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Protocolo de Atendimento à Síndrome Gripal e COVID-19 na APS/ESF, Resumos de Biologia

Um protocolo de atendimento para casos suspeitos de síndrome gripal, independentemente de ser causada por covid-19 ou outro agente etiológico, na aps/esf. O documento aborda a identificação, estratificação da gravidade, manejo clínico, isolamento domiciliar e notificação imediata de casos de síndrome gripal. Além disso, são discutidas medidas para evitar contágio por vírus causadores de síndrome gripal nas usf.

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 01/06/2021

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Ministério da saúde / saPs – ProtoCoLo de ManeJo CLÍniCo do CoronaVÍrUs (CoVid-19) na atenÇÃo PriMÁria À saúde Ministério da saúde/saPs – ProtoCoLo de ManeJo CLÍniCo do CoronaVÍrUs (CoVid-19) na atenÇÃo PriMÁria À saúde
PROTOCOLO DE
MANEJO CLÍNICO
DO CORONAVÍRUS
(COVID-19) NA
ATENÇÃO PRIMÁRIA
À SAÚDE
| Versão 7
Brasília - DF
Abril de 2020
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS)
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PROTOCOLO DE

MANEJO CLÍNICO

DO CORONAVÍRUS

(COVID-19) NA

ATENÇÃO PRIMÁRIA

À SAÚDE

| Versão 7

Brasília - DF

Abril de 2020

Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS)

Ministério da saúde / saPs – ProtoCoLo de ManeJo CLÍniCo do CoronaVÍrUs (CoVid-19) na atenÇÃo PriMÁria À saúde

Sumário

1 Introdução ............................................................................................................................................. 3 2 Curso ClínICo ......................................................................................................................................... 4 2.1 sinais e sintomas ............................................................................................................................... 2.2 diagnóstico .........................................................................................................................................

3 Manejo ClínICo na aPs/esF .................................................................................................................. 6 3.1 teleatendIMento ........................................................................................................................... 3.2 FluxograMa .................................................................................................................................... 3.3 IdentIFICação de Caso susPeIto de síndroMe grIPal e de CoVId-19 ............................. 3.4 MedIdas Para eVItar ContágIo na usF ................................................................................... 3.5 estratIFICação da graVIdade da síndroMe grIPal .......................................................... 3.6 Casos leVes: Manejo teraPêutICo e IsolaMento doMICIlIar ........................................ 3.6.1 Manejo terapêutico ................................................................................................................ 3.6.2 Isolamento domiciliar ............................................................................................................. 3.6.3 orientações para afastamento e retorno às atividades de profissionais de saúde ............................................................................................................ 3.7 Casos graVes: estabIlIzação e enCaMInhaMento ao Centro de reFerênCIa ou Centro de urgênCIa ...................................................................................... 3.8 notIFICação IMedIata ................................................................................................................. 3.9 MonItoraMento ClínICo ........................................................................................................... 3.10 MedIdas de PreVenção CoMunItárIa e aPoIo à VIgIlânCIa atIVa ............................... 3.11 reCoMendações eM gruPos esPeCIaIs ................................................................................

4 reFerênCIas ............................................................................................................................................

5 anexos ....................................................................................................................................................

Atualização da Versão 7

  • Orientações de isolamento para profissionais de saúde
  • Informações sobre testes diagnósticos
  • Atualização das informações de notificação

MInIstérIo da saúde / saPs – ProtoColo de Manejo ClínICo do CoronaVírus (CoVId-19) na atenção PrIMárIa à saúde

Considerando a existência de fase de transmissão comunitária da COVID-19, é imprescindível que os serviços de APS/ESF trabalhem com abordagem sindrômica do problema, não exigindo mais a identificação do fator etiológico por meio de exame específico. Desta forma, este protocolo foca na abordagem clínica da Síndrome Gripal e da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), independentemente do agente etiológico. Como é de conhecimento de todos, múltiplos agentes virais são responsáveis por essas duas síndromes, sendo o vírus da Influenza o de maior magnitude nos últimos anos. Entretanto, há evidências e dados internacionais indicando que a transcendência da COVID-19 pode superar a da Influenza. Portanto, a abordagem pragmática deste protocolo unifica as condutas referentes a esses dois grupos de vírus.

