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Neste documento, aprenda sobre o problema de saúde pública representado pelo suicídio, com dados globais, brasileiros e paranaenses. Saiba sobre a importância da análise epidemiológica, os determinantes do suicídio e estratégias de prevenção. O documento também aborda o modelo de prevenção baseado nos níveis de risco.
O que você vai aprender
Tipologia: Notas de aula
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Não perca as partes importantes!
Prevenção do Suicídio Introdução Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano mais de 800 mil pessoas cometem suicídio, o que corresponde a uma morte a cada quarenta segundos. Para cada suicídio existem muitas outras tentativas de suicídio que são realizadas a cada ano. O suicídio é um problema de saúde pública que afeta comunidades, cidades e países, sendo a segunda maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. É um fenômeno complexo e uma única causa ou estressor não é suficiente para explicar o comportamento suicida. Atualmente é reconhecida a multicausalidade de fatores. Porém, pode ser prevenido utilizando corretamente estratégias de prevenção com a colaboração de diferentes setores da sociedade. É necessário que haja um esforço integrado, pois, nenhuma abordagem realizada sozinha terá o impacto esperado em um tema tão complexo como o suicídio. A suicidologia é o estudo do comportamento suicida e tem como principal nome Edwin Shneidman. Ele aponta que o objetivo constante é o de prevenção, mas antes devemos entender o assunto. Para trabalhar na prevenção do suicídio, você precisa compreender todos os aspectos desse tema. Dados mostram que entre 50 a 60% das pessoas que cometem suicídio nunca se consultaram com um profissional de saúde mental e 80% foram ao médico no mês anterior ao suicídio. Além disso, dois terços dos que cometem suicídio comunicaram a parentes e amigos próximos que tinham a intenção de fazê- lo na semana anterior. Esses dados indicam a importância de se pensar na prevenção e que essas ações sejam realizadas por outros profissionais, não apenas os da área da Saúde Mental. AULA 2 - Dados Epidemiológicos Do Suicídio Importância Do Estudo Da Epidemiologia No Suicídio A epidemiologia é o estudo da distribuição e dos determinantes de um agravo, doença ou evento de saúde em populações humanas. A distribuição pode ser geográfica , por sexo , idade , status socioeconômico , estado civil , ocupação , entre outros. No caso do suicídio, ainda faltam informações suficientes para que ele possa ser melhor compreendido. A análise epidemiológica é importante para que se desenvolvam políticas de saúde pública e estratégias eficazes de prevenção do suicídio. Para garantir esse cuidado, exige-se a ampliação do conhecimento sobre as especificidades regionais, além de análise mais cuidadosa da distribuição por sexo, idade, entre outros, assim como dos determinantes do suicídio. Essas informações são relevantes para conhecer com quais populações as intervenções devem ser realizadas, garantindo que alcance os indivíduos mais atingidos pelo problema. Nessa aula você conhecerá um pouco da epidemiologia do suicídio no mundo, no Brasil e no Paraná. Epidemiologia Do Suicídio No Mundo O coeficiente ou taxa de mortalidade por suicídio é calculado comparando o número de mortes por suicídio para cada cem mil habitantes durante um ano. Os três países que apresentam as maiores taxas de suicídio no mundo são Sri Lanka (35,3 mortes para cada 100 mil habitantes), Lituânia (32,7 mortes para cada 100 mil habitantes e Coréia do Sul (32,0 mortes para cada 100 mil habitantes). Epidemiologia do Suicídio no Paraná A Intoxicação Exógena ocorre quando há exposição a uma ou mais substâncias tóxicas. Dentre todas as circunstâncias de exposição temos a intencional, caracterizada como tentativa de suicídio e é a que prevalece nas notificações desse tipo de intoxicação. Entre os agentes tóxicos e substâncias químicas mais usados estão: medicamentos, agrotóxicos, raticidas, produtos de uso veterinário, produtos de uso domiciliar, cosméticos, entre outros.
