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Aqui apresentamos uma explicação básica sobre cartas, a relação entre elas e coordenadas geográficas, uso de bússolas, sobrevivência em águas infestadas, purificação de água, obtenção de água subterrânea, uso de plantas armazenadoras de água, fogo para aquecimento, sinalização e purificação de água, sobrevivência em desertos e precauções para evitar perigos na água.
Tipologia: Notas de aula
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Ninguém consegue estar sempre completamente preparado para uma situação de sobrevivência. Se tiver sorte, poderá ter acesso a um equipamento de sobrevivência, a uma espingarda ou a um machado. Se for esperto, será já muito versado nos conhecimentos e técnicas que serão descritos neste manual. Mas, independentemente da sorte e dos conhecimentos que possa ter, encontrar-se subitamente isolado numa área desolada do mundo é um choque para o sistema humano como um todo - não só emocional e mentalmente, mas também fisicamente. É importante compreender a psicologia da sobrevivência, bem como as suas técnicas.
A vontade de sobreviver
Os corredores de fundo e meio-fundo falam de «O Urso» que os obceca. Após ter percorrido escassas centenas de metros, o corredor perde a passada, abandona a posição típica de corredor e começa a abrandar de maneira evidente. Dominado pela dor, ou pelas cãibras, ou pela fadiga, perdeu a vontade de vencer. Em situações de sobrevivência sucede muitas vezes o mesmo fenómeno, só que neste caso a questão é muito mais importante que ganhar ou perder uma prova de atletismo. Há casos registados de pessoas que foram recuperadas e tratadas de todas as doenças e que, depois, morreram no hospital. Tinham perdido a vontade de viver. As experiências de centenas de militares isolados em combate na segunda guerra mundial, na Coreia e no Vietname demonstram que a sobrevivência é, fundamentalmente, uma questão de perspectiva mental. A vontade de sobreviver é o factor mais importante. Quer esteja integrado num grupo ou sozinho, experimentará problemas emocionais derivados do choque, do medo, do desespero e da solidão. Para além destes perigos mentais, a lesão e a dor, a fadiga, a fome ou a sede pesam na vontade de viver. Se não estiver mentalmente preparado para vencer todos os obstáculos e esperar o pior, as hipóteses de sair com vida são grandemente reduzidas.
Onde o espírito comanda
Entrevistas com milhares de sobreviventes dos campos de concentração alemães da segunda guerra mundial demonstraram a extraordinária capacidade de resistência do corpo humano quando guiado pelo espírito. Os nossos corpos são máquinas muito complexas, mas, mesmo quando submetidos às mais confusas e degradantes condições, a vontade de viver pode sustentar o processo da vida. As necessidades do corpo em energia proveniente dos alimentos podem ser reduzidas praticamente a zero durante um dado período de tempo. Sobreviventes dos campos de concentração alemães referiram que a vida, mesmo sob condições inumanas, valia a pena ser vivida. Em muitos casos, apenas este espírito lhes garantiu a sobrevivência.
Preparação
Uma preparação adequada pode dar à vítima uma forte protecção psicológica tendo em vista a ultrapassagem da sua situação de sobrevivência. Embora não se espere vir a estar numa tal situação, podem prever-se certas condições que aumentam, dramaticamente, a sua possibilidade. Se está a preparar-se para ir acampar, dar um longo passeio a pé ou dar uma volta num pequeno avião ou barco, as probabilidades de vir a colocar a sua vida numa situação in extremis estão aumentadas. Os tópicos que se seguem não são apenas bons conselhos, porquanto, se forem seguidos, oferecem um forte apoio psicológico em condições de sobrevivência:
Pânico e medo
Quase todos os que se viram perdidos, isolados e separados da civilização experimentaram medo - medo do desconhecido, medo da dor e do desconforto, medo das suas próprias fraquezas. Em tais condições, o medo não é apenas normal, é também saudável. 0 medo aguça-nos os sentidos e leva-nos a potenciar os perigos e os riscos. 0 medo é o aumento natural da adrenalina existente em todos os mamíferos e que actua como um mecanismo de defesa contra o que é hostil ou desconhecido. Mas o medo tem de ser dominado e convenientemente orientado, ou pode levar ao pânico. 0 pânico é a resposta mais destrutiva a uma situação de sobrevivência. Dissipam-se energias, a racionalidade é enfraquecida ou mesmo destruída e torna-se impossível dar qualquer passo positivo no sentido da nossa própria sobrevivência. 0 pânico pode levar ao desespero, o qual pode começar por quebrar a nossa vontade de sobreviver. Podem ser dados, mentalmente, vários passos para fazerem do medo um aliado e tornarem o pânico uma impossibilidade. Como já referimos, a preparação e o conhecimento das técnicas de sobrevivência instilam confiança e levam não só ao autocontrole, mas também ao controlo do ambiente que nos rodeia. Além disso, é importante ocupar imediatamente o seu espírito com a análise da situação e com as tarefas imediatas de sobrevivência.
