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Teorias da Riqueza e Comércio: Smith, Heckscher-Ohlin e Teoria dos Fatores de Produção, Notas de estudo de Logística

Uma análise das teorias econômicas de adam smith, heckscher-ohlin e leontief sobre a riqueza e o funcionamento dos mercados no sistema econômico. Discutimos a vantagem absoluta, a teoria dos fatores de produção e a importância da especialização produtiva. Além disso, examinamos a teoria de heckscher-ohlin e a proporção dos fatores de produção.

O que você vai aprender

  • Qual é a opinião de Adam Smith sobre a produção e a mão de obra?
  • Como Leontief comprovou a teoria dos fatores de produção e sua influência no comércio mundial?
  • Quais são os dois fatores fundamentais da teoria de Heckscher-Ohlin?
  • Como a teoria da proporção dos fatores de produção afeta a vantagem comparativa de países?
  • Quais são as vantagens de especialização produtiva para países com mão de obra barata e abundante?

Tipologia: Notas de estudo

2021

Compartilhado em 22/05/2022

guilherme-cidral-5
guilherme-cidral-5 🇧🇷

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1. TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Feudalismo: sistema autossuficiente que consistia na busca da satisfação das necessidades
básicas por meio da produção interna.
Mercantilismo/Colonialismo: Sistema de funcionamento do comércio internacional o qual
está associado às necessidades do Estado. Está imerso na Revolução Industrial.
A colonização do continente europeu abriu um leque de possibilidades para o comércio da
época - uma dimensão internacional nunca antes vista. O comércio estava organizado pelas
autoridades estatais por meio da fronteira e dos impostos que eram cobrados. O objetivo
principal era alcançar a maior vantagem possível para o país colonial, o que, em outras
palavras, significa dizer explorar o país colonizado.
1.1. ADAM SMITH
Adam Smith (1723 – 1790), economista e filósofo escocês, foi um dos maiores expoentes da
economia clássica, visto o êxito conquistado com sua obra (“A riqueza das nações”, 1776)
sobre o funcionamento da produção e dos mercados no conjunto do sistema econômico.
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CICLO DOS SISTEMAS COLONIAIS DAS
NACÕES-ESTADOS EUROPEIAS
TRÊS ACONTECIMENTOS DO COMÉRCIO MUNDIAL QUE
LEVARAM À REALIDADE ATUAL
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Baixe Teorias da Riqueza e Comércio: Smith, Heckscher-Ohlin e Teoria dos Fatores de Produção e outras Notas de estudo em PDF para Logística, somente na Docsity!

1. TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

 Feudalismo: sistema autossuficiente que consistia na busca da satisfação das necessidades básicas por meio da produção interna.  Mercantilismo/Colonialismo: Sistema de funcionamento do comércio internacional o qual está associado às necessidades do Estado. Está imerso na Revolução Industrial. A colonização do continente europeu abriu um leque de possibilidades para o comércio da época - uma dimensão internacional nunca antes vista. O comércio estava organizado pelas autoridades estatais por meio da fronteira e dos impostos que eram cobrados. O objetivo principal era alcançar a maior vantagem possível para o país colonial, o que, em outras palavras, significa dizer explorar o país colonizado.

1.1. ADAM SMITH

Adam Smith (1723 – 1790), economista e filósofo escocês, foi um dos maiores expoentes da economia clássica, visto o êxito conquistado com sua obra (“A riqueza das nações”, 1776) sobre o funcionamento da produção e dos mercados no conjunto do sistema econômico.

