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Mapas Mentais Questões Comentadas Referências, Slides de Serviço Social

Cabe destacar a crise de 1929, que foi a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Vale destacar também que foi um período marcado por reivindicações da ...

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Mapas Mentais
Questões Comentadas
Autoras:
Alice Firmino
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Resumos Práticos

Mapas Mentais

Questões Comentadas

Referências

Autoras: Alice Firmino Gleyce Mendes

RESUMO: Fundamentos Históricos do Serviço Social

Antecedentes

O Serviço Social surge como profissão no Brasil na década de 1930, no seio da

Igreja Católica, num cenário de desigualdades, fruto do processo de industrialização.

Desse modo, faz-se necessária a compreensão dos antecedentes desse processo para que

se possa entender a importância do Serviço Social como profissão inserida na divisão

sociotécnica do trabalho.

Historicamente, o desenvolvimento do sistema capitalista gerou progresso,

desenvolvimento e desigualdade. É nesse contexto que surge o Serviço Social como

profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho, na década de 1930, tendo o

impacto das mobilizações de trabalhadores operários no período, exigindo a presença do

Estado no enfrentamento dos problemas sociais. O Estado sai, assim, da fase

concorrencial para fase monopólica, aliando-se ao grande capital, mas, ao mesmo tempo,

tendo que dar uma resposta à população diante dos agravos sociais. Desse modo, o

Serviço Social surge com vias ao controle social.

Nas suas primeiras décadas, o Serviço Social tinha um caráter moralizador e

disciplinador, comportamento advindo de uma relação direta com suas bases teóricas e

filosóficas. A Igreja Católica visava sua hegemonia social através de ações de uma

reforma social e a profissão nasce em seu seio, pois, através de um grupo de moças

religiosas com a justificativa de preocupação com a Questão Social, é fundado o CEAS

(Centro de Estudo e Ação Social) que, com o objetivo de difundir as ações da igreja junto

ao proletariado, desenvolvia ações sociais. Algumas das suas fundadoras foram

responsáveis pela organização e criação do Serviço Social no Brasil numa perspectiva

doutrinária.

No fim do século XIX, auge do capitalismo, o Papa Leão XIII publicou a Encíclica

Rerum Novarum , que trazia uma crítica ao capitalismo sem deixar de apoiar a propriedade

privada e criticar o socialismo. Na sequência, por conta dos problemas sociais e

econômicos da Grande Depressão, é criada a Encíclica Quadragésimo Anno , ao final da

década de 1920 até final da década de 1930, que fazia críticas ao capitalismo e ao

socialismo. O discurso da Igreja era tido como humanista, mas trazia conteúdos

mais de 15 horas diárias, acidentes de trabalho, mulheres e crianças no mercado de

trabalho por se constituírem mão de obra barata, urbanização desorganizada e intenso

êxodo rural, doenças epidêmicas etc.

Esse quadro de desigualdades sociais, tendo a compreensão do papel do Estado e

desenvolvimento das forças produtivas, vai constituir a Questão Social, objeto de trabalho

do assistente social. Sendo assim, a profissão surge posteriormente para tratar de forma

técnica, dentro do aparelho do Estado, o enfrentamento dessas desigualdades, numa

perspectiva não crítica, mas de controle social. Vale ressaltar que a Igreja e as damas da

sociedade eram responsáveis pelo trabalho social desenvolvido no período, uma vez que

ainda não existiam formalmente instituições sociais no seio do Estado para enfrentamento

de tais desigualdades oriundas do desenvolvimento do capitalismo.

Década de 30

Diante do processo de desenvolvimento do sistema capitalista e mudanças no modo

de produção, várias alterações ocorrem no cotidiano profissional e pessoal dos

trabalhadores. O processo de urbanização sem planejamento gerou inúmeras

desigualdades e problemas oriundos do ambiente de trabalho, considerando sua

intensificação, péssimas condições para execução de atividades, ausência de leis

trabalhistas que possibilitassem atividades com remuneração justa, visto que o trabalho é

a centralidade da vida humana e a partir dele outras relações sofrem significativa

influência por não satisfazer as necessidades materiais e imateriais dos trabalhadores.