2. CURSO CLÍNICO

A infecção humana provocada pelo SARS-CoV-2 é uma zoonose. O vírus é classificado como um beta Coronavírus do mesmo subgênero da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), porém de outro subtipo [1]. A transmissão do SARS-CoV-2 de humanos para humanos foi confirmada na China e nos EUA [1] e ocorre principalmente com o contato de gotículas respiratórias oriundas de pacientes doentes e sintomáticos [3]. A transmissão do vírus por indivíduos assintomáticos segue em controvérsia até o presente momento [4,5]. Em média, o período de incubação é estimado em de 5 a 6 dias, podendo variar de 0 a 14 dias [24].

2.1 SINAIS E SINTOMAS

O paciente com a doença COVID-19 apresenta geralmente os seguintes sintomas e sinais [6,8]:

  • Febre (>=37,8ºC);
  • Tosse;
  • Dispneia;
  • Mialgia e fadiga;
  • Sintomas respiratórios superiores; e
  • Sintomas gastrointestinais, como diarreia (mais raros).

O quadro clínico, típico de uma Síndrome Gripal, pode variar seus sintomas desde uma apresentação leve e assintomática (não se sabe a frequência), principalmente em jovens adultos e crianças, até uma apresentação grave, incluindo choque séptico e falência respiratória [7]. A maior parte dos casos em que ocorreu óbito foi em pacientes com alguma comorbidade pré-existente (10,5% doença cardiovascular,7,3% diabetes, 6,3% doença respiratória crônica, 6% hipertensão e 5,6% câncer (ref)) e/ou idosos (Quadro 1) [8]. A taxa de letalidade está em torno de 3,8% na China, porém o valor varia conforme o país. Estudos demonstram que, epidemiologicamente, homens entre 41 e 58 anos representam a grande maioria dos casos de pacientes confirmados, sendo febre e tosse os sintomas mais presentes [6,13]. As alterações em exames complementares mais comuns são infiltrados bilaterais nos exames de imagem de tórax, linfopenia no hemograma e aumento da proteína C-reativa. A doença apresenta fundamentalmente complicações respiratórias: pneumonia e Síndrome da Angústia Respiratória aguda – sara.

2.2 DIAGNÓSTICO

As definições de caso e critérios clínicos para a avaliação diagnóstica ainda não são consenso entre os especialistas [1]. Entretanto, pode-se avaliar o quadro da COVID-19 de maneira clínica e laboratorial. O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como Síndrome Gripal (ver sinais e sintomas no item 2.1). O diagnóstico sindrômico depende da investigação clínico-epidemiológica e do exame físico. Conduta uniforme é sugerida para todos os casos de SG no contexto da APS/ESF, dada a impossibilidade de atestar com 100% de segurança se a SG é causada pelo SARS-CoV-2 ou por outro vírus. O diagnóstico laboratorial para identificação do vírus SARS-CoV-2 é realizado por meio das técnicas de RT-PCR em tempo real ou teste rápido sorológico validado pelas instituições de referência.

RT-PCR em tempo real (qRT-PCR)

O diagnóstico laboratorial considerado padrão ouro para a identificação do novo coronavírus

(2019-nCoV), agora denominado SARS-CoV-2, continua sendo a RT-PCR em tempo real (qRT-PCR).

Esses testes moleculares baseiam-se na detecção de sequências únicas de RNA viral,

com confirmação por sequenciamento de ácidos nucleicos, quando necessário. Esse tem sido o método

de referência no Brasil para confirmar COVID-19 tanto por estabelecimentos de saúde pública como

também da saúde suplementar.

Em áreas onde a COVID-19 está amplamente disseminada, um ou mais resultados negativos de

um mesmo caso suspeito não descartam a possibilidade de infecção pelo vírus SARS-CoV-2. Vários

fatores podem levar a um resultado negativo em um indivíduo infectado, incluindo:

  • Má qualidade da amostra, contendo pouco material do paciente (como controle, considere determinar se existe DNA humano adequado na amostra, incluindo um alvo humano no teste de PCr)
  • a amostra foi coletada em uma fase muito precoce ou tardia da infecção
  • a amostra não foi manuseada e enviado adequadamente
  • Razões técnicas inerentes ao teste, por exemplo, mutação do vírus ou inibição de PCR.

Dessa forma, se um resultado negativo for obtido de um paciente com alta probabilidade de

suspeita de COVID-19, particularmente quando foram analisadas apenas amostras do trato respiratório

superior, indica-se, se possível, coletar amostras de vias respiratórias inferiores e testar novamente.

Para melhorar a capacidade de resposta da rede pública de laboratórios também estão sendo

disponibilizados testes moleculares que utilizam plataforma automatizada, a mesma utilizada na Rede

laboratorial da tuberculose e de Carga Viral do hIV e das hepatites virais b e C do sus.

