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Mentalas: A Jornada da Saúde Mental de Matateu Ubisse, Trabalhos de Psicologia Moral

Narrativa pessoal de matateu ubisse sobre sua jornada na saúde mental, a partir de sua primeira visita a um psicólogo até a compreensão de padrões mentais e a busca pela equilíbrio. O autor reflete sobre a importância da saúde mental, a influência da comunidade e da educação na formação de sua pessoa, e o papel do inconsciente consciente na vida.

O que você vai aprender

  • Como a meditação e o yoga ajudaram a Matateu Ubisse?
  • Qual foi a influência da comunidade na formação da pessoa de Matateu Ubisse?
  • Qual foi a motivação de Matateu Ubisse para visitar um psicólogo?
  • O que é o inconsciente consciente e como ele influencia a vida de Matateu Ubisse?
  • Como o autor Matateu Ubisse desentraçou os padrões mentais que lhe impediam viver uma vida equilibrada?

Tipologia: Trabalhos

2020

Compartilhado em 19/04/2022

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richard-harrison-1 🇧🇷

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MENTALAS

O inconsciente consciente

MATATEU UBISSE

MENTALAS

O inconsciente consciente

MATATEU UBISSE

Matateu U bisse E ste livro só foi possível graças a minha jornada na saúde mental, agradeço a minha amiga Palloma Matusse (Fundadora do Eu, Tu e a Depressão) por ter recomendado o meu actual e generoso Psicólogo, agradeço a Sannah pelo Design do E-Book. E eternamente grato a minha esposa Rafaela Afo, pelas conversas contínuas e descobertas que juntos fazemos sobre a saúde mental e construções sociais, o que tem nos ajudado bastante a cuidar dos nossos filhos e a encontrar o equilíbrio na vida, relacionamento e família. Nota Introdutória

MENTALAS | O inconsciente consciente

A

minha primeira visita ao psicólogo foi motivada por um erro que cometi na carreira empreendedora, mas, antes de ir ao psicólogo consegui lidar com os efeitos (ansiedade e stress), por quase um ano recorrendo à meditação e yoga. Profissionalmente, tinha uma mentalidade de querer sempre agradar e fazer as coisas acontecerem (mesmo quando as condições não estavam criadas). Trabalhava mais do que qualquer pessoa que me aparecesse à frente, comia de maneira pouco

Tudo começa com o desconforto

MENTALAS | O inconsciente consciente se solicitasse eu não o faria tão bem, mas o facto de eu não ter sido uma opção deixou-me irritado. Mas ali estava a luz, a irritação não era nova e mais uma forma de manifestar a minha necessidade de ser profissionalmente aceite. Pela primeira vez respirei e questionei a minha irritação; foi uma noite inteira a procurar entender quando iniciou essa necessidade de aprovação e percebi que foi assim que cheguei onde estava: estudei e trabalhei mais que os outros. Não apenas porque era bom naquilo, mas porque era a forma como queria ser visto. Isso deixou-me um pouco preocupado. Na manhã seguinte, pedi contacto do meu actual psicólogo à uma amiga. A minha primeira sessão, como é a de vários pacientes, foi a activação de uma metralhadora de emoções, suposições, conclusões e questões existenciais. Após 40 minutos a falar sem parar veio o vazio, e em 20 minutos que tinham sobrado dos 60 minutos (1h) o psicólogo conectou toda a desorganização e ajudou-me a ir ao passado para entender como eu chegara a aquele presente e como estava a projectar-me para o futuro. Se não fosse aquele erro e o desconforto que me causou, eu continuaria a trabalhar como louco até hoje, a comer de forma desequilibrada, sem dormir e a ver menos o sol, mar, e plantas.

Matateu U bisse

N

o ensino secundário fiz letras, e uma das minhas disciplinas preferidas era a Filosofia. Recordo-me como se fosse ontem da aula sobre “o homem nasce bom e a sociedade que o corrompe” ou se “o homem nasce mau e a sociedade que o torna bom”. Conheci Rousseau e Hobbes, e como cada um deles defendia a sua perspectiva. Para Rousseau os homens nascem bons, mas em contacto com a sociedade tornam-se maus. Enquanto Hobbes defendia que o homem nasce mau e a sociedade tem o papel de educá-lo, de humanizá-lo, de torná- lo sociável. Somos um resultado

Matateu U bisse e profissional. Sem essa necessidade de honrar meu pai, de respeitar os princípios da minha comunidade, não sei se chegaria onde estava. Mas, foi também isso que me levou ao cansaço mental, a sentar diante do psicólogo (o que é bom) e no fim da sessão dizer-lhe “ de hoje em diante quero estar na liderança do meu EU, das minhas batalhas, guerras e derrotas”. Ele ajudou-me a estabelecer esse novo EU, que tem consciência de riscos, que reduz a velocidade, que prioriza sua saúde mental, que come melhor e descansa mais. Quinze dias depois dessa sessão consegui fazer e falar coisas que jamais fizera.

