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Análise de Culturas e Diagnóstico de Infecções em UTIs, Notas de estudo de Cálculo

Os critérios para o diagnóstico de infecções em unidades de terapia intensiva, com ênfase em análises clínicas e laboratoriais. O texto aborda sinais e sintomas observados em pacientes, exames laboratoriais como hemocultura e cultura de líquido pleural, e procedimentos cirúrgicos associados a infecções. Além disso, o documento lista diversas cardiopatias congênitas e procedimentos cirúrgicos relacionados a infecções, bem como a indicação para preenchimento por hospitais.

O que você vai aprender

  • Quais sinais e sintomas indicam a presença de infecção em pacientes hospitalizados?
  • Quais cardiopatias congênitas e procedimentos cirúrgicos estão relacionados a infecções?
  • Quais antimicrobianos são eficazes contra diferentes tipos de bactérias resistentes a antibioticos?
  • Quais exames laboratoriais são utilizados no diagnóstico de infecções em unidades de terapia intensiva?
  • Quais procedimentos de preenchimento devem ser realizados por hospitais em relação a infecções?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO
COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS - CCD
CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA "PROF. ALEXANDRE VRANJAC"
DIVISÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR
2017
MANUAL DE ORIENTAÇÕES E
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
HOSPITAL GERAL
SISTEMA DE VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA DAS
INFECÇÕES HOSPITALARES DO
ESTADO DE SÃO PAULO
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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS - CCD CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA "PROF. ALEXANDRE VRANJAC" DIVISÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR

MANUAL DE ORIENTAÇÕES E

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

HOSPITAL GERAL

SISTEMA DE VIGILÂNCIA

EPIDEMIOLÓGICA DAS

INFECÇÕES HOSPITALARES DO

ESTADO DE SÃO PAULO

ÍNDICE

ASSUNTO Pág.

1. Critérios Diagnósticos para Infecção Hospitalar em Hospital Geral 04

2. Instruções para o preenchimento do instrumento de coleta de dados de infecção

hospitalar

2 .1. Orientações Gerais 17

2 .2. Arquivo "Hospital Geral" 19

Anexo 1 – Modelo de planilha para coleta de dados em UTI Adulto, Unidade

Coronariana e UTI Pediátrica.

Anexo 2 – Modelo de planilha para coleta de dados em UTI Neonatal 36

ORIENTAÇÕES E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA HOSPITAL

GERAL

1. CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DAS INFECÇÕES HOSPITALARES EM HOSPITAL

GERAL

As definições aqui apresentadas são baseadas nas recomendações da ANVISA

atualizadas em 2017 e do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) atualizadas em

janeiro de 2017.

QUADRO 1 - Critérios diagnósticos de Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC)

Incisional Superficial

ISC - IS

Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia e envolve apenas pele e subcutâneo.

Com pelo menos um dos seguintes:

a) Drenagem purulenta da incisão superficial; b) Cultura positiva de secreção ou tecido da incisão superficial, obtido assepticamente (não são considerados resultados de culturas colhidas por swab); c) A incisão superficial é deliberadamente aberta pelo cirurgião, médico assistente ou outro médico designado E cultura não foi realizada E paciente apresenta pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: dor ou aumento da sensibilidade, edema local, hiperemia ou calor d) Diagnóstico de infecção superficial pelo cirurgião ou médico assistente ou outro médico designado

Obs: As situações abaixo não devem ser consideradas como critérios para ISC - IS:

  1. O diagnóstico/tratamento de celulite (vermelhidão/calor/inchaço), por si só, não atende ao critério "d" para ISC - IS. Por outro lado, uma incisão que está drenando ou com microrganismo identificado em cultura não é considerada uma celulite.
  2. Abcesso de ponto isolado (inflamação mínima e descarga confinada aos pontos de penetração de sutura). Incisional Profunda
ISC – IP

Ocorre nos primeiros 30 ou 90 dias (VER QUADRO 2 ) após a cirurgia, e envolve tecidos moles profundos à incisão (ex: fáscia e/ou músculos)

Com pelo menos um dos seguintes:

a) Drenagem purulenta da incisão profunda, mas não de órgão/cavidade; b) Deiscência de sutura ou abertura ou aspiração da ferida pelo cirurgião, médico assistente ou outro médico designado E microrganismo em cultura ou cultura não realizada E paciente apresenta pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: febre > 38°C, dor ou aumento da sensibilidade local, exceto se a cultura for negativa; c) Presença de abscesso ou outra evidência que a infecção envolva os planos profundos da ferida, identificado em exame clínico, histocitopatológico ou exame de imagem.