Testes sorológicos

Atualmente, há muitas empresas produzindo testes rápidos para diagnosticar COVID-19. De

forma geral, os testes sorológicos visam detectar anticorpo específico produzido pelo corpo humano

contra o vírus SARS-CoV-2 ou detectar antígeno desse vírus. Para isso, os métodos sorológicos são

desenvolvidos para detecção de anticorpos IgG e IgM ou detecção de antígenos específicos do

vírus, alguns por ensaios imunoenzimáticos (ELISA) e imunocromatográficos (teste rápido) e outros

por imunofluorescência.

As equipes de APS/poderão utilizar estratégias de teleatendimento na identificação, manejo e acompanhamento de pacientes com sintomas suspeitos de sg (ver item 3.1 teleatendimento). o fluxograma de atendimento presencial nas UBS pode ser visto no item 3.2 e exemplifica o fluxo assistencial ideal na APS/ESF frente a casos de Síndrome Gripal, suspeitos ou não de infecção pelo Novo Coronavírus.

3.1 TElEATENDIMENTO

Foi publicada Portaria nº 467, de 20 de Março de 2020, que dispõe, em caráter excepcional e temporário, sobre as ações de Telemedicina, com o objetivo de regulamentar e operacionalizar as medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da epidemia de CoVId-19. Por meio dessa portaria, ficam autorizadas, em caráter excepcional e temporário, ações de Telemedicina, de interação à distância. Elas podem contemplar atendimento pré-clínico, suporte assistencial, consultas, monitoramento e diagnóstico, realizados por meio de tecnologia da informação e comunicação, no âmbito do SUS. Os atendimento deverão garantir a integridade, segurança e o sigilo das informações. Deverão também ser registrados em prontuário clínico, com as seguintes informações:

I - Dados clínicos necessários para a boa condução do caso, sendo preenchidos em cada contato com o paciente; II - Data, hora, tecnologia da informação e comunicação utilizada para o atendimento; e III - Número do Conselho Regional Profissional e sua unidade da federação.

No ANEXO 2 é possível encontrar uma recomendação de organização de fluxo rápido de atendimento telefônico de pacientes com suspeita de sg. É importante que a equipe atue de forma integrada, com apoio entre profissionais de nível superior e de nível técnico, facilitando o fluxo de informação e decisão.

3.2 FlUXOGRAMA DE MANEJO ClÍNCO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM TRANSMISSÃO COMUNITÁRIA

Atestado médico até o fim do período de isolamento

FLUXO DE MANEJO

CLÍNICO NA ATENÇÃO

PRIMÁRIA À SAÚDE EM

TRANSMISSÃO COMUNITÁRIA

CORONAVÍRUS C O V I D - 1 9

PACIENTE COM QUALQUER SINTOMA DE SÍDROME GRIPAL

  • Febre >= 37,8ºC (aferida ou referida)
  • Tosse
  • Dor de garganta
  • Dificuldade respiratória

UBS COM PORTA DE ENTRADA RESOLUTIVA, DE IDENTIFICAÇÃOPRECOCE E ENCAMINHAMENTO CORRETO DE CASOS GRAVES Paciente com prioridade no atendimento: Pessoas acima de 60 anos, imunossuprimidos (HIV+, transplantados, etc), pacientes com doenças crônicas, gestantes e puérperas

  • Forneça máscara cirúrgica para a pessoa e a oriente quanto à forma correta de colocá-la. Forneça meios para a pessoa higienizar as mãos (álcool gel ou água e sabão);
  • A pessoa deve ser conduzida para uma área separada ou para uma sala específica visando ao isolamento respiratório. A sala deve ser mantida com a porta fechada, janelas abertas e ar-condicionado desligado.

CENTRO DE REFERÊNCIA/ ATENÇÃO ESPECIALIZADA Síndrome gripal com ou os seguintes sinais ou sintomasde gravidade

  • Saturação de SpO2 <95% em ar ambiente
  • Sinais de desconforto respiratório ou aumento de frequência respiratória avaliada de acordo com a idade
  • Piora nas condições clínicas de doenças de base
  • Hipotensão

Comorbidades

  • Diabetes (conforme juízo clínico)
  • Doenças cardíacas crônicas descompensadas
  • Doenças respiratórias crônicas descompensadas
  • Doenças renais crônicas em estágio avançado (graus 3, 4 e 5)
  • Imunossuprimidos
  • Portadores de doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica
  • Gestante de alto risco