Sobrevivência
Situação. - Estou ferido? Quais as medidas de primeiros socorros de emergência que sou obrigado a tomar? Qual a situação dos outros membros do meu grupo quanto a ferimentos? Quais são os perigos imediatos? Há algo da situação anterior à actual que me diga onde estou e qual a melhor maneira de sobreviver? Estou perto de água? Comida? Quais as condições meteorológicas e de terreno? Que é que há à minha volta que me possa ajudar a sobreviver? Urgência indevida é desperdício. - Não se apresse sem objectivo ou direcção. Sem estar completamente inteirado da situação, é importante conservar as energias. Em condições de sobrevivência, a energia é mais preciosa que o tempo (excepto em emergência médica). Não se empenhe em actividades físicas até ter um plano e tarefas específicas a realizar. As actividades inúteis podem criar uma sensação de desamparo que poderá conduzir, posteriormente, ao pânico. Reconheça o local onde se encontra. - Muito provavelmente, terá de forragear e deslocar-se a alguma distancia da sua posição inicial. A familiarização dá segurança, e nada há mais prejudicial numa situação de sobrevivência que «perder» o seu ponto inicial ou acampamento. Tome nota das imediações, das características topográficas fora de comum, etc., e fotografe-as na memória. Quando sair do acampamento, assinale o trilho para poder regressar pelos seus próprios passos. Por mais desamparado e isolado que possa estar, há-de estar em «algum sitio». Saber onde está, mesmo que apenas em referencia às imediações, aumentará as suas hipóteses de ser recolhido. Vença o medo e o pânico. - A recordação consciente da forca debilitante do medo ou do pânico pode diminuir-lhes o perigo. Adopte uma «atitude de pausa» e, objectivamente, analise os resultados. Improvise. - Qualquer que seja o local onde possa vir a encontrar-se, haverá algo, provavélmente muita coisa, no seu raio de acção imediato que o auxiliará a sobreviver. Quanto mais inventivo e criativo for, tanto mais confortável se tornará a sua situação. 0 seu quadro de referencias tem de ser alterado. Uma árvore deixa de ser uma árvore e transforma-se numa fonte potencial de comida, de combustível, de abrigo e de vestuário. Familiarize-se com as imediações. Tal como numa ilusão de óptica, o espirito transformará milagrosamente os objectos naturais em instrumentos de sobrevivência. Valorize o viver - 0 instinto de sobrevivência é básico no homem e no animal e tem constituído a base da maior parte das revoluções culturais e tecnológicas através da história. Em condições extremas, a vontade de sobreviver pode ser posta duramente à prova. Se perder a vontade de viver, todo o conhecimento sobre técnicas de sobrevivência será inútil. Não corra riscos desnecessários. Você é a chave da sua própria sobrevivência, e atitudes loucas dão lugar a ferimentos ou a algum tipo de incapacidade que lhe limitarão a eficiência. Actue como os nativos. - Pode encontrar gente em muitas áreas do mundo afastadas da civilização. Normalmente, os grupos tribais e de nativos primitivos não são hostis; contudo, aproxime-se deles com cautela. Eles conhecem o território: onde encontrar água, zonas de abrigo, alimentação, o caminho para a civilização. Tenha cuidado para não os ofender. Eles podem salvar-lhe a vida. Para conseguir auxilio dos nativos, siga a seguinte orientação:
Finalmente, saiba que o grande teste à sua vontade e perseverança ocorrerá depois de estar quase recolhido - quando vir o avião ou o navio mas ninguém a bordo der por si. Sentirá então um baque de depressão e de desespero. Mas não sucumba. Onde há um avião há mais. Se ele estiver a voar segundo um plano de busca, isso significará que alguém anda à sua procura. Agora o tempo é que orienta a sua energia e as técnicas de sobrevivência no sentido de ser visto na próxima vez. E haverá uma próxima vez.