DECADÊNCIA DO FEUDALISMO

SURGIMENTO DA FILOSOFIA

MERCANTILISTA

CICLO DOS SISTEMAS COLONIAIS DAS

NACÕES-ESTADOS EUROPEIAS

TRÊS ACONTECIMENTOS DO COMÉRCIO MUNDIAL QUE

LEVARAM À REALIDADE ATUAL

Para ele, o Estado deveria ter o menor nível possível de intervencionismo na economia, pois, sendo livre, sem intervenção alguma dos órgãos externos, a economia se regularizaria de forma automática, como se houvesse uma mão invisível por trás, fazendo com que os preços fossem ditados pelo próprio mercado, conforme sua necessidade.  Mão de Obra: Vantagem Absoluta Smith era de opinião que a produção de um produto necessitará da mão de obra para sua realização e considerava que determinados países possuíam habilidades especiais ou recursos naturais com os quais conseguiam produzir um mesmo produto em um menor número de horas, denominando-se tal fato de “vantagem absoluta”.  Divisão de trabalho  Aumento da produtividade Através do estudo e da análise dos primeiros acontecimentos ocorridos com a Revolução Industrial Inglesa (segunda metade do século XVIII), Smith concluiu que a divisão de trabalho e a criação de trabalhadores qualificados em uma determinada área ou função causam um aumento substancial da produtividade. Graças à contextualização dos seus trabalhos, percebe-se a importância da indústria de manufatura e seu conjunto como criador e potencializador de riqueza: (…) é verdade que as nações mais opulentas geralmente superam todos os seus vizinhos tanto na agricultura como nas manufaturas; geralmente, porém, distinguem-se mais pela superioridade na manufatura do que pela superioridade na agricultura. Dessa forma, afirma que o ideal para cada país é a especialização da produção de produtos que tenham vantagem absoluta, visto que proporcionaria uma vantagem competitiva perante os demais países, pois conseguiriam obter produtos a baixo preço e, simultaneamente, diminuir-se-ia o valor daqueles elaborados dentro do próprio país.

comércio internacional, chegando a atingir taxas de consumo mais elevadas em comparação a limitar a produção por si mesmos.

1.3. ELI HECKSCHER E BERTIL OHLIN

Eli Heckscher (1879 – 1952), nascido em Estocolmo, dedicou sua vida ao estudo da economia política, da estatística e da história da economia. Já o ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1977, Bertil Ohlin (1899 – 1979), nascido na Suécia, dedicou-se a estudar as teorias do comércio e as finanças internacionais. As teorias econômicas sobre o comércio internacional dão uma reviravolta radical no início do século XX graças ao trabalho destes dois autores.  Modelo de Heckscher-Ohlin A teoria de Heckscher-Ohlin considera dois fatores de produção fundamentais:

  • Mão de obra;
  • Capital. E será a tecnologia o elemento determinante na forma de combinar tais fatores. A teoria explica que cada sistema de produção de um determinado produto vai necessitar de uma determinada combinação desses elementos.  Teoria da proporção dos fatores de produção De acordo com esta teoria, tendo em conta que todos os países têm acesso ao mesmo desenvolvimento tecnológico e ao mesmo nível de produtividade (mão de obra), pode-se dizer que a intensidade dos fatores utilizados na fabricação do produto dependerá unicamente da tecnologia utilizada e do seu modelo de produção. Da mesma forma, esta teoria enfatiza que a vantagem comparativa destes países se encontra no custo dos fatores de produção, que estão envolvidos diretamente no preço final dos produtos.

 Vantagem dos fatores de produção Os países que têm grande quantidade de fatores de produção deveriam se especializar no funcionamento dos produtos que estão associados com tal fator abundante, além do baixo preço:

  • Países com mão de obra barata e abundante deveriam se especializar na fabricação de produtos que requerem o uso intensivo da mão de obra e importar produtos que requerem grande investimento;
  • Países com abundância de capital devem se especializar na produção de bens que exigem uma inversão grande de capital, trazendo de outros países a grande quantidade de mão de obra necessária.  Princípio da compensação Situação de mercado que consiste em que, quando se produz um intercâmbio de livre comércio e aparecem os benefícios de maior produção e maior consumo, é possível que os setores beneficiados pelo contexto transfiram parte de seus bens aos setores que não recebem mais-valia proveniente do comércio exterior.  Premissas da teoria dos fatores de produção
  • Equilíbrio comercial (2 x 2 x 2): A teoria pressupõe dois países, dois produtos e dois fatores de produção. Por tal razão, deve-se salientar que, se dois países atingem o seu nível máximo de produção em todos os tipos de produtos e comercializam apenas entre eles, diz-se que atingiram um equilíbrio comercial.
  • Excessiva especialização produtiva: Um aumento na especialização do produto que possua maiores fatores de produção levará ao aumento da necessidade de unidade do fator de produção para conseguir um mesmo nível produtivo como consequência da escassez do fator de produção, devido a uma excessiva especialização produtiva. Como resultado, reduz-se a produtividade e a vantagem comparativa do país em um produto concreto, pois a oferta dos fatores de produção não é linear e a linha de produção diminuirá a partir de um determinado ponto de produção.
  • Concorrência justa e equilíbrio: O mercado em que se intercambia o investimento e a produção é competitivo, sem retaliação. Além disso, os fatores de produção (mão

Os sistemas de produção não são lineares, variam dependendo do país de origem, devido às variáveis alheias ao processo produtivo. As dificuldades que aparecem como resultado das diferentes ideias sobre os fatores de produção e sua importância verdadeira no mercado mundial têm como consequência a aparição de um grupo de autores cujo objetivo foi encontrar alternativas teóricas que analisem e justifiquem a origem das leis do comércio internacional.

1.5. STAFFAN BURENSTAM LINDER

Economista político sueco, Linder (1931 -2000) aparece nesse novo contexto de investigação por meio de uma obra que mudou radicalmente a tendência dos estudos tradicionais. Deixou de lado a investigação da oferta ou da produção para centrar na demanda de produtos. Linder explica que o comércio de produtos manufaturados tinha origem na homogeneidade ou diversidade da oferta nos diferentes mercados nacionais, e não como afirmavam as demais teorias, pelos custos de produção dos produtos. Explica que a demanda por produtos tem um impacto fundamental na regulação e a regulamentação dos movimentos do comércio mundial mediante as seguintes premissas:

  • Crescimento da renda per capita: se aumenta a renda per capita de um país, produz- se um aumento na complexidade e na qualidade de tais produtos demandados por sua população;
  • Segmentação dos mercados: as empresas manufatureiras carecem de conhecimento sobre aqueles mercados externos que são distintos em relação à demanda de produtos. A lógica de expansão seria em direção aos países que compartilham um mercado com um sistema de demanda semelhante ao da sede da empresa. Pode-se dizer então que há uma segmentação dos mercados, e que se deve conhecer e estudar o segmento em que a oferta dos produtos se encaixa.

 Conclusões da sua obra  Aspecto positivo: a importância do estudo da demanda como um fator adicional que rege as leis das trocas comerciais, enquanto se observa esse processo de seleção dos mercados dependendo da oferta e da demanda.  Aspecto negativo: radical segmentação das relações comerciais entre os países com diferenças significativas quanto à renda per capita e estrutura da demanda. Exemplo: México e Estados Unidos ou China, Europa e Estados Unidos.

1.6. RAYMOND VERNON

Economista americano e reconhecido professor da Universidade de Harvard. Com Vernon (1913 – 1999), a evolução da teoria econômica do comércio internacional vai crescendo em relação ao desenvolvimento econômico dos países industrializados e das novas versões de produto que vão surgindo no mercado, além das novas tecnologias que se incorporam na cadeia de produção. Sua obra “Teoria do ciclo do produto” (1966) envolve uma mudança em relação às abordagens tradicionais.  Hipótese de Vernon  Importância do produto: deve-se centrar mais a análise nos países, na tecnologia utilizada na fabricação e nos fatores que intervêm cada produto do que no produto em si.  Ênfases na informação e conhecimento do processo de produção.  O conhecimento passa a ser uma das variáveis de maior importância na decisão de comercializar ou investir.  Premissas teóricas a) Novas tecnologias: as inovações tecnológicas são uma chave primordial para a elaboração de novas formas de produção mais eficientes, e para a criação de novos produtos capazes de atender às necessidades da demanda do mercado. De acordo com tal premissa, são os países industrializados quem a adotam, visto que, para a modernização tecnológica, é preciso mão de obra especializada e grande quantidade de capital;

