tratam do tema. Bastos et al. (2000) estruturam os princípios básicos da uniformização redacional em quatro itens indispensáveis: “clareza, precisão, comunicabilidade e consistência” (p.15). QUADRO 2 – Descrição dos princípios básicos da redação técnico-científica segundo Bastos et al.(2000) Característica Descrição Clareza -^ não deixa margem a interpretações diversas;

  • não utiliza linguagem rebuscada, termos

desnecessários ou ambíguos;

  • evita falta de ordem na apresentação das idéias; Precisão - cada palavra traduz exatamente o que o autor transmite; Comunicabilidade -^ abordagem direta e simples dos assuntos;
  • lógica e continuidade no desenvolvimento das idéias;
  • uso correto do pronome relativo "que";
  • uso criterioso da pontuação; Consistência - de expressão gramatical - é violada quando, por ex., numa enumeração de 3 itens, o 1° é substantivo, o 2º uma frase e o 3º um período completo;
  • de categoria - equilíbrio existente nas seções de um capítulo ou subseções de uma seção;
  • de seqüência - ordem na apresentação de capítulos, seções e subseções do

números, abreviaturas, siglas, títulos de seções); Conjugação -^ uso preferencial da forma impessoal dos verbos; Santos (2000) estabelece o estilo e as propriedades da redação científica, enumerando várias características importantes para cada tipo, sendo os principais apresentados no Quadro 4. QUADRO 4 Descrição dos princípios básicos da redação técnico-científica segundo Santos(2000) Tipo Característica Descrição Estilo da redação Brevidade Concretude Consistência Impessoalidade Precisão Simplicidade

afirmativas compactas e claras;

  • evita substantivos abstratos e sentenças vagas;
  • usa termos correntes e aceitos;
  • visão objetiva dos fatos, sem envolvimento pessoal;
  • usa linguagem precisa (correspondência entre a linguagem e o fato comunicado);
  • texto sem complicações e explicações longas; Propriedades do texto Clareza Coerência Direção Objetividade Seletividade
  • redação clara, compreendida na 1ª leitura;
  • as partes do texto são interligadas;
  • indica o

caminho que vai seguir (unidade de pensamento);

imparcialidade na redação;

  • prioriza conteúdos importantes; 03. CONSIDERAÇÕES FINAIS O artigo científico, assim como outros tipos de trabalhos acadêmicos, abordam temas teóricos de pesquisa, revisões bibliográficas, pesquisas de campo, e tem a finalidade de comunicar ao mundo científico os conhecimentos elaborados a partir dos critérios da ciência. A elaboração de qualquer artigo deve respeitar uma organização própria, constituída de uma estrutura básica, uma uniformização redacional e uma gráfica, que somadas formam o conjunto de normas recomendadas para este tipo de publicação. A estrutura básica do artigo científico é composta dos elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, subdivididos em vários componentes e contendo informações imprescindíveis para o entendimento do tema, da sua fundamentação e da autoria do trabalho. A elaboração e o desenvolvimento do texto no artigo científico requer a definição e o entendimento exato do tema e sua ordenação natural, a organização e a hierarquização interna das idéias principais e secundárias, e a compreensão acerca da necessidade de uma linguagem simples e concisa devido ao tamanho pequeno recomendado para o artigo. A redação técnico-científica desenvolvida no texto do artigo possui características de estilo e propriedade próprias, como clareza, precisão, comunicabilidade e consistência, possibilitando a compreensão exata e objetiva por parte do leitor e a economia de espaço, sem perder a qualidade na comunicação das idéias. A utilização de normas e diretrizes para elaboração e apresentação de artigos científicos, além de padronizar o formato geral e a organização do texto, são fundamentais para construção gradativa do pensamento científico do autor, estabelecendo parâmetros individuais seguros na abordagem e análise de temas e problemas científicos. Este artigo foi elaborado para orientar acadêmicos e iniciantes na atividade de produção do conhecimento, reforçando conceitos e pressupostos científicos, propondo normas já de domínio da ciência e organizando alguns procedimentos utilizados na redação de textos técnico-científicos. 04. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: resumo. Rio de Janeiro,

BASTOS, Lília et al. Manual para elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, teses, dissertações e monografias. 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 5ª ed. Campinas: Autores Associados, 2002. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina Andrade. Fundamentos da metodologia científica. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1991. MÁTTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2002. MEDEIROS, João B. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos e resenhas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1997. MORIN, Edgar. Ciência com consciência. 6ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.