0 primeiro passo no sentido duma sobrevivência com êxito é saber ou determinar onde nos encontramos. Todos os anos há pessoas que se perdem - e algumas morrem - porque não dispunham de um mapa ou foram incapazes de utilizar eficazmente os que possuíam. A forma mais simples de evitar este risco é saber onde se encontra em cada instante da sua viagem. Embora o mais provável seja não dispor de mapas cobrindo todo o terreno de todas as viagens que faca - especialmente viagens ao estrangeiro, onde, por vezes, é difícil obter mapas de confiança-, poderá permanecer orientado de forma geral conhecendo a direcção que seguia e o país (ou região) sobre o qual se deslocava. Se está a abandonar um navio ou um avião no mar e o tempo o permite, procure saber as suas latitude e longitude, a diferença angular entre os nortes verdadeiro e magnético^1 , a direcção mais curta para terra, a direcção dos ventos predominantes, a corrente predominante das águas (se houver alguma) e a direcção e distância para as rotas de navegação mais próximas. Se for passageiro numa linha comercial (aérea ou oceânica), o capitão e a tripulação tomarão automaticamente o comando das operações de sobrevivência. Eles podem sentir que você não se deve «preocupar» com uma informação deste tipo. Chame-lhes a atenção para o facto de que lhes pode acontecer alguma coisa e de que quanto maior for o número de pessoas que estejam na posse de informação essencial respeitante à localização e a possíveis pistas de recolha, tanto mais provável será a cada um sobreviver. Se estiver numa viagem de grupo ou safari com um guia, peça-lhe que o mantenha informado acerca do lugar onde se encontra e para onde irá. Estude com ele os mapas, tendo em atenção o seu deslocamento diário; pode suceder alguma coisa ao guia que o deixe a si privado do seu conhecimento especial sobre a região.
Leitura de cartas
Se a maior parte das pessoas exigissem saber ler uma carta, estariam totalmente certas. É que uma carta pode fornecer ao leitor uma grande quantidade de informação que não é imediatamente visível a olhos não industriados. De facto, a leitura de cartas pode ser, muitas vezes, um difícil e fascinante campo de estudo demasiado complexo para ser aqui abordado em grande pormenor. 0 que aqui apresenta-mos é uma explicação básica sobre cartas; a relação entre as cartas e as coordenadas geográficas ou linhas de latitude e longitude e o uso simples de uma carta associada a uma bússola. 0 Exército e a Armada ministram cursos de leitura de cartas ao seu pessoal (alguns duram oito semanas, uma indicação sobre o quanto pode ser complexo este assunto aparentemente simples). A maior parte dos textos utilizados nestes cursos estão à disposição do público^2.
(^1) A esta diferença se dá, em topografia, a designação de declinação magnética de um lugar, definida como o ângulo que a direcção indicada pela agulha magnética forma com a direcção norte-sul geográfica.
(^2) Entre nós encontra-se publicada a obra Topografia, Álvaro Parreira, Col. «Técnica»,
Editora Pórtico, Lisboa.
Fig. 2-1 - Vista a partir de uma elevação e carta da mesma área
Fig. 2-2 Sinais convencionais
Para facilitar a identificação dos pormenores da carta, dando-lhes uma aparência e um contraste mais naturais, os sinais convencionais são também normalmente impressos em cores diferentes, cada cor identificando uma classe de pormenores. As cores variam com os tipos de
cartas, mas numa carta topográfica normalizada de escala grande^6 as cores usadas e os pormenores que cada uma representa são:
Preto - Casas, estradas, caminhos, muros, vias férreas, limites, etc. Azul - Para a representação dos pormenores relacionados com a água (rios, ribeiros, lagos, lagoas, etc.). Verde - Vegetação. Sépia - Relevo (curvas de nível, etc.). Encarnado - Também para casas, estradas, caminhos, etc.