A Questão Social, nesse contexto, apresenta-se então em suas diversas

possibilidades e os trabalhadores começam a apresentar intensa insatisfação com as

péssimas condições de trabalho em que viviam. Em 1920, a Velha República no Brasil

começa a dar sinais de declínio diante da crise econômica e movimentos sociais no

período, culminando na Revolução de 30. Cabe destacar a crise de 1929, que foi a queda

da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Vale destacar também que foi um período marcado

por reivindicações da burguesia por maior participação política no governo. Mesmo num

período marcado por forte repressão policial, a classe trabalhadora, com apoio de

sindicatos, passa a reivindicar seus direitos trabalhistas. Essas mobilizações sociais

passam a serem vistas pela elite como “casos de polícia”.

Diante de um cenário com tantas reivindicações de trabalhadores por melhores

condições de trabalho e pressão por uma efetiva intervenção do Estado, o Serviço Social

surge como profissão, com base católica, para intervir nos conflitos sociais, a partir da

ótica de regulação do Estado. Getúlio Vargas foi presidente do Brasil de 1930 a 1945 e

esse período foi caracterizado por muitas manifestações sociais, culminando com a

criação do salário mínimo e carteira de trabalho.

O processo de Institucionalização do Serviço Social foi muito importante, pois

significou o trabalho estruturado da profissão no âmbito do Estado, o que, de certa forma,

acabou sendo uma resposta às manifestações sociais, em potencial dos trabalhadores.

Porém, é importante destacar que as primeiras décadas de existência da profissão foram

marcadas por teorias e metodologias conservadoras, prescritivas e normativas. O

compromisso da profissão nesse período era de apoio ao desenvolvimento do país do

ponto de vista do Estado e instituições de cunho capitalista (privado), não do

compromisso com a classe trabalhadora.

A Institucionalização da profissão significou também a ampliação do espaço de

trabalho profissional. Destaca-se o trabalho desenvolvido pelo Serviço Social no CEAS

(Centro de Estudos e Ação Social), LBA (Legião Brasileira de Assistência), SESI

(Serviço Social da Indústria), SENAI (Serviço Social de Aprendizagem Nacional) e

Fundação Leão XIII.

Década de 60

A Questão Social é o objeto de trabalho do Assistente Social e não se reduz às

expressões de desigualdades. Para se compreender a Questão Social, faz-se necessário

compreender o papel do Estado e do capital, além das demais instituições e mobilizações

sociais. Essa reflexão ocorre num momento em que a produção é cada vez mais coletiva,

com exploração e intensificação do trabalho, gerando lucros que não são socializados,

pelo contrário: privados por uma parcela da população que detém os meios de produção.

Para se compreender a trajetória do Serviço Social, é importante conhecer a sua

historicidade, ou seja, de que forma os homens se desenvolveram no mundo do trabalho,

centralidade da vida humana. O homem deve ser visto, então, como um sujeito histórico

e toda a análise parte de uma sociedade capitalista, desigual e dinâmica. Isso não significa

Ainda no final da década de 80, por conta dos movimentos sociais, têm-se a

promulgação da Constituição Federal em 1988. Isso significou a consolidação no país da

democracia após várias décadas de regime militar. Significou, também, o compromisso

oficial com pautas historicamente trazidas pelos movimentos sociais no que se refere à

saúde, educação, habitação, justiça, trabalho, entre outros. Desse modo, o Estado assume

as desigualdades sociais referentes à sua obrigação de intervenção, considerando a

complexidade de um país com dimensões continentais e com tanta diversidade social.

Para o Serviço Social a promulgação da Constituição de 1988 foi um marco

importante da relação da profissão com a luta pela efetivação de direitos. Desse modo,

uma parcela significativa da profissão compreende a importância de uma intervenção

crítica baseada nos princípios de justiça social e equidade. O serviço Social repensa suas

bases conservadoras e tem-se o Movimento de Reconceituação, que não foi uma ruptura

com suas bases conservadoras. Na prática, significou um momento de maturidade

intelectual, haja vista que os profissionais passaram a refletir e sistematizar sua prática.

A década de 90 traz para a profissão uma inserção no mercado de trabalho com

outras exigências sociais. O Assistente Social passa a ser requisitado pela iniciativa

privada com novas exigências e atribuições: necessitava-se de um profissional polivalente

e que tivesse novas habilidades. O trabalho de assessoria gerencial foi uma das novas

atribuições colocadas aos profissionais. Isso significou ampliação do mercado

profissional e também novas formas de precarização e intensificação da força de trabalho.

É criado o Código de Ética de 1993 que, desde então, serve como base de referência para

a atuação profissional.

