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Guias e Dicas
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Sistema Gastrointestinal: Fisiologia, Estimulantes do Apetite e Medicamentos, Notas de aula de Farmacologia

A fisiologia do sistema gastrointestinal em animais, com foco em ruminantes. Explica os mecanismos de regulação do apetite, os diferentes tipos de medicamentos utilizados para estimular o apetite, proteger a mucosa gástrica, controlar a fermentação e regular a motilidade do sistema digestório. O documento também descreve os antiácidos e bloqueadores da secreção de hcl, com exemplos de medicamentos e seus mecanismos de ação.

Tipologia: Notas de aula

2023

À venda por 06/03/2025

eduarda-riboli
eduarda-riboli 🇧🇷

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Sistema Gastrointestinal
O sistema digestório é responsável por várias funções como
preensão, mastigação, deglutição e decomposição do
alimento até a degradação enzimática pelo organismo ou por
microrganismos simbiontes, posterior absorção e
eliminação do material que não foi aproveitado.
Embora os produtos de degradação enzimática sejam
semelhantes, os processos digestivos variam entre as
espécies. Basta comparar o sistema digestório de um
monogástrico com um poligástrico ou de um carnívoro com
um herbívoro. Portanto, aspectos comparativos sobre
fisiologia do sistema digestório das diferentes espécies
animais são essenciais para o uso racional de medicamentos
que interfiram nas funções gastrintestinais.
Rúmen fermentação microbiana e maceração
Retículo separação dos alimentos
Omaso absorção de água, minerais e maceração
Abomaso digestão química
Ceco primeira câmara fermentativa, quebra celulose
Cólon segunda câmara, absorção de água
Estimulantes do Apetite
Há dois mecanismos reguladores da ingestão de alimentos.
A longo prazo que regula o estoque de nutriente,
impedindo que se tornem muito baixos ou elevados;
A curto prazo responsável pela ingestão de alimento,
regulando a fome. (Esta resposta é mediada pelo hipotálamo,
onde se localiza o centro da saciedade e centro da fome).
Eduarda Riboli - Medicina Veterinária
Orexígenos
Os primeiros medicamentos usados como orexígenos foram
os amargos. Antigamente acreditavam que essas substâncias
em contato com as papilas gustativas da boca, estimulavam a
produção de saliva, ocorrendo o efeito do apetite
Os amargos foram utilizados como estimulantes em bovinos e
equinos, porém em cães e gatos não há estimulação do apetite
porque esses animais evitam sabor amargo.
Uma forma natural de estimular o apetite é oferecer alimentos
palatáveis em pouca quantidade e maior frequência. Como
forrageiras tenras para herbívoros e carne crua para carnívoros.
Utilizados atualmente:
Substâncias ácidas ácido cítrico
Vitaminas do complexo B manutenção do apetite
Esteroides anabolizantes aumenta retenção do nitrogênio
fornecido pela alimentação
Zinco necessário para a acuidade do paladar, já que, a
inapetência é uma característica da deficiência de zinco
Anti-histamínico buclizina e ciproheptadina (recomendada
para cães e gatos10 a 20 min antes da alimentação)
Demulcentes, protetores de Mucosa, Emolientes,
Adsorventes e Adstringentes
Há controvérsia quanto ao uso dos termos demulcente, protetor
de mucosa e emoliente. Muitas vezes demulcente e protetor de
mucosa são usados como sinônimos, referindo -se a
medicamentos empregados para lubrificar, proteger ou aliviar a
irritação da mucosa do trato gastrintestinal.
Demulcentes
São substâncias de alto peso molecular cujos efeitos se fazem
nas primeiras porções (da boca até o estômago)
Protetores de Mucosa
Produz barreira sobre a mucosa gástrica, estimulando a
produção de prostaglandinas (responsável pelo aumento de
muco). Útil para prevenção de úlcera gástrica, produzida pelo
uso de AINES.
Ex: Sucralfato: Sucralfilm
Emolientes
Substâncias gordurosas ou oleosas utilizadas em geral sobre a
pele e, eventualmente, em membranas mucosas. Óleo mineral:
uso tópico (VR). Lubrificar fezes. Fecaloma (fecólitos)
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Sistema Gastrointestinal

O sistema digestório é responsável por várias funções como preensão, mastigação, deglutição e decomposição do alimento até a degradação enzimática pelo organismo ou por microrganismos simbiontes , posterior absorção e eliminação do material que não foi aproveitado. Embora os produtos de degradação enzimática sejam semelhantes, os processos digestivos variam entre as espécies. Basta comparar o sistema digestório de um monogástrico com um poligástrico ou de um carnívoro com um herbívoro. Portanto, aspectos comparativos sobre fisiologia do sistema digestório das diferentes espécies animais são essenciais para o uso racional de medicamentos que interfiram nas funções gastrintestinais. Rúmen ➜ fermentação microbiana e maceração Retículo ➜ separação dos alimentos Omaso ➜ absorção de água, minerais e maceração Abomaso ➜ digestão química Ceco ➜ primeira câmara fermentativa, quebra celulose Cólon ➜ segunda câmara, absorção de água