As elevações são indicadas com curvas de nível a sépia. A altitude encontra-se seguindo- se uma das curvas de nível mais carregadas (designadas por curvas mestras) até se dar com um número que lhe interrompe a continuidade. Esse número está expresso em pés ou metros e todos os pontos da mesma curva estão à mesma distancia vertical acima do nível do mar, isto é, têm a mesma altitude^7. As curvas mestras aparecem, por norma, de cinco em cinco curvas de nível. Ao fundo de cada carta há uma anotação indicando se o número está em pés ou em metros e qual a distancia vertical entre curvas de nível consecutivas, designada por equidistância natural. Ao fundo de cada carta topográfica aparece uma escala gráfica (barra) (ver a fig.2-3). Esta informação dá ao utente uma definição de escala para todos os pormenores naturais mais importantes. Por exemplo, se a carta indicar que a escala é 1:50 000, isto significará que uma unidade de medida na carta, em pés, jardas ou metros, é igual a 50 000 unidades no terreno. Para além disto, a escala gráfica costuma ter, normalmente, barras graduadas em jardas, milhas e metros, de tal maneira que, se medirmos a distancia entre dois pontos na carta com uma simples tira de papel e a compararmos com uma das barras da escala gráfica, poderemos determinar directamente a correspondente distância horizontal no terreno entre esses dois pontos. Para distâncias curtas, a escala inclui habitualmente subdivisões para a esquerda do zero, parte a que se dá o nome de talão.
Talão da escala Escala principal
Fig. 2-3 - Escala gráfica de barras
(^6) As escalas são tanto maiores quanto menores forem os respectivos denominadores, o que significa que quanto menor for o denominador de uma escala tanto maior será a exactidão da representação do terreno.
(^7) Esta distancia é designada por cota e pode ser positiva (elevação) ou negativa (depressão).
As coordenadas geográficas expressam-se em unidades angulares. Cada círculo está dividido em 360 graus. Cada grau está dividido em 60 minutos e cada minuto em 60 segundos. 0 grau é representado por ° , o minuto por ’ e o segundo por ’’. Começando com 0° no equador, os paralelos são numerados até 90°, quer para norte, quer para sul. As extremidades são o Pólo Norte, a 90° de latitude norte, e o Pólo Sul, a 90° de latitude sul. A latitude pode ter o mesmo valor numérico quer a norte, quer a sul do equador, mas a indicação N ou S tem de ser sempre dada. Começando com 0° no meridiano de referencia, a longitude mede-se, quer para leste, quer para oeste, à volta do mundo. As linhas a leste do meridiano de referência são numeradas até 180° e identificadas como longitude leste; as linhas a oeste daquele meridiano são numeradas até 180° e referidas como longitude oeste. A indicação L ou W tem de ser sempre dada. A linha diametralmente, oposta ao meridiano de referência, 180°, pode ser designada como longitude leste ou oeste. Por exemplo, o x da fig. 2-4 representa um ponto situado a 39° de latitude norte e a 95° de longitude oeste. Convencionalmente, a latitude escreve-se primeiro; por isso, a posição do ponto x devera ler-se 39° N 95° W. Embora os valores das coordenadas geográficas sejam dados em unidades angulares, terão maior significado se forem comparados com unidades de medida com as quais estejamos mais familiarizados. Em qualquer ponto da Terra, a distancia no terreno coberta por 1° de latitude é aproximadamente igual a 111 km (69 milhas); 1 segundo corresponde aproximadamente a 30m (100 pés). A distancia no terreno coberta por l° de longitude no equador é também de 111 km aproximadamente, mas este valor decresce à medida que nos deslocamos para norte ou para sul, até se tornar igual a zero nos Pólos. Por exemplo, 1” de longitude representa cerca de 30m no equador, mas a latitude de Washington, D. C., 1” de longitude é aproximadamente igual a 24m (78 pés). Como já foi indicado, as cartas produzidas por alguns países não têm os valores das longitudes referidos ao meridiano de Greenwich, na Inglaterra. A seguir apresentam-se os meridianos de referencia usados por outros países. Quando estas cartas são produzidas nos Estados Unidos, aparece por norma uma nota na informação marginal indicando a diferença entre o meridiano de Greenwich e o que for usado na carta. Para converter as cartas desses países ao meridiano de Greenwich, some ou subtraia (conforme estiver a leste ou a oeste do meridiano de Greenwich) os seguintes valores:
Amsterdão, Holanda____________________ 4 53 01 E Atenas. Grécia________________________23 42 59 E Jacarta. Indonésia_____________________ 06 48 28 E Berna. Suíça__________________________ 7 26 22 E Bruxelas, Bélgica_______________________4 22 06 E Copenhaga, Dinamarca_________________ 12 34 30 E Ferro. Canárias_______________________ 17 39 46 W Helsínquia, Finlândia___________________24 57 17 E Istambul. Turquia_____________________ 28 58 50 E Lisboa, Portugal_______________________ 9 07 55 W Madrid. Espanha_______________________ 3 41 15 W Oslo, Noruega_________________________10 43 23 E Paris. França___________________________2 20 14 E Pulcovo, URSS________________________30 19 39 E Roma, Itália__________________________ 12 27 08 E Estocolmo, Suécia_____________________ 18 03 30 E Tirana. Albânia_______________________ 19 46 45 E
Orientação de cartas
Para saber na carta onde se encontra, estude cuidadosamente o terreno circundante. Há algumas colinas ou picos, ribeiros ou rios, estruturas feitas pelo homem, tais como celeiros, torres ou linhas de caminho-de-ferro, nas redondezas? Escolha dois destes pormenores proeminentes e depois relacione-os com a carta. Embora todas as cartas se segurem de tal modo que possam ser lidas com o lado norte virado para cima, rode-a até que fique em correspondência com o terreno. A direcção para onde estamos virados ou para onde queremos ir pode agora ser determinada pelas coordenadas geográficas da carta. A isto se chama orientar a carta.
Direcções
Na vida quotidiana, as direcções são expressas em termos como «direita», «esquerda», «em frente», etc., mas uma pergunta se impõe: «Para a direita de quê?» Os utentes das cartas precisam de um método para indicarem uma direcção que seja precisa, adaptável a qualquer área do mundo e tenha uma unidade de medida comum. As direcções expressam-se em unidades angulares, existindo vários sistemas em uso. A unidade angular mais commumente utilizada, contudo, é o grau, com as suas subdivisões em minutos e segundos. 0 grado é uma unidade angular que se encontra em algumas cartas estrangeiras. A circunferência tem 400 grados (um ângulo recto - 90° - equivale a 100 grados). 0 grado divide-se em 100 minutos e o minuto em 100 segundos. Esta unidade usa-se com o sistema métrico. Para se medir qualquer coisa, tem de haver sempre um ponto de partida ou zero. Para se expressar uma direcção através de uma unidade angular, tem de haver um ponto de partida ou zero e um ponto de referencia. Estes dois pontos definem a base ou linha de referencia. Há três linhas-base: o norte geográfico ou verdadeiro, o norte magnético e o norte cartográfico ou da quadrícula. Os mais commumente utilizados são o magnético e o cartográfico; o magnético quando trabalhamos com a bússola e o cartográfico quando usamos uma carta militar. O norte geográfico é o ponto de intersecção de todos os meridianos ao norte do equador. 0 norte geográfico é habitualmente representado por uma estrela^8. 0 norte magnético é a direcção do pólo norte magnético, indicada pela agulha magnética. É normalmente representado pela metade da ponta de uma seta^9. 0 norte cartográfico é definido pelas linhas verticais da quadrícula das cartas. Pode ser simbolizado pelas iniciais GN^10 ou pela letra y. 0 método mais comum de expressar uma direcção é o dos azimutes. Define-se azimute de uma dada direcção como senda o ângulo horizontal que essa direcção faz com a linha norte-sul contado a partir do norte e sempre no sentido do movimento dos ponteiros do relógio. Quando se pretende o azimute da direcção definida por dois pontos na carta, unem-se os pontos por meio de uma linha recta e com um transferidor mede-se o ângulo formado pela linha norte-sul cartográfica e a linha desenhada entre aqueles dois pontos. A origem dos azimutes é o centro do círculo de azimutes.
(^8) Em algumas edições menos recentes de carta portuguesas, nomeadamente a Carta Militar de Portugal, 1:25 000, aparece representado por uma linha cheia com as iniciais NG.
(^9) Também pode aparecer representado por uma linha tracejada com as iniciais NM em cartas portuguesas menos recentes.
(^10) Em cartas portuguesas pode aparecer representado por uma linha cheia carregada e com as iniciais NC. As iniciais GN significam «Grid north», norte da quadrícula.