Manifestações

Com o agravamento da Questão Social na década de 60, marcada pela crise

financeira no Brasil surgem movimentos sociais organizados formados por diversos

setores da sociedade (operários, trabalhadores da saúde, educação e comunicação,

juventude, negros, homossexuais, justiça) em busca de leis que possibilitassem melhores

condições de vida e de trabalho para a população. Havia uma forte reivindicação da

população ao Estado na área de saúde, educação, habitação e justiça. Os movimentos

sociais contaram ainda com a presença de artistas, partidos de esquerda e religiosos da

Igreja Católica que tinham se aproximado de uma teoria crítica socialista.

Os movimentos sociais não ocorriam só no Brasil, mas em toda a América Latina.

Para tentar conter os movimentos sociais, o Brasil e demais países em questão sofreram

forte repressão policial, fato considerado como Ditadura Militar. No bojo desse

movimento, o Serviço Social sofre impactos e parte dos profissionais do período

passaram a questionar sua teoria e sua metodologia. Os assistentes sociais, sob a

influência marxista, começaram a ter um entendimento mais crítico da sociedade e

relacionar as desigualdades sociais ao desenvolvimento do capitalismo. O marxismo é

uma corrente filosófica que tem como precursor Karl Marx, historiador, filósofo e

economista que apresentava críticas ao capitalismo numa reflexão sobre sociedade,

economia e política.

O marxismo trouxe uma nova dimensão ao Serviço Social, que passa a ter um olhar

mais crítico sobre a realidade social, considerando as suas contradições, tomando o

trabalho como consequência de análise, pois, através do trabalho, os homens satisfazem

suas necessidades materiais e imateriais. Porém, nesse período inicial, a apropriação da

teoria marxista é considerada “Marx sem Marx”, visto que os textos trazidos para o Brasil

no período não eram os originais do autor, mas releituras. A teoria marxista será, nas

décadas seguintes, a teoria hegemônica no Serviço Social, pois possibilitou, juntamente

com outros aspectos da realidade do período, uma tentativa de ruptura com o

conservadorismo na profissão.

Fundamentos Teóricos do Serviço Social

A década de 70 foi marcada pela efervescência dos movimentos sociais que

cobravam a presença do Estado no que se refere aos direitos sociais na área de saúde,

educação, habitação, segurança, entre outros. Um movimento marcante do período foi o

Movimento de Reforma Sanitária que se constituía num movimento da sociedade, com

ampla participação dos trabalhadores da área de saúde, em busca de transformações

necessárias nessa área. Esse Movimento culminou com a criação da Lei 8.080/190 – SUS

(Sistema Único de Saúde).

Do ponto de vista econômico e financeiro, a década de 70 ainda foi marcado por

crise no Brasil e no mundo, principalmente no período que vai de 1971-1973 por conta

do petróleo, gerando alta da inflação, e que também serviu para a busca de outras fontes

de combustíveis como o álcool. Ainda houve uma outra crise do petróleo ainda nos anos

compromisso da profissão com a classe trabalhadora, atrelada aos princípios

constitucionais. Outras teorias surgiram a partir da década de 90, numa perspectiva pós-

contemporânea, mas ainda não se constituem como influências significativas no que se

refere ao suporte teórico no Serviço Social.

MAPA MENTAL

A. De acordo com o materialismo histórico, as relações materiais que os homens estabelecem, o modo como produzem seus meios de vida, formam a base de todas as suas relações. Mas esse modo de produção não corresponde à mera reprodução física dos indivíduos. B. O que os indivíduos são não coincide, portanto, com a sua produção, isto é, tanto com aquilo que produzem como a forma como produzem. Aquilo que os indivíduos são depende, portanto, das condições materiais de sua produção. C. Conforme a perspectiva materialista e dialética, todo fenômeno social ou cultural é efêmero, e a análise da evolução dos processos econômicos e de produção de conceitos deve partir do reconhecimento de que as formas econômicas sob as quais os homens produzem, consomem e trocam são transitórias e históricas. D. Ao adquirir novas forças produtivas, os homens mudam seu modo de produção, e com o modo de produção mudam as relações econômicas, que não eram mais que as relações necessárias daquele modo concreto de produção. Grau de dificuldade: Intermediário. Alternativa A: CORRETA. O modo de produção além de corresponder a produção física dos indivíduos, influencia também no seu modo de vida, a maneira como esses homens se identificam e se relacionam entre si e em sociedade, onde acabam se moldando levando em consideração suas limitações e possibilidades que são resultado do processo de produção. Alternativa B: INCORRETA. De acordo com o Materialismo Histórico, os indivíduos se coincidem com o que produzem e como produzem, pois se tornam alienados de si, passando a absorver todo o processo de produção que influencia diretamente a sua vida em sociedade, já que são dependentes das condições materiais da produção. Alternativa C: CORRETA. Todo fenômeno cultural ou social tem característica própria, ou seja, é condizente com o seu tempo e costuma atualizar-se e se adaptar às necessidades econômicas e sociais constantemente. Desta maneira, conforme o homem avança no processo de produção do qual também faz parte, as formas econômicas igualmente se modificam, exigindo cada vez mais dos indivíduos. Alternativa D: CORRETA. As relações econômicas estão intrinsicamente ligadas às forças produtivas e aos modos de produção, e é o homem que tem a capacidade de alterá-las com o tempo, de acordo com suas necessidades sociais, de sobrevivência e desenvolvimento. O homem é o centro de todas as mudanças na sociedade em que vive.

3. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE ÁGUAS DE CHAPECÓ – CURSIVA – 2017) Entre a importância do uso dos estudos fenomenológicos nas ciências sociais e para o Serviço Social, destacam-se, exceto: A. Representações sociais. B. Percepções e motivações. C. Relações econômicas. D. Relações sociais – o eu e os outros

Grau de dificuldade: Difícil. Alternativa A: CORRETA. A Fenomenologia, uma das correntes teóricas tradicionais que influenciaram o perfil profissional do assistente social, tinha seus princípios baseados no estudo dos fenômenos sociais. Com relação às representações sociais, essa corrente considerava a importância dos indivíduos no processo de construção do conhecimento sem visar mudanças estruturais, quando os sujeitos precisavam ser ajudados através do diálogo e de ajuda psicossocial. Alternativa B: INCORRETA. Por ser uma corrente tradicional, a Fenomenologia não buscava com suas análises dos fenômenos contribuir com percepções e motivações dos indivíduos para que fossem capazes de expor pensamentos, ideias e comportamentos tidos como inadequados, negando o princípio da alienação, o qual era presente no processo de produção da sociedade. Alternativa C: CORRETA. Destacam-se também as Relações econômicas, uma vez que também são analisadas com base no estudo dos fenômenos sociais que regem a organização da sociedade, apesar da Fenomenologia não buscar transformação da realidade que muitas vezes é influenciada pelas relações econômicas. Isso pode ser compreendido com o fato desta corrente não abordar a historicidade dos fenômenos. Alternativa D: CORRETA. A importância do uso dos estudos fenomenológicos nas ciências sociais e para o Serviço Social se destaca ainda nas relações sociais – o eu e os outros, uma vez que esta corrente entende que o indivíduo precisa ser ajudado através do diálogo e da ajuda psicossocial para que tenha condições de resolver sozinho questões que muitas vezes não depende dele. O Serviço Social é influenciado por essa corrente para desenvolvimento de atividades que contemplem a visão fenomenológica.

4. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE SÃO LUÍS/MA – CESPE – 2017) A respeito do processo embrionário de institucionalização do Serviço Social no Brasil, a partir da década de 30 do século XX, assinale a opção correta. A O desenvolvimento do serviço social por meio da ampliação da assistência social aconteceu alheio ao Estado, ficando a cargo exclusivo da Igreja Católica. B Na criação das primeiras escolas de serviço social, prezava-se pelo caráter caritativo do profissional, o que impediu a transformação dos assistentes sociais em força de trabalho a ser comprada no mercado. C Os juizados de família foram pioneiros na solicitação de qualificação profissional a assistentes sociais. D A atuação prática desenvolvida pelos primeiros assistentes sociais era destinada especialmente aos desempregados, que deveriam ser incluídos em cursos de profissionalização. E O serviço social de casos individuais foi o método central aplicado para realizar o conjunto de trabalho necessário para o reajustamento dos indivíduos às condições normais de vida. Grau de dificuldade: Moderado.