Orgão / Cavidade

ISC – OC

Ocorre nos primeiros 30 ou 90 dias (VER QUADRO 2 ) após a cirurgia, e envolve qualquer órgão ou cavidade que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia.

Com pelo menos um dos seguintes:

a) Drenagem purulenta de um dreno inserido em órgão / espaço (por exemplo, sistema de drenagem de sucção fechado, drenagem aberta, drenagem em tubo T, drenagem guiada por tomografia) b) Cultura positiva de secreção ou tecido de órgão/cavidade obtido assepticamente; c) Presença de abscesso ou outra evidência que a infecção envolva os planos profundos da ferida, identificada em reoperação, exame clínico, histocitopatológico ou exame de imagem E

Atende pelo menos um dos critérios definidores de infecção em um sítio específico de ISC/OC (Quadro 3) (ISC sítios específicos CDC) Observações:

  1. Caso a infecção envolva mais de um plano anatômico, notifique apenas o sítio de maior profundidade.
  2. Considera-se prótese todo corpo estranho implantável não derivado de tecido humano (ex: válvula cardíaca protética, transplante vascular não humano, coração mecânico ou prótese de quadril), exceto drenos cirúrgicos.
  3. Microrganismos pertencentes aos seguintes gêneros não podem ser considerados para os critérios de ICS: Blastomyces, Histoplasma, Coccidioides, Paracoccidioides, Cryptococcus e Pneumocystis. Estes microrganismos são tipicamente causas de infecções comunitárias e são raramente associados a infecções relacionadas à assistência a saúde, portanto, devem ser excluídos.
  4. Data da infecção=data procedimento cirúrgico.

QUADRO 2 – Procedimentos cirúrgicos com diagnóstico de ISC Incisional Profunda – IP e

Órgão/Cavidade-OC com vigilância por até 90 dias

 Cirurgias de mama

 Cirurgias cardíacas

 Revascularização do miocárdio

 Craniotomia

 Cirurgias videolaparoscópicas (ex: herniorrafia, colecistectomia, apendicectomia) (*)

 Artrodese de coluna

 Osteossíntese

 Prótese de joelho

 Prótese de quadril

 Implante de marcapasso definitivo

 Cirurgia de bypass vascular periférica

 Derivação ventrículo-peritoneal

(*) RDC ANVISA nº08/

QUADRO 4 – Pneumonia definida por Critérios Clínicos

Radiologia Sinais/sintomas

Paciente com doença de base com 02 ou mais Raio X seriados com um dos seguintes achados:

 Infiltrado novo, progressivo e persistente;  Opacificação  Cavitação.

OBS: para pacientes sem doença pulmonar ou cardíaca prévia, é aceitável uma radiografia bem definida.

Pelo menos um dos seguintes:

 Febre (> 38ºC)

 Leucopenia (≤ 4.000 leuc / mm^3 ) ou leucocitose (≥ 12000 leuc / mm^3 )

 Para adultos ≥70 anos, alteração do status mental sem outra causa conhecida

E pelo menos dois dos seguintes:

 Surgimento de secreção pulmonar purulenta ou mudança das características da secreção ou aumento da secreção ou aumento da necessidade de aspiração.

 Surgimento ou piora da tosse ou dispneia ou taquipneia (FR > 25 irpm)

 Estertores ou roncos

 Piora da troca gasosa (piora da relação PAO 2 /FIO 2 ou aumento da necessidade de oxigênio ou aumento dos parâmetros ventilatórios).

