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Mensuração da Pressão Intra-Abdominal: Importância e Técnica, Notas de estudo de Enfermagem

Este documento discute a importância da medida da pressão intra-abdominal (pia) e apresenta a técnica proposta por kron et al. Para seu diagnóstico. A pia pode causar diversos problemas às vias renais, cardiovascular, respiratório e esplâncnico, formando a síndrome de compartimento do abdome. O documento também discute as causas, sintomas e classificação da hipertensão intra-abdominal, além de detalhar as etapas para sua medição.

O que você vai aprender

  • Como é classificada a gravidade da hipertensão intra-abdominal?
  • Quais sintomas indicam a presença de uma hipertensão intra-abdominal?
  • Qual é a importância da medida da Pressão Intra-Abdominal?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Abelardo15
Abelardo15 🇧🇷

4.6

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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO
São Paulo, março de 2009.
Mensuração de Pressão Intra-Abdominal*
A medida da Pressão Intra-Abdominal (PIA) é considerada um
procedimento de menor risco do que medidas de pressão em cateteres centrais ou
cardíacos.
É um procedimento de indicação médica, como qualquer outro na área de
avaliação de monitorização invasiva. O ato médico é a indicação do procedimento,
contudo é de competência privativa do enfermeiro a realização da monitoração.
Para a consecução do procedimento, faz-se necessário que o enfermeiro possua
conhecimento e habilidade técnica, devendo respaldar suas ações em protocolo
institucional que deve conter os materiais e a técnica padronizada.
A PIA é definida como a medida da pressão do compartimento abdominal,
podendo ser realizada diretamente a partir da inserção de um cateter no
compartimento abdominal, ou indiretamente, através da monitoração da pressão
vesical, gástrica ou de outras cavidades. O aumento da PIA pode ser observado
em decorrência de trauma, como resultado de hemorragia gastrointestinal,
isquemia celular ou coleção fluídica. Coagulopatias com hemorragia abdominal,
traumas dos grandes vasos, associados a hematomas retroperitoneais volumosos,
cirrose ou profunda hipotermia são outras potenciais causas. Quando a pressão
do compartimento abdominal ultrapassa a pressão dentro dos capilares
responsáveis pela perfusão de órgãos, podem ocorrer isquemia e infarto dos
órgãos, incluindo ainda redução do débito cardíaco, aumento da resistência
* Artigo de atualização escrito por Ariane Ferreira Machado, membro da CÂMARA TÉCNICA do COREN-SP,
gestão 2008-2011.
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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO

São Paulo, março de 2009.

Mensuração de Pressão Intra-Abdominal*

A medida da Pressão Intra-Abdominal (PIA) é considerada um procedimento de menor risco do que medidas de pressão em cateteres centrais ou cardíacos. É um procedimento de indicação médica, como qualquer outro na área de avaliação de monitorização invasiva. O ato médico é a indicação do procedimento, contudo é de competência privativa do enfermeiro a realização da monitoração. Para a consecução do procedimento, faz-se necessário que o enfermeiro possua conhecimento e habilidade técnica, devendo respaldar suas ações em protocolo institucional que deve conter os materiais e a técnica padronizada. A PIA é definida como a medida da pressão do compartimento abdominal, podendo ser realizada diretamente a partir da inserção de um cateter no compartimento abdominal, ou indiretamente, através da monitoração da pressão vesical, gástrica ou de outras cavidades. O aumento da PIA pode ser observado em decorrência de trauma, como resultado de hemorragia gastrointestinal, isquemia celular ou coleção fluídica. Coagulopatias com hemorragia abdominal, traumas dos grandes vasos, associados a hematomas retroperitoneais volumosos, cirrose ou profunda hipotermia são outras potenciais causas. Quando a pressão do compartimento abdominal ultrapassa a pressão dentro dos capilares responsáveis pela perfusão de órgãos, podem ocorrer isquemia e infarto dos órgãos, incluindo ainda redução do débito cardíaco, aumento da resistência

  • (^) Artigo de atualização escrito por Ariane Ferreira Machado, membro da CÂMARA TÉCNICA do COREN-SP, gestão 2008-2011.