CUIDADOS DOMÉSTICOS DO PACIENTE EM ISOLAMENTO Sempre reportar à equipe de saúde que acompanha o caso o surgimento de algum novo sintoma ou piora dos sintomas já presentes. Manter paciente em quarto isolado e bem ventilado até o fim do período sintomático. Destacam-se os seguintes fatores do cuidado do paciente em isolamento: a higiene respiratória e os hábitos saudáveis de alimentação. Todos os contatos domiciliares do paciente também deverão realizar isolamento domiciliar por 14 dias. Caso apresentar os sintomas, deverão entrar em contato com a equipe de saúde para receber atendimento. Para mais informações sobre orientaçãoes quanto ao isolamento domiciliar do paciente e precauções gerais e do cuidador, ver Protocolo de Manejo Clínico.

Em crianças: além dos anteriores, observar os batimentos de asa de nariz, tiragem intercostal, desidratação e inapetência.

MANEJO CLÍNICO NA APS MEDIDAS FARMACOLÓGICAS

  • Prescrição de fármacos parao controle de sintomas, caso não haja nenhumacontraindicação
  • Prescrever oseltamivir se Síndrome Gripal e pessoacom condições de risco

MEDIDAS CLÍNICAS

  • O acompanhamento do paciente deve ser feito, preferencialmente por telefone, a cada 24hs em pessoas com mais de 60 anos e portadores de comorbidades de risco e a cada 48hs nos demais, até completar 14 dias do início dos sintomas.
  • Caso seja necessário, realizar atendimento presencial, idealmente no domicílio.
  • Manter alimentação balanceada e uma boa oferta de líquidos.

Reavaliação/Acompanhamento clínico

SÍNDROME GRIPAL GRAVE

Transporte apropriado

Centro de referência/ atenção especializada

Atestado médico até o fim do isolamento

Manejo Clínico

DESFECHO

Apresenta sinais/ sintomas de gravidade?

Equipe da APS/ESF fica responsável pelo encaminhamento do paciente para o centro de referência/ atenção especializada

Monitoramento por telefone,a cada 24hs em pessoas com mais de 60 anos e portadores de comorbidades de riscoe a cada 48h nos demais, até completar completar 14dias do início dos sintomas. Caso seja necessário, realizaratendimento presencial, idealmente no domicílio. DESFECHO

NÃO SIM

SÍNDROME GRIPAL LEVE

ESTRATIFICAÇÃO DA GRAVIDADE E MANEJO CLÍNICO

OU

Verificar situação vacinal para gripe (se grupo de risco – gestante, crianças, puérperas e idosos) e vacinar se necessário.

CONTROLE PRECOCE

APS/ESF Síndrome Gripal confirmada: Febre

Tosse OU dor de garganta OU dificuldade respiratória

Ausência deque indicam avaliação comorbidades em centro de referência/ atenção especializada

e

e

Via formulário pelo e_SUS VE https://notifica.saude.gov.br/

NOTIFICAÇÃO IMEDIATA

| Versão 7

Isolamento domiciliar após a alta, até completar 14 dias após início dos sintomas. Monitoramento por telefone, a cada 24hs em pessoas commais de 60 anos e portadores de comorbidades de riscoe a cada 48h nos demais. Caso seja necessário, realizar atendimento presencial,idealmente no domicílio.

Fonte: Ministério da Saúde.

Tabela 2. Orientações para uso correto de máscaras cirúrgicas para evitar contágio por vírus causadores de Síndromes Gripais, Ministério da Saúde, 2020. ORIENTAÇõES PARA USO DE MÁSCARAS CIRúRGICAS

  • Coloque a máscara com cuidado para cobrir a boca e o nariz e amarre com segurança para minimizar as lacunas entre o rosto e a máscara;
  • Enquanto estiver utilizando a máscara, evite tocá-la;
  • remova a máscara usando técnica apropriada (ou seja, não toque na frente, mas remova o laço ou nó da parte posterior);
  • Após a remoção, ou sempre que tocar em uma máscara usada, higienize as mãos com água e sabão ou álcool gel, se visivelmente suja;
  • Substitua a máscara por uma nova máscara limpa e seca assim que estiver úmida ou danificada;
  • Não reutilize máscaras descartáveis;
  • Descarte em local apropriado as máscaras após cada uso;
  • troque de máscara quando ela estiver úmida ou quando o profissional atender na sala de isolamento.

