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Guias e Dicas
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Maria Alice de Rezende Proenca.pdf, Slides de Construção

A escola, considerada como o lócus apropriado para a (trans)formação dos docentes, a partir dos saberes e fazeres dos professores de educação infantil e do ...

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Vasco_da_Gama
Vasco_da_Gama 🇧🇷

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
PUC-SP Setor de Pós-Graduação
Maria Alice de Rezende Proença
“A construção de um currículo em ação na formação do educador
infantil. De Alice a Alice: relatos de experiências no país das
maravilhas da docência”
DOUTORADO EM EDUCAÇÃO
São Paulo
2009
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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP Setor de Pós-Graduação

Maria Alice de Rezende Proença

“A construção de um currículo em ação na formação do educador

infantil. De Alice a Alice: relatos de experiências no país das

maravilhas da docência”

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO

São Paulo 2009

ii

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP Setor de Pós-Graduação

Maria Alice de Rezende Proença

“A construção de um currículo em ação na formação do educador

infantil. De Alice a Alice: relatos de experiências no país das

maravilhas da docência”

DOUTORADO EM EDUCAÇÃO

Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para a obtenção do título de Doutora em Educação sob a orientação da Profª. Doutora Marina Graziela Feldmann Linha de pesquisa: Currículo e Formação

São Paulo 2009

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“A construção de um currículo em ação na formação do educador

infantil. De Alice a Alice: relatos de experiências no país das

maravilhas da docência”

Maria Alice de Rezende Proença

Banca Examinadora:

Tese defendida e aprovada em: //

São Paulo 2009

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Ao meu querido pai, que não pode ver esse momento tão especial que, com certeza, compartilharia com orgulho pelo valor que atribuía ao ato de estudar...

Ao Teco, meu marido querido, companheiro de uma vida...

Aos meus amados filhos, Eduardo, Alexandre e Ana Luiza, fonte de esperança, amor e muitas alegrias, reforçando o sentido da própria vida!

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A Matheus Küster Becker, que me abriu seu coração de criança, com olhares afetivos ao invés de palavras, me desafiando a compreender, e a me encantar, com linguagens expressivas singulares;

Às amigas Maria Cecília Moreira Ferreira, Isaura da Cunha Seppi, Márcia Lágua de Oliveira e Ecleide Cunico Furlanetto pelas trocas pedagógicas e a parceria em diferentes momentos da minha vida;

À Ana Maria Rezende Savattero, ‘colo’ fraterno .... sempre bem-vindo; Aos professores com os quais convivi no decorrer desta pesquisa, e ao longo da minha vida de professora-formadora, com os quais, através do estreitamento de vínculos afetivos, pude construir a pesquisa: laços pedagógicos .... laços amorosos de doação, amorosidade e amizade: vínculos transformadores da relação pedagógica; em especial, a Claudia Sanctus, Carla Toyama, Carolina Gentil, Daniela Amado, Fabiana Abu-Izze e Luciana Proença, cujos materiais representam a alma do que é ser professor da infância;

Às crianças com as quais convivi, e convivo no dia-a-dia das escolas de educação infantil, que me confiam olhares, mãos dadas, ‘colo’, brincadeiras, palavras e sorrisos, mostrando que vale a pena acreditar em idéias e sonhos que, com disciplina, coragem e paixão, podem se tornar realidade... por elas, com elas e para elas, tudo vale a pena por uma educação com sentido e qualidade.

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RESUMO

PROENÇA, Maria Alice de Rezende. “A construção de um currículo em ação na formação do educador infantil. De Alice a Alice: relatos de experiências no país das maravilhas da docência”. PUCSP,2009. 205p. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Esta pesquisa-ação colaborativa de cunho interdisciplinar tem como objetivo apresentar, no sentido de tornar presente, um projeto de formação em serviço de educadores da infância. A escola, considerada como

o lócus apropriado para a (trans)formação dos docentes, a partir dos

saberes e fazeres dos professores de educação infantil e do fortalecimento de uma cultura de grupo, foi o espaço-ambiente deste processo.

A pesquisa baseia-se na elaboração de um currículo ‘vivo’, construído no dia-a-dia da instituição, pautado no uso de instrumentos metodológico – observação, planejamento, registro, reflexão e avaliação –, considerados como ferramentas essenciais ao trabalho pedagógico qualificado. A meta foi a construção de um currículo que contemplasse interesses, necessidades, faltas do grupo e nas transformações decorrentes das práticas pedagógicas.