QUADRO 5 - Pneumonia por bactérias ou fungos filamentosos

Radiologia Sinais/sintomas Laboratório

Dois ou mais RX de tórax com pelo menos um dos seguintes achados:

 Infiltrado pulmonar novo ou progressivo e persistente;  Consolidação;  Cavitação  Pneumatocele, em crianças ≤1 ano de idade

Nota : nos pacientes sem doença pulmonar ou cardíaca de base (exemplos: síndrome de desconforto respiratório agudo, displasia broncopulmonar, edema pulmonar, ou doença pulmonar obstrutiva crônica), um RX de tórax é aceitável.

Pelo menos um dos seguintes :

 Febre (>38ºC)  Leucopenia (≤ 4.000 leuc / mm^3 ) ou leucocitose (≥ 12000 leuc / mm

3 )  Para adultos > 70 anos, alteração do estado mental sem outra causa conhecida.

E pelo menos um dos seguintes:

 Surgimento de secreção pulmonar purulenta ou mudança das características da secreção pulmonar ou aumento da secreção pulmonar ou aumento da necessidade de aspiração  Aparecimento ou piora da tosse ou dispnéia ou taquipnéia  Estertores ou roncos  Piora da troca gasosa (piora da relação PAO 2 /FIO 2 ou aumento da necessidade de oxigênio ou aumento dos parâmetros ventilatórios).

Pelo menos um dos seguintes:

 Hemocultura positiva sem outra causa conhecida  Cultura positiva de líquido pleural  Cultura quantitativa positiva de secreção pulmonar obtida por procedimento com menor potencial de contaminação (aspirado traqueal, lavado broncoalveolar e escovado protegido)  Na bacterioscopia do lavado broncoalveolar o achado de ≥ 5% leucócitos e macrófagos contendo microrganismos (presença de bactérias intracelulares)  Cultura quantitativa positiva de parênquima pulmonar  Exame histopatológico que evidencia um dos critérios abaixo:  Formação de abscesso ou foco de consolidação com infiltrado de polimorfonucleares nos bronquíolos e alvéolos  Evidência de invasão de parênquima pulmonar por hifas ou pseudo-hifas.

QUADRO 6 – Pneumonia por Vírus, Legionella, Chlamydia, Mycoplasma ou outros

agentes atípicos

Radiologia Sinais/sintomas Laboratório Dois ou mais RX de tórax com pelo menos um dos seguintes achados:  Infiltrado pulmonar novo ou progressivo e persistente;  Consolidação;  Cavitação;  Pneumatocele, em crianças ≤ 1 ano de idade

Nota : nos pacientes sem doença pulmonar ou cardíaca de base (exemplos: síndrome de desconforto respiratório agudo, displasia broncopulmonar, edema pulmonar, ou doença pulmonar obstrutiva crônica), um RX de tórax é aceitável.

Pelo menos um dos seguintes:

 Febre (> 38ºC) sem outra causa conhecida  Leucopenia (≤ 4.000 leuc / mm^3 ) ou leucocitose (≥ 12000 leuc / mm^3 )  Para adultos > 70 anos, alteração do estado mental sem outra causa reconhecida.

E pelo menos um dos seguintes:

 Surgimento de secreção pulmonar purulenta ou mudança das características da secreção pulmonar ou aumento da secreção pulmonar ou aumento da necessidade de aspiração  Aparecimento ou piora da tosse ou dispnéia ou taquipnéia  Estertores ou roncos  Piora da função respiratória com aumento da necessidade de oxigênio, ou aumento da necessidade de suporte ventilatório.

Pelo menos um dos seguintes critérios:

 Virus, Bordetella, Legionella, Chlamydia ou Mycoplasma identificados a partir de cultura de secreção ou tecido pulmonar ou identificados por teste microbiológico realizado para fins de diagnóstico clínico ou tratamento.