3.5 ESTRATIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA SÍNDROME GRIPAl

Após triagem, o paciente deve passar por consulta presencial com enfermeiro e médico, de acordo com processo de trabalho local. É imprescindível a realização de consulta médica a fim de estratificar a gravidade por meio de anamnese e exame físico. Lembre-se: idosos acima de 60 anos, pacientes com doenças crônicas, gestantes e puérperas devem ter atendimento prioritário ao chegarem na USF com sintomas de Síndrome Gripal! Em consulta médica, após confirmar a presença de Síndrome Gripal, é fundamental estratificar a gravidade dos casos, a fim de identificar rapidamente casos suspeitos de Síndrome Respiratória aguda grave. Para manejo dos casos de Síndrome Gripal, independentemente do grau de suspeição para COVID-19, deve-se utilizar definições adaptadas à situação atual (ver abaixo). Recomenda-se definição única de caso de Síndrome Gripal, independentemente da etiologia viral, com objetivo de facilitar o processo de trabalho das equipes e oferecer o isolamento domiciliar ágil na redução da propagação da CoVId-19.

SÍNDROME GRIPAl – SG

Indivíduo que apresente febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta ou dificuldade respiratória, na ausência de outro diagnóstico específico. Em crianças com menos de 2 anos de idade, considera-se também como caso de Síndrome Gripal: febre de início súbito (mesmo que referida) e sintomas respiratórios (tosse, coriza e obstrução nasal), na ausência de outro diagnóstico específico.

Fonte: Ministério da Saúde.

SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE – SRAG

Indivíduo de qualquer idade, com Síndrome Gripal (conforme definição anterior) e que apresente os seguintes sinais de gravidade:

  • saturação de spo2 <95% em ar ambiente.
  • sinais de desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória avaliada de acordo com a idade.
  • Piora nas condições clínicas de doença de base.
  • hipotensão.

Em crianças, além dos itens anteriores, observar os batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência. Vale ressaltar que febre pode não estar presente em alguns casos excepcionais, como crianças, idosos, imunossuprimidos ou pessoas que utilizaram antitérmicos e, portanto, a avaliação clínica e epidemiológica deve ser levada em consideração.

A estratificação de gravidade dos casos suspeitos de SG deve se dar em consulta médica da seguinte forma:

A. Casos leves. aqueles que podem ser acompanhados completamente no âmbito da aPs/esF devido à menor gravidade do caso; e

B. Casos graves. aqueles que se encontram em situação de maior gravidade e, portanto, necessitam de estabilização na aPs/esF e encaminhamento a centro de referência/urgência/hospitais para avaliação ou intervenções que exijam maior densidade tecnológica.

As Tabelas 3 a 7 fornecem subsídios técnicos para que o médico de família e comunidade / médico da APS defina o nível de gravidade e decida pelo acompanhamento na APS/ESF ou encaminhamento a serviço de Urgência ou Hospital de acordo com o contexto local da Rede de Atenção à Saúde. Para a definição da gravidade do caso, é fundamental definir se a pessoa apresenta comorbidades ou condições de risco para acompanhamento ambulatorial na aPs e isolamento domiciliar. As principais situações são descritas Nas Tabelas 4 e 5. As Tabelas 6 e 7 fornecem subsídios para a avaliação de gravidade em crianças.

Tabela 4. Sinais e sintomas de gravidade para Síndrome Gripal, Ministério da Saúde, 2020.

SINAIS E SINTOMAS DE GRAVIDADE

ADUlTOS CRIANÇAS

Déficit no sistema respiratório:

  • Falta de ar ou dificuldade para respirar; ou
  • Ronco, retração sub/intercostal severa; ou
  • Cianose central; ou
  • Saturação de oximetria de pulso <95% em ar ambiente; ou
  • Taquipneia (>30 mpm);

Déficit no sistema cardiovascular:

  • sinais e sintomas de hipotensão (hipotensão arterial com sistólica abaixo de 90 mmHg e/ou diastólica abaixo de 60mmHg); ou
  • Diminuição do pulso periférico.

Sinais e sintomas de alerta adicionai s:

  • Piora nas condições clínicas de doenças de base;
  • Alteração do estado mental, como confusão e letargia;
  • Persistência ou aumento da febre por mais de 3 dias ou retorno após 48 horas de período afebril.