MENTALAS | O inconsciente consciente

A

suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar - Sun Tzu. Concordo e admiro o Sun Tzu, só nunca pensei que iria usá-lo como trampolim. Na terceira sessão já sentia grandes progressos no meu comportamento e abordagens. Sou daquelas pessoas que ganhou tudo que tinha na vida evitando confrontos directos, isso prejudicou-me várias vezes, mas nunca tirou-me a paz e o bem-estar. No entanto percebi que já era momento de ganhar várias guerras enfrentando de frente o “inimigo.”

Si vis pacem, para bellum

MENTALAS | O inconsciente consciente

E

stava excitado para voltar para a quarta sessão e ver os progressos que tive, mas no mesmo dia, foi marcada uma reunião de trabalho que deixava-me sempre desconfortável, com medo, ansioso e onde o tempo passava lentamente. Essa reunião seria a primeira oportunidade para colocar em prática as revelações que tive nas primeiras três sessões. Este era mais um Tigre de Papel como vários que eu tinha na vida. Tigre de papel é uma tradução literal portuguesa da frase chinesa zhilaohu (chinês simplificado: 纸老 虎; chinês tradicional: 紙老虎). O termo refere-se a

Contra-Ataque: A queda do Tigre de Papel

Matateu U bisse algo ou alguém que afirma ou parece ser poderoso e ameaçador, mas que, na verdade, é ineficaz e incapaz de resistir a desafios. A expressão tornou- se conhecida internacionalmente como um slogan utilizado por Mao Tsé Tung, líder da República Popular da China, contra os seus opositores políticos, particularmente o governo dos Estados Unidos. Pela primeira vez fui a aquela reunião sem nenhuma ansiedade ou desconforto, esta sensação era nova e incompreensível. Era como se eu tivesse vestido uma moldura. A minha postura e abordagem estavam mudadas e imediatamente o Tigre que eu temia estava encurralado e amarfanhado. Depois daquela reunião, fiquei a reflectir sobre o que teria acontecido naquela sala e como eu chegara a aquele nível de despreocupação e maturidade. Em três semanas, alguns padrões mentais meus já tinham mudado. Algo que viveu comigo por 15 anos, em 15 dias tinha melhorado. Inacreditável. Para confirmar que aquilo não teria sido um golpe de sorte fui desenterrar mais dois Tigres de papel que deixavam-me inseguro. Nas 72 horas seguintes submeti-me a mais desconforto e problemas e a minha postura calma e a ausência da ansiedade ainda pairavam. Facilmente resolvi problemas que acreditava que nunca iria despachar. Aprendi nesta semana que muito do que escutamos, lemos e nos recomendam, deve ser colocado em prática. A zona de desconforto é necessária para criar a zona de conforto.

Matateu U bisse de ligar o foda-se. A primeira é o Niilismo, que é uma doutrina filosófica que abraça o pessimismo e cepticismo extremos perante a realidade ou valores humanos. O Niilista tem uma atitude de negação ou descrença absoluta em relação aos princípios, sejam eles religiosos, morais, políticos ou sociais. A segunda forma é a que eu acredito ser “a mãe” da arte de ligar o foda-se, que é o padrão psicológico ou sistema de crenças que te permite olhar as coisas em todas as perspectivas e saber lidar com os desafios (demónios, problemas, medos, limitações e etc.). Este padrão ou capacidade vai melhorando em função da nossa evolução. Um exemplo é o meu sistema de crenças. Antes de começar a ir ao psicólogo eu já lia livros de motivação, empoderamento, assistia documentário e filmes do mesmo género com o intuito de aprender a ligar o foda-se. Os filmes tiveram o seu papel, mas eles não mexeram muito com o meu padrão mental. Depois das sessões, o meu sistema mental e de crenças melhorou bastante e ligar o foda-se deixou de ser uma arte e passou a ser um padrão. Os meus settings (configurações) mentais foram ajustados e pude senti-los. A lição é: tudo está na nossa mente e só precisamos encontrar o padrão e conhecer os settings. Geralmente a outra pessoa (profissional) ajuda-nos a observar esses padrões.

MENTALAS | O inconsciente consciente Conheça seus demónios e conhecerá os dos outros

Q

uando tive consciência da minha saúde mental, dei vários passos para trás e comecei a entender muitos padrões de pensamento que tinha. Comecei a entender o porquê de eu não comungar com certos comportamentos, personalidades e estilos de vida. O que eu antes julgava nos outros passou a ser objecto de observação e compreensão. Nenhum ser humano é o que é porque quis ser, somos resultado de muitas pessoas. Os “demónios” que as pessoas carregam não são elas e quando conhecermos os

MENTALAS | O inconsciente consciente Fui a mais sessões enquanto escrevia este livro, então provavelmente tenha continuação … veremos! Obrigado pela sua leitura.