 Aumento de 4 vezes nos valores de IgG na sorologia para patógeno (exemplo: influenza, Chlamydia)

 Aumento de 4 vezes nos títulos de anticorpos de Legionella pneumophila sorogrupo 1 para ≥ 1:128 em amostras pareadas da fase aguda e convalescença por imunofluorescência indireta

 Detecção de antígeno de L. pneumophila sorogrupo 1 em urina

QUADRO 9 – Pneumonia no período neonatal (recém-nascido até 28 dias)

Radiologia Sinais/sintomas

RN com alguma das doenças de base abaixo :

  • Síndrome do desconforto respiratório;
  • Edema pulmonar;
  • Displasia broncopulmonar;
  • Aspiração de mecônio Deverão ser realizados 02 ou mais Raio X seriados com pelo menos 01 dos achados:

 Infiltrado persistente, novo ou progressivo;  Consolidação;  Cavitação;  Pneumatocele

OBS : Para RN sem doença de base poderá ser realizado 01 ou mais Raio X seriados

Piora da troca gasosa (ex.: piora da relação PAO 2 /FIO 2 , aumento da necessidade de oxigênio ou aumento dos parâmetros ventilatórios)

E três dos parâmetros abaixo:

 Instabilidade térmica (temp. axilar > de 37,5 ºC ou < que 36ºC) sem outra causa conhecida;  leucopenia ou leucocitose com desvio a esquerda (considerar leucocitose > 25 .000 leu/mm3 ao nascimento ou ≥ 30.000 entre 12 e 24 horas ou acima de 21.000 ≥ 48 horas e leucopenia ≤ 5. leu/mm3)  Apnéia, taquipnéia, batimento da asa do nariz ou gemência;  Mudança do aspecto da secreção traqueal, aumento da secreção respiratória ou aumento da necessidade de aspiração e surgimento de secreção purulenta;  Sibilância, roncos;  Bradicardia (<100 batimentos/min) ou taquicardia (> 170 batimentos/min) Obs:

1. Todos os critérios de infecção devem ser cumpridos no período de 7 dias ( período de janela de infecção ) Inclui o primeiro dia de sinal/sintoma e/ou exame laboratorial positivo, 3 dias antes e 3 dias após 2. Para notificação ao sistema estadual de infecção hospitalar serão consideradas somente as pneumonias associadas à ventilação mecânica (PAV) que são definidas como infecções em paciente que permaneceu em ventilação mecânica (VM) por mais de 2 dias calendário (D1=dia de início da VM) e estava em VM no dia do diagnóstico da pneumonia ou no dia anterior. 3. Sugere-se a avaliação seriada do Raio X a comparação de exames realizados até 3 dias antes e até 3 dias após o diagnóstico.

QUADRO 8 – Pneumonia em crianças: > 4 semanas e ≤ 1 ano de idade

E > 1 ano e ≤12 anos

Radiologia Sinais/sintomas Deverão ser realizados 02 ou mais Raio X seriados com pelo menos 01 dos achados:

 Infiltrado persistente, novo ou progressivo ;  Consolidação;  Cavitação;  Pneumatocele

OBS : para crianças sem doença pulmonar ou cardíaca de base (exemplos: síndrome de desconforto respiratório agudo, displasia broncopulmonar, edema pulmonar ou doença pulmonar obstrutiva crônica) é aceitável uma radiografia bem definida.

Crianças > 4 semanas e ≤ 1 ano de idade

Piora da troca gasosa (ex.: piora da relação PAO 2 /FIO 2 , aumento da necessidade de oxigênio ou aumento dos parâmetros ventilatórios).

E três dos parâmetros abaixo:  Instabilidade térmica sem outra causa conhecida;  Leucopenia (≤ 4000 cel/mm3) ou leucocitose ( ≥ 15000 cel/mm3) e desvio a esquerda ( ≥ 10% bastonetes)  Surgimento de secreção respiratória purulenta ou mudança das características da secreção ou aumento da secreção respiratória ou aumento da necessidade de aspiração  Apneia, taquipnéia, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal.  Sibilância, estertores ou roncos;  Tosse  Bradicardia (< 100 batimentos por minuto) ou taquicardia (>1 7 0 batimentos por minuto)