vascular sistêmica e renal, redução do retorno venoso, comprometimento do fluxo sanguíneo visceral e alteração da dinâmica respiratória. 1 A síndrome de compartimento do abdome (SCA) é definida como um conjunto de disfunções orgânicas, com deterioração da fisiologia respiratória, cardiovascular, renal, esplâncnica e ou do sistema nervoso central, decorrentes do aumento da PIA, prontamente revertidos pela descompressão da cavidade abdominal. Clinicamente, observa-se um abdome distendido e tenso, aumento da pressão inspiratória, hipercapnia refratária à administração de oxigênio e oligúria. 1- 2

A técnica utilizada para diagnóstico de hipertensão intra-abdominal é de fácil execução, baixo custo e eficiência comprovada. Isso faz da mensuração da pressão abdominal pela técnica proposta por Kron et al^3 , em 1984, bastante oportuna para o diagnóstico da hipertensão intra-abdominal em nosso meio. 2 Os valores da PIA em indivíduos sadios variam desde a pressão sub atmosférica até zero mmHg, de 1 a 8 mmHg em crianças gravemente enfermas após cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea e de 5-7 mmHg em adultos gravemente doentes. Segundo alguns autores, o valor normal da PIA pode estar relacionado ao índice de massa corporal (IMC). Pressões acima de 15 a 20 mmHg são capazes de causar redução do débito urinário, aumento da pressão respiratória e redução do débito cardíaco. Quando maiores de 25 mmHg mudanças fisiológicas são frequentes e clinicamente significativas, sendo indicada a descompressão cirúrgica. 4, A PIA aumenta com a inspiração e diminui com a expiração, devido à contração e ao relaxamento diafragmático, respectivamente. Também pode variar de acordo com a posição do corpo, observando-se maior PIA na posição vertical quando comparada à horizontal, e maior em prona do que em supina, além de ser alterada segundo contração da musculatura abdominal. 5 De acordo com a duração, a hipertensão intra-abdominal pode ser classificada em hiper aguda (segundos ou minutos, como por exemplo, durante atividade física e tosse), aguda (horas, como resultado de trauma ou hemorragia intra-abdominal), subaguda (dias, comum em pacientes clínicos), e crônica (meses ou anos, devido a gestação, obesidade mórbida, ascite crônica ou cirrose). 5

  • Utilize o sistema de mensuração adequado e de acordo com o protocolo institucional.
  • Clampeie a bolsa de drenagem do débito urinário, imediatamente abaixo da via de aspiração (ponto de coleta) do sistema.
  • Calibre o transdutor de pressão.
  • Infunda 1 ml/kg para crianças de até sete anos de idade, e para crianças maiores e adultos até um máximo de 25 ml de solução salina na bexiga, ou de acordo com o protocolo institucional.
  • Realize a leitura da pressão intra-abdominal no final da expiração, no monitor de pressão ou na coluna de solução salina após a estabilização, o valor é registrado com base na altura da coluna em relação ao ponto zero.
  • Desclampei a via de drenagem da bolsa.
  • Desconte o volume infundido do débito urinário, a cada mensuração da PIA.
  • Documente a realização do procedimento e os valores pressóricos no impresso de controles, avaliando a evolução clínica do paciente e os resultados dos cuidados de enfermagem.
  • Repita o procedimento a cada oito horas ou quando necessário. 2,4-

Ressalta-se que o enfermeiro deve ter sido previamente capacitado para a

realização deste procedimento, sendo recomendada a promoção da educação

permanente em saúde e o desenvolvimento de práticas de enfermagem e saúde

baseadas em evidências científicas atualizadas.

Recomenda-se adicionalmente que todos os locais de atendimento que

realizem a mensuração da PIA possuam protocolos relativos a diretrizes de

execução do procedimento, cuidados de enfermagem dirigidos ao paciente antes,

durante e após o procedimento, incluindo a avaliação dos resultados esperados e

dos cuidados de enfermagem executados.

Temos a acrescentar que o profissional Enfermeiro poderá e deverá

assumir total e plena responsabilidade pela execução de procedimentos de

Enfermagem de natureza complexa e de risco, conforme determina o artigo 11,

inciso I, alíneas “l” e “m” , da Lei 7.498/86, regulamentada pelo Decreto 94.406/87,

devendo haver compatibilidade quanto à competência, capacitação, destreza e

habilidade do cuidado ou procedimento a ser executado e quem irá executá-lo.

“Art. 11 - O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe: I - privativamente: a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem; b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços; c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem; ... h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem; i) consulta de Enfermagem; j) prescrição da assistência de Enfermagem; l) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida; m) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;