A proposta de formação está baseada na filosofia construtivista, na interação entre os sujeitos do grupo e na relação estabelecida entre fazeres e saberes pedagógicos que compõem a ação cotidiana dos professores. A metodologia utilizada foi o trabalho com projetos e registros em redes e portfólios, espaços de interação e trocas desafiadoras, que ampliam matrizes de atuação de cada sujeito e do grupo como um todo.

Os resultados obtidos com o projeto apontam para a apropriação da intencionalidade da ação docente, a responsabilidade de escolhas, a construção da autoria dos projetos, a participação do grupo como um todo na aprendizagem de cada sujeito e, em especial, a clareza do que é ser professor de educação infantil.

Palavras-chave: educação infantil; formação de professores; currículo em ação; interdisciplinaridade; autoria

x

Sumário

Introdução: .................................................................................................................. 15

A- Caminho percorrido:formação pessoal/profissional e a pesquisa de doutorado ................................................................................................................. 18 B - Metodologia .......................................................................................................

Capítulo I. – A formação de professores de educação infantil: formar é (trans-)formar-se ou (re)significar saberes e fazeres pedagógicos? ...........

Capítulo II.- A metodologia da formação de professores: a configuração de uma rede formativa....................................................................................................

A - Os projetos de trabalho: uma atitude/postura pedagógica .................. B - Registros em portfólios: a dimensão da referência individual e da coletiva. O professor investigador da própria prática, autor da sua história. Dimensão da comunicação e memória de grupo...............................

Capítulo III.– O projeto de intervenção – Quando tudo começa... a espiral dos fazeres/saberes docentes e o papel do coordenador pedagógico: caminhos de (trans)formação da postura docente ........................................... 112

A - O trabalho com projetos ............................................................................. B - Os registros em portfólios .......................................................................... C - As redes e a Arte .......................................................................................... I - As redes individuais................................................................................... II - As redes coletivas ...................................................................................

Considerações finais ................................................................................................

Referências bibliográficas .....................................................................................

xi “Pulsões de vida” Dia ou noite, noite “ou” dia... Dia e noite, noite “e” dia... E onde fica a madrugada e o anoitecer? Cair e levantar-se Pensar e elaborar Questionar(-se) e silenciar(-se) Ouvir a mim e ao outro Romper resistências, sair de mim para me colocar no ponto de vista alheio:

  • O que será que ele quer me dizer?
  • Eu não havia pensado nisto...
  • Será que é possível ser assim? Pulsões que interagem e completam o ciclo da vida! Pulsão de esticar à tensão máxima para desafiar e provocar mudanças... Pulsão de afrouxar o limite como marca de um período de elaboração e acomodação... Pulsão de busca de equilíbrio momentâneo... Pulsão de ir e vir para ganhar forças para poder saltar... Não é isto “ou” aquilo; mas isto “e” aquilo, pois há valores preciosos que contemplam e permeiam a ressignificação do vivido! Pulsão de equacionar a impotência do limite, com a onipotência do desejo e a potência do real Pulsão de nascer, morrer e renascer... É resgatar o passado, para recompor o presente e construir o futuro na pulsão da vida que se move, impulsiona-se diante dos obstáculos, mas flui, corre e dá oportunidades ao sujeito de apropriar-se da unicidade da própria história. Não é a lógica do “ou” que devemos considerar: de estar dentro ou fora, de excluir ou eliminar o divergente, de reger ou ser regido, de fazer, de ter ou de ser! Mas a lógica do “e”, que pode ser isto mais aquilo, que se abre para aceitar amorosamente o diferente, que acolhe e re-significa os próprios valores, assumindo uma postura de abertura, flexibilidade e escuta do outro que, mesmo diferente do meu eu, me completa, me confronta, me instiga e me desafia a pensar, mantendo acesa a pulsão da vida, quebrando os grilhões da morte, da passividade e da acomodação de quem não se assume, de quem não se posiciona diante da vida e não se assume enquanto autor da própria história! Maria Alice Proença