Estimulantes do Apetite

Há dois mecanismos reguladores da ingestão de alimentos. A longo prazo ➜ que regula o estoque de nutriente, impedindo que se tornem muito baixos ou elevados; A curto prazo ➜ responsável pela ingestão de alimento, regulando a fome. (Esta resposta é mediada pelo hipotálamo, onde se localiza o centro da saciedade e centro da fome). Orexígenos Os primeiros medicamentos usados como orexígenos foram os amargos. Antigamente acreditavam que essas substâncias em contato com as papilas gustativas da boca, estimulavam a produção de saliva, ocorrendo o efeito do apetite Os amargos foram utilizados como estimulantes em bovinos e equinos, porém em cães e gatos não há estimulação do apetite porque esses animais evitam sabor amargo. Uma forma natural de estimular o apetite é oferecer alimentos palatáveis em pouca quantidade e maior frequência. Como forrageiras tenras para herbívoros e carne crua para carnívoros. Utilizados atualmente: Substâncias ácidas ➜ ácido cítrico Vitaminas do complexo B ➜ manutenção do apetite Esteroides anabolizantes ➜ aumenta retenção do nitrogênio fornecido pela alimentação Zinco ➜ necessário para a acuidade do paladar, já que, a inapetência é uma característica da deficiência de zinco Anti-histamínico ➜ buclizina e ciproheptadina (recomendada para cães e gatos10 a 20 min antes da alimentação)

Demulcentes, protetores de Mucosa, Emolientes,

Adsorventes e Adstringentes

Há controvérsia quanto ao uso dos termos demulcente, protetor de mucosa e emoliente. Muitas vezes demulcente e protetor de mucosa são usados como sinônimos, referindo-se a medicamentos empregados para lubrificar, proteger ou aliviar a irritação da mucosa do trato gastrintestinal. Demulcentes São substâncias de alto peso molecular cujos efeitos se fazem nas primeiras porções (da boca até o estômago) Protetores de Mucosa Produz barreira sobre a mucosa gástrica, estimulando a produção de prostaglandinas (responsável pelo aumento de muco). Útil para prevenção de úlcera gástrica, produzida pelo uso de AINES. Ex: Sucralfato: Sucralfilm Emolientes Substâncias gordurosas ou oleosas utilizadas em geral sobre a pele e, eventualmente, em membranas mucosas. Óleo mineral: uso tópico (VR). Lubrificar fezes. Fecaloma (fecólitos)

Adsorventes Substâncias que por meio de força eletrostática atrai toxinas fixando sobre sua superfície. Ex: carvão ativado Outra substancia menos eficiente que é é o Trissilicato de Alumínio que além de adsorvente, apresenta também efeito antiácido estomacal.

Carminativos, Antifiséticos, Antiflatulentos e

Antiespumantes

São medicamentos que facilitam a eliminação de gases contidos no sistema digestório ou dificultam a formação de espuma nos líquidos digestivos que aprisiona os gases no seu interior. Antiespumantes Os antiespumantes são medicamentos que, em pequenas quantidades, alteram a tensão superficial dos líquidos digestivos, impedindo a formação de bolhas ou rompendo as já formadas; assim, favorecem a eliminação de gases do sistema digestório por meio das eructações ou dos flatos. Ex: Silicone (Ruminol): Ruminantes Acetil tributil acetato ( Blo-trol) : Ruminantes Simeticone/dimeticona: pets, grandes São usados no combate do timpanismo espumoso dos bovinos. No processo de fermentação da celulose no rúmen, há formação de gás. No timpanismo espumoso o gás está aprisionado dentro de bolhas e não é liberado. Nesta situação há necessidade do antiespumante, que pode ser administrado diretamente no rúmen, por meio da sonda.

Antizimóticos ou Antifermentativos

Medicamentos que previnem ou diminuem a fermentação excessiva da celulose que ocorre no rúmen (levando ao timpanismo dos ruminantes) ou no cólon (cólica timpânica dos equinos). Ex: Óleo de terebintina Formalina Antimicrobianos de TGI Óleo de Linhaça Éter Álcool Em bovinos, 15 a 30 ml de terebintina misturada em 300 a 600 ml de óleo de linhaça administrados por sonda estomacal ou diretamente no rúmen por trocarte. Em ovinos e caprinos empregam-se 4 a 8 ml em 60 a 300 ml de óleo de linhaça.

Pró-Cinéticos

Medicamentos que têm a capacidade de estimular, coordenar e restaurar a motilidade gástrica, pilórica e do intestino delgado. As possibilidades de modular a motilidade do sistema digestório se ampliam bastante. Ou seja, várias substâncias químicas são capazes de imitar ou antagonizar os efeitos dos transmissores endógenos. As principais substâncias envolvem efeitos: colinérgicos Muscarinicos, antidopaminérgicos e serotoninérgicos. Ex: Metoclopramida - seu efeito sobre a motilidade é pela atuação em vários receptores, o mais importante é Antagonista dopaminérgico. Precauções: cólicas espasmódicas. Equinos excitação SNC, alteração comportamento. Domperidona - antidopaminérgicos, menos efeitos centrais. Não faz liberação colinérgica Betanecol (Liberan) - Atua em receptores muscarínicos no TGI e vísceras Carbacol (Colentim) - Receptores muscarínicos e nicotínicos principalmente em gânglios autônomos Pilocarpina - Agonista muscarínico. Extraída do jaborandi. Potente parassimpaticomimético. Rápida ação vagal. Aumenta peristaltismo. Hipersecreção digestiva. Colírio, secreção ocular, salivar

Antiácidos

São medicamentos que aumentam o pH gástrico, neutralizando o ácido clorídrico liberado pelas células do estômago. O principal uso dos antiácidos é no tratamento e na prevenção da acidose ruminal (também chamada de indigestão aguda por carboidratos em ruminantes, sobrecarga aguda por grãos, impactação ruminal aguda, sobrecarga ruminal, acidose láctica) provocada pela sobrecarga de grãos. Sistêmicos ➜ Bicarbonato de sódio (exerce função em todo organismo) Não sistêmicos ➜ Agem somente no estômago Ex: Trissilicato de Mg e Hidróxido de Al Efeito demulcente e adsorvente Mg (efeito laxante) Ca (ruim) Al (constipante) - Especialidades farmacêuticas associam vários ativos para ter efeitos colaterais reduzidos