Crianças > 1 ano e ≤ 12 anos  Febre (temp. axilar acima de 38 ºC) ou hipotermia (< que 36ºC)  Leucopenia (≤ 4000 cel/mm^3 ) ou leucocitose (≥ 15000 cel/mm^3 )  Surgimento de secreção respiratória purulenta ou mudança das características da secreção ou aumento da secreção respiratória ou aumento da necessidade de aspiração  Estertores ou roncos  Piora da troca gasosa (ex. piora da relação PAO 2 /FIO 2 , aumento da necessidade de oxigênio ou aumento dos parâmetros ventilatórios)

4. Mudança de aspecto da secreção traqueal em uma amostra isolada não deve ser considerada como definitiva. Valorizar a persistência da observação por mais 24h. 5. Taquipnéia em RN < 37 semanas de idade gestacional FR> 75 incursões por minuto; até 40 semanas de IG corrigida RN 37 semanas de IG a FR pode ser considerado maior que 60 incursões por minuto.

B - Critérios diagnósticos de Infecção Primária de Corrente Sangüínea (IPCS) Associada a

Cateter Venoso Central (CVC) sem confirmação laboratorial

Critério 1

Paciente com cateter venoso central há mais de dois dias calendário no momento do diagnóstico da infecção (Considerar o dia da passagem do cateter = D1)

OU

Paciente permaneceu com CVC por mais de 2 dias calendário e este foi removido até no máximo 2 dias calendário antes do diagnóstico da infecção (Considerar o dia da retirada do CVC = D1)

E

Pelo menos de um dos seguintes sinais ou sintomas:

Febre (>38°C), calafrios, oligúria (volume urinário <20 ml/h), hipotensão (pressão sistólica ≤ 90mmHg), e esses sintomas não estão relacionados com infecção em outro sítio

E todos os seguintes:

a) Hemocultura negativa ou não realizada b) Nenhuma infecção aparente em outro local c) Médico institui terapia antimicrobiana adequada para sepse

Critério 2

Para crianças > 28 dias e ≤ 1ano

Paciente com cateter venoso central há mais de dois dias calendário no momento do diagnóstico da infecção (Considerar o dia da passagem do cateter = D1)

OU

Paciente permaneceu com CVC por mais de 2 dias calendário e este foi removido até no máximo 2 dias calendário antes do diagnóstico da infecção (Considerar o dia da retirada do CVC = D1)

E

Pelo menos de um dos seguintes sinais ou sintomas:

Febre (>38°C), hipotermia (<36°C), bradicardia ou taquicardia (não relacionados com infecção em outro sítio)

E todos os seguintes:

a) Hemocultura negativa ou não realizada b) Nenhuma infecção aparente em outro local c) Médico institui terapia antimicrobiana adequada para sepse

Obs:

  1. Para notificação ao sistema estadual de infecção hospitalar serão consideradas somente as infecções primárias da corrente sanguínea (IPCS) associadas a cateter venoso central, com hemoculturas positivas (laboratorialmente confirmadas) OU com hemoculturas negativas ou não realizadas (critério clínico).
  2. A infecção de corrente sanguínea secundária, que é a ocorrência de hemocultura positiva ou sinais clínicos de sepsis, na presença de sinais de infecção em outro sítio, não será abordada neste documento. Neste caso, deverá ser notificado o foco primário, por exemplo, pneumonia, infecção do trato urinário ou sítio cirúrgico.

QUADRO 11

A - Critério diagnóstico de Infecção Primária de Corrente Sanguínea (IPCS) Associada a

Cateter Venoso Central (CVC) com confirmação laboratorial - NEONATOS (recém-

nascidos até 28 dias)

Critério 1 Uma ou mais hemoculturas positivas por microrganismos não contaminantes da pele e que o microrganismo não esteja relacionado à infecção em outro sítio

Critério 2 Pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas sem outra causa não infecciosa reconhecida e sem relação com infecção em outro local (discutir com médico assistente do RN):  Instabilidade térmica;  Bradicardia;  Apnéia;  Intolerância alimentar;  Piora do desconforto respiratório;  Intolerância à glicose;  Instabilidade hemodinâmica,  Hipoatividade/letargia

