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Uma pesquisa analítico-descritiva sobre o conceito de paráfrase, sua importância na mediação técnica do aprendizado e os diferentes mecanismos utilizados na construção de paráfrases. O texto também inclui exemplos práticos e uma análise de ocorrência de paráfrases em textos produzidos por alunos.
Tipologia: Notas de estudo
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Universidade de Brasília – UnB Instituto de Letras – IL Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas – LIP Licenciatura em Letras – Língua Portuguesa
Sara de Oliveira
Brasília
Monografia apresentada ao Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, da Universidade de Brasília, como requisito parcial e obrigatório para a obtenção do título de Licenciada em Letras - Língua Portuguesa e Respectiva Literatura. Orientadora: Profa. Dra. Rozana Reigota Naves.
Brasília
Primeiramente agradeço a Deus que me deu sabedoria e inteligência para finalizar este trabalho. Agradeço a Nossa Senhora que desde o meu nascimento intercede por mim junto Pai. Também agradeço ao meu Santo Anjo da Guarda que tem me guiado e protegido.
Agradeço também ao meu pai, Filadelfo, que se desprendeu de toda e qualquer vaidade para investir nos meus estudos e no meu sucesso. Agradeço a minha mãe, Maria Cleideni, que sempre preocupou-se e apoiou minhas escolhas. Agradeço aos meus irmãos, Verônica, Maria de Fátima, Isabel e Márcio, que sempre prestaram socorro nos meus momentos de desânimo.
Também quero agradecer aos meus amigos da Comunidade Católica da UnB e da a outros amigos que, durante o período em que me formava profissionalmente, muito colaboraram para minha formação cristã: Allan Baggio, Bárbara Cunha, Érika Almeida, Paula Caroline, Christiana Rodriguês, Cristiane Gomes, Felipe Tomasi, Arthur de Almeida, José Eudes, Áderson Miranda, Daniela Magalhães, Lívia Andrade, Rita Lopes, Amanda Caroline, Wayner Lima, Ygor de Oliveira, Ytalo Matheus, Augusto, Rafael Pereira, Karina Estrela, Kelly Araújo, Tiago Veronesi, Sarah Rodriguês, Ada Nunes, Virgínia Washira, Gabriel do Anjos, Eduardo Prado, Joseane Severo, Kaio Lins, Isadora Lélis, Carol Macedo, Karinne Leissa, Ludmila Alvin, Melissa Aragon, Thalita Araújo, Tiago Torres e ainda outros. Principalmente agradeço à amiga Jéssica Richard, Maysa Salles e ao amigo Damilson Júnior que tiveram uma participação muito efetiva na conclusão desta monografia e ao meu namorado João Paulo.
Também quero, de maneira especial, agradecer a professora Rozana Reigota Naves que, mesmo com todas as dificuldades, pacientemente orientou-me para finalização deste trabalho e curso. Ainda agradeço a professora Roberta Gomes que além de me ceder os textos para análise, também foi muito atenciosa e prestativa.
1.1 Conceito Ainda é bastante discutido o conceito de paráfrase. Segundo Sant´Anna (1995), a história do termo paráfrase, proveniente do grego, não possui grandes mudanças, pois sua definição está ao lado da cópia ideológica de um texto original e contra sua ruptura, diferenciando da paródia. Sant´Anna (1995) cita autores como Richards, que explicam que apenas os textos científicos podem ser parafraseados, diferentemente dos discursos poéticos, pois a paráfrase, nesses contextos, se torna estilização ou criação artística. Há quem discorde dessa afirmação, mas não é objetivo deste trabalho aprofundar esse assunto.
Garcia (1976) explica que, segundo Curtius, na Antiguidade clássica e na Idade Média latina, a paráfrase era essencialmente a transposição em prosa de um texto em verso, podendo tanto desenvolvê-lo como abreviá-lo. Expõe também que, em um dos sentidos usuais, a paráfrase pode ser entendida como: “desenvolvimento explicativo (ou interpretativo) de um texto” (p. 185), esclarecendo que até a definição lexicográfica – a que consta nos dicionários – pode ser uma paráfrase da palavra verbete.
Como definição oficial do vocábulo paráfrase, Sant´Anna (1995) toma por referência Beckson, Karl e Gans (1965): “é a reafirmação, em palavras diferentes, do mesmo sentido de uma obra escrita. Uma paráfrase pode ser uma afirmação geral da ideia de uma obra como esclarecimento de uma passagem difícil. Em geral ela se aproxima do original em extensão”. A extensão pode ser entendida, segundo Ilari e Geraldi (1990), como palavras ou sentenças que alcancem a mesma referência no mundo. A partir desse significado, compreende-se a paráfrase como tradução ou transcrição.