No gráfico, podemos ver alguns dos principais dados sobre intoxicação exógena no Paraná. De 2007 a 2018, foram notificados 101.964 casos de intoxicação exógena no estado do Paraná. Desse total, 46.019 casos correspondem a tentativa de suicídio, o que representa 45% das notificações de intoxicação exógena. A partir de 2011 há um aumento no número de notificações de tentativa de suicídio, chamando a atenção para um aumento significativo em 2017. O sexo feminino representa 71% das notificações de tentativas de suicídio por intoxicação, comprovando as estatísticas relacionadas ao suicídio, em que o auto envenenamento é a mais vinculada ao sexo feminino. Quanto ao local em que ocorreu a intoxicação, a residência representa 94 % dos casos notificados, o que deixa evidente que o acesso ao agente tóxico foi fácil estando o mesmo dentro da residência, sendo prescrito ou não. A via de exposição ao agente tóxico mais notificada nas tentativas de suicídio por intoxicação é a digestiva, totalizando 96,3% dos casos. Entre os agentes tóxicos mais comumente utilizados pelos pacientes estão os medicamentos em 73% dos casos notificados, seguido pelos raticidas (9%) e dos agrotóxicos de uso agrícola (5,7%). Diante dos dados oficiais, constata-se uma frequência maior de tentativas de suicídio por intoxicação exógena com agentes tóxicos de fácil aquisição e acessibilidade. É difícil falar em prevenção quando se tem agentes tóxicos acessíveis dentro das próprias residências. Por isso, é importante manter todos os produtos e substâncias químicas bem guardadas em armários trancados, não comprar medicamentos, produtos e substâncias químicas em excesso e evitar manter estoque dessas substâncias e produtos em casa. Você pode ver mais gráficos e dados sobre o suicídio no mundo, no Brasil e no Paraná na apostila desta Unidade. AULA 3 - Fatores de risco Os fatores de risco são aspectos do comportamento individual, estilo de vida, exposição ambiental, características hereditárias ou congênitas que, de acordo com evidências epidemiológicas, estão associados a uma condição de saúde que deve ser prevenida. Aproximadamente dois terços das pessoas que cometeram suicídio tinham um histórico anterior de tentativas de suicídio. Uma tentativa anterior é o maior fator de risco para o suicídio, sendo que o perigo é maior durante os primeiros meses e anos após a tentativa e tende a diminuir ao longo do tempo. O risco de uma repetição fatal é maior após a primeira tentativa de suicídio. Observa-se que muitas das pessoas que realizaram diversas tentativas de suicídio, vão aumentando o grau de letalidade. Assim, precisamos intervir de forma eficiente logo após a primeira tentativa de suicídio realizada e ficar atentos a indivíduos que já tenham realizado tentativas anteriores. Depressão: O Que Você Precisa Saber 2016- Se você acredita que tem depressão, ou conhece alguém que talvez sofra desse transtorno, leia este material. O Que É A Depressão? A depressão é um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da incapacidade de realizar atividades diárias, durante pelo menos duas semanas. Além disso, pessoas com depressão normalmente apresentam vários dos seguintes sintomas: perda de energia; mudanças no apetite; aumento ou redução do sono; ansiedade; perda de concentração; indecisão; inquietude; sensação de que não valem nada, culpa ou desesperança; e pensamentos de suicídio ou de causar danos a si mesmas. A depressão pode afetar qualquer pessoa. Não é um sinal de fraqueza.
AULA 4 - Prevenção Indicada Exemplos De Prevenção Indicada Na Prevenção Do Suicídio A Prevenção Indicada é realizada com indivíduos e populações que já apresentam um risco considerável ou começaram a manifestar o comportamento de risco. Têm como alvo indivíduos vulneráveis, ou seja, aqueles que já tentaram suicídio ou demonstram sinais de alerta. Considerando que uma tentativa de suicídio prévia é o maior fator de risco de suicídio na população em geral, indivíduos que tentaram são considerados de alto risco. Assim, a identificação dessas pessoas, o acompanhamento e monitoramento do caso, além do suporte, são componentes chave de uma estratégia de prevenção do suicídio. Monitorar a prevalência, os padrões demográficos e os métodos utilizados nas tentativas de suicídio realizadas na comunidade fornece informações importantes que auxiliarão no desenvolvimento de estratégias de prevenção e na sua avaliação. Tais informações ajudam na identificação de grupos de alto risco na comunidade, para os quais serão planejadas intervenções psicossociais específicas e informações sobre os métodos de maior prevalência podem subsidiar ações de restrição de acesso. Intervenções Com Sobreviventes São diversas as possibilidades de posvenção que podem ser aplicadas. Intervenções individuais com familiares enlutados até ações de apoio a organizações e/ou espaços comunitários específicos impactados pela morte podem ser implantadas. Apesar de compreender que muitos sobreviventes não querem ou não buscam ajuda, tanto no contexto familiar e social quanto profissional, devemos considerar que muitos não têm acesso ou sequer possibilidade de receber nenhum tipo de ajuda. Estima-se que apenas um a cada quatro sobreviventes busque auxílio. As possíveis razões para isso podem ser o desconhecimento de onde buscar suporte, além de ver como inadequados ou insuficientes o auxílio disponível, principalmente no atendimento a crianças enlutadas por suicídio. O ideal é que serviços de posvenção sejam oferecidos desde a primeira semana e continuem por até dois anos após o episódio do suicídio, existindo múltiplas possibilidades de assistência a serem oferecidas neste contexto. Dentre as estratégias de posvenção, a mais comum e conhecida é o Grupo de Apoio aos Sobreviventes. Tais grupos promovem conexão dos enlutados com outras pessoas que passam pela mesma situação. Ainda deve estar incluído na pósvenção o suporte aos profissionais e serviços envolvidos na vivência do suicídio, tais como escolas, locais de trabalho e outros. Você pode conhecer algumas possibilidades de intervenção na posvenção, desenvolvidas pela Aliança de Ação Nacional para a Prevenção dos Suicídios nos Estados Unidos na apresentação. Bons estudos! https://pt.calameo.com/read/005593516ddf037a793e5?page= Abordagem Inicial Ao Usuário Falar ou perguntar sobre suicídio não faz com que um indivíduo se suicide. O profissional de saúde não deve ter receio de investigar se a pessoa apresenta risco de suicídio. Entretanto, o tema deve ser abordado com cautela, de maneira gradual. O ideal é que o profissional que tem maior vinculação com o usuário converse com ele, pois uma boa relação pode ser facilitadora da comunicação da intenção suicida.
