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Manual-de-pragas-de-soja (1), Manuais, Projetos, Pesquisas de Agronomia

Manual de pragas que atacam a cultura da soja

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2017

Compartilhado em 30/10/2017

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thalia-galdino-braganca-8 🇧🇷

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Manual de
Pragas da Soja
Autores: Henrique José da Costa Moreira
Flávio Damasceno Aragão
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Baixe Manual-de-pragas-de-soja (1) e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Agronomia, somente na Docsity!

Manual de

Pragas da Soja

Autores: Henrique José da Costa Moreira

Flávio Damasceno Aragão

Manual de Pragas

da Soja

Henrique José da Costa Moreira

Engº Agrônomo

Flávio Damasceno Aragão

Engº Agrônomo

Campinas-SP

Formiga-cortadeira ( Atta sexdens rubropilosa ).................................................................................................................... Gafanhoto ( Rhammatocerus schistocercoides ) ....................................................................................................................... Grilo-pardo ( Anurogryllus muticus ) .................................................................................................................................... Lagarta-cabeça-de-fósforo ( Urbanus proteus ) .................................................................................................................... Lagarta-da-soja ( Anticarsia gemmatalis ) .............................................................................................................................. Lagarta-da-vagem ( Etiella zinckenella ) ................................................................................................................................ Lagarta-da-vagem ( Spodoptera eridania ) ............................................................................................................................. Lagarta-da-vagem ( Spodoptera cosmioides ) ......................................................................................................................... Lagarta-enroladeira ( Omiodes indicatus )............................................................................................................................. Lagarta-medideira ( Pseudoplusia includens ) ....................................................................................................................... Lagarta-medideira ( Rachiplusia nu ) .................................................................................................................................... Lagarta-medideira ( Trichoplusia ni ) .................................................................................................................................... Lagarta-militar ( Spodoptera frugiperda ) ............................................................................................................................... Mosca-branca ( Bemisia tabaci raça B ) ................................................................................................................................. Percevejo-acrosterno ( Acrosternum hilare )........................................................................................................................ Percevejo-barriga-verde ( Dichelops furcatus ) ................................................................................................................... Percevejo-barriga-verde ( Dichelops melacanthus ) ............................................................................................................ Percevejo-asa-preta ( Edessa meditabunda )......................................................................................................................... Percevejo-formigão ( Neomegalotomus parvus ).................................................................................................................. Percevejo-marrom ( Euschistos heros )................................................................................................................................. Percevejo-pequeno ( Piezodorus guildinii ) ......................................................................................................................... Percevejo-verde ( Nezara viridula ) ...................................................................................................................................... Tamanduá-da-soja ( Sternechus subsignatus )..................................................................................................................... Tripes ( Frankliniella schultzei ) ............................................................................................................................................. Tripes ( Caliothrips brasiliensis )............................................................................................................................................ Vaquinha-da-batatinha ( Epicauta atomaria ) ..................................................................................................................... Vaquinha-preta-e-amarela ( Cerotoma arcuata tingomariana ) ..........................................................................................

PREFÁCIO

O negócio é evoluir

Em mais de 30 anos de profissão, presenciei muitas mudanças na atividade agrícola. Vivenciei descobertas, fui testemunha das lutas, das perdas, mas também das muitas vitórias na árdua batalha dos produtores contra as pragas e doenças que acometem as lavouras. Toda a evolução a que assisti, vendo a agricultura cada vez mais se afastar do conceito de arte e se aproximar da ciência, fizeram-me ter uma fé inabalável de que temos as ferramentas necessárias para transformar esta numa atividade cada vez mais importante do ponto de vista econômico e tam- bém social. Naturalmente, dentro de um contexto de respeito ambiental e de sustentabilidade em uma autêntica Agricultura Responsável.