Dryden (1631-1700 apud Sant´Anna, 1995, p. 18) distingue a diferença entre metáfrase – “converter um autor palavra por palavra, linha por linha, de uma língua para a outra” – e paráfrase – “tradução com amplitude quando o autor continua aos olhos do tradutor para que este não se perca, mas não segue as palavras tão estritamente, senão o sentido”. Sant´Anna compara a atividade do tradutor e do músico: existem tradutores
que trabalham na mesma linha de músicos arranjadores, que se apropriam de uma obra alheia e introduzem seu modo pessoal de interpretar o texto musical original, tornando- se, assim, co-autores; há, também, os que seguem a linha dos músicos intérpretes que assinalam uma maneira própria de ler a obra musical.
Linguistas, inclusive Noam Chomsky, trazem à luz a possibilidade de construção de verdadeiras “máquinas de tradução” procedentes de uma teoria semântica e sintática avançada. Por isso, aproximam tradução e paráfrase, destacando o cunho didático delas na mediação técnica do aprendizado. Ducrot (1974, apud Sant´Anna, 1995) declara que a compreensão de uma língua exige que o falante saiba corresponder enunciados sinônimos e sematicamente equivalentes dessa mesma língua. Sant´Anna (1995) lembra que alguns linguistas norte-americanos, como Zellig Harris, dizem que: “a descrição de uma língua comporta, como parte integrante (e sem dúvida especial), a construção de um algoritmo de paráfrase, ou seja, um procedimento mecânico, um cálculo que permite prever, a partir de todo enunciado, o conjunto de suas paráfrases possíveis” (p. 20).
Sant´Anna (1995) diz, ainda, que a paráfrase produz um efeito de condensação no qual dois elementos equivalem a um, assim, o locutor abre mão de sua voz para deixar transparecer a voz do outro – voz social ou individual. Por identificação, essas duas vozes estão situadas na área do mesmo, motivo pelo qual, segundo o mesmo autor, a paráfrase é um discurso sem voz, porque o que está sendo enunciado já foi dito anteriormente: “É uma máscara que se identifica totalmente com a voz que fala atrás de si” (op. cit. p. 20). Nesse ponto, discordamos do autor ao afirmar que se trata de um “discurso sem voz”, pois, observando os enunciados em que o locutor concorda com “a voz que fala por trás”, o discurso revela a voz do locutor em harmonia com a voz do outro, mostrando-se a favor de uma ideologia.
Garcia (1976) define o conceito de paráfrase dizendo que se trata de um exercício que não se restringe à simples troca de palavras ou expressões sinônimas, mas visa a traduzir dentro da própria língua. É uma forma mais evidente de se dizer num texto B o que contém um texto A: “[...] a paráfrase segue, pari passu, todos os estágios do pensamento do texto original, sem omitir pormenores que lhe possam prejudicar a fidedignidade.” (Garcia, 1976, p. 172). Dessa forma, Garcia diferencia a paráfrase do resumo, justificando que o último busca apenas explicitar as ideias essenciais do texto primeiro.
Na obra de Ilari e Geraldi (1990), como também na de Cançado (2005), a sinonímia possui uma ligação muito forte com a paráfrase, sendo através da primeira que conseguimos construir diversas paráfrases. Ainda não há uma definição ideal de sinonímia, mas a mais aceita é a que determina sinonímia como identidade de significação. Porém, os autores explicitam diversas ressalvas a respeito dessa conceituação, algumas das quais serão trabalhadas nas sessões seguintes.
2.1 Sinonímia Lexical Ilari e Geraldi (1990) dizem que a sinonímia lexical diz respeito a uma relação entre palavras. Tomemos as seguintes orações:
(1) Maria encontrou o livro (2) Maria achou o livro Segundo esses autores, nossa intuição de falantes do português nos permite perceber a relação de semelhança entre essas duas frases porque as palavras encontrou e achou são sinônimas. Mas, já apontando uma primeira ressalva, para que duas palavras sejam sinônimas, não basta que tenham a mesma extensão, é necessário que aludam a um mesmo conjunto de objetos, denotem uma mesma propriedade. Sendo assim, mesmo que “as meninas mais bonitas da cidade” e “as filhas do gerente do banco” alcancem a mesma referência no mundo, essas sentenças não podem ser consideradas como expressões sinônimas, mas podem ser paráfrase uma da outra.