xiii

As palavras e imagens associam-se no meu discurso. A força do visual e das metáforas remetem às experiências vividas em unicidade: razão, emoção, memória, corpo em ação. No lugar da lógica do “ou”, busquei a lógica do “e”, que integra, que complementa, que propicia diálogos que refletem pulsões de vida e um olhar interdisciplinar para a educação. Assim, as idéias e imagens de interior/exterior, introspecção/expansão, eu comigo/eu com outros, palavra/imagem não se excluem, mas se juntam, mantendo acesa a pulsão da vida que leva, não só à busca de caminhos, mas também e ao próprio ato de caminhar. Como a personagem Alice, de Lewis Carroll, vivi aventuras, experiências pessoais e coletivas marcadas por curiosidades, incômodos, desafios e busca...

“Sabe Vossa Majestade que meu nome é Alice.. nada tenho a recear...”(p:71) “A menina começou a contar a sua história desde o momento em que viu pela primeira vez o coelho branco”(p:92) “Pode me dizer que caminho devo seguir?, pergunta Alice ao gato careteiro. -Isso depende do lugar para onde você quer ir... -Não tenho destino certo;

  • nesse caso, qualquer caminho serve...
  • Servirá, se conduzir a algum lugar – sugeriu Alice; -qualquer caminho conduz a algum lugar – disse o gato; -se você andar depressa e chegar”(p:54-55)

O relato da tese mostra que o lugar almejado de chegada é o do encontro – encontro do sujeito consigo mesmo e com o outro, semeando e fazendo desabrochar a descoberta incessante que move e dá sentido à própria vida...

A poesia abaixo foi escrita por uma das professoras do grupo pesquisado e ilustra o significado atribuído ao trabalho realizado:

xiv

O Encontro Carla De Marco Toyama

Ao clarear do dia As s-ementes no campo O acolhimento da terra A aceitação, o entrosamento A essência da vida

As experiências vividas O início do jogo As trocas, a união A queda d’água O curso da vida

Os caminhos a seguir A procura, a escuridão O chamado do sol A descoberta do novo A alegria da vida Num espaço compartilhado O desabrochar de diferentes formas Um encantamento, uma beleza única Um olhar profundo O aprendizado da vida

SP,

Educação Infantil. Tal observação gerou novas inquietações que passaram a me mover em direção a outra pesquisa: O que é ser professor? Qual o sentido da docência na educação infantil? O que move o professor a se transformar? O que me move na formação de professores? O que é formar? Qual a relação entre formar o outro e transformar-se? Que currículo contemplaria a formação contínua de professores de Educação Infantil? Como construí-lo coletivamente? Qual a relação entre saberes e fazeres dos professores e a qualificação profissional? Quais são essenciais e como se relacionam? Como a práxis pedagógica pode ser qualificada a partir de uma produção coletiva? Como fortalecer uma cultura de grupo? Qual o papel do outro e do grupo na formação de cada um? Como se configuram as relações interativas na docência? Qual o papel dos projetos, registros em portfólios e redes na formação docente? E da Arte? Como transformar essa metodologia em um “currículo em ação”, uma cultura de grupo? Qual a relação entre metodologia e postura docente?

A recuperação de minha trajetória no Mestrado, junto com a constatação de possibilidades formativas diferenciadas, como o trabalho com projetos, redes e portfólios, transformou-se numa força motriz em direção à presente pesquisa, pois a necessidade de formação contínua dos educadores é uma realidade, diante da complexidade da sociedade contemporânea, que requer preparo e profissionalização dos professores

para lidar com a diversidade, o multiculturalismo e a imprevisibilidade dos tempos atuais. Dessa maneira, foi gestada a elaboração das questões centrais desta tese de Doutoramento focada na formação de professores de educação infantil (PUCSP,2008): O que me move? O que move o outro em seu processo de formação para a docência? O que é ser professor de educação infantil? A busca de caminhos para a formação docente formatou-se na construção de um currículo adequado à concepção de educação infantil que permeia esta tese fruto das conexões estabelecidas entre redes, portfólios e projetos de trabalho, metodologias utilizadas no dia-a-dia do trabalho de formação de professores em serviço em escolas de educação infantil de SP nas quais eu trabalhei como coordenadora pedagógica, diretora pedagógica e educacional, formadora e assessora. O foco desta pesquisa, portanto, é a formação dos professores, na qual se destaca o papel do grupo, o contexto de formação e a reflexão de cada um de seus integrantes. A idéia fundadora é que a construção do conhecimento se dá nas sucessivas interações eu/outro desencadeadas na prática pedagógica cotidiana, a fim de transformá-la em práxis (ação intencional). Seu objetivo é a construção de um “currículo em ação” para a formação de professores em serviço, por meio das relações estabelecidas entre fazeres e saberes pedagógicos:

ação (fazer)-> reflexão (saber) -> ação re-planejada (saber fazer): ser professor (atitude intencional)

montar um espaço destinado ao acolhimento de 120 crianças de 4 a 6 anos, a fim de dar-lhes melhores condições de aprendizagem quando ingressassem na escola regular. Pude participar, desde a escolha do mobiliário até a do coordenador pedagógico e seus professores, da construção do currículo e da leitura dos registros do trabalho de cada grupo, com todos os ajustes e mudanças necessárias à implantação de um novo projeto; com isso, foi aprofundando a minha inquietação referente aos caminhos formativos decorrentes da relação eu-outro em seus espaços de trabalho com crianças de Educação Infantil. Em 2001, ao perceber a necessidade de um grupo de profissionais que atendiam a um caso de inclusão escolar, tive a oportunidade de criar, na escola em que eu trabalhava na ocasião, um espaço de relatos e discussão sobre práticas pedagógicas diferenciadas: as “Manhãs de Reflexão”. Nova constatação da importância da socialização de aprendizagens construídas, da reflexão coletiva e da escuta do outro como caminho formativo, o que viabilizou, desde então, a constância de 14 encontros semestrais que aconteceram entre 2001 e 2007, contribuindo para a formação de muitos educadores da rede pública e particular. Segundo um depoimento de uma educadora, moradora de uma cidade distante de São Paulo e que participou de todos eles, este “era o único espaço de formação de que ela dispunha”! Em 2004, dois convites foram determinantes no que se refere aos dados levantados para a construção desta pesquisa: o de Lenira Haddad e Tizuko Kishimoto para fazer a supervisão de 20 duplas de estagiários do Curso de Especialização em Educação Infantil da Faculdade de Educação da USP, e o da UniFMU-SP para assumir as aulas de Fundamentos Metodológicos no Curso de Especialização em Educação Infantil na Pós- Graduação da instituição. Em ambas as situações, pude constatar o aspecto formativo do trabalho com projetos que os alunos faziam em suas salas de

aula, o das redes construídas nas aulas no decorrer do curso e o papel das trocas interativas entre professor/orientador/supervisor na construção do conhecimento de cada um e na qualidade do projeto realizado com as crianças. No exercício destas funções, pude me certificar de que a interdependência entre a teoria e a prática, não só era um diferencial de qualificação docente, mas também um instrumento a ser construído por meio de projetos de pesquisa e intervenção, registros e redes: a integração entre saberes e fazeres. Em 2004, também, passei a exercer o cargo de direção da unidade de Educação Infantil da escola na qual eu era coordenadora pedagógica e educacional, com a responsabilidade de conectar as três vertentes da direção institucional: administrativa, pedagógica e educacional com um grupo de 25 professores e 120 crianças entre 1 e 4 anos. Novos projetos articularam-se a fim de transformar meus ideais teóricos em práticas reais: projetos de vida de formador... de educadores e educandos... práticas pedagógicas ressignificadas a partir de um novo “lugar”, que oportunizou a ampliação do meu referencial de atuação docente. Outro desafio proposto também em 2004, e muito significativo, foi a coordenação de um grupo de 12 professores do Curso Leitura de Mundo, Letramento e Alfabetização da FEUSP/FAFE/SME-DOT Educação Infantil, sob a coordenação geral da Profª Dra. Marina Célia Moraes Dias, que havia participado da minha banca de Mestrado. A temática pela qual eu era responsável – Os espaços e tempos das linguagens e do brincar – trouxe uma contribuição marcante para esta pesquisa quanto ao trabalho com projetos e as múltiplas linguagens. Como conseqüência, publiquei dois artigos sobre o tema na Revista Pátio (Porto Alegre: Editora Artes Médicas), incluídos também no seu site. A experiência deste curso foi determinante, pois o grupo de professores era composto por diferentes histórias e procedências,