E a minha crença de que temos em nossas mãos a chave para um futuro glorioso só faz aumentar, posto que atu- almente as evoluções nessa área caminham a passos gigantes. Mas não podemos esquecer também do importante trabalho de formiguinha realizado por gente que aposta suas fichas na busca pelo conhecimento, consciente do valor das informações técnicas para o exercício da atividade agrícola. Exemplos não faltam, mas por ora ressalto esta iniciativa de desenvolver um Manual de Pragas da Soja com tanta riqueza de detalhes e informação. Certa- mente será uma ferramenta inestimável para os profissionais que atuam no campo e mais um valioso instrumento de evolução.

Por todos esses motivos, enfatizo uma vez mais a minha crença de que o agronegócio do Brasil crescerá cada vez mais em tamanho e importância. A FMC estará, sempre na ponta desta evolução, acreditando e investindo na agricultura e reforçando sua presença e participação nos mercados de soja e milho, onde estamos predestinados a uma posição de liderança em poucos anos.

Antonio Carlos Zem Diretor-Presidente América Latina

INTRODUÇÃO

A habilidade de identificação das pragas em seus diversos estágios de desenvolvimento e os desafios enfrentados a cada safra na cultura da soja foram o que motivou a criação deste livro, que, pela sua importância, promete ser, desde já, uma referência para este cultivo. Tenho certeza de que se tornará um verdadeiro guia para os profissionais envolvidos no trabalho dessas culturas, auxiliando-os no dia-a-dia da sua atividade.

Fruto de um trabalho primoroso executado pelos consultores Henrique Moreira e Flávio Aragão, o manual traz fotos e descrições que ajudam a identificar as pragas nos seus vários estágios, antecipando seu potencial de danos e, dessa forma, constituindo-se em uma fonte de consultas indispensável para identificar as pragas presentes na cultura. Ponto primordial na definição de uma estratégia de controle.

São mais de 140 páginas, com fotos de pragas devidamente identificadas, registradas em diferentes fases, que resultaram de um estudo realizado pelos autores nos últimos anos em suas visitas a lavouras. Associada às fotos, há no livro, também, uma minuciosa descrição que derivou de consulta a literaturas conhecidas, de onde foram extraídas as informações sobre as pragas, indicando seu ciclo biológico, períodos de ocorrência e condições climá- ticas favoráveis para a sua multiplicação.

Por tudo isso apoiar essa iniciativa é mais do que uma prestação de serviço da FMC ao produtor. É, principalmen- te, uma forma de contribuirmos com o agronegócio brasileiro, tornando mais simples o trabalho de quem atua diretamente no campo.

Gustavo Canato Gerente de Produto - FMC Agricultural Products

Pragas subterrâneas

Fig. 01.1 - Cor-da-soja (larva)

Cupim-subterrâneo

Procornitermes triacifer (Silvestri, 1901) (Isoptera: Termitidae)

Os cupins são muito comuns em áreas de cerrado, lavouras e pastagens degradadas. Sua presença é bastante as- sociada aos montes de terra endurecida na superfície do solo, construídos por cupins-de-montículo. Algumas espécies, como P. triacifer , constroem ninhos subterrâneos, que são menos visíveis. Entretanto, alguns ninhos de cupim-subterrâneo também afloram na superfície, porém são frágeis e não causam impedimentos aos implementos agrícolas. A sociedade dos cupins é dividida em reis e rainhas reprodutores, espécimes alados e operários. Os soldados, responsáveis pela defesa da colônia, são os indivíduos utilizados para identificação da espécie. São amarelados no geral, sendo a cabeça castanha e as mandíbulas são escuras e em forma de pinça (Fig. 02.1, Fig. 02.2, Fig. 02.3). Estão presentes em diversos ecossistemas, tais como cerrado e matas fechadas. Passam a maior parte do tempo no subsolo, onde constroem longas galerias em diferentes profundidades. Estão sempre em busca de locais com umidade e temperatura ideais e boa oferta de alimentos. São insetos mastigadores e polífagos que se alimentam de matéria vegetal em decomposição ou viva. Em lavouras, consomem sementes e raízes. Com isso, provocam falhas nas linhas de plantio e o enfraquecimento e a morte das plantas, especialmente as mais jovens. Também podem atacar a parte aérea dos vegetais.