Outra observação apontada pelos autores e que pode ser entendida como um verdadeiro teste de sinonímia é: “Duas palavras são sinônimas sempre que podem ser substituídas no contexto de qualquer frase sem que a frase passe de falsa a verdadeira, ou vice-versa” (Ilari e Geraldi, 1990, p. 44). Assim, as palavras achou e encontrou podem ser percebidas como sinônimas nas frases acima, pois podem ser substituídas sem que o significado mude. Porém, nas sentenças a seguir, a substituição não é possível, sem que o significado seja alterado:
(3) a. Ontem, me encontrei com a Ana
b. Ontem, me achei com a Ana (4) a. Achei que você não ganharia b. * Encontrei que você não ganharia Em (3), a troca dos vocábulos resulta no fenômeno conhecido como ambiguidade. Perini (1985) explica esse fenômeno recorrendo às estruturas superficial – corresponde à parte observável do texto, por exemplo, a sequência fônica – e profunda – estrutura que produz o significado da sentença. É através da estrutura profunda que os falantes obtêm o significado da estrutura superficial. Dessa forma, a ambiguidade ocorre quando duas ou mais estruturas profundas coincidem em uma mesma estrutura superficial, ou seja, a estrutura superficial ambígua admite mais de uma interpretação no nível semântico. Assim, efetuada a troca, a sentença permite as seguintes significações:
(3) b. Ontem, me achei com a Ana
Esse ponto conduz à próxima advertência: “a sinonímia de palavras depende do contexto em que são empregadas” (Ilari e Geraldi, 1990, p. 45). O contexto dá as condições de uso que permitem ou não a substituição de palavras, de modo que a sinonímia é percebida como um fenômeno gradual.
Por último: “palavras presumivelmente sinônimas sofrem sempre algum tipo de especificação, de uso ou de sentido” (Ilari e Geraldi, 1990, p. 47). Por exemplo, a palavra roubo é muito utilizada pela sociedade sem distinção da ação de apropriar-se de objetos alheios com ou sem instrumentos ou atitudes repressivos. Isso explica porque, nesse contexto, é possível encontrar sentenças em que a permuta entre furto e roubo tornam-nas paráfrases, enquanto em um boletim de ocorrência, por exemplo, a distinção entre furto – apropriação de modo não violento – e roubo – apropriação de forma violenta – deve ser clara, pois especifica a ação transcorrida e confere a pena adequada.
(5) É fácil lavar essa roupa (6) Essa roupa é fácil de lavar Nesse sentido, os autores explicam que as duas sentenças acima são paráfrases porque as palavras são as mesmas e a estrutura sintática, embora uma sendo a inversão da outra, conserva “as mesmas relações de participação dos objetos no processo descrito” (p. 42).
É importante ressaltar que, para a construção de paráfrases, podem ser utilizados mecanismos tanto de ordem lexical como estrutural, ou seja, o uso de um não exclui o uso do outro.
Os autores recorrem ao que eles chamam “bibliografia linguística” para apresentar alguns exemplos de construções que asseguram uma relação de paráfrase:
Ilari (2009) ainda acrescenta à lista:
2.3 Paráfrase Situacional Nas sessões anteriores percebemos que as paráfrases foram construídas tendo como fundamento algum parâmetro linguístico, semelhança lexical ou estrutural. Mas há ainda outro mecanismo, cuja base é situacional, ou seja, a situação ou o contexto permite o uso de frases diferentes quanto ao léxico e à sintaxe, mas que produz, no ouvinte, o resultado esperado pelo falante. Portanto, as sentenças a seguir podem ser consideradas paráfrases umas das outras se elas traduzem a mesma intenção do locutor e alcançam o mesmo resultado do ouvinte. Mas, mesmo nesse caso, uma expressão pode ter maior valor significativo que outra:
(7) Estou com fome (8) Minha barriga está roncando (9) Mãe, prepara um lanche para mim?
(2) a. Carlos ama Márcia. b. Carlos enxergou a luz no fim do túnel. c. Carlos acredita em Deus. Comparando as sentenças em (2) com as em (1), fica claro que, em (2), Carlos não desempenha o papel de agente dos eventos descritos, mas ele passa por um processo de experiência mental, sendo melhor classificado como experienciador.
Há também eventos em que os elementos envolvidos estão relacionados a dois ou mais estados de fato. Trata-se apenas de estabelecer uma ligação entre os participantes ou atribuir-lhes propriedades, são os eventos relacionais:
(3) a. Joana é bonita. b. Joana tem enxaqueca. Cançado (2008) apresenta uma lista de papeis temáticos (apontados em itálico nos exemplos a seguir):
a) Agente: a entidade desencadeadora de uma ação, capaz de agir controladamente. (4) Marta pulou. b) Causa: entidade que desencadeia uma ação, sem controle. (5) O vestibular preocupa os estudantes. c) Instrumento: o meio pelo qual o processo se desencadeia. (6) Rute tomou sopa com a colher. d) Paciente: entidade que sofre a ação, ocorrendo mudança de estado. (7) Marília picou a cebola. e) Tema: entidade deslocada pela ação (8) As flechas atingiram o alvo. f) Experienciador: ser animado está ou mudou de estado mental, perceptual ou psicológico.