C As primeiras ações profissionais nas favelas do Rio de Janeiro ocorreram em virtude do aumento da delinquência urbana e seu consequente reflexo na imagem do governo brasileiro. D As primeiras intervenções do serviço social nas favelas do Rio de Janeiro indicavam que o motivo da favelização era o desemprego. E A criação da Legião Brasileira de Assistência propiciou uma transformação qualitativa no serviço social ao romper com os tradicionais fundamentos do serviço social de casos individuais. Grau de dificuldade: Moderado. Alternativa A: INCORRETA. As práticas de intervenção do assistente social no Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional (SENAI) eram voltadas para os jovens aprendizes com técnicas de caso e grupo, não só com serviços assistenciais, mas a fim de impulsionar as atividades de qualificação deste público, identificando ainda algumas necessidades com relação à alimentação e estrutura familiar que pudessem comprometer o processo de aprendizagem da juventude operária. Alternativa B: CORRETA. Levando em consideração que o profissional de Serviço Social é chamado por ser tecnicamente capacitado para atender as demandas do capital no Estado Novo vinculado às ações da Igreja Católica, e com base na doutrinação da classe trabalhadora, a adesão ideológica do Serviço Social à racionalidade capitalista levou à fusão da composição cristã-humanista do assistente social, com o caráter mais social que assume o capital. Ou seja, mesmo demandado pelo Capitalismo, o assistente social apresenta uma postura voltada às necessidades do seu público alvo. Alternativa C: Incorreta. As primeiras ações profissionais no Rio de Janeiro eram voltadas à doutrinação das famílias e ajustamento social, destacando que nesse período as mulheres já compunham parte da classe trabalhadora e que o Juizado de menores e o Serviço de Assistência ao menor, do setor público, foi o primeiro a inserir assistentes sociais em seu quadro de funcionários. Alternativa D: INCORRETA. As primeiras ações profissionais no Rio de Janeiro eram voltadas à doutrinação e organização das famílias e ajustamento social. O atendimento era voltado e focado nas famílias operárias, especialmente mulheres e crianças, com distribuição de materiais e desenvolvimento de cursos, creches, formação moral e trabalhos com higiene. As informações necessárias eram levantadas através de visitas domiciliares, encaminhamento para serviços da comunidade, entre outros. Alternativa E: INCORRETA. A criação da Legião Brasileira de Assistência na verdade propiciou a transformação quantitativa no serviço social, uma vez que contribuiu para a implantação e institucionalização do Serviço Social e suas escolas especializadas, sem romper com os tradicionais fundamentos do serviço social de casos individuais através do inquérito e pesquisa social, além das visitas domiciliares e visitas sociais. Essas ações eram utilizadas para encaminhamento dos indivíduos para serviços médicos e liberação de auxílios financeiros.

6. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE SÃO LUÍS/MA – CESPE – 2017) Acerca do movimento de reconceituação do serviço social na América Latina e no Brasil, assinale a opção correta. A O Brasil foi pioneiro no processo de reconceituação do serviço social na América Latina e

inovou ao ter proposto a melhoria do sistema capitalista por meio de recursos de modernização tecnológica. B O debate brasileiro no âmbito da tradição marxista representa um processo de superação do movimento de reconceituação latino-americano. C A aproximação das pautas desse movimento com as ideias expressas nas obras originais de Karl Marx levou ao rompimento definitivo do serviço social com o conservadorismo. D O início da aproximação do Serviço Social com o marxismo promoveu a delimitação de espaços para a atuação profissional e espaços para a militância política. E Na América Latina, ao contrário do Brasil, o movimento foi caracterizado pela homogeneidade teórica para a compreensão das relações sociais que fundamentam a prática profissional. Grau de dificuldade: Moderado. Alternativa A: INCORRETA. O Movimento de Reconceituação surgiu no ano de 1960, por segmentos profissionais de vários países da América latina que estavam subordinados ao capitalismo mundial, com críticas ao Serviço Social tradicional, iniciando com a criação da primeira escola de formação de profissionais no Chile. O Movimento se ampliou com a participação de sujeitos críticos de outros países latino-americanos como Uruguai, Argentina e Brasil. O serviço Social brasileiro teve papel importante, principalmente no âmbito da organização acadêmica e política, através das mudanças no espaço acadêmico, na graduação, pós-graduação e pesquisa, tendo ainda a participação dos estudantes de Serviço Social na época. Alternativa B: CORRETA. O Movimento de Reconceituação é um processo de ruptura com o conservadorismo das práticas profissionais vinculadas ao patriarcado e à Igreja Católica, enfraquece-se no período da ditadura militar e, ao seu final, a profissão se aproxima do marxismo, o que amplia ainda mais as análises conjunturais da sociedade em uma perspectiva crítica no período democrático do país, com as análises das expressões da Questão Social. Alternativa C: INCORRETA. A aproximação das pautas do movimento de reconceituação com as ideias expressas nas obras originais de Karl Marx não rompe definitivamente com o conservadorismo, uma vez que a categoria se divide no processo, uma parte das profissionais defendem uma modernização conservadora, apenas com atualização das práticas, e em que o rompimento não deveria ser total e sim parcialmente; a outra parcela mais adiante se caracteriza pela intenção de ruptura. E mesmo com as discussões produzidas sobre a renovação profissional houve ainda o retorno aos pensamentos conservadores da profissão. Alternativa D: INCORRETA. O início da aproximação do Serviço Social com o marxismo promoveu muitos equívocos em sua interpretação, através do marxismo vulgar, que ocorreu na fase de intenção de ruptura com o conservadorismo. Contudo, no início dos anos 80, com o processo de democratização do país, o Serviço Social se aproxima do marxismo clássico com a correta interpretação de Marx e após esse processo é possível a delimitação de espaços para a atuação profissional e espaços para a militância política. Alternativa E: INCORRETA. Tanto na América Latina quanto no Brasil, o movimento de reconceituação foi caracterizado pela heterogeneidade teórica para a compreensão das relações sociais que fundamentam a prática profissional, onde o movimento se baseou em vários teóricos que influenciaram as produções feitas pelos profissionais de Serviço Social.