Fig. 02.1 - Cupim-subterrneo Fig. 02.2 - Cupim-subterrneo

Fig. 03.1 - Lagarta-elasmo Fig. 03.2 - Lagarta-elasmo (fmea adulta)

Fig. 03.3 - Lagarta-elasmo (macho adulto)

Lagarta-rosca

Agrotis ipsilon (Hufnagel, 1767) (Lepidoptera: Noctuidae)

Os adultos são mariposas que podem atingir até 5 cm de envergadura e têm coloração que varia do pardo ao marrom. Sua cabeça, tórax e asas anteriores apresentam pontuações e manchas escuras de vários formatos. Suas asas anteriores são mais claras, podendo ser translúcidas e apresentar manchas (Fig. 04.3). Os ovos são depositados em colmos, hastes, folhas ou no solo, próximo das plantas hospedeiras. Eles são esbran- quiçados e podem ser encontrados isolados ou em grupos. As lagartas medem até 5 cm de comprimento, são robustas, lisas e de coloração variável, com predominância do cinza-escuro e marrom com pontuações pretas (Fig. 04.1 e Fig. 04.2). Possuem hábitos noturnos e durante o dia ficam abrigadas no solo, sob a vegetação morta, em buracos ou sob torrões, normalmente próximos das plantas das quais se alimentam. Sua principal característica é se enrolar quando perturbadas. A fase larval dura aproxi- madamente 30 dias. A pupa é encontrada no solo dentro de casulos de terra construídos pelas lagartas. O inseto permanece nesse estágio por aproximadamente 15 dias, quando então eclode o adulto, reiniciando o ciclo. Os prejuízos causados pelas lagartas são relatados principalmente na fase inicial da cultura, pois elas se alimentam das sementes recém-germinadas e da haste das plantas. Os principais danos observados em campo são reboleiras com falhas de germinação, plantas murchas e tombadas. O ataque também pode ocorrer em plantas mais velhas. Nesse caso, as lagartas cortam folhas ou abrem galerias e seccionam a base do caule e as raízes mais superficiais.

Fig. 04.3 - Lagarta-rosca (adulto)

Percevejo-castanho

Atarsocoris brachiariae (Becker, 1996) (Hemiptera: Cydnidae)

Os adultos têm corpo oval com cerca de 1 cm de comprimento e cor amarelada (Fig. 05.2). As ninfas são mais claras e têm coloração geral esbranquiçada (Fig. 05.1). O ciclo biológico dura de 10 a 12 meses. Vivem no solo, aproximadamente a 30 cm de profundidade, durante toda sua vida, onde obtêm boas condições de umidade e temperatura. Em busca de tais condições, podem se aprofundar a mais de 1 m, o que geralmente ocorre durante a seca. Deixam seu hábitat natural apenas por alguns dias na estação chuvosa. Nessa ocasião, são observadas revoadas de machos e fêmeas que vão em busca de novas áreas e também ocorre a postura dos ovos. A sua presença é facilmente notada pelo cheiro que liberam e o som estridente que produzem. Tanto os adultos quanto as ninfas se alimentam da seiva de raízes de várias espécies de plantas cultivadas e sil- vestres. Ambos possuem patas dianteiras adaptadas para escavação. Os danos observados em campo são reboleiras com plantas pouco desenvolvidas e com sintomas de deficiência nutricional e hídrica. Além de sugarem a seiva, os insetos também injetam substâncias tóxicas, prejudicando ainda mais a cultura. A região atacada das raízes fica escurecida e as plantas enfraquecidas podem morrer.