Déficit no sistema respiratório:

  • Falta de ar ou dificuldade para respirar;
  • Ronco, retração sub/intercostal severa;
  • Cianose central;
  • Batimento da asa de nariz;
  • Movimento paradoxal do abdome;
  • Bradipneia e ritmo respiratório irregular;
  • Saturação de oximetria de pulso <95% em ar ambiente;
  • taquipneia (tabela 6).
  • Déficit no sistema cardiovascular:
  • Sinais e sintomas de hipotensão ou;
  • Diminuição do pulso periférico. Sinais e Sintomas de alerta adicionais:
  • Inapetência para amamentação ou ingestão de líquidos;
  • Piora nas condições clínicas de doenças de base;
  • alteração do estado mental
  • Confusão e letargia;
  • Convulsão.

Fonte:

  • Who technical guidance - patient management - Coronavirus disease 2019
  • Kenneth McIntosh, MD. Severe acute respiratory syndrome (SARS).UpToDate Jan 2020.
  • Protocolo de Tratamento da Influenza. Ministério da Saúde 2017.
  • Protocolo de Manejo Clínico de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Ministério da Saúde 2010.
  • American Heart Association, 2015

Tabela 5. Comorbidades que indicam avaliação da Síndrome Gripal em centro de referência/atenção especializada, Ministério da Saúde, 2020. COMORBIDADES qUE INDICAM AVAlIAÇÃO EM CENTRO DE REFERêNCIA/ATENÇÃO ESPECIAlIzADA

  • Doenças cardíacas descompensadas
  • Doença cardíaca congênita
  • Insuficiência cardíaca mal controlada
  • Doença cardíaca isquêmica descompensada
  • doenças respiratórias descompensadas
  • dPoC e asma mal controlados
  • doenças pulmonares intersticiais com complicações
  • Fibrose cística com infecções recorrentes
  • displasia broncopulmonar com complicações
  • Crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade
  • Doenças renais crônicas em estágio avançado (graus 3, 4 e 5)
  • Pacientes em diálise
  • Imunossupressos
  • transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea
  • Imunossupressão por doenças e/ou medicamentos (em vigência de quimioterapia/radioterapia, entre outros medicamentos)
  • Portadores de doenças cromossômicas e com estados de fragilidade imunológica (ex.: Síndrome de Down)
  • Diabetes (conforme juízo clínico)
  • gestante de alto risco

tabela 6 – Frequência respiratória (por minuto) em crianças

IDADE FREqUêNCIA 1 a 12 meses 30 a 53

1 a 2 anos 22 a 37

3 a 5 anos 20 a 28

Escolar 18 a 25

Adolescente 12 a 20

Ref: Protocolo influenza 2017 Fonte: American Heart Association, 2015

Fonte: Ministério da Saúde.

Tabela 8. Manejo terapêutico da Síndrome Gripal na APS, Ministério da Saúde, 2020.

MANEJO TERAPêUTICO NA APS

MEDIDAS FARMACOlÓGICAS MEDIDAS ClÍNICAS

  • Prescrição de fármacos para o controle de sintomas, caso não haja nenhuma contraindicação, com possibilidade de intercalar os fármacos antitérmicos em casos de difícil controle da febre.
  • Antitérmico via oral: 1ª opção: Paracetamol (200 mg/ml ou 500mg/cp), a cada 4/ horas ou 6/6 horas a depender da frequência de febre ou dor.
    • Crianças: 10-15 mg/kg/dose (máximo de 5 doses ao dia)
    • Adultos: 500-1000 mg/dose (máximo de 3mg/dia) 2ª opção: dipirona (solução gotas 500mg/ml ou 500mg/cp) em caso de dor ou febre, de 6/6 horas.
    • Crianças: > 3 meses: (lactentes 10 mg/kg/dose; pré- escolares: 15 mg/kg/dose)
    • Adultos: 500-1000 mg VO (dose máxima no adulto 4 gramas)
  • oseltamivir: Indica-se o uso de oseltamivir para todos os casos de síndrome gripal que tenham situações de risco para complicações [ver tabela 9]. essa recomendação independe da situação vacinal do paciente, mesmo sendo acompanhado pela aPs. o medicamento deve ser iniciado em até 48hs após o início dos sintomas. Reforça-se que é necessário que o paciente procure ajuda médica em casos de agravamento, mesmo em uso do oseltamivir. - adultos: 75mg de 12 em 12 horas por 5 dias. - Criança maior de 1 ano: ≤15 kg 30 mg, 12/12h, 5 dias > 15 kg a 23 kg 45 mg, 12/12h, 5 dias > 23 kg a 40 kg 60 mg, 12/12h, 5 dias > 40 kg 75 mg, 12/12h, 5 dias - Criança menor de 1 ano de idade: 0 a 8 meses 3 mg/Kg, 12/12h, 5 dias 9 a 11 meses 3,5 mg/kg, 12/12h, 5 dias - Isolamento domiciliar por 14 dias a contar da data de início dos sintomas - revisão a cada a cada 24hs em pessoas com mais de 60 anos e portadores de comorbidades de risco e a cada 48hs nos demais, preferencialmente por telefone. Caso seja necessário, realizar atendimento presencial, idealmente no domicílio.Manter repouso, alimentação balanceada e boa oferta de líquidos. - Isolamento de contatos domiciliares por 14 dias ( ver item 3.6. Isolamento domiciliar).