8. (ASSISTENTE SOCIAL – PREF. DE SÃO LUÍS/MA – CESPE – 2017) De acordo com o método dialético-marxista, as políticas sociais A são um mecanismo institucional típico da racionalidade legal contemporânea. B impõem limites ao capital, resultando em ganhos para os trabalhadores dentro da arena contraditória das lutas sociais. C resultam de iniciativa exclusiva do Estado, para responder a demandas da sociedade e garantir hegemonia. D decorrem exclusivamente da luta da classe trabalhadora. E promovem a coesão social e evitam o estado de anomia. Grau de dificuldade: Difícil. Alternativa A: INCORRETA. No método dialético-marxista, Marx elabora uma abordagem um método para conhecer a realidade social de onde vivia, investigando e chegando à crítica da sociedade burguesa de sua época e como esta se organizava, em um processo de exploração da força de trabalho dos indivíduos. Desta maneira, as políticas sociais são ações tomadas pelo Estado que, pressionado pela classe trabalhadora, se rebela e não aceita inerte o processo de exploração pelo capital e era refém do sistema capitalista, que com sua intensificação contribuiu para o crescimento da pobreza. Alternativa B: CORRETA. Com o avanço do sistema capitalista, que contribui para o crescimento de mazelas sociais como a fome, o desemprego, a pauperização da camada mais pobre da sociedade – que não fica inerte diante desses acontecimentos – , a criação de políticas sociais para atender demandas da sociedade de fato impõe limites ao capital, pois possibilita à camada da sociedade mais explorada ter condições de se reorganizar e atender às necessidades básicas, que são atingidas pelo processo de exploração do capital, resultando em ganhos para os trabalhadores na contradição de forças através das lutas de classes. Alternativa C: INCORRETA. De acordo com o método dialético-marxista, as políticas sociais não resultam de iniciativa exclusiva do Estado, e sim com a participação da classe trabalhadora que compunha a camada mais pobre da sociedade, e se manifestam contra o processo de exploração do capital com o apoio do próprio Estado, que atendia aos interesses do próprio capital. Desta maneira, com a pressão exercida pelos trabalhadores devido ao crescimento da pobreza e condições indignas de sobrevivência, o Estado se organiza para responder as demandas da sociedade. Alternativa D: INCORRETA. A criação de políticas sociais resulta de ações do Estado por pressão e participação classe trabalhadora, não se mantendo estagnada ao processo de exploração do capital que resultou no crescimento da pobreza e condições indignas de sobrevivência. Por este motivo o Estado se organiza para responder a demandas da sociedade, apesar deste atender desde o início aos interesses do capital e da classe burguesa. Alternativa E: INCORRETA. Para criação das políticas sociais, o Estado deve se valer da criação de leis que promovam essas políticas e estejam organizadas pelo aparato do Estado, analisando a organização da sociedade a fim de atender os que necessitam dessas ações, promovendo o bem-estar dos indivíduos que vivem privados do acesso a bens sociais e qualidade de vida, que é resultado do processo de exploração do capitalismo.

REFERÊNCIAS

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