Para que sejam realizados os questionamentos, é necessário reservar um tempo para o paciente para que se sinta acolhido e compreendido. Também é necessário conversar em um espaço que garanta a privacidade do usuário. Questioná-lo sobre um tema tão delicado no corredor ou com pressa não é uma boa escolha e pode reforçar pensamentos de que ele só incomoda e não é merecedor de atenção. Material De Apoio - Fichas De Notificação Veja aqui como é a Ficha de Notificação Individual de Violência Interpessoal e Autoprovocada e a Ficha de Notificação da Intoxicação Exógena. Ficha de Notificação Violência Interpessoal e Autoprovocada: http://portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/via/violencia_v5.pdf Ficha de Notificação de Intoxicação Exógena: http://portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/iexog/Intoxicacao_Exogena_v5.pdf Para saber mais sobre o assunto, leia a Portaria nº 204 de 17 de fevereiro de 2016. Texto de apoio - Portaria nº 204 de 17 de fevereiro de 2016 Leia o material de apoio, clicando no link abaixo: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0204_17_02_2016.html Saiba mais - Leituras Conheça um pouco mais sobre o assunto, acessando os links: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidentes-e-violencias/notificacao-de-violencia- interpessoal http://portalsinan.saude.gov.br/intoxicacao-exogena https://pt.calameo.com/read/005593516f4b7a98c4b1d?page= Abordagem Inicial Ao Usuário Falar ou perguntar sobre suicídio não faz com que um indivíduo se suicide. O profissional de saúde não deve ter receio de investigar se a pessoa apresenta risco de suicídio. Entretanto, o tema deve ser abordado com cautela, de maneira gradual. O ideal é que o profissional que tem maior vinculação com o usuário converse com ele, pois uma boa relação pode ser facilitadora da comunicação da intenção suicida. Para que sejam realizados os questionamentos, é necessário reservar um tempo para o paciente para que se sinta acolhido e compreendido. Também é necessário conversar em um espaço que garanta a privacidade do usuário. Questioná-lo sobre um tema tão delicado no corredor ou com pressa não é uma boa escolha e pode reforçar pensamentos de que ele só incomoda e não é merecedor de atenção. Papel Da Rede Intra E Intersetorial É evidente a importância do envolvimento de toda a rede intra e intersetorial na prevenção dos casos de suicídio. No caso da saúde, é importante que a UBS consiga acompanhar os casos do seu território, rastreando com questões de saúde mental que terão que ser acompanhados de forma cuidadosa e continuada. É necessário conhecer essa família, quais são os fatores de risco a que estão expostos, além de possíveis fatores de proteção e potencialidades. O trabalho tem início na identificação de casos de usuários em sofrimento, com transtornos mentais e, então, os que apresentam algum comportamento suicida. Esse acompanhamento deve incluir a UBS e o
Policiais e bombeiros são os primeiros a responder nos casos de tentativa de suicídio ou suicídio, sendo os profissionais que realizam o primeiro atendimento. Atuam na garantia de que pessoas com transtornos mentais serão encaminhadas para o encaminhamento adequado, realizarão a restrição de acesso aos meios de suicídio e reconhecimento de situações potenciais de suicídio em situações de violência doméstica ou outras intercorrências, por exemplo. Desempenham um importante papel na prevenção do suicídio e estão em uma posição privilegiada para determinar o curso de uma crise suicida (WHO, 2009). Quadro 1 - A População Indígena Do Paraná De acordo com o Censo do IBGE (2010), a população indígena autodeclarada no estado do Paraná é de mais de 25 mil , representando 0,2% da população do Estado. Existem 15.559 indígenas , das etnias Guarani e Kaingang, sendo essa última a etnia predominante no estado. Essa população reside em 61 aldeias indígenas, da abrangência de 30 municípios do estado, conforme a tabela: Figura 2 - Ações Nas Aldeias As ações realizadas nas aldeias, estão no âmbito da Atenção Primária, contemplando a elaboração do Projeto Terapêutico Singular (PTS). Dessa forma, há o acolhimento e acompanhamento das famílias em risco. O PTS é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, sendo o resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com apoio matricial se necessário (Brasil, 2008). O projeto tem que se adaptar as particularidades da cultura do grupo, com a participação dos cuidadores indígenas, como pajés, rezadores e raizeiros, considerando as explicações indígenas sobre o suicídio. É preciso também a articulação com a Rede de Atenção Psicossocial para desenvolver ações conjuntas (Brasil, 2017b). Quadro 4 - Passos Em Casos De Óbito Por Suicídio Por meio da Linha de Cuidado para prevenção do suicídio nos DSEIs, inicialmente construída por profissionais das EMSI e da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (DIASI) do DSEI do Alto Rio Solimões, foram propostos 8 passos com ações em casos de óbito por suicídio (Brasil, 2017b).