Fonte: Who technical guidance - patient management - Coronavirus disease 2019 Protocolo de Tratamento de Influenza. Ministério da Saúde 2017 elvino barros. Medicamentos na prática clincia. 2010

Tabela 9. Condições de risco para complicações em casos de Síndrome Gripal com recomendação para uso de Oseltamivir, Ministério da Saúde, 2020. CONDIÇõES DE RISCO PARA COMPlICAÇõES REcOmENDAÇÃO DO uSO DE OSELtAmIvIR

  • Grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal).
  • Adultos ≥ 60 anos.
  • Crianças < 5 anos (sendo que o maior risco de hospitalização é em menores de 2 anos, especialmente as menores de 6 meses com maior taxa de mortalidade).
  • População indígena aldeada ou com dificuldade de acesso.
  • Indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado de ácido acetilsalicílico (risco de síndrome de Reye).
  • Indivíduos que apresentem: › Pneumopatias (incluindo asma). › Pacientes com tuberculose de todas as formas (há evidências de maior complicação e possibilidade de reativação). › Cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica). › nefropatias. › hepatopatias. › doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme). › Distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus). › transtornos neurológicos e do desenvolvimento que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesão medular, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, acidente vascular encefálico – AVE ou doenças neuromusculares). › Imunossupressão associada a medicamentos (corticoide ≥ 20 mg/dia por mais de duas semanas, quimioterápicos, inibidores de TNF-alfa) neoplasias, HIV/aids ou outros. › Obesidade (especialmente aqueles com índice de massa corporal – IMC ≥ 40 em adultos).

Fonte: Protocolo de Tratamento de Influenza. Ministério da Saúde 2017.

Contudo, o período de isolamento das demais pessoas do domicílio é mantido. Ou seja, contatos que se mantenham assintomáticos por 14 dias não reiniciam seu isolamento, mesmo quem outra pessoa da casa inicie com sintomas durante o período.

tabela 11. Medidas de isolamento domiciliar e cuidados domésticos para todos pacientes com diagnóstico de Síndrome Gripal, Ministério da Saúde, 2020. CUIDADOS DOMÉSTICOS DO PACIENTE EM ISOlAMENTO DOMICIlIAR POR 14 DIAS DESDE A DATA DE INÍCIO DOS SINTOMAS DE SINDROME GRIPAl

SEMPRE REPORTAR à EqUIPE DE SAúDE qUE ACOMPANhA O CASO O SURGIMENTO DE AlGUM NOVO SINTOMA OU PIORA DOS SINTOMAS JÁ PRESENTES ISOlAMENTO DO PACIENTE PRECAUÇõES DO CUIDADOR PRECAUÇõES GERAIS