Pelo menos um dos seguintes:

a. Duas ou mais hemoculturas colhidas em momentos diferentes, com intervalo máximo de 48 horas e positivas para microrganismos contaminantes comuns da pele (difteróides, Proprionebacterium spp., Bacillus spp., Estafilococos coagulase negativo ou micrococos) sem estar relacionada à infecção em outro sítio; b. Estafilococo coagulase negativo cultivado em pelo menos 01 hemocultura periférica de paciente com cateter vascular central (CVC);

Obs:

 Em caso de isolamento de Estafilococo coagulase negativo em somente uma hemocultura, valorizar a evolução clínica, exames complementares (hemograma e PCR) e crescimento do microrganismo nas primeiras 48h de incubação; Se a amostra for colhida somente no CVC, não valorizar ;  Sinais e sintomas de IPCS são inespecíficos e podem estar relacionados a etiologias não infecciosas, daí a necessidade de reavaliação do caso em 72h em conjunto com o médico acompanhante. Se o diagnóstico for descartado, é importante a suspensão dos antimicrobianos e não deve ser notificada como infecção.

B - Critério diagnóstico de Infecção Primária de Corrente Sanguínea (IPCS) Associada a

Cateter Venoso Central (CVC) sem confirmação laboratorial – NEONATOS (recém-

nascidos até 28 dias)

Critério 1 Para uma infecção ser definida como IPCS Clínica deverá apresentar um dos seguintes critérios (discutir com médico assistente do recém-nascido):  Instabilidade térmica,  Apnéia;  Bradicardia;  Intolerância alimentar;  Intolerância à glicose;  Instabilidade hemodinâmica,  Hipoatividade/letargia.

E todos os seguintes:

a. Hemograma com ≥ 3 parâmetros alterados (vide escore hematológico no Manual de Neonatologia ANVISA) e/ou Proteína C Reativa quantitativa alterada b. Hemocultura não realizada ou negativa; c. Ausência de evidência de infecção em outro sitio; d. Terapia antimicrobiana instituída e mantida pelo médico assistente.

Obs:

 Na suspeita de sepse, recomenda-se colher hemoculturas antes do início da antibioticoterapia empírica. O hemograma e a PCR devem ser colhidos preferencialmente entre 12 e 24 h de vida na suspeita de IRAS precoce de origem materna com a finalidade de suspensão da antibioticoterapia recomenda-se a reavaliação da evolução clínica, exames microbiológicos e nova coleta de hemograma e PCR em 72 horas após o início do tratamento.  O valor normal da PCR é < 1ml/dl, lembrar que outras afecções elevam a PCR, síndrome do desconforto respiratório, hemorragia intra-ventricular, aspiração meconial.

QUADRO 13 - Critério diagnóstico de Infecção do Trato Urinário (ITU) - SINTOMÁTICA –

NEONATOS (recém nascidos até 28 dias)

Critério 1 Presença de 01 dos seguintes sinais e sintomas sem causa reconhecida:

 Instabilidade térmica (temperatura axilar acima de 37,5°C ou menor que 36°C);  Apnéia;  Bradicardia;  Baixo ganho ponderal;  Hipoatividade/letargia;  Vômitos.

E

Cultura de urina com no máximo duas espécies de microrganismos , sendo pelo menos uma das espécies com contagem  105 UFC/ml.

Critério 2 Presença de 01 dos seguintes sinais e sintomas sem causa reconhecida :

 Instabilidade térmica (temperatura axilar acima de 37,5°C ou menor que 36°C);  Apnéia;  Bradicardia;  Baixo ganho ponderal;  Hipoatividade/letargia;  Vômitos.