Percevejo-castanho

Scaptocoris castanea (Perty, 1830) (Hemiptera: Cydnidae)

O comportamento, a aparência e a biologia desse inseto são muito semelhantes aos do outro percevejo-castanho, Atarsocoris brachiariae. Ambos vivem no solo, alimentam-se da seiva de raízes de diversas plantas cultivadas, rea- lizam as revoadas durante as chuvas e exalam forte odor quando expostos na superfície. A diferenciação entre as espécies baseia-se em algumas características dos tarsos, do orifício ostiolar e do ápice do clípeo. Os danos nas lavouras também são observados em reboleiras e as plantas atacadas apresentam desenvolvimento inferior ao restante da cultura e alguns sintomas de deficiência nutricional e hídrica. Esses problemas ocorrem em razão da sucção da seiva e da injeção de substâncias tóxicas. As plantas enfraquecidas podem morrer.

Fig. 05.1 - Percevejo-castanho (ninfa)

Fig. 06.1 - Piolho-de-cobra Fig. 06.2 - Piolho-de-cobra

Fig. 06.3 - Piolho-de-cobra

Torrãozinho

Aracanthus mourei (Rosado Neto, 1981) (Coleoptera: Curculionidae)

Besouro com poucos milímetros de comprimento, formato oval e coloração cinza-escura ou marrom. Os adultos têm o hábito de se jogar no solo e fingir de mortos quando perturbados. Eles possuem protuberâncias na região dorsal às quais aderem detritos do solo e os deixam parecidos com torrões de terra. Apresentam maior atividade durante a noite e em dias com menor luminosidade. Seu ciclo de vida é anual e pas- sam a maior parte dele na fase larval, alimentando-se de raízes e matéria orgânica no solo. O ataque geralmente ocorre na fase inicial da cultura e se inicia pelas bordas das lavouras. Os sinais típicos do ataque são folhas com as margens recortadas ou com perfurações (Fig. 07.1). Além das folhas, os besouros também podem se alimentar de cotilédones, hastes, gemas de crescimento e brotações.

Ácaro-branco, ácaro-do-bronzeamento

Polyphagotarsonemus latus (Banks, 1904) (Acari: Tarsonemidae)

Esse ácaro possui tamanho reduzido de 0,2 mm de comprimento e coloração clara, quase transparente. Vive na face inferior das folhas e é de difícil visualização sem lente de aumento. Ao contrário de outras espécies, esta não produz teia. Os machos carregam as ninfas das fêmeas nas costas e as fecundam logo que elas passam à fase adulta. A postura dos ovos ocorre preferencialmente na face inferior das folhas. As larvas também são claras e se movi- mentam rapidamente pela folha. Em razão do curto ciclo biológico desse ácaro, de 3 a 5 dias, é importante que sejam feitas inspeções periódicas na lavoura, com o objetivo de identificar os primeiros focos de infestação e contê-la no início. Essa praga é encontrada em diversas culturas. Na soja, causa o bronzeamento de folhas (Fig. 08.1), hastes, caule e principalmente brotações. As folhas atacadas ficam com cor castanha, brilhante e podem apresentar as bordas dobradas para baixo, consistência alterada e ficar quebradiças. Condições climáticas com muitas chuvas e tempe- raturas altas favorecem seu desenvolvimento.

Fig. 08.1 - caro-branco (bronzeamento na face inferior da folha)

Ácaro-rajado

Tetranychus urticae (Koch, 1836) (Acari: Tetranychidae)

O ácaro rajado é relativamente grande e possui até 0,5 mm de comprimento. As fêmeas apresentam duas manchas escuras no dorso (Fig. 09.1), que facilitam a identificação da espécie. As colônias são encontradas na face inferior das folhas juntamente com as teias produzidas por esses ácaros. Para se alimentar, eles raspam a superfície foliar e sugam a seiva que extravasa. Dessa forma, na face superior das folhas, no lugar oposto onde ocorre o ataque, surgem manchas cloróticas. Com o passar do tempo, essas manchas ficam bronzeadas, unem-se, secam e causam a queda das folhas. Em decorrência da perda de área foliar, as plantas não se desenvolvem bem e produzem menos. O clima com poucas chuvas e altas temperaturas favorece o desenvolvimento dessa praga. No período frio e na entressafra, os ácaros podem mudar de coloração e buscar refúgio na vegetação rasteira ou em fendas nos troncos das árvores.

Fig. 09.1 - caro-rajado