  • Permanecer em quarto isolado e bem ventilado;
  • Caso não seja possível isolar o paciente em um quarto único, manter pelo menos 1 metro de distância do paciente. dormir em cama separada (exceção: mães que estão amamentando devem continuar amamentando com o uso de máscara e medidas de higiene, como a lavagem constante de mãos);
  • limitar a movimentação do paciente pela casa. locais da casa com compartilhamento (como cozinha, banheiro etc.) devem estar bem ventilados;
  • utilização de máscara todo o tempo. Caso o paciente não tolere ficar por muito tempo, realizar medidas de higiene respiratória com mais frequência; trocar máscara sempre que esta estiver úmida ou danificada;
  • em idas ao banheiro ou outro ambiente obrigatório, o doente deve usar obrigatoriamente máscara;
  • realizar higiene frequente das mãos, com água e sabão ou álcool em gel, especialmente antes de comer ou cozinhar e após ir ao banheiro;
  • Sem visitas ao doente;
  • o paciente só poderá sair de casa em casos de emergência. Caso necessário, sair com máscara e evitar multidões, preferindo transportes individuais ou a pé, sempre que possível. - o cuidador deve utilizar uma máscara quando estiver perto do paciente. Caso a máscara fique úmida ou com secreções, deve ser trocada imediatamente. Nunca tocar ou mexer na máscara enquanto estiver perto do paciente. após retirar a máscara, o cuidador deve lavar as mãos; - deve ser realizada higiene das mãos toda vez que elas parecerem sujas, antes/depois do contato com o paciente, antes/ depois de ir ao banheiro, antes/ depois de cozinhar e comer ou toda vez que julgar necessário. Pode ser utilizado álcool em gel quando as mãos estiverem secas e água e sabão quando as mãos parecerem oleosas ou sujas; - toda vez que lavar as mãos com água e sabão, dar preferência ao papel-toalha. Caso não seja possível, utilizar toalha de tecido e trocá-la toda vez que ficar úmida; - Caso alguém do domicílio apresentar sintomas de SG, iniciar com os mesmos cuidados de precaução para pacientes e solicitar atendimento na sua ubs. realizar atendimento domiciliar dos contactantes sempre que possível. - toda vez que lavar as mãos com água e sabão, dar preferência ao papel-toalha. Caso não seja possível, utilizar toalha de tecido e trocá-la toda vez que ficar úmida; - todos os moradores da casa devem cobrir a boca e o nariz quando forem tossir ou espirrar, seja com as mãos ou máscaras. lavar as mãos e jogar as máscaras após o uso; - evitar o contato com as secreções do paciente; quando for descartar o lixo do paciente, utilizar luvas descartáveis; - limpar frequentemente (mais de uma vez por dia) as superfícies que são frequentemente tocadas com solução contendo alvejante (1 parte de alvejante para 99 partes de água); faça o mesmo para banheiros e toaletes; - Lave roupas pessoais, roupas de cama e roupas de banho do paciente com sabão comum e água entre 60-90ºC, deixe secar.

Fonte: Who technical guidance - patient management - Coronavirus disease 2019.

3.6.3 Orientações para afastamento e retorno às atividades de profissionais de saúde

A. Profissionais contactantes domiciliares assintomáticos de pacientes suspeitos ou confirmados de Síndrome Gripal

- contactante domiciliar: seguir recomendação descrita na tabela abaixo. - contactante não domiciliar: sem recomendação de afastamento.

Tabela 12. Recomendações para profissional de saúde que é contado domiciliar de pessoa com sintomas de Síndrome Gripal TESTE POSITIVO TESTE NEGATIVO

Caso do domicílio realizou teste (RT-PCR ou sorológico*)

Profissional de saúde mantém 14 dias de afastamento, a contar do início dos sintomas do caso

Retorno imediato ao trabalho, desde que assintomático

Teste indisponível Afastamento do profissional por 7 dias, a contar do início dos sintomas do caso. Retorna ao trabalho após 7 dias, se permanecer assintomático

Fonte: Ministério da Saúde. *Teste sorológico deve ser feito a partir do oitavo dia do início dos sintomas

B. Profissional de saúde com suspeita de Síndrome Gripal (febre acompanhada de tosse ou dor de garganta ou dificuldade respiratória)

deve afastar-se do trabalho imediatamente.

O retorno ao trabalho deve atender a uma das condições descritas abaixo.

Tabela 13. Recomendações para profissional de saúde com sintomas de Síndrome Gripal

DISPONIBIlIDADE DE TESTE

CONDIÇÃO DE RETORNO

AO TRABAlhO OBSERVAÇõES

Teste disponível (rt-PCr ou sorológico) teste negativo

Condições necessárias para realização do teste sorológico em profissional de saúde:

  • A partir do oitavo dia do início dos sintomas E
  • Mínimo de 72 horas assintomático* Se teste positivo, o profissional deverá cumprir 14 dias de isolamento domiciliar, a contar do início dos sintomas

Teste indisponível

  • Mínimo de 72 horas assintomático E
  • Mínimo de 7 dias após o início dos sintomas

Usar de máscara cirúrgica ao retornar ao trabalho, mantendo o seu uso por até 14 dias do início dos sintomas

Fonte: Ministério da Saúde. *A necessidade de atingir 72hs de período assintomático para os profissionais, antes da realização do teste, se deva a evidência de redução importante da viremia após 72 horas do fim dos sintomas [26]. Essa medida permite que o grau de transmissibilidade do profissional seja reduzido, mesmo na eventualidade de um resultado falso-negativo.