E pelo menos 01 dos seguintes:

 Piúria ≥10 leu/mm3 ou ≥ 3 leu/mm3 campo de grande aumento ou por sedimento urinário ≥ leucócitos/campo de grande aumento;  Bacterioscopia positiva pelo GRAM em urina não centrifugada;  Nitrito positivo;  Pelo menos duas uroculturas com isolamento do mesmo uropatógeno (bacilo Gram-negativo ou S. saprophyticus) e contagem de ≥ 10^2 colônias por ml, colhidas através de punção supra-púbica ou por cateterismo vesical  01 urocultura com contagem ≤ 10^5 colônias por ml de um único uropatógeno em pacientes em uso de terapia antimicrobiana efetiva.  Diagnóstico do médico assistente e/ou tratamento

Obs:  É incorreto cultivar a ponta do cateter urinário para orientar o diagnóstico de ITU  A cultura de urina deve ser obtida usando-se técnica apropriada, empregando-se antissepsia do local de acordo com a padronização da CCIH  Nos RN a urina deve ser coletada através do cateterismo vesical ou aspiração supra-púbica. A cultura positiva colhida com saco coletor deverá ser repetida com técnica adequada e se confirmada a IRAS notificada

 Qualquer crescimento bacteriano na amostra colhida por punção supra-púbica é significativo  Nos exames positivos para S.coagulase negativo, quando não for possível a determinação da espécie deve ser repetida para afastar a possibilidade de contaminação.

2. INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

DE INFECÇÃO HOSPITALAR

2.1. Orientações Gerais

Os dados deverão ser notificados através de planilha Excel

Arquivo "hospital geral" : contém Planilha de Identificação do Hospital, Planilha 1, Planilha 1B,

Planilha 2, Planilha 3, Planilha 4, Planilha 5, Planilha 5B, Planilha 6.

Indicações:

1. Arquivo "hospital geral": indicado para os Hospitais Gerais ou Especializados que

apresentam qualquer uma das seguintes situações:

a) Planilha 1: para os hospitais que realizam cirurgias limpas

b) Planilha 1B: para os hospitais que realizam os procedimentos cirúrgicos selecionados,

conforme descritos na planilha.

c) Planilha 2: para os hospitais que possuem Unidade de Terapia Intensiva de Adultos,

Unidade Coronariana e/ou Unidade de Terapia Pediátrica

d) Planilha 3: para os hospitais que possuem Unidade de Terapia Intensiva Neonatal ou

Berçário de Alto Risco

e) Planilha 4: para os hospitais que possuem Unidades de Terapia Intensiva de Adultos,

Coronariana, Pediátrica e/ou Neonatal.

f) Planilha 5: para os hospitais que possuem Unidade de Terapia Intensiva de Adulto e/ou

Unidade Coronariana.

g) Planilha 5B: para os hospitais que possuem Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e/ou

Neonatal

h) Planilha 6: para os hospitais que possuem Unidade de Terapia Intensiva de Adultos e/ou

Unidade Coronariana

Figura 2. Fluxo de informações das Planilhas de Infecção Hospitalar no Sistema de Vigilância
Epidemiológica das IH do Estado de São Paulo

Fluxo de Envio: Os hospitais deverão enviar os arquivos eletrônicos às vigilâncias municipais e

estas aos Grupos de vigilâncias na data acordada (Ex: segunda quinzena do mês seguinte)

Data de envio das planilhas: Os Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVE) deverão enviar as

planilhas para o CVE (Divisão de Infecção Hospitalar) até o dia 30 do mês seguinte ao mês de

notificação, exclusivamente através de arquivo eletrônico.

2.2. ARQUIVO "HOSPITAL GERAL"

Cada arquivo é subdividido em planilhas diferentes, identificadas no rótulo inferior (parte de

baixo da tela), como segue:

 Identificação do Hospital

 Planilha 1 - Sítio Cirúrgico por especialidade

 Planilha 1B – Sítio Cirúrgico por procedimento

 Planilha 2 - UTI Adulto, Coronariana e Pediátrica

 Planilha 3 – UTI Neonatal

 Planilha 4 - Consumo de produto alcoólico em UTI

 Planilha 5 - Hemoculturas positivas (IPCS Lab) em UTI Adulto e Coronariana

 Planilha 5B – Hemoculturas em UTI Pediátrica e Neonatal

 Planilha 6 – Consumo Mensal de Antimicrobianos e Cálculo de DDD (Dose Diária

Dispensada)

Orientações Gerais:

 Clicar sobre o rótulo da planilha a ser preenchida. Não modificar os rótulos das

planilhas (NÃO RENOMEAR AS PLANILHAS ).