(9) Karina viu Pedro. g) Beneficiário: entidade beneficiada pela ação (10) Amanda pagou Rita. h) Objetivo (ou Objeto Estativo): faz-se referência a esta entidade, sem que ela desencadeie ou seja afetada por algo.
(11) Karina ama Pedro. i) Locativo: local em que ocorre uma ação ou em que algo está situado. (12) Eduardo nasceu no Goiás. j) Alvo: entidade para onde algo se move, tanto no sentido literal como no metafórico.
(13) A banda tocou para os fãs. l) Fonte: entidade de onde algo se move, tanto no sentido literal como no literário.
(14) Eu vim da Bahia. Obviamente essa lista é bastante polêmica por causa das dificuldades de definir claramente os papeis temáticos. Por exemplo, na sentença (15), abaixo, percebemos que Hudson é o agente, pois ele desencadeia a ação e tem controle sobre a mesma. Mas Hudson também pode ser considerado o alvo da ação de comprar, porque, sendo o alvo a entidade para onde algo se move, metaforicamente, o aparelho se desloca da loja até Hudson.
(15) Hudson comprou um aparelho da loja. 3.2 Posições Sintáticas e Papéis Temáticos O português é uma língua com forte ocorrência de estruturas agentivas. E, assim como em outros idiomas, é possível determinar associações entre papeis temáticos e posições sintáticas por meio de duas perspectivas: “primeiro, por algum tipo de ocorrência sistemática entre os papeis e as posições; segundo, pela escolha do verbo” (Cançado, 2008, p. 116). Na ordem canônica, – sujeito-verbo-objeto – por exemplo, o agente ocorre na posição de sujeito, exemplo (16a); o tema, como objeto direto; e o
(19) Agente > Experienciador/Beneficiário > Tema/Paciente > Instrumento > Locativo
Na hierarquia, os papeis temáticos localizados mais à esquerda são de maior preferência para ocupar a posição de sujeito; os que se encontram mais à direita têm menos tendência a ocupar esse lugar.
3.3 Paráfrases de Base Sintática e Papeis Temáticos Podemos perceber que os exemplos em (20), a seguir, são paráfrases umas das outras, pois descrevem o mesmo evento. Porém, o verbo matar exige em sua lista de papéis temáticos, a grade temática, o agente e o paciente, enquanto o verbo morrer exige o paciente. Para a construção da grade temática – ao lado das sentenças em (20) – devemos ter conhecimento do número, do tipo sintático e do conteúdo semântico ou papel temático atribuído aos complementos do verbo:
(20) a. Arthur matou o peru. MATAR: V, < Agente, Paciente > b. O peru morreu. MORRER: V,
(21) a. Isabel colocou o livro no quarto. COLOCAR: V, < Agente, Tema, Locativo >
b. Isabel leu o livro no quarto. LER: V, < Agente, Objetivo > Em (21a), o quarto é um complemento do verbo, porque há a necessidade de explicitação do mesmo; já em (21b), sua omissão não transforma a sentença agramatical:
(22) a. *Isabel colocou o livro b. Isabel leu o livro Porém, esse teste falha em certas sentenças como a que se segue cuja grade temática é COLOCAR, V: < Agente, Tema >:
(23) Camila colocou o colar e foi para a festa. Ainda assim, é possível construir a grade temática esperada de certos verbos: (24) Verbos de transferência – dar, emprestar, etc.: < Agente, Tema, Alvo > (25) Verbos Psicológicos – amar, detestar, etc.: < Experienciador, Tema > (26) Verbos de Trajetória – vir, andar, etc.: < Agente, Fonte, Alvo > Como foi visto no capítulo anterior, a sinonímia estrutural, paráfrase de base sintática, pode intervir na interpretação que o locutor atribui à sentença. Apresentados o conceito de papeis temáticos e as definições de cada tipo, podemos, agora, compreender como ocorre essa influência sintática.
Quando a base paráfrase se constitui da troca da voz ativa pela voz passiva, por exemplo, o verbo, em (27a), exige que o agente da ação, que coincide com o sujeito da estrutura, esteja explícito. Enquanto (27b) – voz passiva – não exige a explicitação do agente da ação, passando a ser uma informação até desnecessária:
(27) a. Jair martelou a porta. MARTELAR, V.: < Agente, Paciente > b. A porta foi martelada. SER, V.: < Paciente > Em sentenças cuja base é a troca de orações com ter por orações com ser de, percebemos que a grade temática não muda, mas, em (42a), consolida-se uma relação de posse; enquanto, em (42b) o verbo apenas faz uma ligação entre os elementos envolvidos:
(42) a. Gisele tem Janaína como amiga. TER, V.: < Experienciador, Objetivo > b. Gisele é amiga de Janaína. SER. V.: < Experienciador, Objetivo >