  1. Maturidade do produto: Conforme avança o processo de fabricação, o produto vai se padronizando e a necessidade de mão de obra qualificada vai diminuindo. Isso tem como consequência a redução dos custos de produção. Com isso aparecem novos competidores fabricando o mesmo produto dentro do mercado, de maneira que aumenta a pressão sobre o preço e uma diminuição nas margens de lucro. Nessa fase, os países inovadores iniciam uma expansão a outros países, aumentando suas vendas. Essa situação de aumento da concorrência no mercado interno implica o surgimento de outros centros de produção nos países onde o trabalho é mais barato e com preços mais competitivos. Isso obriga os fabricantes a expandir o processo de produção para países com menor custo para tirar proveito da vantagem competitiva, de modo que se evite perder a quota do mercado ou market share.
  2. Padronização do produto: Esta é a fase na qual a fabricação chega a sua padronização, de maneira que o país de produção será aquele que tiver menor custo. Deslocando a vantagem competitiva dos países, desde um país inicial com grandes recursos de inovação tecnológica e um mercado de alto nível aquisitivo para países com vantagens comparativas em relação aos custos de produção. Nessa etapa, o preço do produto está mais baixo e as margens de lucro menores. O país que foi o mercado original do produto passa a ser o importador e volta a reiniciar o ciclo produtivo por meio da incorporação de novos sistemas de produção e novos produtos.  O investimento A teoria do ciclo do produto de Vernon teve seu grande impacto nos estudos econômicos e influência na visão da economia global, com a imersão de uma nova variável que explica os fluxos do comércio mundial: o investimento. Introduz-se tal variável advertindo sobre a liberdade de circulação dos investimentos entre países, deixando para trás a natureza inalterada de tal variável. Além disso, estava relacionada diretamente com a localização dos

centros de produção a nível internacional, dependendo da fase de maturidade em que se situava cada produto.  Limitações da Teoria do Ciclo do Produto.  A teoria se dirige aos produtos de alto componente tecnológico; existem, contudo, aqueles em que o componente material ou humano é mais relevante do que o componente de inovação tecnológica.  Esta teoria destina-se aos produtos cujo objetivo ou processo final é transformá-los em produtos de consumo de massa. Por isso é necessário chegar a um nível de universalização e um alto grau de consumo e produção para poder apreciar cada fase do ciclo produtivo.  CRÍTICA A TEORIAS ECONÔMICAS Nos anos 80, as tendências do comércio internacional dão lugar a uma crítica das teorias econômicas do momento e ocorrem fatos difíceis de explicar:  Existe um crescimento rápido, permanente e sustentado do comércio mundial; apesar disso, não se pode explicar com as investigações realizadas a fragmentação existente entre diferentes países;  Exagerado crescimento do déficit comercial dos Estados Unidos, mais um declive na competitividade internacional das empresas americanas, eventos que dão lugar às investigações que denominam o fenômeno de “falência da teoria do comércio”.

1.7. PAUL KRUGMAN

No contexto citado anteriormente, das críticas ao comércio internacional, surge Krugman (1953 - ), economista e jornalista divulgador americano, atualmente professor de economia e assuntos internacionais da Universidade de Princeton. Sua teoria centrava na análise dos custos de produção (como o custo e o preço controlam e dirigem as tendências do comércio mundial). Krugman parte de uma abordagem microeconômica para a estrutura do mercado e desenvolve sua teoria com base em dois aspectos do pensamento: economia de escala interna e externa.