Hospital Hospital^ Hospital Hospital^ Hospital

Município Município

GVE

CVE CVS

 Cada planilha possui 13 tabelas, uma para cada mês e uma com o total dos meses já

preenchidos.

 Preencher somente as células em branco. Não preencher nenhum campo já pré-

preenchido. Não preencher nenhum campo do Quadro TOTAL.

 As fórmulas de cálculos e soma dos dados (exceto para número de pacientes-dia) serão

automaticamente preenchidas à medida que os dados são inseridos nas planilhas. As células

de cálculos estão protegidas com senha.

 AS PLANILHAS NÃO DEVEM SER ALTERADAS NA SUA FORMA, POIS PREJUDICA A

COMPILAÇÃO DOS DADOS PELO MUNICÍPIO, GVE E ESTADO.

 Após o preenchimento, salvar a cópia do arquivo com o nome do hospital (e nome do

município, se necessário) + 02 dígitos referentes ao mês + 02 dígitos referentes ao ano de

notificação. Ex1 : Hospital Nossa Senhora de Fátima, mês de janeiro, ano de 2015; Salvar

como: “ hospitalnossasenhora0115”; Ex2: Santa Casa de Aparados da Serra, mês de janeiro,

ano de 2015; Salvar como: “santacasaaparadosdaserra0115”

PLANILHA DE IDENTIFICAÇÃO DO HOSPITAL

O preenchimento da planilha de identificação deverá ser feito na primeira vez que for iniciada a

utilização do arquivo, uma vez que este será utilizado para preenchimento dos dados do ano

todo. Nos meses subseqüentes basta apenas completar os dados referentes às infecções,

dispositivos e procedimentos, a cada mês, salvando o arquivo conforme orientações já

descritas.

ANO DE NOTIFICAÇÃO: preencher o ano referente à vigilância que está sendo notificada.

HOSPITAL: preencher com o nome completo do hospital. (Razão social ou Nome Fantasia)

CNES: preencher o número do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde

NATUREZA DO HOSPITAL: Preencher com (X) se é hospital Público, Privado e/ou Filantrópico.

EM CASO DE HOSPITAL PÚBLICO, QUAL A ESFERA DE GOVERNO? Federal, Estadual ou

Municipal. Preencher com (X).

É INSTITUIÇÃO CONVENIADA COM SUS?

Preencher com (X) no quadro correspondente SIM ou NÃO.

É INSTITUIÇÃO DE ENSINO/HOSPITAL-ESCOLA/UNIVERSITÁRIO?

Preencher com (X) no quadro correspondente SIM ou NÃO.

NÚMERO DE LEITOS HOSPITALARES: Preencher o nº de leitos totais do hospital, e se for o

caso preencher o nº de leitos específicos de UTI Adulto, Pediátrica, Unidade Coronariana e/ou

UTI Neonatal.

CCIH REALIZA VIGILÂNCIA DE INFECÇÕES CIRÚRGICAS PÓS-ALTA? Preencher com (X)

no quadro correspondente SIM ou NÃO.

EM CASO AFIRMATIVO, INFORMAR O MÉTODO: assinalar uma das opções de método:

 busca telefônica

 carta pré-selada para paciente dar retorno dos sintomas

 ambulatório de egressos com acompanhamento de um membro da CCIH

 outro método: se a CCIH realiza outro método, indicar o método realizado

PRESIDENTE DA CCIH: preencher o nome do responsável pela CCIH

EMAIL INSTITUCIONAL: preencher o endereço eletrônico da instituição (SCIH, diretoria, etc..)

MUNICÍPIO: preencher o nome do município

GVE: preencher o número e nome do GVE correspondente.

RESPONSÁVEL NO MUNICÍPIO: preencher o nome do responsável pelo recebimento e